Depois do dilúvio verificado em 2011 a organização decidiu alterar no ano seguinte o traçado da corrida. Decidiu e muito bem. Não é que as condições meteorológicas estivessem dependentes do percurso mas aquela decisão tornou o Grande Prémio do Atlântico bem mais agradável, tanto no início como no fim da corrida. Este ano não houve qualquer alteração e até o tempo colaborou com os atletas. Apesar de estar uma manhã muito fria o sol brilhou bem lá no alto. E o vento só se manifestou de forma mais intensa no paredão junto à praia.
Com alguma confusão, aliás habitual nestas provas, o tiro de partida foi dado exactamente às dez horas da manhã. As ruas mostravam-se demasiado estreitas para escoar os muitos atletas que uma vez mais vieram até à Costa de Caparica para participar no Grande do Atlântico. Por isso alguns, direi mesmo muitos, optaram por trocar o alcatrão pelos passeios num zigue-zague constante entre as árvores, carros estacionados, e populares que se juntaram nas ruas para acompanhar e aplaudir os atletas.
Cumprido o primeiro quilómetro, e já em plena Avenida Afonso de Albuquerque, o pelotão começa a alargar-se e a diminuir a sua compacidade. Estamos na fase inicial da corrida em que cada um já se consegue aproximar do seu ritmo e a procurar as melhores trajectórias. Mesmo assim ainda tivémos de recorrer episodicamente aos Passeios e à Ciclovia para ultrapassar alguns atletas mais lentos. Após o segundo quilómetro viramos finalmente em direcção ao mar para abordarmos a problemática mas muito agradável zona do paredão. Difícil porque o piso nem sempre é o melhor, com algumas passagens pela areia. Agradável porque é sempre bom ver e contemplar, na medida do possível, o mar. Mesmo que a nossa concentração esteja centrada na corrida não resistimos a, de vez em quando, mudarmos o nosso olhar para o imenso Oceano Atlântico. Surfistas nem vê-los mas muita gente passeava, a pé ou de bicicleta, e contemplava os bravos heróis da corrida. É também agora que o vento aparece. De vez em quando ficávamos abrigados por alguns restaurantes ficando assim facilitada a nossa tarefa. Mas era "sol de pouca dura". E vá lá que o vento até nem soprou muito forte.
Cumprida a primeira metade da prova deixamos a zona da praia e encaminhamo-nos para o regresso ao alcatrão. Num troço em terra batida encontrava-se o único abastecimento de água já por volta dos seis quilómetros. DEPLORÁVEL. Com tanto espaço esta operação foi bastante mal organizada. Os atletas atropelavam-se literalmente para conseguirem chegar a uma garrafinha de água. Com muito poucas garrafas em cima da mesa muitos de nós tiveram de ir apanhá-la ao chão e levando quase com outros corredores em cima. Foi quase um atropelo total. Uns poucos metros mais à frente havia um segundo ponto de abastecimento mas com o qual os atletas já não contavam. É lamentável como ainda se verificam situações caricatas nos abastecimentos. Afinal a experiência na organização de provas de atletismo conta para o quê?
De volta ao alcatrão, e à Avenida Afonso de Albuquerque, preparamo-nos para ultrapassar os três quilómetros finais. A manutenção de um ritmo constante ao longo de toda a prova é muito importante para, nesta altura, ainda termos algumas forças para o ataque final. Ultrapassar alguns atletas que vão à nossa frente mas, sobretudo, registar um bom tempo.
Este ano o último quilómetro já não pareceu mais longo que os restantes, como acontecera em 2012. Entrando-se na última recta, e antes de viramos para a meta, a estratégia encontrada para melhor encararmos os últimos metros, e numa altura em que as forças já não abundam, foi começar com uma contagem regressiva: já só faltam 900 metros, já só faltan 800 metros, ... , já só faltam (Ufa) cem metros para o final. Com o insuflável da meta bem à nossa frente ainda arranjamos algumas energias para o "sprint" final. É sempre assim.
Mais uma prova a juntar à nossa já longa história.O Grande Prémio do Atlântico não é seguramente uma corrida de dez quilómetros fácil e na qual possamos registar os melhores tempos na distância. Com um percurso quase sempre plano é sempre a puxar. E como custa puxar do princípio ao fim.
De assinalar que nesta corrida o nosso Atleta FREDERICO SOUSA completou a sua centésima corrida sob a égide das LEBRES E TARTARUGAS.
Atletas que concluiram a prova: 1613 (1423 em 2012)
Vencedor: FRANCISCO PEDRO (Oeste Running): 0:33:53
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº928)
Classificação Geral: 1174º - Classificação no Escalão (M4549): 158º
Tempo Oficial: 0:57:20/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:56:03
Tempo médio/Km: 5m:36s <=> Velocidade média: 10,70Km/h (*)
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº 1929)
Classificação Geral: 578º - Classificação no Escalão(M5054): 59º
Tempo Oficial: 0:48:52/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:47:36
Tempo médio/Km: 4m:46s <=> Velocidade média: 12,61Km/h (*)
MELHOR TEMPO INDIVIDUAL NA PROVA
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº1930)
Classificação Geral: 501º - Classificação no Escalão (M5559): 43º
Tempo Oficial: 0:47:51/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:46:33
Tempo médio/Km: 4m:39s <=> Velocidade média: 12,89Km/h (*)
MELHOR TEMPO INDIVIDUAL NA PROVA
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
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