Pelo segundo ano consecutivo a ala mais “trailista” da nossa equipa compareceu à chamada para mais uma edição do Lx Trail Monsanto, na modalidade de mais de vinte quilómetros.
Não há provas ideais. Mas este “Trail”, disputado na Serra de Monsanto, é, seguramente, uma das corridas da modalidade de “Trail Running” que mais se aproxima daquele objectivo. O cenário envolvente é grandioso, digamos mesmo que paradisíaco. Uma vegetação luxuriante, com árvores bastante frondosas, mostra-nos a natureza em estado quase puro. O ecossistema da Serra de Monsanto tem conseguido manter-se de alguma forma preservado e, por enquanto, a salvo dos “crimes” ambientais que têm sido cometidos um pouco por toda as zonas verdes. E, para além da beleza natural envolvente, conseguimos ter uma prova com sombra em praticamente todo o percurso, pormenor nada desprezável numa altura em que as temperaturas têm subido bastante prenunciando um Estio que se aproxima a passos largos.
As organizações das provas estão cada vez mais profissionalizadas, e nós também. Há muito que todas aquelas tarefas de ordem logística, desde o estacionar o carro, levantar os “kits” de participação e encontrarmo-nos, deixou de ser um drama. Agora tudo flui muito mais naturalmente.
Os ponteiros do relógio marcavam as nove da manhã quando o Frederico aparece na Avenida da Universidade Técnica, no Campus Universitário da Ajuda, montado na sua “acelera” que faz as delícias para contornar o trânsito da cidade de Lisboa nos trajectos casa/trabalho e vice-versa. Está completamente rendido a esta mais recente aquisição. Trocados os cumprimentos habituais, e depois de devidamente equipados e com o dorsal bem à vista, os dois atletas cumprem as poucas centenas de metros até ao local da partida com a vantagem de ser sempre a descer. Foi o nosso aquecimento inicial. Mas não precisávamos de nos esforçar muito pois quentes já nós estávamos em virtude da temperatura que já se fazia sentir àquela hora.Tudo levava a crer que iríamos ter um percurso muito idêntico ao do ano passado, com os mesmos locais de Partida e de Chegada. No entanto muitas foram as novidades introduzidas na edição deste ano.
Passavam trinta minutos das nove e meia da manhã, ou um pouco mais, e inicia-se o Trail Longo. Aguardavam-nos mais de vinte quilómetros pelas entranhas da Serra de Monsanto. Para começar bem temos logo a já nossa sobejamente conhecida subida desde o campo de jogos do Rio Sêco até começarmos a incursão pelos vários trilhos e “single treks” que nos iriam ser “servidos” com toda a pompa e circunstância. O Federico aplica a sua táctica das provas de trail: começar o mais atrás possível e vencer os primeiros obstáculos a andar para não se desgastar inutilmente logo no princípio. Alguns dos locais de passagem já nos eram familiares, fosse de outras provas ou da edição de 2018. Mas a Serra de Monsanto tem uma infinidade de caminhos alternativos que permite às organizações montarem percursos praticamente novos todos os anos. É todo um Mundo novo a descobrir. Podemos andar horas sem repetir caminhos. Pelo meio cruzamo-nos com alguns dos muitos BTTistas que habitualmente escolhem estes trilhos para praticarem a sua modalidade preferida. Por vezes têm de parar para darem passagem aos corredores. E, aqui e além, vamos também encontrar caminheiros, isolados ou em grupo, a disfrutarem de um agradável e saudável passeio no meio desta magnífica zona verde. Há espaço para todos. E também começamos a ser ultrapassados pelos participantes no Trail Curto nos troços comuns às duas provas.
Há momentos em que nos sentimos completamente perdidos. De vez em quando tomamos contacto com a civilização quando temos de atravessar alguma estrada para seguirmos o nosso caminho. Como também é habitual em corridas desta natureza os atletas começam de forma espontânea a organizarem-se em pequenos grupos puxando uns pelos outros e, muito importante, evitando seguirem por caminhos errados quando a sinalização não está bem visível. Mesmo assim ainda houve alguns “desvios” do traçado correcto.
A prova vai avançando ao ritmo de cada um. De vez em quando os dois Tartarugas encontram-se com o Frederico a reclamar com o calor que se fazia sentir. Em situação diametralmente oposta o Carlos Gonçalves sentia-se como peixe na água. Há muito tempo que ansiava por um Trail com calor, muito calor mesmo caso fosse possível. Os dois atletas já só se voltam a encontrar na meta.
Este Lx Trail Monsanto teve tudo, e do bom. Desde algumas subidas mais longas para atestar a resistência dos atletas até escaladas de natureza bem mais técnica para colocarem à prova a destreza e alguma habilidade. E algumas, poucas descidas onde o maior cuidado era de evitar tropeçar nalguma raíz mais escondida que poderia provocar uma queda espalhafatosa e de consequências mais imprevisíveis. É, certamente, uma prova a repetir em 2020. Esperamos que se mantenha no muito concorrido calendário de Trail Running.
Felizes e contentes os dois membros das LEBRES E TARTARUGAS regressam às suas casas. O Carlos Gonçalves ainda tenta convencer o Frederico a acompanhá-lo em mais alguns trail a realizar nos próximos meses de Junho e Julho.
Veremos...
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Vencedor: JOSÉ GASPAR (WeRun): 1:36:11
Atletas que concluiram a Prova: 240
Atletas | Dorsal | Escalão |
Classificação Geral |
Classificação Escalão |
Tempo Oficial | Tempo Líquido |
Ritmo min/Km |
Velocidade Km/h |
Carlos Gonçalves |
135 |
M6099 |
197º |
5º |
3:05:10 |
3:05:10 |
8:25 |
7,13 |
Frederico Sousa |
136 |
M5564 |
213º |
12º |
3:13:19 |
3:12:49 |
8:46 |
6,85 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos líquidos
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