“Paixão, paixão não vais fugir de mim
Serás paixão até ao fim”
Este refrão de uma das mais famosas canções dos Heróis do Mar não tem qualquer alvo ou destinatário específico que não seja a Paixão que o Frederico e o Carlos Gonçalves nutrem pelas provas de “Trail”.
Depois de uma primeira participação em 2013, por um motivo ou por outro as LEBRES E TARTARUGAS não voltaram a uma localidade também sobejamente conhecida pela Meia Maratona de S. João das Lampas, prova de estrada e também apelidada de S. João das Rampas. Embora também já tenhamos participado na modalidade de alcatrão na realidade é nas provas fora da estrada que estes dois atletas se sentem mais à-vontade.
O Trilho das Lampas oferece duas modalidades de participação: uma prova competitiva com cerca de vinte quilómetros e uma Caminhada, para os menos ousados, e com metade da distância. Mas o encanto próprio de uma Corrida/Caminhada que se inicia ao final da tarde e termina já pela noite dentro faz as delícias de qualquer um que tenha dentro de si um espírito de aventura e de procura por diferentes emoções.
E foi com este espírito que as LEBRES E TRATARUGAS marcaram “o ponto” com uma equipa mista: os dois fundadores da equipa e três convidados. Melhor, um casal de convidados e uma “Convidada” muito especial …
À chegada a S. João das Lampas presenciamos um anormal movimento de pessoas. Algo nos indicava que estavam ali muito mais atletas do que em 2013. E na realidade assim foi. Contabilizando só aqueles que concluíram a prova principal este ano tivémos quase o dobro dos atletas da primeira edição: 585 em 2018 contra 295 em 2013.
A nossa anterior participação coincidiu com a realização da primeira edição do Trilho das Lampas. Então com cerca de dezoito quilómetros era uma prova com uma “dureza” relativa cujo ponto mais alto era precisamente a descida para a praia da Samarra. Com a noite já a entrar todo o cuidado era pouco, igualmente para a escalada igualmente difícil que se seguiria até atingirmos um patamar que, sendo maioritariamente plano, e em grande parte em alcatrão, nos levaria de volta a S. João das Lampas.
Para 2018, e não sabemos como foi nos anos que se seguiram a 2013, a organização presenteou-nos com uma prova bem mais exigente mas também mais interessante.
Após a partida, em simultâneo para a Caminhada e para a prova de Corrida, temos uma fase inicial para aquecimento dos atletas e durante a qual os mais rápidos voam rumo à zona de trilhos. A maioria do traçado inicial foi diferente do da nossa anterior participação mas ficámos com a sensação que andámos pelas mesmas zonas. Alguns troços foram mesmo feitos em sentido contrário. Passámos por muitos locais já nossos conhecidos e ainda por uma zona (pocilga?) de porcos onde os seus grunhidos, e principalmente o cheiro, perturbou o ambiente "Zen" em que tinham mergulhado os atletas que, pacata e divertidamente, iam avançando na prova.
A noite aproxima-se. Um pequeno cartaz informa-nos que nos aguarda o "Pôr do Sol". Sabemos, por isso, que estamos perto da Praia da Samarra e da sua descida um pouco arriscada. Não tanto como a do "Monte da Lua", perto do Cabo da Roca, mas, mesmo assim, a exigir o máximo de atenção e destreza dos atletas. Segue-se a já esperada escalada igualmente exigente. Refira-se que esta parte do percurso foi também "oferecida" aos Caminheiros.
Vencido este grande obstáculo vamos ter de desafiar, lá mais para a frente, algumas descidas e escaladas e novos trilhos com o aliciante de serem feitos em plena escuridão só quebrada pela luz dos “frontais” que eram peça fundamental e "obrigatória" do equipamento exigido a cada atleta. Mais difícil, e quiçá mais perigoso, mas mais interessante para quem procurava por emoções fortes. Foi a novidade constada por nós este ano.
E para não dizer que tudo são dificuldades somos presenteados com um cenário maravilhoso. Ao longe avista-se a Ericeira iluminada como se estivesse preparada para uma noite de festa. Só que a festa éramos nós, vagabundos da noite que, no meio da imensa escuridão, mais nos assemelhávamos a pirilampos errantes. Aliás esses insectos que, precisamente em 2013, e devido à temperatura amena que então se fazia sentir, fizeram questão de aparecer aos milhares como que a guiarem-nos de volta até S. João das Lampas. Neste ano nem um apareceu para amostra.
E quando pensávamos que teríamos os últimos quilómetros "planinhos" aguarda-nos uma última descida, boa para recuperar algum fôlego e descansar um pouco os nossos membros inferiores. Mas a nossa experiência em"trails" avisa-nos que a seguir a uma grande descida invariavelmente segue-se uma subida mais ou menos devastadora. E assim foi. Só o último quilómetro é que repetiu a parte inicial da corrida.
Cerca de três horas volvidas damos por cumprida a nossa participação. Com uma grande vontade de voltar em 2019.
Atletas que concluiram a Prova: 585
Vencedor: HÉLDER GROSSO (UF Comércio e Indústria Atletismo): 1:15:06
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº 558)
Classificação Geral: 483º - Classificação no Escalão M55: 27º
Tempo Oficial: 2:52:08/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 2:51:09
Tempo médio/Km: 8m:33s <=> Velocidade média: 7,01Km/h (*)
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 559)
Classificação Geral: 552º - Classificação no Escalão M60: 15º
Tempo Oficial: 3:08:34/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 3:07:42
Tempo médio/Km: 9m:23s <=> Velocidade média: 6,39Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Calendário do Mês de Maio
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