Finalmente conseguimos atrair o nosso especialista em provas de estrada a regressar ao ambiente do “Trail”. Desde Outubro de 2014, na malfadada Corrida do Monge na qual muitos atletas, incluindo os das LEBRES E TARTARUGAS, não terminaram a prova devido a um erro de sinalização, que o nosso colega Catela não participava numa prova de Trail. Sim porque apesar de se desenrolar em ambiente de montanha a Lisbon Eco Marathon não pode ser considerada uma corrida de Trail. É preciso pôr as mãos na massa, vulgo subir desníveis consideráveis à custa de rastejar e de se agarrar a tudo o que possa servir de auxiliar a uma boa progressão no caminho, e arriscar descidas mais desafiantes, para estarem reunidas as condições essenciais a uma prova de Trilhos. E o Almada Trail teve todos estes ingredientes.
Pelas indicações e conhecimento da zona tudo fazia antever que iríamos ter pela frente uma prova calma, sem grandes problemas e sem grandes dificuldades. Como bem notava o Frederico os 308 metros de desnível positivo acumulado anteviam uma corrida fácil. Mas por vezes os números revelam-nos grandes surpresas.
Num dia pleno de Sol e convidativo a actividades ao ar livre os três Tartarugas encontraram-se perto da zona de partida, algures nas traseiras do Quartel dos Bombeiros Voluntários da Costa da Caparica.
O movimento de atletas era grande dado que iríamos ter três tipos de provas:
Com a hora de marcada para a partida às dez da manhã os atletas foram convidados a realizarem um curto período de aquecimento orientado por monitor do Fitness Hut. A hora era mais de contemplarem a praia e demais “vistas”. Só o nosso colega Carlos Teixeira é que se entregou aos exercícios de aquecimento sendo contemplado embevecidamente pelos seus dois colegas.
Este trail antevia-se fácil tendo em atenção que a organização indicava um desnível total positivo de cerca de 300 metros para uma distância total a rondar os 22 quilómetros. Percorremos os primeiros metros, desde a Praia até à Arriba Fóssil da Costa da Caparica, em ambiente de puro aquecimento. Depois de termos atravessado a estrada que vai para a Fonte da Telha entramos numa zona de pequenas hortas até que se dá o primeiro engarrafamento. De uma vez só vamos vencer um desnível de mais de 100 metros. A corrida começa verdadeiramente aqui. Rastejando ao longo da encosta em tracção total, ora com as mãos no chão ora agarrando os ramos e troncos que vamos encontrando, vencemos o primeiro e, quiçá, o mais difícil obstáculo. Após uma curta subida em estrada alcatroada chegamos ao Mirador junto ao Convento dos Capuchos. Mas não há tempo para observar a paisagem pois a corrida continua e ainda só vai no princípio.
Entramos na Mata dos Medos onde encontramos um pouco de tudo: desde caminhantes a pessoas que passeiam os seus cães, até cavaleiros que se apeiam à passagem dos atletas. Só faltaram mesmo os BBTistas comuns por estas paragens. Em sobe e desce constante constatamos que de fácil não tem nada estre Trail. Single Treks e descidas mais ousadas não dão descanso aos atletas.
Depois da separação dos dois grupos – Trail longo para a esquerda e Trail Curto para a direita – avançamos em direcção à Fonte da Telha. O Mar avista-se de vez em quando. Umas vezes mais perto e outras mais longe.
Passando pelas instalações de vigilância da Guarda Nacional Republicana encetamos a derradeira descida rumo às praias. Encontramos um casario um pouco desordenado a chamar-nos a atenção que afinal a “clandestinidade” da Fonte da Telha ainda perdura.
Numa primeira fase temos de percorrer alguns quilómetros num estradão em sobe e desce. A certa altura avisam-nos que temos de cortar à esquerda e percorrer um curto, mas sombrio, trilho que nos conduzirá até à estrada de acesso a uma das várias Praias que habitualmente fazem as delícias dos Lisboetas, e não só.
Atravessamos a linha do combóio e seguimos pelo passadiço até ao imenso areal. Muitos surfistas colonizam as praias. Mas também muitos outros que, aproveitando o tempo quase primaveril que se fazia sentir, aproveitaram para uma ida à praia para matar saudades de um Verão que ainda vem longe.
Temos ainda pela frente perto de quatro quilómetros. Ao longe começamos finalmente a avistar a Meta. Tão perto mas ainda tão longe. Mais que do que resistência física aqui é necessária uma grande força psicológica para não desistir. Que o diga quem já participou na Ultra Maratona Melides Tróia, por certo uma das mais exigentes no calendário das provas de longa distância.
A reunião do grupo faz-se com os comentários ao Trail de Almada. O estradista Carlos Teixeira mostrou-se satisfeito não só pela novidade mas também pelo facto de “não ter caído nem se ter perdido”. Parece que gostou. O Carlos Gonçalves adorou e garantiu que no próximo voltará. Tinha uma expectativa de um Trail bem mais fácil do que foi na realidade e por isso mesmo quer repetir esta experiência. O Frederico mostrou-se um pouco mais desanimado porque, devido a uma deficiente sinalização em determinado ponto, acabou por, ele e mais uns quantos atletas, fazer um atalho tendo terminado a prova com pouco mais de dezanove (19,369) quilómetros. Mas, mesmo assim, acabou por integrar a classificação oficial.
Se voltará no próximo ano não sabemos. Foi a quarta corrida seguida com uma distância acima dos vinte quilómetros.
Feitas as despedidas cada um partiu à fruição do que ainda restava deste belo fim de semana já a cheirar a Primavera.
Atletas que concluiram a Prova: 369
Vencedor: LUÍS Fernando (Clubde de Praças da Armada): 1:32:31
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº 378)
Classificação Geral: 237º- Classificação no Escalão M5059: 24º
Tempo Oficial: 2:37:57/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 2:37:28
Tempo médio/Km: 7m:30s <=> Velocidade média: 8,00Km/h (*)
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº 377)
Classificação Geral: 257º - Classificação no Escalão M5059: 26º
Tempo Oficial: 2:41:04/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 2:40:36
Tempo médio/Km: 7m:39s <=> Velocidade média: 7,85Km/h (*)
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 376)
Classificação Geral: 340º - Classificação no Escalão M6099: 7º
Tempo Oficial: 3:06:34/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 3:06:05
Tempo médio/Km: 8m:52s <=> Velocidade média: 6,77Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Corridas do Mês de Fevereiro
No passado Domingo realizou-se a segunda edição da meia maratona de Cascais, prova que substituiu os 20 Km de Cascais em que participámos por diversas vezes.
Tal como já é tradição a prova teve lugar em Domingo de carnaval, com alguns atletas mascarados que assim participaram em duas provas a meia maratona e o concurso de máscaras.
Os tartarugas foram representados por Carlos Teixeira e Frederico Sousa ambos muito ligados e grandes apreciadores da Vila de Cascais.
Já de si mascarados com as suas carapaças os tartarugas não precisaram de utilizar outro tipo de máscaras.
De manhã cedo caiu alguma cacimba e a temperatura estava bastante amena no momento da partida e manteve-se muito agradável ao longo da corrida, aqui e ali até algum calor derivado dos raios solares que a medo foram despontando e de alguma humidade. O vento que é sempre um fator temível em qualquer prova que passe pela praia do guincho também se manteve fraco.
O percurso foi igual ao do ano passado, com partida e chegada na Baía mais bonita do Mundo de acordo com as palavras do Presidente da Câmara de Cascais.
Os primeiros 4 km são provavelmente os mais desinteressantes nomeadamente a parte em que se corre em direção à Torre, passados aqueles km é uma prova muito bonita junto ao mar e é daquelas corridas que por muitas vezes que se participe nunca se torna aborrecida.
Ambos os tartarugas apesar de se apresentarem preguiçosos à partida, acabaram por realizar bons tempos de acordo com as suas atuais capacidades, beneficiando das excelentes condições climatéricas.
E até para o ano Cascais.
[Crónica de Carlos Teixeira]
Atletas que concluiram a Prova: 2102
Vencedor: JOSÉ GASPAR (Individual): 1:08:52
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº 439)
Classificação Geral: 746º - Classificação no Chip: 784º - Classificação no Escalão V55: 30º
Tempo Oficial: 1:45:48/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:45:34
Tempo médio/Km: 5m:00s <=> Velocidade média: 11,99Km/h (*)
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº 440)
Classificação Geral: 1630º - Classificação no Chip: 1613º- Classificação no Escalão V50: 185º
Tempo Oficial: 2:06:21/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 2:04:27
Tempo médio/Km: 5m:54s <=> Velocidade média: 10,17Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Corridas do Mês de Fevereiro
Vários sinais de preocupação surgiram no momento da inscrição:
A apreensão agudizou-se quando na véspera do evento a organização decidiu alargar os requisitos de equipamento (Manta térmica) mesmo para o Trail Curto.
Este rigor esteve ainda presente no controlo 0 em que foi efectivamente vistoriado o equipamento obrigatório e introduzidas severas penalizações de tempo (30 minutos) na classificação final por cada elemento em falta.
No dia da prova desloquei-me cedo para o secretariado da prova na Malveira da Serra onde deixei o carro. Perguntei se a prova acabava no local da partida mas a resposta não foi clara.
Depois de uma pequena volta na vila desloquei-me para o controlo 0 a cerca de 700 m de distância mesmo em frente à nossa conhecida subida de alcatrão percorrida diversas vezes na prova Entre Serra e Mar.
A prova contou com uma bela moldura humana com várias centenas de atletas para ambas as provas.
Depois de um briefing inaudivel deu-se a partida às 09:00 numa manhã fria mas com sol. Por sorte na véspera tinha chovido pelo que o elemento de lama estava garantida.
A partida decorreu num chamado "passo de vaca" dada a absurda inclinação logo do primeiro quilometro.
Seguiu-se depois uma parte de estradões e trilhos similares aos percorridos na prova Entre Serra e Mar. Entroncamos depois em trilhos e estradas percorridos noutras provas sintrenses como corrida do Monge, Monte da Lua e Fim da Europa.
No final fiquei sem saber se em alguma parte pisei solo virgem (de participações anteriores).
Mas não se entenda isto como queixa mas apenas constatação de uma realidade - estamos a ficar batidos nisto.
Alguns incidentes de percurso - frio, calor, escorreganço na lama, saraivada quando corrida de manga curta, vento, etc..
E ainda um incidente final que foi o facto de a meta se encontrar no Mosteiro da Peninha a quase 3 kms de distancia de onde tinha estacionado.
Resultado, ainda fiz um pequeno jogging de volta como recuperação activa do esforço.
Já em casa constatei aquilo que me tinha parecido durante a prova - no Trail curto ultrapassei o km vertical com um registo de 1.060 m de desnivel positivo acumulado.
Prova francamente a repetir.
[Crónica de Frederico Sousa]
Atletas que concluiram o Trail Curto: 193
Vencedor: FÁBIO SANTOS FONTOURA (GO! Runners Outpro): 1:38:03
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº 491)
Classificação Geral: 128º - Classificação no Escalão M50: 10º
Tempo Oficial: 3:17:40/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 3:16:28
Tempo médio/Km: 5,19Km/h <=> Velocidade média: 11m:33s (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Corridas do Mês de Fevereiro
Esta é uma crónica que vai ser necessariamente curta.
Já vamos em nove participações na Corrida do Fim da Europa, incluindo nesta contagem o então denominado Treino do Fim da Europa num ano em que esteve em risco a continuidade de uma das mais emblemáticas provas de atletismo popular.
Pouco há a acrescentar ao que já foi dito em crónicas anteriores. A Corrida do Fim da Europa é muito mais do que uma "Corrida". É uma verdadeira Paixão. E por ser uma Paixão pode assumir momentos de alguma irracionalidade. E uma pergunta impõe-se: "Porquê participarmos, ano após ano, numa corrida em que nada muda?"
E a resposta é: "Porque sim", fórmula normalmente utilizada sempre que não se consegue encontrar uma justificação plausível para determinado comportamento.
Desde o percurso que se tem mantido inalterável desde o início, às mesmas caras e animação de sempre, na realidade continuamos todos os anos a aguardar ansiosamente por dois momentos: em primeiro lugar a abertura das inscrições que se costumam esgotar. O segundo momento, e porventura o mais aguardado por todos, é o tão desejado dia da Corrida.
E por tudo que foi dito acima é que os "Veteranos" das LEBRES E TARTARUGAS voltaram a juntar-se numa habitualmente fria manhã de Janeiro na simpática e encantadora Vila de Sintra.
Ainda não eram dez horas e já nos perfilávamos perto da linha de partida, na denominada "Volta do Banho", e aguardando com alguma impaciência pelo momento do início da prova.Devido ao elevado número de participantes, nos últimos anos a organização tem previsto dois blocos de partida para, de algum modo, diminuir o congestionamento do tráfego de atletas durante os primeiros dois quilómetros ao longo dos quais a via é um pouco estreita para tanta gente.
A dificuldade do percurso é sobejamente conhecida, pelo menos para a maioria dos "habitués", e está bem gravada na nossa memória. Desde os primeiros três quilómetros sempre a subir e com uma pendente capaz de desanimar o mais arrojado atleta, passando pelo terrível "obstáculo" entre os dez e os onze quilómetros onde muitos desistem momentaneamente de correr, até à perigosa, e por vezes descontrolada, descida vertiginosa durante cerca de sete quilómetros, tudo isto faz parte do encanto da Corrida do Fim da Europa. E este ano só faltou mesmo aquele nevoeiro normal na Serra de Sintra e que traz ainda mais encanto à paisagem. E a tudo isto os atletas souberam resistir e dar uma reposta à altura.
Após cortarem a meta a felicidade dos participantes é enorme e já começamos a fazer a contagem decrescente para a edição de 2019. Sim, porque voltaremos de aqui a um ano.
Afinal a crónica acabou por ser um pouco mais extensa do que afirmámos inicialmente. É a Paixão pela Corrida do Fim da Europa. Um amor pode terminar e acabar por desaparecer. Uma Paixão NUNCA.
Vemo-nos em 2019.
Atletas que concluiram a prova : 2263
Vencedor: ADELINO OLIVEIRA (ACRSD): 0:59:39,8
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 1509)
Classificação Geral: 1899º - Classificação no Escalão M60: 44º
Tempo Oficial: 1:52:50,6/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): ND
Tempo médio/Km: 6m:40s <=> Velocidade média: 9,01Km/h (*)
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº 1510)
Classificação Geral: 664º - Classificação no Escalão M55: 23º
Tempo Oficial: 1:29:15/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): ND
Tempo médio/Km: 5m:16s <=> Velocidade média: 11,39Km/h (*)
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº 1511)
Classificação Geral: 1690º - Classificação no Escalão M50: 145º
Tempo Oficial: 1:47:04,2/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): ND
Tempo médio/Km: 6m:19s <=> Velocidade média: 9,50Km/h (*)
JOÃO VALÉRIO (Dorsal Nº 1512)
Classificação Geral: 1311º - Classificação no Escalão M60: 30º
Tempo Oficial: 1:39:39,0/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): ND
Tempo médio/Km: 5m:52s <=> Velocidade média: 10,22Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Corridas do Mês de Janeiro
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