Após cinco anos de ausência as LEBRES E TARTARUGAS regressam ao Camarnal.
Em 2010, sabe-se lá como, o Frederico, o nosso especialista em desencantar novas e originais provas, descobriu que, às portas de Lisboa, mais propriamente nas imediações de Alenquer, se iria realizar a Grande Prova do Camarnal.
Sendo uma prova totalmente desconhecida para nós, e não admira pois ainda estávamos a dar timidamente os primeiros passos em participações regulares, rumámos a uma desconhecida mas simpática freguesia do concelho de Alenquer. Nessa época quase todas as corridas eram novidade para nós e, invariavelmente, os três atletas TARTARUGAS participavam sempre em conjunto.
Inscrevemo-nos, participámos, gostámos e prometemos voltar.
Só que nunca mais conseguimos reencontrar o rasto desta corrida, pelo menos por antecipação. Por vezes, e após a mesma se realizar, encontrávamos relatos da Grande Prova do Camarnal. No entanto foi uma corrida que se manteve sempre presente nas nossas cabeças. E todos os anos prometíamos voltar ao Camarnal.
Por um acaso, ou talvez não, no final da Corrida São Silvestre Lisboa de 2014 entregaram-nos um prospecto informativo da Grande Prova do Camarnal. Numa época em que tudo é cada vez mais profissional, ainda continua a haver espaço para organizações que continuam a encarnar o mais puro espírito de amadorismo. A começar pelo próprio prospecto que se tratava de uma simples folha em formato A4 com as principais indicações sobre a prova: data, local, preço e forma de inscrição dos atletas. Nada de modernos folhetos/”flyers” promocionais em papel de qualidade.
Neste ameno domingo de Janeiro as LEBRES E TARTARUGAS partiram à redescoberta de um “amor antigo”. O Carlos Teixeira teve de desistir à última hora em virtude de uma arreliadora lesão que o afecta e ainda sem contornos bem definidos. A sua vaga acabou por ser preenchida pelo Carlos Gonçalves que, por motivos de ordem particular, não se tinha inscrito. O Frederico marcou presença e alargou o convite a dois atletas que já se nos tinham acompanhado recentemente no Grande Prémio do Natal em Lisboa: João Valério e Pedro Júlio.
Pouco passava das nove e quinze quando o “autocarro” das LEBRES E TARTARUGAS se fez à estrada rumo à localidade do Camarnal. Tínhamos uma vaga lembrança daquele local. Mas, passados cinco anos, toda a memória se desvanece um pouco. Já depois de termos passado a tabuleta de Alenquer não reencontrávamos o caminho certo. Uma bomba de gasolina era o local perfeito para obter informações sobre o nosso destino. A primeira pessoa que avistámos foi uma agente da GNR, bem parecida por sinal, e que elegemos como a pessoa mais bem colocada para nos dar a informação sobre como chegar ao Camarnal. O atleta de serviço, aliás o que sempre toma a iniciativa quando se trata de falar com elementos do sexo feminino – o Carlos Gonçalves – lá interpelou a jovem agente da GNR. Mas sem grande sucesso … Ela mais parecida assustada com o nosso “ataque” dizendo desconhecer a zona. Pronto. Nada feito. Um pouco mais à frente encontrámos um grupo de ciclistas que certamente nos dariam melhor informação. E assim foi. Passada a primeira rotunda só teríamos de virar à direita e seguir a seta do Camarnal.
Finalmente, e tal como nos programas de GPS, “chegámos ao nosso destino”.
Estacionado o nosso veículo fomos à procura do local de levantamento dos dorsais. Sem o prevermos marcamos encontro com um “regresso ao passado”. Afinal ainda há provas em que o puro espírito amador continua a imperar. A começar pelo envelope que nos entregaram com os dorsais. Um simples, mas ecológico, saco de papel, normalmente utilizado para embrulhar pão, com a indicação manuscrita do nome da equipa.
Lá dentro estava o “kit” de cada atleta: um dorsal e um cartão para pendurar ao pescoço e entregar no final da corrida. Quanto ao “chip” de controlo de tempos era simplesmente inexistente. Aliás se recuarmos cinco anos o cenário era o mesmo.
Às dez e meia em ponto é dado o sinal de partida. Olhando em redor apercebemo-nos que talvez não estejam mais de cem atletas. O Frederico alerta para o perigo de algum de nós poder ficar em último.
O percurso era composto por duas voltas a um circuito base de cinco quilómetros. Como dizia o Frederico, tirando a subida inicial, tudo o resto era plano. Como ele estava errado. Ou esquecido … O Carlos Teixeira, embora ausente, bem se lembrava das subidas da Bemposta. E passados cinco anos, e apesar de uma maior preparação dos nossos atletas, estas subidas ainda continuam a fazer estragos.
O tempo ajudou. Sol e pouco frio. Aliás para o Frederico até estava calor. O percurso era exactamente o mesmo de há cinco anos atrás.
A prova inicia-se logo com uma subida um pouco demolidora e para pôr os atletas em sentido. Cada um no seu ritmo faz a corrida em função das suas capacidades e dos seus objectivos.
Ultrapassada pela última vez a zona da Bemposta entramos no último e derradeiro quilómetro. Com a meta à vista cada um dá o que pode, e o que não pode, para terminar em beleza a GRANDE PROVA DO CAMARNAL.
Após o reencontro das LEBRES E TARTARUGAS a satisfação é total, não sem o Pedro Júlio e o João Valério fazerem questão de lembrar ao Frederico as suas “sábias” palavras quanto ao perfil do percurso.
Uma certeza ficou. Para o ano voltaremos.
Atletas que concluiram a prova: 205
Vencedor:GETINET GEDAMU (Etiópia) - 0:32:37
JOÃO VALÉRIO (Dorsal Nº127)
Classificação Geral: 17º - Classificação no Escalão: ND
Tempo Oficial: 0:55:26/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:55:14
Tempo médio/Km: 5m:31s <=> Velocidade média: 10,86 Km/h(*)
PEDRO JÚLIO (Dorsal Nº128)
Classificação Geral: 198º - Classificação no Escalão: ND
Tempo Oficial: 1:05:06/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:04:00
Tempo médio/Km: 6m:24s <=> Velocidade média: 9,38 Km/h(*)
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº125)
Classificação Geral: 193º - Classificação no Escalão: ND
Tempo Oficial: 1:00:33/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:00:25
Tempo médio/Km: 6m:02s <=> Velocidade média: 9,93 Km/h(*)
MELHOR TEMPO INDIVIDUAL NA PROVA
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 126)
Classificação Geral: 147º - Classificação no Escalão: ND
Tempo Oficial: 0:50:57/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:50:54
Tempo médio/Km: 5m:05s <=> Velocidade média: 11,79Km/h (*)
MELHOR TEMPO INDIVIDUAL NA PROVA
Calendário para o Mês de Janeiro
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