Com a actual oferta de provas, sejam elas de estrada ou de “trail running”, a maior dificuldade está na escolha. E no caso das LEBRES E TARTARUGAS temo-nos desmultiplicado em diversas corridas levando o nome da nossa equipa a novas paragens.
Neste último fim-de-semana os nossos atletas voltaram a dividir-se e a seguir caminhos diferentes. O Carlos Gonçalves, um adepto incondicional das provas “off the road”, voltou a deixar sozinhos os seus dois amigos e rumou às imediações da Serra de Sintra a fim de participar na segunda edição dos Trilhos da Costa Saloia. Em 2015 o Frederico e o Carlos Gonçalves já não se conseguiram inscrever nesta prova tendo então optado pelo Trail da Barreira. Em 2016 o Carlos Gonçalves manteve-se mais atento e conseguiu encontrar o rasto de um trail que lhe ficou no goto. Assim enquanto que os seus dois colegas optaram por participar na Corrida de Apoio à vítima o TARTARUGA solitário rumou ao Mucifal para disputar uma nova prova. Apenas precisou de pedir ajuda ao Frederico para se certificar pelo traçado disponível na página do Trilho Perdido que não iria ter novamente pela frente as descidas perigosas que são habituais por estas paragens. Afastados os maiores temores logo tratou de regularizar a sua inscrição e partir à descoberta de uma nova aventura.
Farto de apanhar frio e chuva nas várias corridas em que tem participado nos últimos tempos, foi com bastante satisfação que o atleta verificou que as previsões meteorológicas prenunciavam algo de bom para este fim-de-semana. Finalmente iria ter uma corrida bem mais “quentinha” e com muito Sol, estando assim reunidas as condições para um “trail” em beleza e num cenário magnífico. E a distância de vinte e três quilómetros enquadra-se naquilo que este atleta considera como ideal para, em esforço mas sem ser em sofrimento, se entregar de alma e coração dando o máximo e sem se preocupar em poupar energias para os últimos quilómetros.
A hora da partida, marcada para as dez da manhã, não parecia a mais apropriada para uma corrida de trilhos e com a suspeita de virmos a ter uma temperatura alta. Mas permitiu que os atletas, Trailistas e Caminheiros, chegassem ao Complexo Desportivo do Mucifal sem grandes apertos e sobressaltos. Não foi preciso madrugar e as habituais tarefas matinais, inerentes a qualquer prova, foram cumpridas sem qualquer “stress”. E o convívio entre atletas, conhecidos ou não, cumpriu uma vez mais a sua principal tarefa de socialização de seres imbuídos do mesmo espírito. Os estreantes perguntavam aos repetentes como iria ser o percurso fazendo “crescer a água na boca” relativamente ao que iríamos ter pela frente.
A animação era bastante grande prenunciando uma grande participação em ambas as provas. O habitual e necessário “briefing” estabelece as regras sob as quais se irão reger ambos os eventos. Fitas Vermelhas e Brancas a sinalizar o percurso certo. Nas bifurcações existirão setas específicas com a direcção a tomar consoante se trate do Trail ou da Caminhada O importante é que não subsistam dúvidas. Às nove e quarenta e cinco minutos é dada a partida da Caminhada, não sem antes terem tido direito a um período de aquecimento proporcionado pelo Animador Desportivo da Organização. Muitas “selfies” registam a animação dos vários Caminheiros e Caminheiras e como que a prepararem o caminho para os atletas do Trail. Em cima das dez da manhã inicia-se finalmente a corrida do Trail. Os primeiros dois quilómetros são maioritariamente a subir. É bom para o aquecimento. Encontramos vários “single tracks” nos quais é difícil qualquer ultrapassagem. O Sol bem lá no alto parece não nos querer poupar. E, apesar de estarmos bem perto do Mar, não havia qualquer sinal de vento, nem mesmo sequer de uma leve brisa marítima. Os dados estavam lançados temendo-se por uma prova com um desgaste maior devido à temperatura ambiente e com tendência para aumentar. Neste aspecto o Carlos Gonçalves delirava com a possibilidade do calor marcar forte presença.
A primeira metade da prova foi feita em ritmo elevado, rápida de mais para um “Trail”. Em sobe e desce constante, sempre a correr, valeu o facto de atravessarmos muitas zonas com vegetação densa. As sombras eram muitas poupando os atletas para o que poderia vir lá mais para a frente. Cumpriam-se os primeiros quilómetros sem grande dificuldade. Aqui e ali encontrávamos alguns avisos de “Piso Escorregadio” ou de “Perigo de Queda”. Nestas zonas os atletas refreavam os seus ânimos. Ninguém queria ter um acidente. Todos estavam ali para levar a prova até ao fim. E, de vez em quando, surgia-nos uma ribeira para lavar os nossos sapatos da alguma lama que entretanto tínhamos acumulado. Mas ainda não tínhamos tido alguma grande dificuldade própria das corridas de Trilhos. Cumprido o quilómetro quatorze enfrentamos a primeira escalada. Com a areia e muita vegetação em redor o nosso ritmo abranda significativamente. Os repetentes afirmam que esta subida não fazia parte do programa do ano passado. Mas ninguém se lamentava. Aliás o “Trail” é mesmo isto. E, parafraseando um conhecido treinador de uma das maiores equipas de Futebol do nosso País, “se fosse fácil não era para nós” ….
Chegamos ao primeiro encontro com a Costa Atlântica. Descendo um passadiço até à Praia do Magoito avistamos atletas mais adiantados a escalarem a arriba. Em certos momentos é necessário aplicar a tracção total. Aquilo que tínhamos pela frente não ia só com os pés bem assentes no chão. As mãos revelar-se-iam de uma utilidade extrema ajudando-nos não só a vencer o declive da subida mas também para evitar andar de “marcha-atrás”. Algumas centenas de metros mais à frente iniciaremos um dos troços mais interessantes de toda a prova. Até às Azenhas do Mar, e passando pela Praia da Aguda, percorremos um trilho ao longo da arriba. Mesmo aqueles que se dão mal com as alturas não tiveram problemas em virtude do caminho ser suficientemente espaçoso e pouco acidentado dificilmente poderíamos cair pela Falésia. O perigo não espreitava em cada metro que percorríamos. Ainda bem, pensava o nosso atleta.
Cada vez faltavam menos quilómetros. As grandes dificuldades já tinham ficado todas para trás. O calor começa a fazer-se sentir. Mas devagarinho. E o TARTARUGA presente delicia-se com a corrida. Já merecia uma prova assim. Metro após metro aproxima-se vertiginosamente do fim. Que pena. Logo agora que estava nas suas “sete quintas” pouco restava até à meta.
Encontra alguns atletas que já tinham terminado e que o tentam animar com um “já falta pouco”. Avista-se a manga da meta. As últimas centenas de metros são a descer permitindo ganhar mais alguns lugares na classificação.
De assinalar que entre Homens e Mulheres terminaram 453 atletas. Um número pouco habitual para uma Corrida de “Trail. Espectacular. É, seguramente, uma prova a repetir.
Atletas que concluiram a prova: 453
Vencedor: JOÃO GINJA (Nutrimania Sports Nutrition) - 1:40:38
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 184)
Classificação Geral: 315º - Classificação Masculina: 286ª - Classificação no Escalão M50: 45º
Tempo Oficial: 2:57:35/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 2:57:21
Tempo médio/Km: 7m:43s <=> Velocidade média: 7,78Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Calendário para o Mês de Março
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