Este foi um fim de semana em cheio com a participação da equipa das LEBRES E TARTARUGAS em duas frentes.
Em Lisboa, o nosso atleta Carlos Teixeira fez as honras da casa numa Corrida da Árvore renovada e com um percurso predominantemente em terra batida e tendo como palco a Serra de Monsanto.
O Frederico e o Carlos Gonçalves optaram por um Trail na Serra de Sintra.
Foi a segunda vez que o Frederico participou no Peninha Sky Race do qual guardou óptimas recordações. Desta vez contou com a companhia do seu colega “Trailista” Carlos Gonçalves.
A organização montou duas provas com distâncias e altimetrias diferentes e exigentes o quanto baste. Num percurso circular, com partida e chegada à Malveira da Serra, os Trails 26 K e 16 K coincidiam no início e no fim, mas com partidas separadas em cerca de meia hora.
Podemos dizer que a prova teve três partes distintas. A primeira consistia numa subida bastante exigente até às imediações do Santuário da Peninha. Após a separação dos atletas das duas provas o Peninha Sky Race inicia-se uma fase muito diversificada desenvolvendo-se pelos inúmeros caminhos existentes na Serra de Sintra e repetindo troços já bem conhecidos quer pelos nossos atletas, quer pelos amantes de Caminhadas quer também, e muito particularmente, pelos amantes do BTT.
Num “carrossel” constante de sobe e desce, passando por “single treks tão ao gosto dos BTTistas, é, muito provavelmente, a melhor parte de todo o percurso. Algumas subidas exigentes o quanto bastem contrastam com descidas técnicas onde toda a atenção é necessária para não tropeçarmos em alguma raíz mais escondida e propícia a uma queda mais desamparada.
Ao longo de toda a prova verificamos que não estamos sozinhos. Cruzamo-nos constantemente com muitos dos amantes da natureza que vêm ao fim de semana à Serra de Sintra para recarregar baterias depois de uma semana mais ou menos desgastante.
Durante muitos anos a Serra de Sintra foi o Santuário das Bicicletas de Todo-o-Terreno, fosse na modalidade de “Cross Country” fosse no muito perigoso e radical “downhill”. Nos últimos anos “democratizou-se”. Deixou de ser um espaço de elite para as bicicletas passando a ser um palco de multiactividades.
Deixando o coração da Serra de Sintra encetamos o regresso à Malveira da Serra cumprindo, em sentido contrário, o percurso inicial só que, desta vez, a descer. E não se considere esta última parte como fácil. A inclinação é de tal ordem que nos obriga a cuidados redobrados para evitarmos contratempos. E um indicador revelador da dureza deste final é o desgaste muscular que se sente com, por momentos, as cãibras a quererem marcar presença.
Se o circuito já foi de si muito agradável, mas também bastante desafiante, o que dizer do tempo. É incrível como em pleno mês de Fevereiro fomos presenteados com uma temperatura e um Sol dignos de um dia de Primavera. E já estamos a pagar por isso.
E também não podemos deixar de realçar, uma vez mais, o encanto da Serra de Sintra. Seja na sua beleza interior, com uma vegetação que permanece muito densa e que tem resistido a "crimes" ambientalistas, seja nas paisagens que nos deixam quase sem fôlego tal a sua grandiosidade. Quase que nos apetece interromper por alguns momentos a nossa corrida e focarmo-nos a tirar fotografias aos vários cenários que presenciamos numa amplitude de 360 graus. Mas não foi para turismo que viemos aqui. Quiçá talvez dediquemos um fim de semana a visitar este paraíso, não numa vertente desportiva e competitiva, mas mais numa descoberta dos inúmeros recantos deste pequeno paraíso.
Em termos de balanço final pode-se considerar que, tendo em consideração a nossa actual, e normal, condição física e menor destreza de movimentos, estivemos na presença de uma Corrida de Trail muito próxima da perfeição para os nossos dois atletas.
Exigente quanto baste e com uma extensão que nos propicia um gozo constante.
Que permaneça assim o Peninha Sky Race e continuará, de certo, a contar com uma grande adesão.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
A Magia voltou:
Sintra é Mágica.
“Coimbra tem mais encanto na hora da despedida”, Mas Sintra é um encanto sempre.
À partida a Corrida do Fim da Europa tem vários motivos que, em circunstâncias normais, desincentivariam a adesão de muitos atletas. A começar pelo local do levantamento dos dorsais distante do local da partida - nos primeiros anos das nossas participações podíamos recolher o nosso “kit” de atleta junto à partida e no próprio dia da corrida – passando pela dificuldade em encontrar um local para estacionar as viaturas, e terminando com o facto de ser uma corrida em “linha” em que os locais da partida e da chegada distarem cerca de dezassete quilómetros, dificilmente encontraríamos justificação para o nível de adesão que tem sido crescente. “Dificilmente haverá prova mais bonita” é uma frase que tem acompanhado ao logo dos anos a Corrida do Fim da Europa. E talvez por isso atraia tantos atletas.
Há um ano muitos de nós provavelmente que não acreditariam que a Corrida do Fim da Europa regressaria em força em 2022. E com que força.
Uma vez mais os atletas são divididos por duas vagas de partida. Já assim era antes da pandemia que tomou conta das nossas vidas nestes dois últimos anos. A animação continuou em alta. Parece que ninguém quer deixar de acrescentar ao seu currículo de corridas a participação numa prova cada vez mais mítica.
O traçado mantém-se inalterável ao longo dos anos o que permite a muitos já não encontrarem grandes surpresas. Mesmo a terrível subida aos dez quilómetros, antecipando a loucura da descida até à Meta, continua a meter respeito, mas pouco mais do que isso.
Os atletas das LEBRES E TARTARUGAS voltaram a encontrarem-se junto à manga da partida. Faz-se um pequeno balanço desde a última vez que estivemos juntos e fazem-se também alguns planos tímidos para o futuro. E, como manda a tradição, tirámos a nosso fotografia de grupo que irá marcar presença na habitual crónica no nosso blogue bem como no grupo de “Watts App” das LEBRES E TARTARUGAS.
Às dez em ponto, e após um período de aquecimento – para quem quis – orientado por uma equipa de especialistas, é dada a ordem de partida. Sem grande ritmo, atendendo ao forte aglomerado de atletas, a Serra de Sintra é tomada de assalto. A maioria de nós sabe perfeitamente o que nos espera. Só não esperávamos as condições meteorológicas pouco habituais para a Serra de Sintra nesta altura do ano. O nevoeiro matinal tão habitual desta vez não marcou presença. Ficámos, assim, sem um dos cenário míticos desta corrida. E fomos também brindados com uma temperatura bem perto do ideal. Nem frio nem calor. Perfeito. Talvez alguém se possa queixar de algum calor…
A chegada ao Cabo da Roca costuma ser acompanhada por vento forte e frio. Não nos podemos esquecer que a Meta está situada num local bem desabrigado. Mas também nos estava reservada mais uma surpresa com a “calmaria” do tempo que se fez sentir e nada vulgar nesta altura do ano.
Os Deuses estiveram connosco. Pergunta para “queijinho”: Há algum Deus protector dos Corredores? Que responda quem saiba.
A nossa viatura de apoio estava, como habitualmente, estacionada desde a véspera na localidade de Azóia.
Encetamos a nossa viagem de regresso que deveria ser feita em sentido inverso ao da Corrida. À medida que avançávamos na nossa viagem de regresso íamos analisando os troços que mais nos custaram a vencer. Chegamos a uma bifurcação tendo o Frederico optado por virar à direita. Bem depressa concluímos estar na direcção errada. Era a estrada a zona da Malveira da Serra. Feita a inversão de marcha verificamos que não nos era permitido seguir até Sintra pela mesma estrada que tínhamos anteriormente percorrido. Somos obrigados a regressar a Sintra pela zona de Colares, o que nos atrasou consideravelmente.
Chegados finalmente a Sintra saem os atletas que tinham deixado os carros nas imediações da estação terminal de comboios.
Cada um regressa a casa provavelmente bastante satisfeitos com o dever cumprido.
Até 2023, se não houver mais algum percalço que impeça o nosso regresso à normalidade.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
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