Ainda no rescaldo da Maratona de Sevilha a equipa das LEBRES E TARTARUGAS regressou a um cenário bem conhecido no Grande Prémio do Atlântico que se realiza há vários anos na Costa da Caparica. Mais do que uma corrida de dez quilómetros a nossa participação foi encarada como um bom treino de recuperação embora a um ritmo um pouco mais vivo do que seria caso tivéssemos optado por uma corridinha ligeira na mesma distância. Dos maratonistas que estiveram em Espanha marcaram presença o Carlos Gonçalves e o Carlos Teixeira, devidamente acompanhado pelo seu filho André Catela.
Mantendo o mesmo traçado de 2018 o Grande Prémio do Atlântico não é uma prova fácil atendendo a ser bastante plano e obrigando os atletas a um contínuo “puxar” pelas pernas ao longo de dez quilómetros e sem assinaláveis momentos de descanso. O ponto alto foi, uma vez mais, a passagem pelo paredão junto à praia. São perto de dois quilómetros e meio com um piso algo irregular num misto de alcatrão e de areia. No entanto a vista sobre o Oceano Atlântico, com alguns, poucos, surfistas na água distrai os atletas e compensa-os neste derradeiro esforço. E após a passagem pelo nono quilómetro temos um longo “sprint” até à meta.
De assinalar que numa época com uma profusão tão grande e variada de provas o Grande Prémio do Atlânticom continua a atrair bastantes corredores. O facto de se realizar junto à praia da Costa da Caparica talvez não seja alheio à chamada de muitos atletas de outras paragens, nomeadamente da zona da Grande Lisboa.
Estava um tempo bastante agradável para uma manhã de Fevereiro. Felizmente que, para a maioria dos atletas, não se atingiram as temperaturas previstas. Só mesmo na parte final é que se fez sentir algum calor.
Sozinhos ou em grupo os nossos atletas vão continuar em actividade nos próximos meses. Aguardamos com alguma expectativa a realização da Meia Maratona de Lisboa que assinala os dez anos da criação das LEBRES E TARTARUGAS.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Vencedor: FILIPE REBELO (Run Tejo): 0:33:58
Atletas que concluiram a Prova: 1356
Atleta | Dorsal | Escalão | Classificação Geral | Classificação Escalão | Tempo Oficial | Tempo Líquido | Ritmo min/Km | Velocidade Km/h |
Carlos Teixeira | 358 | M5559 | 431º | 27º | 0:49:47 | 0:48:30 | 4:51 | 12,37 |
André Catela | 359 | M0039 | 615º | 102º | 0:53:07 | 0:51:48 | 5:11 | 11,58 |
Carlos Gonçalves | 1334 | M6099 | 675º | 59º | 0:54:05 | 0:52:46 | 5:17 | 11,37 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos líquidos
Corridas do Mês de Fevereiro
Calendário para o Mês de Março
Em Outubro passado os três fundadores das LEBRES E TARTARUGAS tomaram uma decisão que há muito andava nas suas cabeças mas que nunca tinham concretizado. Tratava-se da primeira internacionalização através da participação numa prova no estrangeiro.
É certo que pelas mãos, ou mais exactamente pelas pernas, do nosso atleta Georg o nome da nossa equipa já apareceu em algumas corridas nos “States”. No entanto faltava aos nossos Fundadores darem finalmente esse passo.
E quando se aproxima a comemoração dos dez anos da existência da nossa equipa decidimo-nos, finalmente, a sair deste nosso pequeno rectângulo no extremo ocidental da Europa. A prova eleita foi a Maratona de Sevilha pois reunia um conjunto de atributos:
E mal soube desta notícia o João Valério decidiu logo acompanhar-nos nesta aventura, ele que ainda não se tinha estreado na distância da Maratona. Estava assim reunida a ala mais veterana das LEBRES E TARTARUGAS.
Muitos negócios fazem-se à mesa. E foi esse o local escolhido para, ainda em Outubro, começarmos a preparar todos os detalhes. O primeiro passo a dar era a nossa inscrição na prova. E também começámos logo a pensar no alojamento.
O tempo foi passando e a excitação também. Cada um começou a procurar um plano de preparação que se lhe mais adaptasse. Sim, porque fazer uma prova com mais de quarenta quilómetros exige mais do que umas simples e esporádicas corridas ao fim de semana.
A cada prova em que íamos participando o tema Maratona de Sevilha vinha sempre ao de cima. E mal tinha começado o mês de Janeiro assegurávamos o nosso alojamento em Sevilha.
Entretanto os nossos atletas continuavam a sua preparação, não sem alguns percalços pelo meio.
E finalmente chegou o grande dia.
Mais importante do que dormir bem na véspera da corrida é fundamental descansar na sexta-feira, fim de uma semana de trabalho. E como a viagem não seria muito longa também não havia necessidade de madrugar.
Há um primeiro encontro às dez da manhã em casa do Frederico onde se juntam o Carlos Teixeira (motorista de serviço) e o João Valério. Um quarto de hora depois partem até ao Centro Sul para apanharem o Carlos Gonçalves. Agrupada toda a equipa aí vamos nós rumo à tão almejada Sevilha.
Por volta das 13 horas fazemos uma primeira paragem ainda em solo português para almoçar. O local escolhido foi o “Índio” em Vila Nova de Cacela. Começa aqui o nosso estágio de concentração para a Maratona.
De barriga cheia regressamos ao nosso meio de transporte. O Frederico assume então o seu lugar de navegador oficial. Como não confiava no GPS do carro decide recorrer ao Waze que lhe é bastante mais querido e no qual vê grande fiabilidade. Estamos às portas de Sevilha e o emaranhado de estradas, desvios e cruzamentos é grande. Até que o GPS do carro nos manda para um lado e o Waze do Frederico para o outro. A confusão parece estar instalada. Mas não.
Finalmente chegamos ao Pavilhão de Exposição e Congressos de Sevilha (FIBES). Tudo dentro da hora e sem qualquer “stress”.
Deu tempo para levantarmos os nossos “kits” de participação, ver a exposição e tirar algumas fotografias para mais tarde recordar este momento alto das nossas carreiras atléticas.
Cumprida a primeira etapa partimos em direcção ao hotel Vertice. Foi bastante mais simples. E, com alguma surpresa, constatamos que começamos a entrar numa onda positiva. Conseguimos descobrir o único lugar livre e não pago e a escassas dezenas de metros do nosso Hotel.
Feito o “checkin” dedicamos algum tempo a recuperar da viagem deste dia que esteve muito longe de ser extenuante.
Não foi necessário procurar muito para encontrarmos um restaurante para o nosso segundo momento do estágio/treino para a Maratona do dia seguinte. Mesmo em frente ao nosso Hotel encontrámos o local perfeito.
Depois de acordarmos às seis da manhã (hora espanhola), o “desayuno” foi arrumado com alguma calma.
Mas permanecia uma incógnita. Como nos iríamos deslocar até ao local da partida. O nosso hotel estava a cerca de oito quilómetros do Paseo de las Delicias.
O Frederico optou por jogar pelo seguro e decidiu logo contratar os serviços da UBER. Só que entretanto pára mesmo em frente ao nosso hotel o autocarro da carreira 22 que nos levaria até bem próximo do local da partida e com a vantagem de ser grátis para os atletas da Maratona. Perfeito. Só que não o foi totalmente pois o Frederico não conseguiu em tempo útil cancelar o UBER sendo obrigado a pagar a taxa mínima.
Eram sete e meia da manhã e o céu ainda se encontrava muito escuro. Estranho quando à mesma hora em Lisboa já há sinais de dia.
O movimento de atletas era grande, o habitual em provas de Maratona. Houve tempo para tudo. Até para a nossa foto oficial com os atletas prontos para a Maratona.
Como é habitual os atletas são dispostos por zonas consoante os tempos expectáveis. Dá-se a primeira separação das LEBRES E TARTARUGAS. O Carlos Teixeira dirige-se para o compartimento cinzento reservado aos que previam completar a prova entre 3 horas e 45 e 4 horas. Os restantes encaixam-se no último compartimento destinado aos que esperavam gastar mais de quatro horas.
Mesmo para os mais experimentados há sempre algum nervosismo. O mais nervoso era sem dúvida o João Valério. Nunca tinha feito uma maratona. E estrear-se aos sessenta e quatro anos era de “homem”.
E, finalmente, é dado o tiro de partida.
A Maratona é uma prova de resistência física mas, sobretudo, psicológica. Não basta ter pernas. É preciso, e muito, que a cabeça funcione. Os primeiros quilómetros são de aquecimento e para encontrar o ritmo mais equilibrado. Mas também sabemos que, ao longo destes mais de quarenta quilómetros, nem tudo vão ser facilidades. Muitas vezes lá aparece o tão anunciado e odiado “muro” por volta dos trinta quilómetros, altura em que somos postos à prova e obrigados a escolher entre desistir, com todas as marcas que vão ficar para sempre gravadas no nosso consciente, ou atacar a última dúzia de quilómetros e sentir a profunda alegria de cortar a meta. Uns abrandam o ritmo e, momentaneamente, calcorreiam algumas centenas de metros a andar. Outros não param, não andam e continuam sempre a correr até à meta.
Tomamos consciência de que as nossas pernas não estão tão mal como supúnhamos. Pois é. O que nos comanda é a cabeça e a férrea vontade de vencer um desafio. E se a cabeça estiver “limpa” conseguimos superar todos os obstáculos rumo à tão almejada meta.
E é nesta fase que o apoio do público é mais importante. Os gritos de apoio de todos os que se perfilam ao longo do percurso – “Vocês são verdadeiros campeões, ânimo, fuerza" – põe-nos os cabelos em pé. Os miúdos, e por vezes também alguns graúdos, esticam os seus braços para lhe batermos nas mãos em jeito de cumprimento à nossa passagem. Tudo isto contribui de tal maneira que até, pelo menos durante alguns momentos, aumentamos o nosso ritmo, alargamos a nossa passada. É por tudo isto que uma Maratona é uma prova difícil, muito difícil, mas, ao mesmo tempo, muito bela.
E, depois de terminada, o prazer e o enorme orgulho com que contamos aos nossos familiares, aos nossos amigos e até aos nossos colegas, que terminámos uma Maratona assume-se como a verdadeira recompensa de tudo aquilo por que passámos nos últimos dois a três meses. Sim porque fazer uma Maratona não é só correr quarenta e dois quilómetros e cento e noventa e cinco metros. É muito mais. É cumprir um rigoroso e ambicioso plano de treinos que nos dará alguma garantia de conseguirmos superar este “enorme” desafio. Para todos eles passamos a ser heróis. E como nos dá um grande gozo.
Antes da partida eu dizia para o João Valério a satisfação que ele iria ter ao contar ao seu neto que tinha feito uma Maratona, um desafio que não está ao alcance de todos.
Mais uma prova a juntar ao currículo das LEBRES E TARTARUGAS. Todos estavam satisfeitos no final. O Carlos Teixeira ficou, uma vez mais, abaixo das quatro horas. E se tivesse acelerado um pouco mais tinha estabelecido o seu melhor tempo. O Frederico teve o melhor desempenho de sempre. O Carlos Gonçalves melhorou face à sua última maratona.
Mas coloco em lugar de destaque o nosso atleta João Valério. O que conseguiu foi enorme. Fazer a sua primeira maratona aos sessenta e quatro anos (atenção que não o estamos a chamar de velho) e conseguir um tempo de quatro horas e vinte minutos é obra. Que me perdoem os restantes Tartarugas mas o João foi o grande vencedor desta nossa primeira internacionalização.
Depois do reencontro fomos levantar orgulhosamente a nossa camisola de “Finisher”.
De medalha ao peito posamos para a posteridade e enviamos de imediato a fotografia via WhatsApp para os nossos seguidores.
Há ainda que regressar ao nosso Hotel. E continuando na nossa boa onda chegamos à paragem do “Autobus” mesmo a tempo de apanhar a carreira 22. Tudo a funcionar em pleno.
Depois do banho e massagens retemperadores vamos ao almoço. E como fomos muito bem servidos na véspera voltamos à Cafeteria/Cerveceria José Alberto tal como tínhamos prometido depois do jantar de ontem.
Foi o nosso treino de recuperação activa. Tínhamos ainda perto de quinhentos quilómetros pela frente.
Com apenas uma paragem numa área de serviço para encher o depósito ainda chegamos a tempo de jantar com as nossas famílias.
A nossa participação na Maratona de Sevilha foi a nossa maior aventura. E muitas, certamente, se seguirão. Durante a viagem lançámos para o ar alguns desafios. Uns propunham a participação na Maratona de Bilbao à noite. Outros atiravam-se para mais longe tendo como alvo a Maratona de Copenhaga. O tempo o dirá.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Vencedor: TSEDAT ABEGEAYANA (Individual): 2:06:36
Atletas que concluiram a Prova: 9118
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Calendário do Mês de Fevereiro
Esta é uma daquelas corridas que ninguém quer perder.
“DIFICILMENTE HAVERÁ PROVA MAIS BONITA”
“CORRER NO PARAÍSO. UMA PROVA SINGULAR E IMPERDÍVEL”
“UMA PROVA QUE IREI REPETIR SEMPRE QUE POSSA”
“EXPERIÊNCIA EXCEPCIONAL” …
Muitas são as frases que perduram na memória de quem, pelo menos uma vez, participou na Corrida do Fim da Europa. Não há palavras para descrever o sentimento de encanto que esta prova desperta em cada um dos milhares de desportistas que, ano após ano, rumam à Bela e Mítica Serra de Sintra.
E os atletas das LEBRES E TARTARUGAS não têm ficado de fora deste fenómeno. Desde 2010 que participamos ininterruptamente na Corrida do Fim da Europa, incluindo aquele ano de 2012 em que não se realizou. Em sua substituição, e como forma de pressão junto da opinião pública desportiva de Sintra, realizou-se o Treino do Fim da Europa. E, pelos vistos, este tipo de manifestação resultou pois nunca mais, ao que parece, a corrida voltou a estar em risco. Este ano o “Núcleo duro” das LEBRES E TARTARUGAS voltou a marcar presença.
A Corrida do Fim da Europa manteve-se igual a si própria sem quaisquer alterações demonstrando um vitalidade invejável apesar das suas vinte e nove edições. Poucas corridas se podem gabar disto. E a resposta dos amantes da Corrida tem sido positiva estabilizando-se em mais de dois mil participantes a cada ano que passa.
Pouco haverá mais a dizer. Tudo, ou quase tudo, já foi dito nas nossas crónicas anteriores. De assinalar que as nossas prestações cotaram-se ao nível das melhores de sempre, maioritariamente fruto da nossa avançada preparação para a Maratona de Sevilha que aí vem. No final, ainda animados pela conclusão de mais uma Corrida do Fim da Europa, decidimos acrescentar mais três quilómetros ao nosso “treino” dominical percorrendo a correr, serra acima, a distância que nos separava do Cabo da Roca até à Azóia, local onde o Frederico tinha deixado de véspera a sua monovolume que iria servir de transporte destes atletas até ao ponto da partida. E desta vez não trocou a chave da carrinha pelo comando à distância do portão de casa ...
Foi uma página gloriosa das LEBRES E TARTARUGAS. O nosso pensamento virou-se por completo para a Maratona de Sevilha na qual iremos participar no próximo dia 17 de Fevereiro.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Vencedor: JOÃO FERNANDES (Casa do Benfica de Faro): 0:59:55,6
Atletas que concluiram a Prova: 2068
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 150)
Classificação Geral: 1110º - Classificação no Escalão M60: 21º
Tempo Oficial: 1:38:39,5/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:37:24,1
Tempo médio/Km: 5m:45s <=> Velocidade média: 10,44Km/h (*)
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº 153)
Classificação Geral: 1197º - Classificação no Escalão M55: 54º
Tempo Oficial: 1:39:46/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:38:32,1
Tempo médio/Km: 5m:49s <=> Velocidade média: 10,44Km/h (*)
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº 159)
Classificação Geral: 588º - Classificação no Escalão M55: 23º
Tempo Oficial: 1:29:21,9/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:28:06,7
Tempo médio/Km: 5m:12s <=> Velocidade média: 11,54Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Calendário para o Mês de Janeiro
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. 8ºTRAIL DOS MOINHOS SALOI...
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