O Mundo não pára, e as LEBRES E TARTARUGAS também não.
Sempre atentos às novidades que vão surgindo, a nossa equipa, através da participação de um dos nossos “trailistas” de serviço, marcou presença na edição de estreia do OEIRAS TRAIL. Em boa hora a divulgação desta prova caiu na nossa Caixa de Correio Electrónico. Uma distância aprazível de vinte quilómetros, e uma zona pouco explorada neste tipo de actividade desportiva, foram argumentos bastante importantes para aguçar o interesse de um dos elementos da nossa equipa. Ele bem tentou, mas sem qualquer sucesso, arregimentar outros “tartarugas” para o acompanharem. Ainda no rescaldo do PALMELA RUN o Carlos Gonçalves tratou logo de assegurar a inscrição para que, no último dia de Junho, pudesse estar bem cedo na Fábrica da Pólvora, em Barcarena, a fim de participar nesta novíssima corrida.
A animação era, como sempre, bastante grande. Depois de consultar as listas com os dorsais de todos os atletas inscritos entra-se numa fila ordeira – sim porque se trata de gente “bem educada” – para cada um levantar o respectivo “Kit” de participante. Estava cumprida a primeira etapa do dia.
Uma corrida de Trail envolve uma logística mais complexa do que nas provas de estrada. Além de colocar o dorsal em local bem visível, cada atleta deve levar consigo um reservatório com líquidos e alguns suplementos alimentares. E aconselha-se também a levar um telemóvel para contactar a organização no caso de algum acidente de percurso. E, para acondicionar tudo isto, a maioria dos atletas opta por se fazer acompanhar por uma mochila que, apesar de representar um peso extra, poderá vir a revelar-se bastante útil ao longo da prova, mais particularmente entre cada ponto de abastecimento. Cumprido esta ritual regressa-se ao local de partida. Procuram-se caras conhecidas e acompanha-se o “speaker” de serviço o qual tenta animar a “malta”: “de aqui a cem anos quando estiverem vocês todos a comemorar a centésima edição do OEIRAS TRAIL vão certamente lembrar-se deste dia maravilhoso”…
À hora marcada é dada a ordem de partida para os atletas do Trail Longo, também denominada de Trail K20+. Hoje tudo é desconhecido. Os primeiros dois quilómetros são feitos um pouco às voltas do perímetro da Fábrica da Pólvora, com uma segunda passagem pela zona da partida, e mais tarde Meta de todas as provas. Num misto de terra e de alcatrão, com algumas subidas e descidas pouco pronunciadas, foi bom para aquecer. A primeira dificuldade de natureza mais técnica surge lá mais para a frente com o atravessamento de uma pequena ribeira. O piso bastante pedregoso requer alguma atenção para evitar uma queda de consequências mais graves e que poderá colocar em risco todo o resto da corrida. Um pouco mais à frente, e depois de cumpridos os primeiros cinco quilómetros, começamos a ser ultrapassados pelos participantes no Trail Curto. O ritmo é completamente diferente. Não só a distância por eles percorrida é inferior à nossa como o que os espera é também menor. Não têm de se poupar tanto quanto os restantes atletas.
Uma corrida é feita de momentos, momentos esses que nos ajudam a construir pequenas histórias à sua volta. Ao contrário do que acontece nas provas de estrada (e que me perdoem os amantes desta modalidade) no chamado “Trail Running” há uma maior interacção entre os vários atletas, encontrando-se mesmo um espírito de entreajuda onde todos somos uma equipa. Ao longo das corridas de trilhos vão-se criando espontaneamente pequenos grupos que, dentro do mesmo ritmo, se vão ultrapassando mutuamente em função das dificuldades e da dureza do percurso. Foi numa destas fases que uma colega ora me passava à frente em zonas mais planas ora ficava para trás numa subida mais exigente ou numa descida mais arriscada. Na primeira ultrapassagem que me fez, imprimindo um ritmo mais vivo, pensei tratar-se da “Lebre” que iria “puxar” por este humilde Tartaruga e tentei acompanhá-la, na medida do possível. Em determinado momento, numa altura em que passei para a frente dela, virou-se para mim dizendo que “ia tentar acompanhar-me pois eu tinha uma passada e um ritmo constante servindo-lhe de referência”. Com o avançar dos quilómetros, e numa fase uma pouco mais dura da corrida, esta atleta começou a atrasar-se de tal forma descolando de mim. Afinal era mais uma Tartaruga e menos uma Lebre.
Mais tarde, ao longo de uma subida mais longa, dei por mim a pensar exactamente naquela corredora e como tinha ficado, concluía eu, irremediavelmente para trás. “Olá, já estou de volta”. Este reencontro acontece precisamente quando seu estava a ajudar um atleta que tinha sido acometido pelas tão irritantes cãibras infelizmente tão comuns neste género de corridas. Dei-lhe uma pastilha de Magnésio ISOSTAR e segui o meu caminho.
Entramos nos dois derradeiros quilómetros. Novamente atravessamentos uma Ribeira, óptimo momento para refrescar os pés e os músculos das pernas. Cada vez estamos mais perto do final. Já só faltam mil metros. De regresso ao alcatrão cumprimos as últimas centenas de metros. Avista-se o Portão de entrada da Fábrica da Pólvora. Mais à frente está a tão desejada meta.
Mais um “Trail” superado para juntar ao currículo. Os corredores dos dez quilómetros há muito que tinham terminado a sua prova. Os Caminheiros e as Caminheiras também começam a chegar. Entretanto a minha "sombra" de parte da corrida confidencia que o marido era o "Vassoura" do Trail Longo.
Enquanto recupero faço um pequeno balanço do novíssimo OEIRAS TRAIL. Não foi muito duro e também pouco exigente em termos técnicos. Foi Bom. É uma prova a repetir na próxima edição. Desejavelmente com a companhia de outros membros da nossa equipa.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Vencedor: NUNO ROCHA (Individual): 1:28:18
Atletas que concluiram a Prova: 187
Atletas | Dorsal | Escalão | Classificação Geral | Classificação Escalão | Tempo Oficial | Tempo Líquido | Ritmo min/Km | Velocidade Km/h |
Carlos Gonçalves | 27 | M60M | 141º | 10º | 2:39:31 | 2:39:19 | 7:58 | 7,53 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos líquidos
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