Não foi de noite nem de dia. Não foi em alcatrão nem em terra. O Palmela Run foi um pouco de tudo isto e de mais alguma coisa.
Já vai na terceira edição e continua a atrair algumas centenas de entusiastas, seja para a Caminhada seja para a prova competitiva com classificações e controlo de tempos.
Palmela é mais conhecida, desportivamente falando, por ser um dos locais de culto dos praticantes da Bicicleta de Todo o Terreno que escolhem a zona protegida da Serra da Arrábida para a prática do seu desporto de eleição.
Sempre à procura de novas aventuras descobrimos esta prova que tinha a grande particularidade de começar ao final de uma tarde de Verão e terminar já pela noite dentro, pelo menos para os mais lentos e menos preocupados em obter uma boa classificação.
Em 2015 foi dado o pontapé de saída para um evento que se queria diferente. E foi. No ano seguinte a prova não se realizou tendo sido retomada, felizmente, no ano passado. Em 2018 voltámos a ter a Palmela Run e, esperemos, que para durar.
A equipa das LEBRES E TARTARUGAS é totalista. Nas duas primeiras edições com a participação do clã Gonçalves, Pai e Filho Gonçalo. Este ano tínhamos previsto vir a Palmela com uma equipa mais alargada. Mas, por motivos diversos, a representação das LEBRES E TARTARUGAS acabou por pesar unicamente nos ombros do Carlos Gonçalves. Gonçalo e Frederico desistiram mesmo em cima da realização das inscrições. O Pedro, aliás o primeiro a inscrever-se, teve de, à última hora, trocar a sua inscrição na Corrida pela participação na Caminhada.
Palmela fica num ponto alto vislumbrando-se, com o seu Castelo imponente, a vários quilómetros de distância. O cenário em redor é deslumbrante. Olhando para um lado podemos apreciar a foz do rio Sado com a península de Tróia como pano de fundo. Na direcção oposta desfrutamos de uma vista privilegiada da cidade de Lisboa como se de um Postal Ilustrado se tratasse.
Às vinte horas estava marcado o início da prova de corrida. Estamos mesmo no início do Verão pelo que temos dia até mais tarde. E como o céu se apresentava limpo pudemos apreciar ao máximo o encanto do pôr-do-sol .
Começamos em alcatrão com uma pequena incursão pelas ruas de Palmela. Cumprido cerca de um quilómetro viramos costas ao alcatrão e entramos em regime de “trail” percorrendo caminhos na Serra do Louro, em direcção aos Moinhos.
No “briefing” que antecede a prova somos informados de que os primeiros sete quilómetros e meio são bastante fáceis. Só lá mais para frente encontraremos maiores dificuldades. Nada que seja novidade para quem já é repetente. Praticamente não há novidades. Só que este ano fomos poupados a uma escadaria em madeira que, devido ao seu estado adiantado de degradação, exigia o máximo de atenção aos atletas. Este troço foi parcialmente suprimido, provavelmente por não apresentar condições mínimas de segurança, pelo menos para os da prova de Corrida. Os Caminheiros continuaram a passar por esta zona.
Chegados ao Vale dos Barris retomamos o alcatrão. Algumas centenas de metros mais à frente entramos num trilho do tipo “single trek” tão ao jeito dos BTTistas. É, seguramente, uma das mais belas partes de todo o percurso. Desparecemos no meio da vegetação. Mas, apesar da luz ser menor, ainda não temos necessidade de ligar os nossos “frontais”. A visibilidade continuava a ser boa.
Regressamos a um estradão que só terminará no ponto de abastecimento. Finalmente vão começar as dificuldades a sério. Correr começa a ser difícil. Temos uma longa subida para abordar. A inclinação é significativa e surgem os habituais engarrafamentos. Quando há algum espaço disponível quem pode acelera um pouco para ultrapassar os mais atrasados. Pelo meio ainda temos uns troços mais pedregosos tipo estrada romana.
Como não há marcações quilométricas não sabemos a quantas andamos. Atingimos o ponto mais alto ao sermos obrigados a fazer uma pequena incursão pelo interior do Castelo de Palmela. A noite começa a cair e, finalmente, temos de ligar a nossa luz frontal. No interior de um intenso arvoredo podemos recuperar um pouco do fôlego. Mas as dificuldades não acabaram. A certa altura entramos na parte final da “subida da Cobra”. Quando as forças já não abundam temos esta derradeira subida a testar as nossas últimas capacidades. Reentrando em Palmela verificamos que as dificuldades não terminaram. Uma escadaria põe à prova a nossa resistência, mais psicológica do que física.
Finalmente encetamos a derradeira descida que nos levará até à meta. Antes da última curva recebo a companhia inesperada do meu neto. Junto cortamos a meta. Mais uma edição do Palmela Run superada.
Mas falta o Pai Pedro. Mais de meia-hora depois eis que aparece o nosso “Caminheiro”. E uma vez mais o Afonsinho, desta vez na qualidade de filho, repete as últimas dezenas de metros desta vez de mão-dada com o Pai. Foram duas vitórias na mesma noite.
Ficaram duas certezas. No próximo ano regressaremos a um local onde temos sido felizes. A segunda certeza é a de que o Pedro também quer fazer a prova de Corrida.
No próximo fim-de-semana as Lebres e Tartarugas regressam à Corrida das Fogueiras, em Peniche. As férias estão ao virar da esquina e, provavelmente, tão depressa não iremos certamente ver o nosso nome inscrito em qualquer prova de atletismo. Pelo meio ficará a participação do Tartaruga Catela nos Jogos Olímpicos da Allianz.
Atletas que concluiram a Prova: 289
Vencedor: TIAGO CANTANTE (Salomon Suunto): 0:51:27,656
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 297)
Classificação Geral: 210º - Classificação no Escalão M60: 4º
Tempo Oficial: 1:35:20,606/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): ND
Tempo médio/Km: 7:38s <=> Velocidade média: 7,87Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
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