Tão certo como dois e dois serem quatro é a participação dos atletas das LEBRES E TARTARUGAS naquela que é considerada como uma das mais bonitas provas realizadas em Portugal.
Nas últimas sete edições, considerando o “Treino do Fim da Europa” num ano em que oficialmente esta prova não se realizou, fizemos questão de marcar presença. Todos os anos sempre que recebemos a notícia da abertura das inscrições logo “corremos“ para garantir a nossa participação. E em 2017 voltámos a um cenário idílico e tão carregado de história como é a Serra de Sintra.
É interessante verificar como, ano após ano, a popularidade desta corrida se mantém em alta. Novidades não há. Para os estreantes trata-se de uma experiência única e dificilmente repetível noutras paragens. Mais do que a competição os atletas querem desfrutar ao máximo de um passeio pela Serra de Sintra em jeito de corrida. Os repetentes sabem sobejamente os que os espera. Mas não desanimam. Os primeiros três quilómetros serão terrivelmente demolidores, em “ziguezague” e Serra acima, sendo mais tarde compensados com uma descida ininterrupta na segunda parte da corrida até ao Cabo da Roca. Mas atenção pois a “parede” aos dez quilómetros constitui um dos obstáculos mais difíceis de transpor.
Aqui e acolá recebemos os incentivos dos vários BTTISTAS que elegem a Serra de Sintra como o local de eleição para as suas “voltas” em Bicicleta de Todo o Terreno. Mas não são os únicos. Turistas de várias nacionalidades vão saudando os atletas à sua passagem. E até os elementos da organização, responsáveis pelos abastecimentos de água, dão-nos um precioso “empurrãozinho” rumo à Meta.
Prevíamos estar na máxima força contando com a presença do Frederico, do João Valério, do Carlos Gonçalves e do Carlos Teixeira. Ainda a recuperar de uma situação mais débil este último atleta privou-nos da sua companhia, embora acompanhando à distância os seus colegas. Ainda tentámos arranjar substituto para o dorsal disponível mas levámos algumas “negas”.
Curiosamente a principal dificuldade da Corrida do Fim da Europa não está na prova propriamente dita mas sim na logística associada ao transporte dos atletas no final. É preciso ir deixar de véspera um carro o mais perto possível da Meta. E, no dia da corrida, arranjar lugar para estacionar de forma legal em Sintra é outra dificuldade a que os mais experientes já estão habituados.
Desta vez tudo correu sem sobressaltos. Até dedicámos alguns momentos a um curto período de aquecimento.
Para além do aquecimento o Frederico ainda dedicou algum tempo para travar conversa com algumas Lebres ocasionais. Mas sem sucesso.
De regresso ao nosso compartimento de partida tiramos a “selfie” para ilustração no nosso blogue.
Dez em ponto. Tiro de Partida. Os atletas lançam-se ao assalto da Serra de Sintra. Aqui ninguém compete com ninguém mas apenas consigo próprio. Todos procuram aproveitar ao máximo esta experiência única. A Serra de Sintra presenteia-nos com uma paisagem inigualável. No meio do nevoeiro, tão habitual por estas paragens, o encanto está “ao virar de cada esquina”. As árvores, meio despidas, estão bem acompanhadas pelos enormes pedregulhos que completam a paisagem. Aliás dificilmente imaginaríamos a Serra de Sintra com outra envolvência.
Quando aos onze quilómetros encetamos a descida até ao “Fim do Mundo” deixamos para trás o “Capacete” de Sintra e começamos, finalmente, a ver o Oceano Alântico. Alguns quilómetros mais à frente vislumbramos o Cabo da Roca e a tão desejada Meta. À entrada da localidade de Azóia sentimos o belo e puro cheiro a maresia. E sentimos, pela primeira vez, a agreste brisa marítima que arrefece os atletas no final da prova.
Apesar do esforço todos terminam a sua corrida com um sorriso nos lábios.
Feito o reagrupamento a nossa equipa regressa até à Azóia, local onde o Frederico tinha o seu automóvel.
Mas o Carlos Gonçalves tinha ainda uma semi-surpresa em mente. Já tinha avisado os seus colegas que planeava regressar a Sintra realizando o percurso em sentido contrário. Aliás, já nos anos anteriores tinha ameaçado esta aventura. Mas, por um motivo ou por outro, sempre a adiou. Umas vezes porque estava muito cansado, outras porque tinha de regressar cedo a casa para ver o jogo de Futebol do seu filho Gonçalo.
Mas este ano não havia razão para desculpas. Ao longo da Corrida do Fim da Europa foi vencendo os quilómetros a matutar nesta sua intenção. E até talvez se tenha poupado um pouco, de uma forma inconsciente, para ter forças para o trajecto final.
Quando os três Tartarugas deixaram o Cabo da Roca o Carlos Gonçalves começou a fazer alguns exercícios de corrida para testar o estado dos seus músculos. Mais atrás seguiam o Frederico e o João Valério.
A certa altura, sentindo-se com forças para levar a cabo a sua aventura, despede-se dos colegas e avisa-os de que regressará sozinho até Sintra.
Umas vezes a correr, outras a andar, toma novamente de assalto a Serra de Sintra percorrendo em sentido contrário o percurso que antes tinha completado.
À medida que vai avançando começa a contagem decrescente dos quilómetros. As placas que tinha visto pela frente mostram-lhe o que lhe falta até à sua nova meta. Mas foi Sol de pouca dura. Uma camioneta da organização começava a retirar as placas quilométricas pelo que, a partir do quilómetro onze, desapareceram todas as indicações. O atleta contava agora apenas consigo próprio e com o seu Garmin.
As árvores apresentavam as suas formas esbatidas pelo nevoeiro que regressara em todo o seu esplendor. A paisagem inspirava uma calma superior e que era complementada pela suave música dos anos sessenta e setenta que se fazia ouvir nos ouvidos do atleta solitário.
A certa altura foi ultrapassado por um outro atleta que se lançara à mesma aventura mas que rapidamente se sumiria no meio do nevoeiro. Um pouco mais à frente ultrapassa um outro aventureiro que, lentamente, também se dispusera a fazer o regresso a Sintra em sentido contrário.
Quando faltavam cerca de seis quilómetros uma viatura dos Bombeiros oferece uma boleia, prontamente recusada. Só quis confirmar que estava no caminho certo.
A certa altura algumas cãibras ameaçam o atleta. Por algumas centenas de metros decide só correr em descidas. Há que reservar as últimas energias para chegar “são e salvo” a Sintra.
Finalmente entra nos derradeiros três quilómetros. A maior preocupação já não é o cansaço mas sim dar-se a ver sempre que algum automóvel se cruza consigo. O pior é quando algum autocarro aparece e ocupa toda a largura da estrada. Mas como o trânsito não é muito intenso o “aventureiro” chega são e salvo ao seu destino, ou melhor, ao local da partida.
Orgulhoso com a sua façanha avisa os seus familiares e amigos via WhatsApp: Terminei a Corrida do Fim da Europa: versão “Ida e volta”!
Pela frente tem ainda cerca de três quartos de hora de viagem até casa.
Mais uma prova superada e para, um dia mais tarde, contarmos aos nossos Netos.
Atletas que concluiram a prova: 2107
Vencedor: BRUNO LOURENÇO (Individual) - 1:01:13
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 1195)
Classificação Geral: 1129º - Classificação no Escalão M60: 28º
Tempo Oficial: 1:38:43/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:38:18
Tempo médio/Km: 5m:48s <=> Velocidade média: 10,34 Km/h(*)
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº 1197)
Classificação Geral: 1821º - Classificação no Escalão M50: 141º
Tempo Oficial: 1:54:09/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:53:45
Tempo médio/Km: 6m:43s <=> Velocidade média: 8,94 Km/h(*)
JOÃO VALÉRIO (Dorsal Nº 2166)
Classificação Geral: 856º - Classificação no Escalão M60: 20º
Tempo Oficial: 1:33:44/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:33:20
Tempo médio/Km: 5m:30s <=> Velocidade média: 10,89 Km/h(*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Corridas do Mês de Janeiro
Calendário para o Mês de Fevereiro
Sporting – Benfica – Belenenses
No ano de 2016 os Lebres e Tartarugas estiveram presentes nesta nova prova da capital tendo representado a trilogia dos clubes da capital.
No entanto no ano de 2017 as coisas alteraram-se e os pequenos tornaram-se grandes…
De facto contamos de inicio com a indicação do Carlos Gonçalves (Benfica) de que não iria participar nessa prova, mantendo a sua aposta em participar principalmente em provas de fora de estrada.
Na semana que antecedeu a prova o Carlos Teixeira (Sporting) foi atacado por uma violenta gripe que o deixou KO.
Ainda foi negociada a repescagem do Carlos Gonçalves para esta prova mas os Deuses estavam destinados a apenas proteger o Belenenses.
Na véspera da prova, novo telefonema do Carlos Gonçalves a dizer que também estava com sintomas de gripe.
Assim sendo a participação desta prova ficou reduzida ao digno representante do Belenenses, não obstante na véspera ter alinhado num prolongado jantar em que principalmente se abasteceu de combustível errado.
É caso para dizer que dois representantes dos Lebres e Tartarugas não participaram por estarem com gripe enquanto que o que participou tinha o motor gripado…
Fazendo das tripas coração, lá se apresentou este dignissímo representante às 9:45 no local da partida destinado a percorrer exactamente o mesmo percurso da prova do ano anterior.
Dia frio mas solarengo.
Opção correcta para equipamento (manga curta). Frio de inicio mas calor durante a prova.
Nítida redução do numero de participantes.
Ziguezagues entre Cidade Universitária, Campo Grande e Avenida da Republica, tuneis abaixo, tuneis acima, a bufar até final.
Missão cumprida com agrado, à justa dentro do tempo limite de uma hora.
[Crónica de Frederico Sousa]
Atletas que concluiram a prova: 456
Vencedor: MARCO CARDOSO (Benfiquista) - 0:35:16
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº 129)
Classificação Geral: 324º - Classificação no Escalão M5054: 39º
Tempo Oficial: 1:00:21/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:59:55
Tempo médio/Km: 6m:00s <=> Velocidade média: 10,00 Km/h(*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Calendário do Mês de Janeiro
Fim do ano em beleza.
No último dia de Dezembro a equipa das LEBRES E TARTARUGAS arregimentou os seus atletas mais regulares para se despedir de 2016 e começar a preparar o novo ano que, pouco mais de doze horas mais tarde, chegaria a este “cantinho” mais ocidental da Europa.
Frederico Sousa, Carlos Teixeira, Carlos Gonçalves e Pedro Antunes marcaram, como habitualmente, encontro na Praça dos Restauradores, à esquina do terminal do Elevador da Glória.
A manhã apresentava-se ensolarada mas bastante fria. Os atletas tentavam abrigar-se do vento que soprava de todos os lados e que contrariava o calor dos raios solares que despontavam num céu sem qualquer nuvem.
Mas qual é a surpresa? Estamos em pleno Inverno. Ainda há poucos dias tínhamos entrado na Estação mais fria e ultrapassado o dia mais curto do ano. E antes o frio do que a chuva.
Um vendedor ambulante de castanhas assadas contribuía para o aquecimento momentâneo daqueles que esfregavam as mãos mesmo por cima das brasas que alimentavam o fogareiro.
Apesar de se terem registado menos de 25 por cento das inscrições comparativamente com o ano passado, isto a fazer fé em alguns comentários que “circulavam” pelas redondezas, mesmo assim a animação era grande. A cor dominante era o azul das camisolas oficiais e que combinava, na perfeição, com o amarelo das “golas” que protegiam o pescoço do frio um pouco agreste.
Dá-se a reunião da equipa ainda antes das dez da manhã. Tira-se a fotografia de grupo sob o olhar da nossa comitiva de apoio. O Afonsinho analisava de forma muito intrigada todo aquele rebuliço tentando apropriar-se da máquina fotográfica da sua Mãe. Ele queria ser o fotógrafo de serviço.
Aproximava-se a hora da partida. Os atletas discutiam o percurso da prova que em nada se alterava relativamente ao ano passado. A única diferença era de, pela primeira vez, a prova realizar-se de dia. A Magia da corrida à noite, sob as iluminações de Natal da zona nobre da cidade, perdeu-se em grande parte.
A partida seria dada no final da Avenida da Liberdade mesmo à entrada da Praça dos Restauradores.
Os atletas tinham de se dirigir ao compartimento respectivo em função do tempo expectável em que completariam a prova.
Às dez e meia deu-se a partida das Mulheres, reactivando-se a habitual e salutar “Guerra dos Sexos”. Cerca de dois minutos e meio mais tarde partiriam as “classes” mais rápidas: Elites, Sub 40 e Sub 50. Neste escalão tínhamos os dois Carlos que, fruto de uma menor aglomeração de atletas, e muito entusiasmados pelas facilidades encontradas, conseguiram imprimir desde logo um ritmo muito elevado, abaixo dos 4 minutos e meio por quilómetro. A factura desta “loucura" inicial veio a ser apresentada nos quilómetros finais. Mas já lá iremos.
Alguns minutos mais tarde entra em cena o Frederico que tinha sido “encaixotado” no grupo dos sub 60. Mais atrás ainda, e com mais uns bons minutos de atraso, partia o Pedro no compartimento dos +60.
A passagem dos Restauradores ao Rossio faz-se relativamente bem assim como toda a Rua do Ouro. Chegados ao Terreiro do Paço atacamos o acesso ao Cais do Sodré rumo ao ponto de viragem, algures na zona de Santos. Começamos a avistar os primeiros atletas, com o clã feminino à cabeça. Pressentia-se que este ano as Mulheres voltariam a dar cartas, embora sob a “ameaça”, muito perto, do clã Masculino.
O cansaço começa a dar sinais quando enfrentamos o empedrado do Rossio. Desgastante.
Faltam pouco mais de dois quilómetros para a meta. Na realidade estava ali mesmo à nossa esquerda . Mas ainda tínhamos pela frente a demolidora subida rumo ao Marquês de Pombal. E, à semelhança das últimas edições, havia uma competição dentro da própria São Silvestre de Lisboa para apurar quem seria o mais rápido no último quilómetro e que tinha como aliciante o facto de ser percorrido no sentido descendente da Avenida da Liberdade. Mas as forças já não eram muitas.
Num último esforço os atletas aceleram até à meta. Dever cumprido. O Frederico celebrava também a sua centésima corrida na distância de dez quilómetros. Terminou o ano em beleza e concluindo a sua corrida abaixo da hora.
Um pouco mais tarde, cansado mas igualmente feliz, cruza a meta o Pedro dando por terminada a sua participação na última corrida do ano.
Feito o reagrupamento temos de vencer a subida do Elevador da Glória. Ainda pensámos em apanhar este meio de transporte. Mas pagar três euros e sessenta para percorrer poucas centenas de metros era manifestamente demasiado caro. Assim, calmamente, pé ante pé, empreendemos a nossa subida ao mesmo tempo que cada um revelava os seus planos para a passagem do ano. Num ápice, e sem que déssemos conta, tínhamos chegado a S. Pedro de Alcântara.
Feitas as despedidas cada um dirige-se ao seu carro de apoio.
Agora é tempo de descanso e de celebração da despedida do ano “velho” e da entrada no novíssimo 2017.
De salientar que tanto o Frederico como o Carlos Teixeira mantêm-se como totalistas de todas as edições da Corrida São Silvestre de Lisboa. E já vamos na nona edição.
Espectáculo!
Atletas que concluiram a prova: 6306
Vencedor: HERMANO FERREIRA (Sport Lisboa e Benfica) - 0:30:10
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 2341)
Classificação Geral: 2021º - Classificação no Escalão V55: 96º - Classificação Chip: 1975º
Tempo Oficial: 0:50:37/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:49:55
Tempo médio/Km: 5m:00s <=> Velocidade média: 12,02Km/h (*)
Tempo/Classificação no último quilómetro: 00:04:09/1823º
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº 2342)
Classificação Geral: 1530º - Classificação no Escalão V55: 70º - Classificação Chip: 1472º
Tempo Oficial: 0:48:44/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:48:03
Tempo médio/Km: 4m:48s <=> Velocidade média: 12,49 Km/h(*)
Tempo/Classificação no último quilómetro: 00:04:12/1963º
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº 2343)
Classificação Geral: 3990º - Classificação no Escalão V50: 362º - Classificação Chip:4028º
Tempo Oficial: 0:59:23/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:58:47
Tempo médio/Km: 5m:53s <=> Velocidade média: 10,21 Km/h(*)
Tempo/Classificação no último quilómetro: 00:05:08/4384º
PEDRO ANTUNES (Dorsal Nº 2344)
Classificação Geral: 5327º - Classificação no Escalão Sénior: 836º - Classificação Chip: 5356º
Tempo Oficial: 1:08:32/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:07:43
Tempo médio/Km: 6m:46s <=> Velocidade média: 8,86 Km/h(*)
Tempo/Classificação no último quilómetro: 00:06:21/5835º
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Corridas do Mês de Dezembro
Calendário para o Mês de Janeiro
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