Segunda-feira, 4 de Setembro de 2017

CORRIDA DOS MOINHOS DE PENACOVA

A tradição já não é o que era. O nosso lema “Não ficar em primeiro nem em último para não dar nas vistas” começa a ficar um pouco ultrapassado. Infelizmente não tanto por uma assiduidade junto aos lugares de topo mas mais pela presença de um nosso atleta nas caudas das classificações. Mas temos de nos adaptar à realidade e actuais capacidades dos nossos representantes.

 

A Corrida dos Moinhos de Penacova é das provas de trail na qual temos marcado presença com maior regularidade. Em dez edições a equipa das LEBRES E TARTARUGAS esteve presente oito vezes. Foi no já longínquo ano de 2010 que nos estreámos numa prova que se veio a tornar emblemática nas nossas participações em regime de “trail”. Com ou sem caminheiros, e com três, dois ou um só atleta, a verdade é que a Corrida dos Moinhos de Penacova tem a assinatura e a colaboração das LEBRES E TARTARUGAS para engrandecer uma prova que já teve dias melhores dias. Tendo mantido ao longo dos últimos uma estabilidade em termos do percurso, o que não é um mal em si, a realidade é que, em termos de organização, começa a perder alguns pontos deixando de cativar não só novos competidores mas também alguns ou algumas atletas de topo que faziam questão de emprestar a sua popularidade e valia à Corrida dos Moinhos de Penacova.

 

No último fim-de-semana de Agosto vamos encontrar o nosso atleta Carlos Gonçalves a gozar os seus últimos dias de férias na Portela da Cerdeira. Esta aldeia, perdida algures na paisagem protegida da Serra do Açor, apesar de estar integrada numa zona habitualmente fustigada pelos incêndios de Verão tem conseguido manter-se à margem destas catástrofes infelizmente tão habituais na época estival. É a zona ideal para umas férias junto da natureza e num cenário óptimo para uma preparação para as Maratonas de Lisboa e do Porto que se aproximam a passos largos nos próximos meses de Outubro e Novembro.

 

Mas o nosso atleta, a lutar afincadamente contra uma lesão no joelho direito, começa a perceber que está muito, demasiadamente, longe de poder encarar a sua participação na prova mítica do atletismo com um mínimo de condições. Assim optou por realizar algumas sessões de “jogging” em ritmo lento intervaladas com alguns passeios de bicicleta. A ver vamos qual o seu estado dentro de algumas semanas.

 

Mas não há lesão que o afaste de uma boa prova de montanha. Nem que tenha de fazer as habituais e vertiginosas descidas a andar. Mas o que interessa é terminar e desfrutar uma das suas corridas preferidas.

 

Às sete e quinze da manhã atleta e treinadora faziam-se à estrada rumo a Penacova. A Praia do Reconquinho, na margem esquerda do Rio Mondego, era o nosso destino. O dia apresentava-se fresco, bastante fresco em comparação com a temperatura dos últimos dias, e com algum nevoeiro à mistura. A juntar ao habitual frenesim constatámos de imediato uma menor afluência de atletas. É o sinal do menor interesse que esta corrida começa a despertar.

Penacova Partida.jpg

À entrada do passadiço de madeira, que serve de travessia para a outra margem, é feito o controlo dos atletas. Até aqui tudo bem. Aguardando pacientemente pelo “tiro de partida” temos direito ao habitual briefing. Só que as informações transmitidas só foram absorvidas pelos atletas que estavam mais à frente. Não haveria um Megafone disponível para que todos pudessem ouvir o que estava a ser transmitido? Foi a primeira falha.

 

À hora marcada inicia-se a corrida. Para aquecer e colocar os atletas em sentido encontramos a nossa velha subida que só terminará no antigo Hospital de Penacova, mais tarde reconvertido em Hotel, e que se encontra encerrado há já alguns anos. O Mirante Emídio, do qual podemos observar uma paisagem soberba, fica para um plano secundário. Estamos ali para correr e não para ver as vistas. Talvez no final da prova possamos dar um salto àquele local.

 

Quanto ao percurso só é novidade para os estreantes. O primeiro abastecimento, normalmente junto ao Forno da Cal, sumiu-se naquela manhã de nevoeiro. Não foi dramático em virtude do calor não ter marcado presença. Cumpridos os primeiros quatro quilómetros começamos lentamente a atacar a subida aos Moinhos de Gavinhos com um percurso bastante acidentado e, porventura, o mais exigente de toda a corrida. Depois de algumas retemperadoras mas arriscadas descidas, nas quais o nosso atleta optou tão só por andar perdendo alguns lugares e relegando-o perigosa e inexoravelmente para a cauda da corrida, temos de vencer a subida até aos Moinhos da Portela, vencendo-se o maior desnível de toda a corrida.

 

Um dos grandes aliciantes das provas de trilhos é o ambiente de confraternização que se cria entre os atletas. Uns vão trocando informações sobre as suas mazelas e outros vão motivando-se mutuamente para vencerem em grupo as dificuldades que se nos vão deparando. Até se oferecem bananas para recuperar as energias gastas. Atenção que desta vez não foi o nosso a atleta a oferecer tão energético alimento …

 

À medida que a prova vai avançando o Tartaruga solitário fica entregue a si próprio. Atrás dele nem vivalma. E, na sequência de uma ligeira queda, o seu relógio decide bloquear por volta dos 10,8 quilómetros.

 

Tomando consciência de que fecha o pelotão constata mais duas falhas imperdoáveis da organização. Não só não há qualquer controlo de passagem dos atletas, não se sabendo quem é o último passar, como deixa de haver qualquer apoio sempre que temos de atravessar qualquer estrada. Fiquei entregue aos “bichos” e ao meu sentido de orientação e de conhecimento do percurso.

 

Vencendo os últimos sessenta degraus retorno ao antigo Hotel de Penacova e fazendo em sentido inverso um percurso que já tinha percorrido cerca de três horas antes.

 

Aproximo-me o mais possível do muro do Mirante na esperança de que a Treinadora possa vislumbrar a camisola azul da TARTARUGA solitária.

 

Terminada a longa descida, que em anos anteriores não corria mas “galgava”, reencontro o passadiço de madeira. Do outro lado recebia-me de “braços abertos” a habitual Caminheira da nossa equipa. Concluí mais uma edição da Corrida dos Moinhos de Penacova. E as mazelas até não foram assinaláveis. 

Penacova Chegada.jpg

Depois do banho retemperador confirma-se a segunda desilusão desta edição. O habitual almoço feito de sandes de porco no espeto e imperiais à descrição deu lugar a uma mesa com sandes, fruta variada e bebidas à disposição dos atletas. Uma das imagens de marca foi-se, o que mereceu a reclamação de alguns atletas.

 

Mas mesmo com alguns pontos negativos o mais certo é voltar em 2018.

 

Atletas que concluiram a prova: 93

Vencedor: VÍTOR BARBOSA (GDC Castelo de Paiva):1:25:45

 

CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 77)

 

Classificação Geral: 77º - Classificação no Escalão M60: 8º

Tempo Oficial: 3:19:40/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): ND

Tempo médio/Km: 9:30s  <=> Velocidade média: 6,31Km/h (*)

 

(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)

 

Corridas do Mês de Agosto

  • 27 - Corrida dos Moinhos de Penacova  - 21 Km

Calendário do Mês de Setembro

  • 9 - Meia Maratona de S. João das Lampas - 21,0975 Km
  • 17 - Corrida da Linha 2017/Destak (Cascais/Carcavelos) - 10 Km
  • 24 - Corrida do Tejo (Lisboa/Oeiras) - 10 Km
publicado por Carlos M Gonçalves às 22:42

link do post | comentar | favorito

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Maio 2023

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

.posts recentes

. CORRIDA DO 1º DE MAIO

. MEIA MARATONA DE LISBOA

. CORRIA DAS LEZÍRIAS

. MEIA MARATONA DE CASCAIS

. CORRIDA DO FIM DA EUROPA

. MEIA MARATONA DE TORRES V...

. CORRIDA SÃO SILVESTRE DE ...

. MEIA MARATONA DOS DESCOBR...

. OEIRAS TRAIL

. SINTRA TRAIL MONTE DA LUA

.arquivos

. Maio 2023

. Março 2023

. Fevereiro 2023

. Janeiro 2023

. Dezembro 2022

. Novembro 2022

. Outubro 2022

. Setembro 2022

. Junho 2022

. Maio 2022

. Fevereiro 2022

. Dezembro 2021

. Novembro 2021

. Agosto 2021

. Maio 2020

. Abril 2020

. Março 2020

. Fevereiro 2020

. Janeiro 2020

. Dezembro 2019

. Novembro 2019

. Outubro 2019

. Setembro 2019

. Julho 2019

. Junho 2019

. Maio 2019

. Abril 2019

. Março 2019

. Fevereiro 2019

. Janeiro 2019

. Dezembro 2018

. Novembro 2018

. Outubro 2018

. Setembro 2018

. Julho 2018

. Junho 2018

. Maio 2018

. Abril 2018

. Março 2018

. Fevereiro 2018

. Janeiro 2018

. Dezembro 2017

. Novembro 2017

. Outubro 2017

. Setembro 2017

. Agosto 2017

. Julho 2017

. Junho 2017

. Maio 2017

. Abril 2017

. Março 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Agosto 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

.links

.subscrever feeds