Cerca de um ano após a participação na primeira edição da LISBON ECO MARATHON as LEBRES E TARTARUGAS regressam ao mesmo palco para repetir a dose de uma Maratona entre a Serra de Monsanto e o Alto do Parque Eduardo VII em Lisboa.
Se correr uma Maratona (42195 metros) em asfalto e piso maioritariamente plano já é uma aventura só possível para os mais bem preparados, física e psicologicamente, imaginem o que será percorrer a mesma mítica distância mas em “sobe e desce” e, ainda por cima, em montanha. Foi a isto que os nossos atletas se dedicaram de corpo e alma.
A nossa participação de 2013 serviu para tomar conhecimento desta nova realidade que é a Serra do Monsanto, ao final da tarde, e, depois de muitas subidas e descidas, entrar em Lisboa através do Corredor Verde com ligação pela ciclovia que une Lisboa com o seu verdadeiro “pulmão”.
Depois da experiência da primeira edição cada um de nós partiu do Parque do Calhau com propósitos bem definidos, além de, evidentemente, terminar a corrida:
E todos foram cumpridos.
O Carlos Teixeira, nosso estradista de eleição, aprendeu com as últimas e traumáticas experiências e decidiu comprar uns ténis de montanha. Por isso, e talvez não só, adoptou um comportamento de verdadeiro “trailista” que o manteve incólume e a salvo de qualquer acidente. E para não sofrer dos mesmos problemas de indisposição e de alguma fraqueza optou por andar onde era mais aconselhável andar. Comeu quando o organismo lhe exigia que fossem repostas as reservas energéticas. E terminou a prova com uma impressionante marca de pouco mais de cinco horas, recuperando cerca de quarenta e seis minutos ao tempo do ano passado.Por isso concluiu a sua aventura em perfeitas condições, fresquinho que nem uma alface, como se tivesse terminado uma “simples” maratona de estrada.
O Frederico tinha como grande objectivo realizar uma corrida sem intervalos ou paragens de descanso. Manteve-se fiel aos seus princípios. Preparou-se sem treinar. E terminou bem melhor do que em 2013 “comendo” mais de meia hora ao tempo realizado então e, acima de tudo, bem vivo, em oposição ao estado de pré-morte que parecia ter no ano passado.
Já o Carlos Gonçalves, que em 2013 fez um “corte” de perto de seis quilómetros, tinha como primeiro objectivo cumprir a totalidade do percurso. O que desta vez foi conseguido. Mas tinha também outra ambição: realizar toda a maratona sempre a correr. Para isso correu onde muitos andavam, com iguais ou mesmo melhores resultados em termos de andamento e muito menos cansados. E, para que não lhe faltasse a água, aventurou-se com um peso adicional de três quilos às costas, referentes aos três litros de “combustível” que fez transportar no seu “Camel Bak”. Tudo isto contribuiu para que chegasse ao Parque Eduardo VII extremamente exausto.
Nos últimos quilómetros arrastou-se mais do que efectivamente correu. Fez tudo contra o indicado para obter um bom tempo e uma boa classificação. As suas opções foram tremenda e irracionalmente erradas. Mas, visto à luz das suas ambições, no final teve a sua compensação. Fez a prova toda sempre em ritmo de corrida. Algumas vezes foram mais "passinhos" do que verdadeiros passos de corrida. Mas lá cumpriu o seu maior propósito.
Após algum tempo de espera, para reunir as tropas e fazer algumas entrevistas de circunstância, temos o habitual “briefing” com a apresentação das principais regras de orientação e de conduta.
Mantendo a essência do percurso pelo interior da Serra de Monsanto, já depois das vinte e uma horas marcamos encontro com a noite. Tendo como companhia e guia as nossas luzes frontais, é nesta fase que a aventura assume o seu pico de emoção e de magia. A quebrar a monotonia da paisagem e o isolamento só mesmo as fitas autocolantes amarelas impedem que nos desviemos do caminho certo. Toda a atenção é necessária pois nem sempre temos colegas por perto. Depois de voltas e voltas na zona dos Montes Claros chegamos às instalações do antigo Aquaparque nas imediações de Caselas. Foi exactamente aqui que um dos nossos atletas se enganou em 2013. E parece que o mesmo se verificou novamente este ano com outros atletas. Não estava bem sinalizado o percurso. Qualquer descuido implicava um corte de perto de uma légua na corrida.
Quando faltavam pouco mais de dez quilómetros ganhamos algum ânimo pois o mais difícil já ficou para trás. No entanto ainda temos alguns “ossos duros de roer”. Quando inocentemente julgamos que vamos entrar na derradeira descida até à zona de Pina Manique, ao virar de uma curva lá encontramos um novo desnível a vencer. No início de qualquer descida até trememos de medo pois certamente que se seguirá uma nova escalada.
Finalmente chegamos à zona de Pina Manique, nas imediações do Estádio do Casa Pia Atlético Clube e da Embaixada do México. Algumas centenas de metros mais além entraremos na ciclovia que nos conduzirá até ao alto do Parque Eduardo VII. A partir de aqui é sempre a rolar. A rolar se para tanto ainda tivermos pernas.
Mas os últimos dois quilómetros, que deveriam ser de glória, são antes de derradeiro sofrimento. Há que vencer um desnível considerável passando por trás do Palácio da Justiça. Finalmente vislumbramos a tão ambicionada meta. O fim está próximo. Pensávamos nós pois ainda somos obrigados a descer quase meio Parque Eduardo VII para depois terminarmos a corrida em plena subida.
Já perto das duas da manhã o grupo das LEBRES E TARTARUGAS reencontra-se na companhia de alguns dos seus familiares e amigos que os aguardavam e os congratulavam por tão tremendo feito.
Mais uma etapa, dura e difícil. Mas são precisamente estes desafios não competitivos que nós procuramos.
Atletas que concluiram a prova: 207
Vencedor: BRIAN ASHER: 3:14:17
FREDERICO SOUSA Dorsal Nº241)
Classificação Geral: 201º - Classificação no Escalão M50: 22º
Tempo Oficial: 6:19:20/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 6:19:08
Tempo médio/Km: 8m:59s <=> Velocidade média: 6,68Km/h (*)
MELHOR TEMPO INDIVIDUAL NA PROVA
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº240)
Classificação Geral: 135º - Classificação no Escalão M50: 14º
Tempo Oficial: 5:06:51/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 5:06:40
Tempo médio/Km: 7m:16s <=> Velocidade média: 8,26Km/h (*)
MELHOR TEMPO INDIVIDUAL NA PROVA
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº239)
Classificação Geral: 199º - Classificação no Escalão M55: 10º
Tempo Oficial: 6:09:29/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 6:09:18
Tempo médio/Km: 8m:45s <=> Velocidade média: 6,86Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Calendário para o Mês de Junho
“Carlos
Como não tenho ido a provas nos últimos tempos, e estou a ficar ferrugento, estou a pensar inscrever-me no trilho curto Extreme Trail Run Cucos em Torres Vedras (12 kms) no próximo dia 10.
A prova não deve ser nada fácil porque o tempo limite para o trail curto é de 6 horas!!!
As inscrições acabam amanhã. Diz-me se também queres vir”.
Este foi o pretexto para uma nova prova, ainda por cima em ambiente de montanha como o Carlos Gonçalves e o Frederico tanto apreciam.
O Frederico é o nosso especialista em descobrir provas que passam despercebidas aos restantes companheiros das LEBRES E TARTARUGAS. E como um bom desafio nunca é de desperdiçar o Carlos Gonçalves disse logo que sim. Como se tratava de uma prova nova, sem qualquer antecedente, só arriscámos a versão mais curta, de doze quilómetros. A designação de MD – Muito Difícil – presente no Cartaz promocional afastou-nos de cometer uma loucura maior. Fomos numa de “ver para crer” e, caso gostássemos, no próximo ano poderíamos então abalançarmo-nos à prova maior.
À chegada às Termas dos Cucos, nas imediações de Torres Vedras, deparámo-nos com um cenário verdadeiramente de sonho. A Natureza estava bem presente num ambiente de vegetação luxuriante e na qual nos iríamos submergir e desaparecer da civilização por algumas horas. A grande quantidade de atletas presentes indicava-nos que esta primeira edição do Extreme Trail Run Cucos não tinha passado despercebida àqueles que não viram a cara a uma nova aventura. Alguns conhecidos, os “habitués”, e outros nem tanto. Estavam reunidos os condimentos para uma original comemoração do 10 de Junho, longe das festas e dos discursos de circunstância ou de conveniência. Nós celebrámos à nossa maneira, e da forma que melhor sabemos, o verdadeiro PORTUGAL de que tanto gostamos e que tão bons atributos lhe reconhecemos.
As duas corridas iniciar-se-iam com um quarto de hora de diferença. Uma vez estacionada a nossa viatura, a primeira tarefa que se impunha era a do levantamento dos dorsais. Só que, e contrariamente ao habitual, tínhamos de ir buscar primeiro o dorsal e só depois, numa fila diferente, poderíamos recolher e activar o “chip”.
A situação não estava a ser muito bem controlada pela organização motivando algum atraso na hora da partida. Após um “briefing” com a habitual comunicação das regras da corrida segue-se um período de aquecimento conduzido por uma equipa de um Ginásio de Torres Vedras. Pareceu-nos desnecessário dado o atraso que já se estava a consumar. Ainda antes de nos dirigirmos para a “grelha de partida” ainda tivémos de fazer um controlo do “chip” para a organização se certificar de quem tinha efectivamente partido. Verificámos também que os atletas das duas provas afinal partiriam em conjunto. Foi uma maneira de recuperar algum do atraso.
Depois de uma volta pela zona circundante das Termas lançamo-nos à montanha. Logo na primeira subida verifica-se o primeiro congestionamento de atletas com os mais lentos a empatarem os mais rápidos, ou os que, pelo menos, pretendiam ultrapassar o primeiro obstáculo a correr e não a andar. Por isso neste tipo de provas é preferível partir mais à frente. Excepto para o Frederico que quis pôr em prática uma nova táctica: partir em último para ver quem iria ultrapassar ao longo da corrida. A seguir a uma subida tínhamos logo uma descida. Umas mais difíceis e outras menos difíceis. Mas todas elas a exigirem algum respeito e um grande controlo sobre os nossos movimentos e muita atenção aos locais onde colocar os pés. Praticamente não existiram zonas planas. E não faltou a oportunidade de refrescar os nossos pés. Bem em cima dos seis quilómetros, e um pouco antes do primeiro abastecimento, único para o Trail Curto, temos de ultrapassar uma pequena ribeira equilibrando-nos em cima de uma espécie de represa formada por vários e irregulares pedregulhos. Quase a chegar à outra margem o caminho torna-se mais difícil. Para evitar uma desnecessária e aparatosa queda alguns atletas optaram mesmo por saltar para dentro de água e cumprir os dois últimos metros mais em segurança. Enfim, já conseguíamos dar alguma dignidade aos nossos sapatos de montanha. Com a entrada em terra batida imediatamente mudaram de cor e passaram a confundir-se com o ambiente em redor.
À medida que íamos avançando na prova encontrámos um grupo de caminheiros e alguns "bttistas". Quando o fim parecia estar próximo apanhámos um valente susto. Pendurado num arbusto deparamo-nos com um aviso de entrada no “Inferno”. Penso que a maioria tremeu de receio sobre o que nos aguardava. Felizmente que o inferno se transformou mais em “Paraíso”. Não encontrámos nada de pior do que já tínhamos ultrapassado.
Numa última descida avistamos as paredes cor de rosa das antigas Termas dos Cucos. Apesar do meu relógio GPS ter deixado de dar sinais de vida tinha a noção de que ainda deveriam faltar cerca de dois quilómetros. Antes de chegar à zona da meta enfrentamos uma das mais íngremes descidas de toda a corrida. Todo o cuidado era pouco para não nos espalharmos ao comprido, e logo à vista de todos quantos aguardavam pelos atletas. É necessário manter alguma dignidade na nossa imagem. Numa bifurcação separavam-se os participantes dos doze quilómetros dos da corrida de vinte e quatro. Incrédulo que estava a terminar a corrida ainda perguntei se não teria que dar mais alguma volta. Não. E mesmo os membros da organização avisavam que vários corredores tinham registado apenas dez quilómetros. Neste momento deu-me uma tremenda vontade de pedir autorização e enveredar pelo restante trajecto da prova maior. Não fosse o Frederico ficar à minha espera e ter-me-ia lançado a uma nova aventura. Fica para o próximo ano.
Já depois de terminar a corrida teci os mais elogiosos comentários sobre a prova e afirmando peremptoriamente que em 2015 voltarei. Alguns minutos mais tarde chega o Frederico. Cansado mas também extremamente contente. Cada vez mais temos que apostar em provas novas e desconhecidas.
E para algum conforto do nossa estradista ausente tenho de o tranquilizar que as quedas não lhe estão unicamente reservadas. Devido a dois ramos escondidos ao longo do percurso confesso que me espalhei ao comprido por duas vezes. Fica como compensação o facto de apenas ter ficado com uma única ferida. Na realidade fiquei foi com dois ferimentos sobrepostos. Se fosse no Futebol, atendendo ao sangue espalhado no meu joelho esquerdo, não poderia ter continuado a prova sem que as feridas ficassem estancadas. Mas isso é para “meninos”. Em trail não há espaço para “mariquices dessas”. E também não temos juízes esquisitos.
E os nossos dois atletas ficaram bem longe do tempo limite de seis horas. Afinal, apesar de duro, não foi um Trail tão “extremo” quanto o supúnhamos. Ainda há boas surpresas na vida.
Enquanto nos deleitávamos no nosso ambiente predilecto o outro Tartaruga, Carlos Teixeira, saboreava um treino longo em estrada. Parece que não o conseguimos convencer a acompanhar-nos com maior regularidade e vigor nas corridas de montanha. Cada um é para o que nasce. Todos estão certos desde que em comunhão de interesses com a sua consciência.
Por algum motivo ainda não explicado o tempo do Frederico não foi registado oficialmente pelo que não aparece o nome desta atleta na classificação final.
No dia 21 voltar-nos-emos a encontrar os três, e na máxima força, na Lisbon Eco Marathon na Serra de Monsanto às portas de Lisboa.
Atletas que concluiram a prova: 132
Vencedor: NUNO GONÇALVES (OFFTEL RUNNERS/Runcross.com): 1:09:59
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº324)
Classificação Geral: ND -Escalão M50: ND
Tempo Oficial: ND/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 2:22:45
Tempo médio/Km: 11m:54s <=> Velocidade média: 5,04Km/h (*)
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº325)
Classificação Geral: 59º - Classificação no Escalão M50: 5º
Tempo Oficial: 2:01:05/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 2:01:05
Tempo médio/Km: 10m:05s <=> Velocidade média: 5,95Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Calendário para o Mês de Junho
Em Lisboa completou-se a 4ªetapa do BES RUN CHALLENGE 2014 e para os 1.258 atletas que participaram nas quatro etapas, cumpriram ainda que em quatro fases a distância de uma maratona.
A última etapa teve o maior número de participantes 2.777 que inundaram por completo a baixa de Lisboa, já de si felizmente repleta de turistas.
A partida e chegada teve lugar na Praça D.Pedro IV no Rossio, num grande ambiente de festa proporcionado pelos atletas, organização e espetadores.
O início da corrida foi algo difícil devido ao pouco espaço disponível nas ruas da baixa face ao número de atletas e de pessoas que ao mesmo tempo passeavam nessa zona, por outro lado o piso empedrado e cruzado pelas linhas do elétrico na ligação entre a baixa e o Cais Sodré torna-se algo perigoso obrigando a correr com alguma preocupação.
A corrida continuou após a passagem pelo Cais Sodré pela Avenida 24 de Julho com uma temperatura quente refrescada periodicamente por algumas nuvens e pelo vento, o meio da prova situou-se perto da antiga feira das indústrias. A partir de aqui deu-se o regresso ao Rossio com nova passagem pelo Cais Sodré em direção ao Terreiro do Paço e depois nova entrada na baixa em sprint até à meta.
Na meta a organização tinha diversas surpresas para os atletas, nomeadamente manjericos alusivos ao Stº António, Imperiais à disposição e para os atletas que completaram as 4 etapas uma medalha comemorativa alusiva aos 4 locais onde se realizaram as provas.
Deixo os parabéns à organização que a exemplo do que já se tinha verificado em 2013 foi excelente ao contrário do que se tem verificado nas provas organizadas pela Xistarca e faço votos que tenhamos o BES RUN CHALLENGE 2015.
[Crónica de Carlos Teixeira]
Atletas que concluiram a prova: 2777
Vencedor: NÉLSON CRUZ (Clube Pedro Pessoa - Escola de Atletismo): 0:31:28
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº336)
Classificação Geral: 796º - Classificação no Escalão V50: 52º
Tempo Oficial: 0:48:54/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:48:31
Tempo médio/Km: 4m:51s <=> Velocidade média: 12,37Km/h (*)
Classificação após 4 etapas: 398º
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Calendário para o Mês de Junho
E vão meia dúzia de canecas, tantas as participações das LEBRES E TARTARUGAS na Corrida do Oriente.
Apesar da ausência do Frederico, devido a compromissos familiares de natureza completamente inadiável, apresentámo-nos com dois reforços que vieram trazer alguma juventude à nossa equipa. Não sendo estreantes absolutos com a “camisola” das LEBRES E TARTARUGAS, e com o peso que daí advém, o Pedro apresentou-se pela primeira vez a fazer uma corrida com os atletas mais velhos. Anteriormente Já nos tinha feito companhia em passeios pedestres em ambiente de montanha, nomeadamente nos Saudosos Trilhos do Almourol. Também já tinha participado em corridas com amigos. Agora juntou-se à “secção de corrida” da nossa equipa. O Gonçalo Gonçalves já tinha estado presente em duas edições da Corrida das Fogueiras. E promete …
Atendendo ao facto de se realizar numa zona nova da cidade, com o espírito da EXPO 98 ainda a pairar no ar, a Corrida do Oriente atrai habitualmente inúmeros participantes.
E muitas LEBRES …
De ano para ano a Organização esforça-se por quebrar os recordes das edições anteriores. E, na hora de alinhar as tropas para o início das “hostilidades”, o “speaker” de serviço adiantou mesmo que esperavam mais de dois mil atletas na corrida principal. Não sabemos se iniciaram a prova todos os inscritos. Normalmente nem sempre quem se inscreve comparece à partida. O certo é que terminaram este ano menos atletas do que em 2013. Mesmo assim cruzaram a meta mais de mil quinhentos corredores, número que tomara muitas corridas poderem ostentar orgulhosamente tal marca.
Corrida que não muda tem morte certa. Temos referido este princípio variadas vezes. E, na edição de 2014, a organização introduziu algumas novidades. A partida e a chegada, apesar de distarem algumas dezenas de metros, estavam estrategicamente colocadas junto à nova, e recentemente concluída, Igreja da Nossa Senhora dos Navegantes.
O percurso desenvolvia-se segundo as principais artérias do Parque das Nações. Como habitualmente muito público fazia questão de animar os atletas.
Concentrando-se junto à manga da partida os atletas das LEBRES E TARTARUGAS afinavam as suas estratégias. Alguns, como o Gonçalo, até faziam algum “bluff” já que afirmava insistentemente ao Carlos Teixeira que aguardaria pelos restantes companheiros no final. O Pedro, bem mais comedido, tinha como principal preocupação não deixar uma má imagem da equipa. Só dá má imagem quem não aceita estes desafios. Quem não quer correr riscos fica em casa. E o Pedro não ficou em casa.
Cada um no seu ritmo, todos os TARTARUGAS lançaram-se ao assalto dos dez quilómetros. E todos terminaram a prova em bom andamento. Uns mais cansados do que outros.
Mas, à chegada, e após o reencontro dos “guerreiros”, a satisfação era enorme. Só é pena que desta vez não tenha havido classificação por equipas.
Estando perante dois atletas mais experientes, temos de dar o devido destaque ao Gonçalo que terminou a corrida com um impressionante tempo de 52 minutos e 35 segundos, bem perto dos companheiros mais calejados e mais batidos nestas andanças. Ficou a pouco mais de quatro minutos dos seus dois colegas mais velhos.
O Pedro, apesar de um pouco mais lento, mesmo assim ficou numa marca ao nível do nosso ausente Frederico. Os receios de comprometer a imagem da equipa caiu por terra.
Todos estão de Parabéns.
Numa corrida com elevada participação há sempre um ou outro episódio que ficam para a nossa memória. O locutor de serviço não se cansava de enaltecer o esforço de todos aqueles que iam concluindo a prova. Numa tentativa de recolher alguns depoimentos de última hora foi confrontado com algumas interferências na aparelhagem de som. Para se libertar da responsabilidade destas anomalias afirmava, de forma convicta e persistente, que as interferências eram, muito provavelmente, provocadas por alguma “portadora” de uma qualquer emissão de rádio ali presente. Sentia-se assim ilibado quanto à responsabilidade de todos os problemas sonoros bem visíveis, ou melhor, audíveis, por todos os presentes na zona da meta.
O apetite dos novos participantes ficou mais aguçado. O Gonçalo até já pensou em inscrever-se na Lisbon Eco Marathon. De certeza que muito em breve voltará à nossa companhia. E do Pedro também esperamos o mesmo. Talvez até o desafiemos para uma primeira corrida de montanha.
E fica a foto final da equipa ostentando orgulhosamente os "troféus conquistados".
Atletas que concluiram a prova: 1537
Vencedor: HERMANO FERREIRA (Sporting CP): 0:30:56
GONÇALO GONÇALVES (Dorsal Nº1422)
Classificação Geral: 757º - Classificação no Escalão M0034: 133º
Tempo Oficial: 0:53:01/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:52:35
Tempo médio/Km: 5m:16s <=> Velocidade média: 11,41Km/h (*)
PEDRO ANTUNES (Dorsal Nº971)
Classificação Geral: 1370º - Classificação no Escalão M0034: 233º
Tempo Oficial: 1:07:38/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:07:12
Tempo médio/Km: 6m:43s <=> Velocidade média: 8,93Km/h (*)
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº965)
Classificação Geral: 449º - Classificação no Escalão M5054: 43º
Tempo Oficial: 0:48:29/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:48:00
Tempo médio/Km: 4m:48s <=> Velocidade média: 12,50Km/h (*)
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº966)
Classificação Geral: 505º - Classificação no Escalão M5559: 36º
Tempo Oficial: 0:49:23/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:48:56
Tempo médio/Km: 4m:54s <=> Velocidade média: 12,26Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Calendário para o Mês de Junho
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