Aos poucos começamos a voltar à normalidade. Depois do Grande Prémio do Atlântico, uma semana antes, retomamos a nossa actividade com a participação em provas de Trail.
A 2ª edição do Oeiras Trail estava marcada para Julho de 2020, mas a pandemia anulou todas as provas agendadas para esse ano. A organização manteve válidas as inscrições feitas então ficando-se a aguardar por uma data que permitisse cumprir todas as regras da Direcção Geral de Saúde.
Com a alteração de data alteraram-se também as condições climatéricas em que deveria decorrer o Oeiras Trail. Para satisfação do Frederico passámos de uma situação em que as altas temperaturas certamente marcariam presença para um cenário bem mais do seu agrado. E foi o que se verificou.
Eram cerca das oito horas da manhã, e com uma hora a mais de sono devido à mudança da hora, quando o Carlos Gonçalves chegou aos Nirvana Studios para o levantamento dos dorsais dos atletas das LEBRES E TARTARUGAS. Elementos da organização indicaram o local destinado ao parqueamento das viaturas alertando para termos cuidado com a lama que se tinha formado devido à chuva da noite anterior. Se estas eram as condições no Parque o que seria ao longo da corrida, pensou o Carlos Gonçalves. Certamente que iríamos ter pela frente um percurso bem exigente, mas tão ao gosto dos Trailistas. Mal chegou o Federico este foi o tema imediato de conversa.
Até à hora da partida do Trail K20+ os dois Tartarugas dedicaram algum tempo ao costumado aquecimento, que foi NENHUM. Teríamos muito tempo para aquecer durante a corrida.
Já estávamos na “Grelha de Partida” quando tivemos de dar uma corridinha até aos nossos carros para irmos buscar a máscara exigida pela organização. Na nossa opinião foi um excesso de zelo pois levantámos os dorsais e circulámos pelas instalações, ao ar livre, sem alguém nos chamar a atenção para esta peça de “equipamento”.
Às nove em ponto os atletas dão início à sua prova. Foi uma espécie de “Partida Lançada” percorrendo-se cerca de um quilómetro e com nova passagem pelo parque dos Nirvana Studios. Então sim começava verdadeiramente a corrida do Trail Longo.
A edição de 2021 contou com um percurso substancialmente diferente do da primeira edição em 2019. O traçado passou a ser mais exigente com a presença de muita lama. Os locais de partida e de chegada também foram alterados deixando de ser nas instalações da antiga Fábrica da Pólvora passando para os Nirvana Studios, Centro Cultural alternativo localizado na Estrada Militar de Valejas.
Os Nirvana Studios são um Centro Cultural alternativo, fundado em 2003. Têm origem na Customs Circus, uma Companhia de Teatro Transdisciplinar e de Artes Visuais, e que adquiriu um antigo paiol do exército Português no tempo do Estado Novo e para onde eram transportados camiões com carregamentos de Bombas, Munições e Armamento.
Neste local fomos encontrar relíquias de viaturas automóveis célebres e admiradas nos meados no século XXV. Por momentos recuámos no tempo.
Um pouco de cultura não fica mal.
Estamos numa corrida de Trail onde se espera tudo menos dificuldades e piso fácil. A moleza do piso e a falta de aderência convidava, em algumas subidas mais “trabalhosas”, a recorrer-se à tracção total – pés e mãos - para se vencer uma ou outro obstáculo mais exigente. Por vezes ainda aparecia uma mão amiga para dar uma ajuda.
Um dos aspectos menos positivo foi o da marcação do percurso. Houve zonas em que as fitas estavam em locais pouco visíveis dando origem a que os atletas menos atentos se perdessem, percorrendo quase dois quilómetros adicionais. E, regra desaconselhável em provas de Trail, seguir “cegamente” quem vai à frente num qualquer grupo, invariavelmente conduz a que os atletas deixem de se guiar pelas fitas sinalizadoras. E foi exactamente o que aconteceu com um grupo de atletas que, a certa altura e na ausência de fitas sinalizadoras, teve de dar meia-volta até encontrarem o caminho certo. Foram quase dois quilómetros em vão.
Sem grandes surpresas os atletas iam cumprindo o seu percurso disfrutando ao máximo o verdadeiro ambiente de Trail.
Foi uma prova exigente. Talvez nem todos estivessem preparados para a dureza devido à lama que imperava ao longo de praticamente todo o percurso. Mas, mesmo assim, desistir é sentimento que não cabe na mentalidade dos Trailistas. O que interessa sobretudo é chegar ao fim e nas melhores condições possíveis.
Os dois atletas das LEBRES E TARTARUGAS portaram-se à altura e dentro das suas actuais capacidades.
Foi um bom regresso aos Trails. No próximo ano, caso se mantenha a data tradicional, esta prova realizar-se-á em condições bastante diferentes. A ver vamos.
Nesta fase a oferta de corridas começa a ser muito intensa. Parece que as organizações querem recuperar no último trimestre de 2021 o que não foi feito em 2020. Temos de ser criteriosos. É quase decidir prova a prova. A expectativas são bem mais animadoras do que há um ano atrás. Certo é que já estamos inscritos para a edição da Corrida do Fim da Europa a realizar-se no início de 2021. Pelo meio fica a aventura do nosso atleta Carlos Teixeira na Maratona do Porto.
Por último registe-se que, por um qualquer erro da organização, o Frederico não constou do Trail 20k+. Já apresentámos a devida reclamação.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Quinhentos e noventa e cinco dias depois da última prova a equipa das LEBRES E TARTARUGAS regressa à competição.
Foi no longínquo dia 8 de Março de 2020 que se realizou a Corrida dos Salesianos prova na qual participaram, pela última vez e sem o imaginarem, o Carlos Teixeira e o Frederico. E se quisermos reencontrar o trio fundador das LEBRES E TARTARUGAS conjuntamente em acçãoteremos de recuar até ao dia 27 de Outubro de 2019, data em que se realizou a Corrida do Montepio e última prova na qual participou o nosso atleta mais Veterano Carlos Gonçalves antes de ir “à faca” numa operação ao Menisco do joelho esquerdo. Foram 728 dias sem qualquer competição.
A ausência de competição não significa uma paragem total da actividade dos atletas pois eles tinham a consciência de que, mais dia ou menos dia, as provas oficiais iriam regressar. Mas treinar sem qualquer objectivo imediato é duro. É como trabalhar para aquecer…
Finalmente regressámos à competição e todos desejamos que seja para ficar. O ano de 2020 vai ficar, decerto, nas nossas memórias onde fomos obrigados a um profundo isolamento a que, felizmente, não estávamos habituados. Nunca tínhamos passado por idêntica situação. E não desejamos voltar a passar.
E neste reencontro das LEBRES E TARTARUGAS retomámos os velhos hábitos. Com quase uma hora de antecedência os nossos atletas encontraram-se junto ao Restaurante do Barbas onde, como manda a tradição, tratámos de tirar a nossa fotografia oficial com os atletas perfilados e em grande pose.
Às dez horas é dado o tiro de partida. Os atletas tratam de escolher o sector no qual desejavam partir. Partimos no bloco dos Sub 60 embora não soubéssemos se era o mais adequado ao nosso momento de forma. E, na realidade, foi uma escolha acertada já que os três Tartarugas concluíram a prova antes da hora. Nada mau.
O Grande Prémio do Atlântico é uma das clássicas da distância de dez quilómetros, prova organizada pelo Núcleo Sportinguista da Costa da Caparica. Tem a vantagem de ser praticamente plana sem exigir muito dos atletas e propícia à obtenção de ritmos mais elevados. Por este motivo foi mesmo a prova ideal para o regresso à competição para quem esteve parado meses intermináveis.
Partindo junto à Praia da Costa da Caparica deambulamos pelas várias artérias desta localidade. De vez em quando vão sendo introduzidas algumas alterações de modo a manter atractividade da prova. Um dos grandes méritos do actual traçado é nunca termos experienciado aquela desagradável sensação de andarmos aos “ziguezagues” para preencher Quilómetros.
Na segunda metade da prova, logo após o único abastecimento de água, entramos nos segmentos mais agradáveis deixando o alcatrão para trás e rumando ao paredão junto às praias. É certo que na parte final temos de vencer a dificuldade de correr em areia.
Deixamos o Paredão e regressamos ao alcatrão. Temos pela frente o último quilómetro. Alguns atletas dão o derradeiro “sprint” na tentativa de obterem uma posição na tabela classificativa mais de acordo com as suas expectativas.
A equipa das LEBRES E TARTARUGAS reagrupa-se para uma foto final.
Fazem-se já alguns planos para as próximas participações. Mas temos de ir com calma. O tempo de paragem competitiva foi demasiado longo. Não podemos, ou devemos, querer fazer no curto prazo aquilo que não foi feito num ano e meio.
Prá frente LEBRES E TARTARUGAS.
Crónica de Carlos Gonçalves]
Vencedor: GONÇALO CLÁUDIO (UA Povoense): 0:33.13
Atletas que concluiram a Prova: 777
Atletas | Dorsal | Escalão | Classificação Geral | Classificação Escalão | Tempo Oficial | Tempo Líquido | Ritmo min/Km | Velocidade Km/h |
Carlos Gonçalves | 586 | M6099 | 588º | 45º | 0:58:31 | 0:57:56 | 5:48 | 10,36 |
Carlos Teixeira | 587 | M6099 | 428º | 21º | 0:53:54 | 0:53:20 | 5:20 | 11,25 |
Frederico Sousa | 588 | M5559 | 513º | 52º | 0:57:32 | 0:56:56 | 5:42 | 10,54 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função do tempo líquido da prova.
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