Foram 20 Km de Sol, muita Lama e muitas subidas e descidas.
As previsões meteorológicas apontavam para um domingo com chuva elemento natural em corridas de trail e tão da preferência do nosso atleta Frederico. Aliás penso que foi com algum desalento que os nossos dois atletas partiram para esta prova. O Sol é bom, principalmente para quem se dá bem com o calor. Mas nesta altura do ano esperávamos outro tipo de condições. Mas não foi a ausência de chuva que afectou o Oeiras Trail. Até porque choveu bastante nos últimos dias contribuindo para um piso bastante lamaçento e do qual os Trailistas tanto apreciam.
Costuma-se dizer que em equipa que ganha não se mexe. O mesmo se aplica às organizações de eventos desportivos. Quando a fórmula resulta em sucesso não se deve mexer muito nas edições seguintes. Mas não é o que tem acontecido no Oeiras Trail.
Em três edições do Oeiras Trail a organização tem alterado todos os anos o percurso e a tecnicidade da corrida. Não se acomodaram arriscando à procura de um modelo que vá ao encontro do interesse dos participantes nas diferentes modalidades.
No que à opção do Trail 20 K+ diz respeito, que foi aquela em que se inscreveram os dois atletas da equipa das LEBRES E TARTARUGAS, a edição deste ano foi talvez a mais equilibrada.
Ao longo de toda a prova fomos verificando que o trajecto era substancialmente diferente do do ano passado. Apenas encontrámos alguns troços conhecidos mas que foram feitos em sentido contrário.
A corrida começou à hora marcada e sem as antigamente obrigatórias máscaras durante as fases mais críticas do Covid19.
Aos poucos a vida vai reentrando na normalidade.
Em andamento bastante vivo os atletas começam a atacar os 20 Km do Oeiras Trail. A partida é separada para cada distância.
Decorridos cerca de dois quilómetros temos um primeiro engarrafamento com o atravessamento de uma pequena ribeira imediatamente complementada com uma subida bastante exigente tendo em conta a lama existente que tornava o piso bastante escorregadio e com a necessidade de ser atacada em modo de tracção total.
A partir deste ponto entramos num carrocel de subidas e descidas, umas mais exigentes e outras nem tanto.
Por volta do quarto quilómetro temos novo congestionamento com a entrada num túnel bastante baixo. Em alguns locais quase que temos de andar de gatas para não batermos com a cabeça no tecto. Ao nosso lado direito corre um pequeno curso de água. Ainda pensámos se seria esgoto mas a ausência de qualquer cheiro levou-nos a concluir que se tratava apenas de uma linha de águas pluviais. No final desta travessia encontramos o porquê para as constantes paragens dentro do túnel. Aguardáva-nos uma pequena mas difícil escalada só possível com a ajuda de uma corda com nós estrategicamente colocada pelos Bombeiros que davam uma ajuda a quem mais dela necessitava.
Voltamos à superfície para, cerca de um quilómetro depois, termos o primeiro ponto de abastecimento.
Uma característica da prova deste ano foi o equilíbrio entre a condição física e o andamento dos atletas, sem contar com os que lutavam pelos melhores lugares da classificação. Ao longo de todo o percurso andamos praticamente sempre acompanhados o que motiva um andamento mais vivo com constantes ultrapassagens entre atletas. Um dos problemas de andar em grupo é fixarmo-nos apenas no atleta que vai mais à nossa frente descurando a observação das fitas sinalilzadoras do percurso. É um primeiro passo para nos enganarmos no caminho a seguir. Se o que vai mais à frente se engana aí vão todos os "cordeirinhos" atrás dele. E foi o que aconteceu por duas ou três vezes. Faz parte das provas de Trail.
Com o aproximar do fim os atletas começam a fazer a contagem decrescente dos quilómetros que ainda falta percorrer. Parece que cada quilómetro é mais comprido no final. E começa também a sensação de andarmos às voltas e aos ziguezagues até à meta.
E só mais uma subida, logo seguida por uma descida até nova escalada antes de reentrarmos nas instalações dos Nirvana Studios.
Das três edições já realizadas esta foi, sem dúvida, a mais equilibrada.
Terminámos, uns em melhor estado, outros nem tanto.
Um curiosidade final.
O número do meu dorsal coincidia com a minha idade: 66.
Os astros estavam alinhados. Daí a prova ter-me corrido tão bem.
Se houver uma quarta edição cá estaremos de novo.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
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