A EDP Meia Maratona de Lisboa é considerada como a prova rainha de todas as corridas que se realizam em Portugal nesta distância.
A Meia Maratona é a antecâmara para a participação na mais mítica distância das corridas de fundo. Quem ousa participar e concluir uma Meia Maratona tem, inevitavelmente no seu imaginário, de candidatar-se a concluir uma Maratona.
No final de cada Meia Maratona a maioria dos atletas candidatos a Maratonistas faz, invariavelmente, o seguinte raciocínio: para realizar uma Maratona é “só” repetir o que acaba de fazer. "Mas será que conseguirei? Se me custou tanto a cumprir estes vinte e um quilómetros será que estarei em condições de realizar a façanha de terminar uma Maratona?" A experiência prova-nos que ,afinal, não é simplesmente assim. Com um plano de treino adequado tudo se torna mais fácil.
Mas regressemos à Meia Maratona de Lisboa. O facto de se atravessar a pé a bela Ponte 25 de Abril constitui um dos muitos atractivos para a maioria esmagadora dos atletas que, ano após ano, se deslocam a Lisboa para participarem nesta prova, sejam eles estrangeiros ou Portugueses. Esta tem sido a nossa prova rainha em cada ano e que só por qualquer imprevisto é que algum dos atletas das LEBRES E TARTARUGAS não marca presença.
Escusado será dizer que foi precisamente neste ambiente que foi dado o pontapé de saída para a formação da nossa equipa.
Este ano temos a assinalar a estreia do Gonçalo Gonçalves na Meia Maratona de Lisboa. A distância não era uma novidade para ele. Todavia o aliciante de atravessar a pé pela primeira vez a Ponte sobre Tejo foi motivo mais do que suficiente para se inscrever.
Gonçalo Gonçalves, Carlos Teixeira e Carlos Gonçalves encontraram-se no sítio habitual, na rotunda que antecede a descida para a Praça da Portagem. Antes ainda tiveram um controlo de atletas para verificar se possuíam dorsal válido e se não se faziam acompanhar por algum objecto que pudesse pôr em risco a integridade física dos restantes. Parecia o controlo de entrada para um estádio de futebol. Não sabemos se esta medida foi da iniciativa da Polícia ou da própria Organização da Corrida. Estranha-se quando é por demais sabido que os amantes do Atletismo são pessoas pacíficas e com um comportamento bastante civilizado.
Os nossos três atletas conversam animadamente sobre as experiências anteriores e sobre as suas expectativas para a prova. O Gonçalo, na sua qualidade de estreante, era o que estava mais ansioso pelo começo da aventura.
A quantidade de participantes foi bastante grande.
Após o tiro de partida, e já depois dos atletas de Elite terem iniciado a prova em Lisboa, os semi-maratonistas lançam-se com grande entusiasmo à travessia da Ponte 25 de Abril. Os candidatos à prova de 10 quilómetros partem mais tarde.
O Gonçalo estava perfeitamente entusiasmado com o ambiente que estava a viver pela primeira vez. Começou por correr em cima da zona da grade. Mas, ao olhar para baixo, ficou com algumas vertigens pelo que, logo que pôde, refugiou-se nas zonas em alcatrão.
Após a travessia do Rio Tejo, e quando os atletas se preparavam para encetarem a descida para Alcântara, temos a primeira novidade. Devido às obras em curso na zona de Santos o percurso foi esticado ao longo da Avenida da Ponte, quase até ao desvio para as Amoreiras.
Após termos cumprido quatro quilómetros e meio dá-se a inversão no sentido da corrida. Estamos na fase mais agreste da prova. A temperatura, aliada à ausência de qualquer brisa e à poluição que se fazia sentir de sobremaneira, são um sério revés para os atletas. E até à saída para Alcântara é sempre a subir.
Não esperávamos um início tão duro como este.
Ao invés das edições anteriores não chegamos até ao Cais do Sodré pelo que a longa recta até ao Dafundo desta vez acabou por ser um pouco menos longa. E foi nesta fase que o Sol despontou em todo o seu esplendor contribuindo para uma temperatura pouco recomendável para a maioria dos atletas.
Nos últimos quilómetros deparamo-nos com três atletas deitados no chão e a receberem assistência da equipa médica de apoio à prova. Infelizmente situações como esta repetem-se todos os anos. E não estamos a falar de atletas com uma idade mais avançada. São, sobretudo, “jovens” sem qualquer preparação para uma prova com a dureza de uma Meia Maratona.
Concluída a prova os atletas das LEBRES E TARTARUGAS reúnem-se junto à entrada para o Museu da Marinha, tal como tinham planeado previamente.
Cada um fez a sua corrida dentro das suas perspectivas. O Gonçalo era o mais encantado com a Meia Maratona de Lisboa. Nunca tinha participado numa corrida com tanta gente. Aliás a edição de 2023 foi, certamente, uma das mais concorridas de sempre. E já se sente preparado para novos desafios.
Ganhámos mais um atleta para acompanhar com maior regularidade os restantes membros da nossa equipa.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Não são dez, não são quinze e não são vinte. Desde 2013 que a Corrida das Lezírias passou a ter uma distância oficial com um número nada redondo de 15,5 Km.
Normalmente, e no que às provas de estrada diz respeito, é habitual que a distância oficial se enquadre numa das provas mais tradicionais. Só a Maratona, e por arrasto a Meia Maratona, tem uma distância oficial com uma precisão que vai até ao metro. Mas isto tem a ver com a origem histórica da Maratona.
Bem sabemos que, na esmagadora maioria das situações, os atletas correm sempre um pouco mais do que o anunciado. Talvez o facto de uma maioria assinalável dos atletas utilizarem actualmente relógios “inteligentes” que medem em tempo real as distâncias das corridas nos permita aferir a diferença entre a distância oficial e a real.
A Corrida das Lezírias tem tido a “assinatura presencial” de atletas das LEBRES E TARTARUGAS. Faça chuva ou faça Sol é habitual que os nossos atletas se desloquem num fim de semana de Março a Vila Franca de Xira para participar numa corrida que continua a ter a aceitação de um grande número de atletas.
A paisagem envolvente é simpática com a corrida a desenrolar-se aos longo das duas margens do Rio Tejo.
O piso é composto por uns três quilómetros iniciais e finais em alcatrão. Depois de atravessarmos a Ponte Marechal Carmona em direcção à margem esquerda do Tejo viramos à direita e entramos na lezíria Ribatejana. Um piso em terra batida, mas bem compacto, dá lugar a algumas zonas com pequenas poças de água, maiores ou menores consoante a quantidade de chuva que caiu nos últimos dias anteriores à prova. Mais à frente, e após o primeiro abastecimento de água por volta do quilómetro oito, entramos num segmento em que o piso é mais mole e, por vezes, bastante enlameado. É, na minha opinião, a melhor parte da corrida. Aqui os atletas já estão em velocidade cruzeiro e adquirem um ritmo mais vivo que lhes permite atacar com maior confiança e fulgor a parte final em alcatrão até ao pavilhão Gimnodesportivo no Parque Urbano do Cevadeiro.
Com a meta à vista alguns atletas fazem o “sprint” final seja para ganharem algumas posições seja para terminarem em beleza a Corrida das Lezírias.
Devido à circunstância de se realizar a uma distância de uma semana da Meia Maratona de Lisboa esta corrida pode também ser encarada como um bom treino para os 21,0975 quilómetros que aí vêm.
Assim se mantenha o percurso e certamente que continuará a ter uma larga adesão dos atletas populares de estrada.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
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