Um Trail não é uma Corrida. É, sobretudo, uma prova de transposição de obstáculos e de um sem número de dificuldades donde se destacam as descidas de cortar a respiração e as escaladas em “tracção total”. E, pelo meio, até se correm algumas centenas de metros, ou mesmo uns quantos quilómetros, aqui e ali intervalados por um ou outro acidente de maior ou menor grau de exigência. É isto que esperam os Trailistas quando se candidatam a uma prova desta categoria.
Há trails para todos os gostos. Desde os de quinze quilómetros para os iniciados nestas lides, passando pelos de distância intermédia entre 20 e 30 quilómetros, até aos “Ultras” que podem facilmente chegar à centena de milhares de metros. Mas para estes é imprescindível uma preparação física e psicológica mais avançada. Podemos então considerar que os trails mais equilibrados são justamente aqueles que oferecem um desafio de vinte e tal quilómetros. São difíceis quanto baste mas que nos permitem terminar vivos e satisfeitos e não num registo de sobrevivência.
E tanta conversa para quê? Esta introdução serve para explicar porque razão o Carlos Gonçalves convenceu o Frederico a inscrever-se no Trail da Costa Saloia prova que já tinha feito há dois anos e que repetiu em 2017 e da qual tem guardado belas recordações.
Vinte e três quilómetros de pura diversão são o que nos oferece o Trail da Costa Saloia que vai já na quarta edição. Um início bastante simples, já com alguma lama à mistura, e que serve essencialmente para aquecimento e adaptação ao novo meio ambiente. Aliás atendendo ao que choveu nas últimas semanas o piso até estava bastante bom. Com atenção constante para evitar alguma queda de consequências mais imprevisíveis, após passarmos pela habitual queda de água entramos num novo cenário. Deixamos para trás o piso mais escorregadio e abeiramo-nos da primeira escalada que, após atingirmos o ponto mais alto, descemos até à Praia do Magoito. Apesar dos alertas iniciais o passadiço em madeira até não se apresentou perigoso e escorregadio.
Segue-se um conjunto de escaladas, algumas “às quatro patas”, e de correspondentes descidas até que, após passarmos um marco geodésico, aproximamo-nos da Costa. O cenário é, como sempre, deslumbrante. O Mar, em máxima fúria, atemoriza até o mais destemido. E o vento marca forte presença tentando derrubar-nos sem qualquer pudor.
À passagem por um dos abastecimentos informam-nos que, em relação ao ano passado, tinha sido introduzida uma nova escalada porque alguns dos atletas tinham referido na altura que o trail estava muito fácil. Tomem lá com uma subida, longa, íngreme e sem grande aderência, para se sentirem mais “confortáveis”.
Ao longo das falésias vamos até às Azenhas do Mar. Momento para deliciar a vista com a piscina natural de água salgada a estar completamente submersa pelas ondas bastante agitadas. Ainda se comenta entre os atletas “onde estão os surfistas”. Será que com tanta onda não há ali qualquer “material” que pudessem utilizar? Provavelmente que não.
Atém ao fim não há praticamente novidades. A única alteração é a de que, fruto da tal subida introduzida este ano, não andamos tanto às voltas dentro do Pinhal que nos levará até ao Campo de Futebol da União Desportiva Mucifalense.
Quando o Carlos Gonçalves dá a volta final no relvado sintéctico já o Frederico descansava nas bancadas. Tinha concluído a sua prova uns cinco minutos mais cedo.
“Gostaste”, pergunta-lhe o Carlos Gonçalves? “Prova a repetir”, responde-lhe o outro Tartaruga.
E com esta troca de comentários cada um segue o seu caminho.
Atletas que concluiram a Prova: 191
Vencedor: CARLOS PACHECO (Monsanto Running TEam): 1:49:23
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 235)
Classificação Geral: 175º - Classificação no Escalão M60: 6º
Tempo Oficial: 3:25:19/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): ND
Tempo médio/Km: 8m:56s <=> Velocidade média: 6,72Km/h (*)
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº 236)
Classificação Geral: 166º - Classificação no Escalão M50: 18º
Tempo Oficial: 3:18:34/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): ND
Tempo médio/Km: 8m:38s <=> Velocidade média: 6,95Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
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