Julho é, normalmente, significado de início do defeso para a maioria dos atletas. Com as temperaturas mais altas que nesta fase se fazem sentir é altura de descansarmos de uma época mais ou menos intensa e desgastante e de prepararmos, pelo menos a nível psicológico, a “rentrée” em Setembro.
As LEBRES E TARTARUGAS deram como terminada a sua época na de boa memória LISBON ECO MARATHON. Apenas os dois Carlos ainda participaram numa última corrida – Corrida das Fogueiras e Palmela Run – mas já sem a companhia quer do Frederico quer do Georg, última contratação da nossa equipa e que nos acompanhou em provas emblemáticas.
Tendo já penduradas as “sapatilhas” decidimo-nos por uma última corrida que foi encarada como despedida em grupo do nosso “ponta de lança” alemão que brevemente irá deixar o nosso País para concluir o seu MBA. O Georg trouxe-nos uma lufada de ar fresco desafiando, e ultrapassando, em termos de resultados, os três Tartarugas fundadores. A partir da Corrida do Benfica, onde se estreou como nosso acompanhante, passou, muito legitimamente, a pertencer ao grupo das LEBRES E TARTARUGAS ocupando o lugar de nossa referência em termos competitivos. Os seus vinte e sete anos contrastam com a idade um pouco mais avançada dos seus companheiros. Finalmente encontrámos a nossa LEBRE atrás da qual todos nós corremos.
Talvez não seja aquela Lebre que nós desejávamos, com as formas anatómicas e o encanto que nos podem motivar em cada corrida, mas cumpriu o seu papel de impulsionador destes três atletas já nas categorias de Veteranos às quais pertencemos há muito tempo. Mas, como o Georg não se cansa de referir, foi com a nossa ajuda que se abalançou, correu e concluiu uma Maratona, ainda por cima com o desnível de uma prova de Montanha.
E para uma despedida em condições encontrámos uma prova que homenageia todos os anos o grande Francisco Lázaro, atleta emblemático que perdeu a vida naquilo de que mais gostava. Foi nos Jogos Olímpicos da Suécia, em 1912, quando corria a Maratona, que este atleta, carpinteiro de profissão, veio a sucumbir, fruto de um conjunto de decisões erradas. Em primeiro lugar por ter coberto todo o seu corpo com sebo para impedir a perda de água pela pele. Com os poros completamente tapados veio a sofrer de desidratação extrema. Em segundo lugar o facto de não usar qualquer chapéu de protecção contra o Sol, aumentou a sua vulnerabilidade em face dos 32 graus de temperatura ambiente. Por último, a ingestão de substâncias estupefacientes, ditaram o seu triste abandono quer da competição quer do mundo dos vivos.
Em sua memória foi dado o nome a uma Rua do Bairro de Benfica e também ao Estádio Clube de Futebol Benfica, agremiação desportiva que representou desportivamente.
A iniciar o seu primeiro fim de semana de férias o Frederico teve de alterar à pressa os seus planos para participar na corrida de despedida do Georg. O Carlos Teixeira e o Carlos Gonçalves só precisaram de arranjar um último fôlego para uma derradeira prova quando também já se encontravam no defeso. Mas o Georg merecia uma despedida condigna e no palco onde a nossa amizade se cimentou.
Poucos atletas à partida, os mais resistentes do costume, contribuíram para a nona edição da justa homenagem a um dos grandes maratonistas do nosso cantinho luso.
Apesar de termos de cumprir uma distância aparentemente pacífica de “apenas” dez quilómetros, na realidade o Memorial Francisco Lázaro veio a revelar-se uma prova bem mais exigente daquilo que certamente todos nós esperaríamos. Foram duas léguas sempre a subir e a descer. O que nos valeu é que o último quilómetro foi essencialmente a descer e terminando com uma gloriosa volta já dentro do Sintéctico do Clube de Futebol Benfica.
Assim que cada Tartaruga terminava a sua prova perfilava-se de imediato junto à meta para aplaudir o colega mais atrasado que concluía a corrida.
No final foi a derradeira fotografia da equipa. Só se vêem traços de satisfação pura. O cansaço foi deitado completamente ao lixo. Era a hora da nossa confraternização.
Recuperados do esforço o Georg convidou os amigos a brindarem com uma bela e bem desejada imperial. O Frederico ainda esboçou um ténue desejo de nos acompanhar com uma garrafa de água. Mas, terá sido por vergonha ou por lhe termos despertado o apetite, acabou por converter o H2O em bela e pura bebida de malte. Ou bem que se é homem ou que se é “maric….”.
Ninguém ganhou qualquer medalha. Mas todos os quatro TARTARUGAS tiveram direito à sua TAÇA. Não a levaram para casa mas beberam-na.
Feita a recuperação cada um seguiu à sua vida com a promessa do Georg de, no próximo ano, voltar a Lisboa para participar na Maratona de Lisboa.
Adeus Georg e que tenhas grande sucesso, tanto a nível desportivo como profissional, nesta nova fase da tua vida.
As LEBRES E TARTARUGAS não te esquecerão.
Mas terminada mais uma prova é da maior justiça homenagear o Carlos Teixeira por ter completado a sua corrida número 200 desde que começou a participar regularmente em provas de atletismo. É certo que foi ainda antes da fundação das LEBRES E TARTARUGAS mas foi também o prenúncio de que algo estava para vir. Foi com o Frederico que se iniciou neste novo desporto em 2008 na Corrida do Tejo. Em 2009, na Meia Maratona de Lisboa, juntou-se o Carlos Gonçalves tendo originado a criação da nossa equipa. Mas a semente foi, porventura, plantada um ano antes pelo Carlos Teixeira e pelo Frederico.
PARABÉNS.
E o Memorial Francisco Lázaro foi também a centésima décima quinta corrida dos três Tartarugas em conjunto. Ainda falta muito para as 200, ou mesmo para a centena e meia. Mas vamos andando devagarinho. Em passo lento mas constante e firme. A nossa próxima estapa é as 120 corridas em equipa.
Atletas que concluiram a prova: 277
Vencedor: JOSÉ ANTUNES (GDR Reboleira) - 0:35:26
GEORG WALDSHÜTZ (Dorsal Nº255)
Classificação Geral: 81º - Classificação no Escalão M0034: 11º
Tempo Oficial: 0:46:16/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:45:57
Tempo médio/Km: 4m:36s <=> Velocidade média: 13,06Km/h(*)
FREDERICO SOUSA (Nº 256)
Classificação Geral: 248º - Classificação no Escalão M5054: 31º
Tempo Oficial: NT/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): NT
Tempo médio/Km: 6m:28 <=> Velocidade média: 9,29 Km/h(*)
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº257)
Classificação Geral: 121º - Classificação no Escalão M5559: 10º
Tempo Oficial: 0:49:55/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:49:36
Tempo médio/Km: 4m:58s <=> Velocidade média: 12,10 Km/h(*)
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº258)
Classificação Geral: 137º - Classificação no Escalão M5559: 11º
Tempo Oficial: 0:51:35/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:51:16
Tempo médio/Km: 5m:08s <=> Velocidade média: 11,70 Km/h(*)
Calendário do Mês de Julho
Vivemos no século da Tecnologia.
Nesta era onde os “gadgets” contribuem para a nossa realização, seja em termos profissionais como, e principalmente, no lazer, recorremos às maravilhas que nos são colocadas à nossa disposição para encararmos com maior optimismo cada dia que vamos vivendo.
O GPS foi inventado para fins militares. Com a democratização deste Sistema Global de Posicionamento (tradução livre de Global Position System) todos nós passámos a poder recorrer a uma técnica que nos permite estabelecer rotas, gravar percursos e utilizar trajectos previamente gravados com os quais podemos mais tarde disfrutar em diferentes tipos de actividade.
Hoje temos à nossa disposição “simples” relógios que nos permitem acompanhar o nosso desempenho seja em corrida, em caminhada ou até em bicicleta.
Após três participações na Lisbon Eco Marathon um dos nossos atletas meteu na sua cabeça vir mais tarde a repetir o percurso mas em BTT, uma das suas modalidades preferidas. Depois de uma primeira edição em que fez um “corte” não deliberado no percurso da Maratona, passando pela prova de 2014 na qual, por avaria, não pôde recorrer ao seu Garmin de eleição, eis que este ano conseguiu cumprir a Lisbon Eco Marathon na sua totalidade, sem atalhos e com o seu relógio completamente operacional.
Mal terminou a Maratona ficou logo no seu pensamento repetir, logo que lhe fosse possível, esta prova mas em Bicicleta de Todo o Terreno. Só foi preciso aguardar por um fim-de-semana sem provas de atletismo.
Reunidas as condições para esta aventura neste segundo fim-de-semana de Julho, ainda tentou arregimentar os dois colegas Carlos Teixeira e Frederico para uma nova” maratona nas entranhas da Serra de Monsanto. Mesmo com as “negas” dos seus companheiros, lançou-se, qual “cavaleiro solitário”, ao cumprimento do seu sonho.
Ainda não soavam as onze badaladas da manhã e já o Carlos Gonçalves estacionava no Parque do Calhau. Depois de tudo a postos dava início à sua aventura. Numa primeira fase pensou em cortar o troço inicial cumprido integralmente em alcatrão avançando logo para os segmentos em terra batida. Não venceu esta facção pelo que decidiu repetir na íntegra o percurso original da Lisbon Eco Marathon.
Logo nesta fase inicial verifica-se que em subida íngreme a bicicleta não apresenta uma grande vantagem em comparação com a corrida a pé. Após atingir o ponto alto situado junto ao Estabelecimento Prisional de Monsanto entra-se num trajecto um pouco mais “desanuviado”. Depois de passar pela terceira vez pelo mesmo troço, e após uma longa descida que terminará bem perto da zona de Pina Manique, inicia-se a parte mais interessante da aventura. O alcatrão fica para trás e a partir de então são os troços de terra batida que dominam.
O meu Garmin continua como um fiel apoio permitindo-me repetir integralmente o percurso da Maratona de Monsanto. A certa altura, numa subida longa ao longo da Autoestrada A5, sou ultrapassado por um atleta em corrida. Aí estava a prova provada em como em certas subidas vai-se mais depressa a correr do que em cima de uma bicicleta. A correr só temos que transportar o nosso corpo. Em bicicleta já temos que aguentar com dois "pesos mortos".
Sem desvios relativamente ao trajecto original avançam os quilómetros mas também começa a fazer-se sentir o desgaste. Apenas não consegui repetir fielmente um troço, embora lá tenha andado perto.
Chegado à zona do antigo Aquaparque, e à semelhança do constatado ao longo de todo o “passeio”, ainda consigo vislumbrar as sinalizações colocadas para a Lisbon Eco Marathon. Com um olho no GPS e o outro nas árvores, consigo repetir sem qualquer desvio o percurso anteriormente realizado. E até consegui tomar o caminho certo nas imediações do Heliporto, coisa que falhou na prova da Maratona.
E uma vez mais constato que certas subidas fazem-se melhor a pé do que cima de um selim. Por vezes sou forçado a desmontar e a levar a bicicleta à mão.
De regresso à civilização, lembro-me de que faltam menos de dez quilómetros para o final. Aliás esta distância até será menor dado que perto dos Pupilos do Exército vou fazer um desvio em direcção à casa da partida, cortando assim cerca de quatro quilómetros ao percurso da Lisbon Eco Marathon.
Quando finalmente, e após várias subidas e descidas ao longo da Auto Estrada de Cascais, entro num “sigle trek” sinto que já estou perto do fim da montanha e às portas da ciclovia. Relembro o último abastecimento e o ataque aos últimos seis demolidores quilómetros. Quando passo à porta da Embaixada do México recordo-me também do Frederico e do seu “encontro imediato” com uma cobra.
Desta vez a ciclovia até foi bastante fácil. Estou bem perto do local onde se iniciou toda esta aventura.
Olhando para o conta-quilómetros da minha “Trek” verifico que cumpri cerca de trinta e oito quilómetros em três horas e trinta e oito minutos. Bem melhor do que a correr. Mas, verdade seja dita, terminei mais cansado do que há três semanas atrás.
E o meu apetite pela Lisbon Eco Marathon aumentou, assim como o desejo de voltar a repetir o passeio em Bicicleta de Todo o Terreno. E a Serra de Monsanto é um enorme mundo a explorar, seja a correr ou em BTT.
Peniche dois anos depois.
Após um interregno de dois anos os Lebres e Tartarugas voltaram a estar representados na corrida das fogueiras, infelizmente devido à lesão do Frederico de Sousa após a dificílima ecomarathon de Lisboa e a opção por outro evento por parte do Carlos Gonçalves, a participação resumiu-se a apenas um atleta.
Peniche é um lugar carismático para os Lebres e Tartarugas, conforme referido em anteriores crónicas do nosso redator principal Carlos Gonçalves, somos três ex-jogadores de badminton e passamos ao longo da nossa carreira muitos fins de semana a jogar em pavilhões situados nesta magnífica vila, no meu caso mais significativo dado que foi em Peniche que em Infantis realizei o meu primeiro jogo oficial de badminton. Passados uns anos voltamos a fazer desporto em Peniche desta feita para participar em diferentes edições da corrida das fogueiras, no entanto nos últimos dois anos por diversas razões não tivemos oportunidade de participar, sendo que finalmente este ano regressou um tartaruga e espero que para a 37ª edição estejamos presentes os 3.
A deslocação para Peniche teve dois aspetos muito positivos o primeiro os sucessivos golos que a seleção portuguesa de sub-21 foi marcando à Alemanha, o segundo a temperatura que foi baixando sucessivamente sendo que parti de Odivelas com 32 graus e cheguei a Peniche com 21 graus.
Em relação aos anos anteriores registaram-se alguns ajustes no percurso, sendo que o principal se verificou no local da partida que passou a ser junto aos bombeiros, mais segura e mais organizada, no entanto face ao número elevado de participantes não se evitou o congestionamento habitual nos primeiros quilómetros uma vez que a estrada não é muito larga.
Mais do que falar do percurso o aspeto mais importante a salientar foi o elevado número de atletas que concluíram a prova 2.729 e a grande quantidade de público que assistiu à mesma, alguns nas janelas das suas casas, outros junto às fogueiras, crianças a estender as mãos para baterem na dos corredores e o último km percorrido com um corredor humano dos dois lados que dá muita força para terminar a corrida. E para o ano lá estarei, parabéns à organização por mais esta edição.
[Crónica de Carlos Teixeira]
Atletas que concluiram a prova: 2730
Vencedor: YOUSSEF EL KALAY (SPORT LISBOA E BENFICA) - 0:47:45
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº1207)
Classificação Geral: 1176º - Classificação no Escalão M55: 112º
Tempo Oficial: 1:16:46/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:16:09
Tempo médio/Km: 5m:05s <=> Velocidade média: 11,82 Km/h(*)
MELHOR TEMPO INDIVIDUAL NA PROVA
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