A declaração do Estado de Emergência veio condicionar fortemente a nossa mobilidade só nos sendo permitido sair de nossa casa para assegurar um conjunto de tarefas bem definidas: ir comprar comida ou medicamentos, tratar de alguém ou ir para o nosso local de trabalho quando o mesmo não possa passar a ser feito a partir de casa.
E nós desportistas, mesmo que amadores, como vamos fazer para tentar manter alguma forma física e assegurar bons níveis da nossa sanidade mental?
No meio do cenário actualmente tão restritivo, eis que se nos abre uma Porta, ou uma Janela de Oportunidade termo tão na moda. Além de poder sair de casa para passear o cãozinho também é possível às pessoas virem até à rua, sem se afastarem, muito para correr ou fazer uma caminhada desde que o façamos em isolamento e guardando as “distâncias de segurança”. Podemo-nos dar por felizes com esta abertura nas regras do confinamento numa altura em que todas as provas desportivas têm vindo a ser canceladas pelo que a nossa margem de manobra diminuiu substancialmente.
Correr só por correr não chega. Numa primeira fase talvez. Mas, se quisermos que a prática desportiva seja duradoura, temos de juntar alguns objectivos. Daí a nossa regular participação em corridas competitivas das muitas que têm proliferado nos últimos anos.
Qualquer atleta quando participa numa corrida de cariz competitivo, seja amador ou profissional, estabelece sempre alguns objectivos que pode controlar facilmente ao longo da prova.
Se quer terminar com uma boa classificação dentro das suas reais capacidades só tem de se preocupar com os seus adversários directos e não os perder de vista.
Se tem como objectivo uma determinada marca de tempo só tem de controlar o relógio que tem no seu pulso.
Se a sua principal preocupação é terminar a corrida, cumprindo a totalidade da distância, só tem de olhar para Meta que está lá bem longe mas que se torna cada vez mais visível à medida que vamos avançando nos quilómetros.
Simples, muito simples.
Só que neste momento temos um adversário a vencer e com uns nomes profundamente estranhos: Corona Vírus, SARS-COV-2, ou Covid 19. Sabemos quem ele é, que existe e quais as suas forças. Só não ainda descobrimos quais são as suas fraquezas. E também não sabemos onde ele está em cada fase desta nossa competição. É um adversário invisível. É um adversário escondido. É um adversário que muda de "fato" constantemente tornando ainda mais complicado detectá-lo e munirmo-nos das armas mais eficazes. Não queremos que esta competição seja uma luta desigual. Mas temos de "ver" o rosto do nosso adversário e poder adoptar a táctica mais adequada. Cada um com as suas armas. E nós, desportistas, temos uma grande arma que se pode revelar decisiva na luta que agora travamos: persistência, resistência e crença de que a vitória está ao nosso alcance. Nunca desistir é o nosso lema.
Também não me atrevo a subscrever as palavras do Presidente da Repúlbica do Brasil segundo o qual o nosso passado de desportista nos torna imunes a este vírus. Não estamos. Apenas estamos mais bem preparados e dispostos para a luta. Mas podemos, ao virar de uma esquina, também ser contagiados.
Vamos vencer mais esta corrida e, no fim, celebrá-la-emos com maior satisfação. Com a satisfação inerente à vitória mas também com a satisfação de que voltaremos à normalidade.
E, um dia destes, vamos reencontrar caras conhecidas numa qualquer corrida em que participemos.
Força a todos. Já passámos por várias adversidades que foram apenas isso. Nunca desistimos e não é agora que desistiremos.
Ânimo!
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