O Parque Natural da Serra da Arrábida já não é um “santuário” exclusivo dos BTTistas. Há muito tempo que esta zona tem vindo a ser explorada pelos amantes da Caminhada que vão descobrindo os encantos de uma zona que ainda se consegue manter preservada apesar dos crimes que têm vindo a ser cometidos com as construções de algumas habitações de fim-de-semana ameaçando o equilíbrio paisagístico da zona.
Mais recentemente são as corridas de trilhos que começam igualmente a reivindicar a abertura da Arrábida aos amantes desta modalidade passando a desfrutar da grande variedade de trilhos originariamente ocupados pelas Bicicletas de Todo o Terreno.
Ávido de experimentar novos desafios o nosso Tartaruga Carlos Gonçalves decidiu inscrever-se na edição de 2009 dos 30 KMS de Vale dos Barris. À escolha dos atletas a organização disponibilizou três modalidades de participação:
· Trail Longo 20K+ com cerca de 30 quilómetros
· Trail Curto 12K+ com 15 quilómetros
· Caminhada com 10 quilómetros
Depois de divulgar no grupo de WhattsApp das LEBRES E TARTARUGAS a realização dos 30 KMS do Vale dos Barris foi o seu filho Gonçalo a mostrar-se entusiasmado com a prova decidindo-se a participar no trail curto, então com uma distância de 12 quilómetros. E também se juntaram ao nosso grupo a Catarina e a Loubna, uma estreante nestas andanças e tornando-se desde logo a nossa mais recente aquisição, para participarem na Caminhada. De uma assentada a nossa equipa apresentar-se-ia em Setúbal com uma equipa mais alargada e, simultaneamente, apresentava ao “mundo” a mais recente contratação, Loubna Kerfah. Faltou ainda a nossa “treinadora” que teve de desistir à última hora devido a problemas de coluna que a aconselharam a desistir desta Caminhada.
Foi também a nossa estreia numa nova prova e num novo local. Apesar de ser já conhecido dos nossos trailistas em passeios de BTT foi a primeira vez que rumámos até à Arrábida para participar em corridas de Trail.
Numa manhã solarenga e a cheirar a Verão chegámos ao local da partida das várias provas mesmo a tempo de cumprir as habituais formalidades. A animação era, como é habitual, bastante grande. Todavia grande não era o número de caras conhecidas.
As partidas, bem como os respectivos “briefings, foram individualizados para cada modalidade de participação. Primeiro largaram os atletas do Trail Longo. Quase meia hora depois partem os participantes no trail curto. Só mais tarde é que partiriam os “Caminheiros”.
Finalmente um dia de calor. Era este o pensamento, e o regozijo, do Carlos Gonçalves. Já está um pouco farto do frio, do vento e da chuva que tem caracterizado os últimos “trails” em que tem participado. É lógico que este não era o sentimento geral. Mas, felizmente para a maioria, que as zonas de sombras abundavam ao longo de todo o percurso.
As diversas provas começam logo com umas subidas respeitáveis. Alguns menos experientes lançam-se num ritmo talvez demasiado intenso para as suas capacidades. E mais à frente começam logo a pagar a factura.
Após as primeiras subidas segue-se um longo período descendente. O Gonçalo interpela-me sobre o que virá a seguir. Pois. Lá mais para a frente iremos certamente ter o reverso da medalha.
“Pai. Não te preocupes comigo. Vai no teu ritmo. Haveremos de nos encontrar no fim”. Estas eram as palavras do meu filho, ao que eu lhe respondia que era melhor ser ele a não ficar à minha espera e que seguisse no seu ritmo. Aliás foi o que se veio a verificar.
Aos cinco quilómetros temos o primeiro abastecimento de líquidos e de sólidos. Não seria mau não fosse o caso de vir a ser o ÚNICO abastecimento. Numa prova de trail de 15 quilómetros exige-se pelo menos mais um abastecimento, nem que seja apenas de líquidos tendo em consideração o calor que se esperava para este dia. Esta foi talvez a maior falha da organização.
Ao longo do nosso caminho fomos encontrando alguns praticantes de Bicicleta de Montanha. Normal dado que estávamos a ocupar alguns dos mais populares trilhos desta zona. Aqui e ali vamos avistando os Caminheiros. Depois de termos feitos alguns metros ao longo da Nacional 10, perto da Aldeia Grande, os atletas são postos à prova numa descida altamente técnica. Só os mais experientes, e os dotados de calçado próprio, é que conseguem passar quase incólumes por este desafio. O Gonçalo, de repente, quase leva com uma atleta que ameaça aterrar em cima dele tal era o descontrolo em que vinha. Lá se conseguiu agarrar a uns ramos e evitar uma queda de consequências bem imprevisíveis.
Prova de trilhos sem passagem por uma ribeira não é digna do seu nome. E, numa destas passagens, temos de dar uma “mãozinha” extra às atletas que sentem alguma dificuldade para vencer os obstáculos de subida para o trilho logo após terem refrescado os pés. É o cavalheirismo e espírito de entreajuda no seu maior expoente.
Por volta dos dez quilómetros, e já no regresso ao local da partida, vamos enfrentar as maiores e mais desgastantes escaladas, duras mesmo quando as fazemos em cima de uma bicicleta. Fala a experiência.
Uma hora e cinquenta depois da partida o Carlos Gonçalves entra no Pavilhão Gimnodesportivo onde está instalada a Meta. Há mais de quinze minutos que o Gonçalo tinha chegado e aguardava ansiosamente pelo seu Pai.
Conversam sobre a prova que fizeram bem abaixo das duas horas que tinham previsto antes da partida.
Começam a chegar os primeiros Caminheiros. Os olhos dos dois trailistas fixam-se na zona de entrada por onde tinham passado há alguns minutos e por onde passariam a Catarina e a Loubna.
O Pedro, a Ana Luísa e o AFONSO já tinham chegado ao Pavilhão. Mesmo a tempo de presenciarem a chegada das Caminheiras. O Afonso, vendo a Mãe Catarina, corre para ela cortando a meta ao seu colo. De aqui por uns anos talvez vejamos este “Miúdo” nestas andanças.
Todos os nossos atletas estiveram em grande nível. No entanto é de inteira justiça salientar a prestação do Gonçalo que, na sua primeira prova de trail, ficou classificado na primeira metade da tabela. Certamente que angariámos mais um adepto desta modalidade. Como confidenciou ao Pai ao longo dos primeiros quilómetros “este tipo de corridas é muito mais giro do que as provas de estrada”. Diz tudo.
Depois do banho retemperador seguiu-se um bem merecido almoço de Choco Frito em Setúbal. A Loubna estava de tal modo contente que agora já quer fazer uma Caminhada Noturna. Temos aqui também uma nova entusiasta das LEBRES E TARTARUGAS.
O futuro da nossa equipa augura-se brilhante e bastante promissor.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Vencedor: PAULO GOMES (AminhaCorrida/MyProtein): 1:00:59
Atletas que concluiram a Prova: 241
Atletas | Dorsal | Escalão | Classificação Geral | Classificação Escalão | Tempo Oficial | Tempo Líquido | Ritmo min/Km | Velocidade Km/h |
Carlos Gonçalves | 692 | M6099 | 149º | 8º | 1:50:24 | 1:50:24 | 7:22 | 8,15 |
Gonçalo Gonçalves | 693 | M2439 | 84º | 31º | 1:35:18 | 1:34:57 | 6:20 | 9,48 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos líquidos
Corridas do Mês de Abril
Calendário para o Mês de Maio (sujeito a alterações)
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