Mais uma “clássica” a regressar após dois anos de anos de ausência devido à pandemia do Covid19.
Habitualmente agendada para o final de Março, a edição de 2022 foi deslocada para o mês de Maio com o objectivo de minimizar os riscos existentes em termos de pandemia e diminuir os constrangimentos relacionados com grandes ajuntamentos de pessoas.
Com este adiamento corria-se sérios riscos de a prova vir a realizar-se com uma temperatura um pouco mais amena do que a habitual, contribuindo para aumentar a dificuldade dos atletas em cumprirem os 21,0975 quilómetros em condições próximas das ideais.
E confirmaram-se as piores expectativas. Para azar da maioria dos participantes a Meia Maratona Lisboa 2022 realizou-se debaixo de um calor pouco propício para uma corrida com uma distância assinalável.
A organização poderia ter minimizado um pouco a situação se tivesse marcado a hora da partida para uma hora mais cedo. Mas todos sabemos como a logística desta prova é complicada. Para permitir a sempre apreciada travessia da Ponte 25 de Abril a pé, a maioria dos atletas, oriundos de Lisboa, é obrigada a apanhar bem cedo o comboio da FERTAGUS rumo à Estação do Pragal o que não se afigura nada fácil. E para aqueles que optam por deixar de manhã o carro nas imediações de uma estação do comboio têm um problema acrescido no final da Meia Maratona dado que a mais próxima é bastante longe da meta. Mas esta é uma realidade já bem conhecida de todos e não é por este motivo que a Meia Maratona de Lisboa deixa de ter largos milhares de atletas.
Não há entrega de dorsais no próprio dia da corrida pelo que os atletas têm de se deslocar de véspera à Feira do Desporto situada numa tenda nas imediações do Centro Cultural de Belém.
Em primeiro lugar temos de levantar o dorsal mediante a apresentação do comprovativo da inscrição de cada atleta. Cumprida esta primeira formalidade temos de nos dirigir até à zona de entrega da camisola oficial da prova que este ano tem um "design" diferente do habitual, estando em grande destaque a imagem da Ponte sobre o Tejo, verdadeiro “ex-libris” da Meia-Maratona de Lisboa.
Como é habitual a animação é bastante grande e estabelece-se um primeiro contacto com os atletas das duas provas competitivas. Facilmente se percebe que muitos são os atletas de outros Países que, uma vez mais, visitam a nossa Capital. Conseguem assim juntar a visita a uma das cidades mais bonitas da Europa com a participação na Meia Maratona mais rápida do Mundo. Esta adesão dos estrangeiros é assinalada por uma colaboradora da Xistarca que estava a dar apoio à entrega do “kit” de participante.
“Finalmente tenho portugueses à minha frente. Durante toda a manhã só me têm aparecido estrangeiros”.
Vários são os “stands” de venda de material desportivo ou até de promoção de entidades que apoiam a prova. Aproveito para comprar umas meias para estrear no dia seguinte na corrida. Aprovadas, tendo corrido o risco de fazer uma prova desta envergadura com material novo ainda não testado.
Com o Frederico ainda a recuperar da pneumonia que o atirou para o estaleiro, responderam à chamada o João Valério, o Carlos Teixeira e o Carlos Gonçalves. O ponto de encontro dos dois Carlos foi a rotunda na zona do Pragal e imediatamente antes da descida para a Praça da Portagem. Ambos os atletas deslocaram-se utilizando o comboio da Fertagus.
Bem cedo se nota uma grande animação. Àquela hora da manhã as carruagens são esmagadoramente ocupadas por atletas com o dorsal ao peito. Logo à saída da Estação de Comboios do Pragal encontramos uma primeira banda contribuindo para a criação de um ambiente de Festa.
Calmamente as pessoas deslocam-se até ao local da respectiva partida. Crianças e Adultos dão um colorido especial.
O primeiro encontro entre atletas das LEBRES E TARTARUGAS dá-se quando o João Valério aparece na companhia de dois amigos e com os quais vai correr a prova da Meia-Maratona. Cerca de quinze minutos mais tarde surge o Carlos Teixeira com um ar um pouco apreensivo em face da expectativa de vir a ter uma corrida debaixo de um Sol abrasador e com uma temperatura demasiado alta para as suas aspirações. Escusado será dizer que o Carlos Gonçalves era, muito provavelmente, dos poucos que via com bons olhos o cenário de calor que a todos aguardava.
Às dez e vinte começa a prova da Meia Maratona. Trinta e cinco minutos mais tarde dar-se-ia o tiro de partida para a corrida de dez quilómetros.
Apesar da separação das duas provas a travessia da Ponte 25 de Abril é feita um pouco aos soluços com muitos “empatas” a dificultarem a vida a quem almejava obter uma boa marca. Já não bastava o calor que se fazia sentir quanto mais muitos atletas que, em virtude de um ritmo mais lento, dificultavam a fluidez da travessia.
Deixamos para trás a Ponte sobre o Tejo e rumamos ao Cais do Sodré. O traçado é o mesmo desde há muitos anos pelo que não há grandes surpresas. Do outro lado da Avenida 24 de Julho vemos os principais candidatos à vitória na prova já a correrem em sentido contrário. Como o andamento é bem diferente do da maioria dos restantes participantes.
Nesta fase ainda sentimos, por vezes, uma agradável brisa fresca.
Depois da primeira inversão de sentido preparamo-nos para atacar a longa recta até ao Dafundo onde, ao quilómetro dezassete, fazemos a viragem para o troço final só parando na Meta junto ao Centro Cultural de Belém. Até Algés ainda temos algumas sombras retemperadoras aproveitadas pela maioria dos atletas. Da Estação de Comboios para a frente entramos na parte mais difícil por ser de uma aridez pouco desejada pela maioria.
Mas também presenciamos, aqui ou ali, alguns atletas caídos no alcatrão e com equipas médicas a tentarem a sua recuperação. É certo que estava muito calor, mas chegamos à conclusão de que há muitos atletas partem sem preparação minimamente adequada para uma corrida com este grau de dificuldade. Uma regra de ouro em provas de longa distância é adoptarmos um ritmo constante, talvez até mais lento daquilo que conseguimos em circunstâncias normais, mas que nos permita cumprir os cerca de vinte e um quilómetros sem grandes sobressaltos. E, para surpresa de todos, os atletas que vimos com assistência médica eram todos de uma faixa etária na casa dos trinta e poucos anos. Dá que pensar. Soube-se mais tarde que um atleta dos Países Baixos veio a falecer após ter cumprido a Meia-Maratona de Lisboa.
Em face da dureza da prova, tendo em consideração a distância e a alta temperatura, deve-se salientar a existência de bastantes abastecimentos com água, bebidas isotónicas e até suplementos alimentares. Uma vez mais a organização esteve à altura dos seus pergaminhos.
Valeu a pena. Foi mais uma corrida que fica nas nossas memórias.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Em tempo de tentativas de regresso à normalidade já faltava a Corrida do 1º de Maio.
Se bem que longe do fulgor dos tempos de pré-pandemia, a Corrida do 1º de Maio voltou a trazer o colorido, a diversidade de atletas e a animação às ruas de Lisboa. Menos atletas e, sobretudo, menos, muito menos, estrangeiros que têm dado o toque de internacionalização a esta Corrida que a CGTP põe de pé há 39 anos, não beliscam em nada o passado desta prova. Não precisamos de recuar muito no tempo para que encontremos mais atletas do que os que marcaram presença este ano no Estádio 1º de Maio para comemorar, à sua maneira, o Dia do Trabalhador.
Em jeito de balanço basta-nos visitar as estatísticas dos últimos dez para verificarmos que, com a presença de 678 atletas que cruzaram a Meta, a edição de 2022 significou um “desconto” da ordem dos quarenta por cento em face dos mais de 1000 atletas que marcaram presença nas últimas dez edições.
Sem dois dos seus mais activos atletas em terras lusas, a equipa das LEBRES E TARTARUGAS esteve representada pelo “grupo” dos Carlos – Teixeira e Gonçalves – marcando, uma vez mais, presença numa das mais populares corridas de estrada e, ainda por cima, com uma distância pouco habitual. Ou há as corridas de dez quilómetros ou há as mais extendidas Meias-Maratonas e Maratonas. Quinze quilómetros é que não é uma distância muito usual no que a prova de estrada diga respeito.
O Frederico ainda esteve representado, e muito bem, embora de forma indirecta, com o seu dorsal entregue à Mónica Miguéis, uma colega de trabalho do Carlos Teixeira. Assinale-se que esta atleta é uma “habituée” das provas de Fundo normalmente em representação da equipa “Run 4 Fun”.
Diversas vezes temos referido que a Corrida do 1º de Maio mantém um êxito digno de registo se tivermos em linha de conta que, pelo menos no passado mais recente, não tem havido alterações dignas de “monta”. Começando e terminando na Pista de Atletismo do Estado 1º de Maio, o traçado desenvolve-se ao longo de dois dos principais eixos viários que cruzam a cidade de Lisboa. Por não haverem surpresas talvez este seja o motivo pelo qual os atletas se entregam de corpo e alma a esta corrida. Não têm de se preocupar com as eventuais dificuldades do percurso guardando o seu pensamento para total fruição deste encontro entre “pares” de um mesmo “hobby”.
Algumas caras conhecidas que teimam em abandonar o seu desporto de eleição. A vida continua e muito em breve, também neste capítulo, poderemos afirmar com mais convicção que regressámos à normalidade. Alguém ainda se lembra das restrições do Covid 19 que nos obrigavam a comparecer à partida escondidos atrás de uma qualquer máscara protectora? Já faz parte do passado.
E já no próximo fim de semana as LEBRES E TARTARUGAS voltam à estrada e ao local onde tudo começou. Falamos precisamente da Meia Maratona EDP de Lisboa com partida na Praça da Portagem e com a travessia da Ponte 25 de Abril. Um pouco mais tarde do que é habitual, talvez para aguardar por fase de maior abrandamento da pandemia que nos assolou, os atletas vão voltar a encontrar a animação que normalmente envolve esta Meia Maratona.
E espera-se bom tempo com o Sol bem lá ano alto estando afastado todo e qualquer cenário de chuva e com a temperatura do ar a aproximar-se de valores mais próximos do Verão.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
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