A época 2018/2019 aproxima-se rapidamente do fim. Queimam-se os últimos cartuchos. Os atletas quase já só pensam em Férias. Os planos de descanso estão há muito traçados e apenas se fazem os últimos acertos para preencher os dias que ainda não têm objectivos definidos. Esta é a altura do ano tão desejada mas que voa à velocidade da luz. Mas antes de irmos a “banhos”, ou a qualquer outra actividade mais de lazer, ainda temos algumas provas para cumprir e que fazem parte do nosso calendário de “running”. A época de estrada termina invariavelmente com os quinze quilómetros da Corrida das Fogueiras. Mas também ainda há alguns “trails” para concretizar.
E o Palmela Run é um deles.
Nas duas primeiras edições a equipa das LEBRES E TARTARUGAS esteve representada pelo Carlos Gonçalves e pelo seu filho Gonçalo. No ano passado o Carlos Gonçalves fez sozinho a prova de Trail, com o Pedro a participar na Caminhada. Este ano lançou o desafio ao Carlos Teixeira para o acompanhar nesta aventura e conseguiu também convencer as respectivas companheiras a participar na Caminhada.
A Serra da Arrábida é uma zona ainda preservada e que mantém muitos dos seus encantos. O Palmela Run detém também um interesse muito particular. Começa de dia, ao final da tarde, permitindo-nos desfrutar de um magnífico pôr-do-sol do alto da Serra do Louro e com Lisboa em pano de fundo. E como se trata de uma prova de trail com cerca de doze quilómetros e meio a maioria dos atletas só regressará a Palmela já pela noite dentro.
As duas equipas encontraram-se por volta das seis da tarde na área de serviço de Palmela. Chegando cedo conseguiríamos arranjar facilmente lugar para estacionar os nossos carros e ainda tomar um café e ir à Casa de Banho. Quando chegámos ao centro de Palmela notámos um reduzido movimento comparativamente com os anos anteriores. Pensámos que o interesse pela prova estaria a esmorecer. Hoje em dia há cada vez mais provas pelo que os atletas começam a optar por novas experiências. Mas mesmo assim estranhámos que os preparativos para a corrida ainda estivessem muito atrasados. Até a manga da Partida/Chegada ainda jazia vazia no chão. Estranho. Fomos ter com um elemento da organização e informou-nos que a hora da partida estava marcada para as oito da tarde e não para as sete como o Carlos Gonçalves afirmara. Estava tudo explicado. Foi a primeira gaffe. A segunda surpresa viria mais tarde com a distância da Caminhada. Em vez dos seis e meio adiantados pelo Carlos Gonçalves na realidade seriam oito quilómetros. Oops!!! Mas a tudo resistiremos. E com a alteração da hora de partida da prova de Trail muito provavelmente que ia por água abaixo o nosso jantar de Choco Frito num restaurante em Setúbal.
Aquela hora que tínhamos pela frente foi passada numa simpática esplanada onde alguns comemoravam uma despedida de solteiro bebendo taça após taça de um vinho branco fresco e muito apetitoso.
À medida que nos aproximávamos das oito horas aumentava a animação nas ruas. O movimento já era idêntico aos das anteriores edições para felicidade dos nossos atletas. Pelo menos a prova não deveria ser um fiasco à juntar às falhas de organização do nosso atleta responsável pelas inscrições.
De ano para ano a organização tem vindo a introduzir pequenas alterações no percurso aumentando a sua beleza e, simultaneamente, tornando-o mais exigente em termos técnicos e físicos. Os participantes no Trail partem em primeiro lugar fazendo uma primeira incursão pelas ruas de Palmela. Após cumpridas algumas centenas de metros tomamos o caminho que nos leva aos Moinhos da Serra do Louro.
Começa a fase de trilhos. Duas escaladas mais à frente e reencontramos o grupo dos Caminheiros que aproveitam para nos saudar e tirar algumas fotografias.
Segue-se uma descida muito técnica onde só os mais audazes, e talvez mais inconscientes, a abordam em grande ritmo. A dureza deste troço ficará presente para sempre na memória de uma Caminheira que, na ânsia de correr como os Trailistas, fracturou o pé direito ficando em muito mau estado e obrigando à pronta intervenção dos Bombeiros que nos aguardavam no final da descida.
Ultrapassada esta fase mais dolorosa entramos no estradão em direcção à baixa de Palmela até fazermos uma incursão por um “single Trek” bem ao jeito dos BTTistas.
Aos oito quilómetros deparamo-nos com o único ponto de abastecimento. Seguimos por uma antiga estrada romana, já bem nossa conhecida dos anos anteriores, e que nos conduzirá até ao ponto mais alto do percurso. Lá em cima está o Castelo de Palmela avistado praticamente ao longo de toda a prova.
Já noite regressamos à Vila da Palmela. Os frontais acesos em algumas cabeças dão um espectáculo adicional, quais pirilampos surgindo do nada.
Terminada a prova para os nossos dois trailistas ficámos à espera dos Caminheiros. Tendo partido mais tarde do que nós, e percorrendo todo os troços mais difíceis do percurso, tínhamos de contar com cerca de uma hora até vislumbrarmos as nossas companheiras.
Começámos a fazer em sentido contrário as últimas centenas de metros do percurso. O nosso jantar de choco frito estava definitivamente posto de parte. Assim pelo meio íamos olhando para todos os lados à procura de sítio para comer e que estivesse aberto até tarde.
Encontrámos uma simpática Pizzaria – “Pizzas Da Vila” – que servia jantares até às onze horas da noite. Após concluírem a prova as duas Caminheiras e os seus dois Trailistas correram até aos carros para trocarem de roupa seguindo directamente para o restaurante. A simpatia dos empregados aliada ao conforto das instalações e à qualidade da comida foi uma opção que não ficou em nada atrás do repasto que tínhamos ambicionado para Setúbal. Fica para a próxima.
Mais um desafio superado. Só tivemos pena da falta do Tartaruga Frederico que não só não veio até Palmela como se manteve no anonimato não respondendo às nossas provocações e conversas no WhatsApp.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Vencedor: JOÃO BRAGADESTE (Individual): 0:53:26
Atletas que concluiram a Prova: 251
Atletas | Dorsal | Escalão | Classificação Geral | Classificação Escalão | Tempo Oficial | Tempo Líquido | Ritmo min/Km | Velocidade Km/h |
Carlos Gonçalves | 249 | M60 | 149º | 5º | 1:28:00 | ND | 7:02 | 8,52 |
Carlos Teixeira | 250 | M55 | 150º | 8º | 1:28:15 | ND | 7:04 | 8,50 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos líquidos
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