PRESENTES!
Em tudo o que é novidade os LEBRES E TARTARUGAS gostam de marcar presença.
Há alguns meses foi lançado o desafio para a participação numa prova desenvolvendo-se maioritariamente na Serra de Monsanto e terminando na Sala de Visitas de Lisboa que é o Marquês de Pombal. Esta prova tinha vários aliciantes desde o disputar-se numa mistura equilibrada de diferentes pisos – alcatrão, trilhos e ciclovias – até diferentes distâncias consoante a preparação e a preferência de cada atleta. Desde a Maratona até à corrida de 19 Km havia ainda o “Vassoura Team”, prova de caminhada com trinta quilómetros de distância e que, para além da caminhada propriamente dita, tinha como objectivo encerrar a corrida da maratona e “limpar” o lixo que os atletas mais distraídos iam deixando ao longo do percurso. Em vez de uma prova competitiva era uma manifestação ecológica tão cara a todos nós nos dias de hoje. A Lisbon Eco Marathon tinha ainda um aliciante especial: começar a correr de dia em Monsanto e terminar de noite em Lisboa. Os atletas mais lentos deveriam mesmo terminar a prova já madrugada dentro. E atendendo às elevadas temperaturas registadas nestas duas últimas semanas beneficiámos assim de condições bem agradáveis para a prática de uma corrida noturna.
Inicialmente marcada para as dezanove horas a partida foi atrasada em trinta minutos na tentativa de se minorar um pouco os efeitos nefastos (para alguns, não para todos …) do calor tórrido que se tem feito sentir nos últimos dias.
Um pouco antes das 16H30 já os três amigos se encontravam junto à Igreja de S. Domingos de Benfica bem pertinho dos Pupilos do Exército. Cedo de mais como se viria a verificar mais tarde. Àquela hora ainda era bastante reduzido tanto o número de atletas como de membros da organização presentes no Parque do Calhau. Cumpridos todos os trâmites necessários – levantamento dos dorsais e verificação pela organização do equipamento considerado obrigatório – só nos restava esperar mais de duas horas pela abertura das hostilidades. Finalmente chega o “briefing” da organização, momento em que nos são transmitidas algumas indicações sobre o modo como irá decorrer a prova e sobre as características e singularidades do percurso.
Para lá da especificidade única desta prova a Eco Marathon fica para a posteridade como um marco indelével e muito importante na história das LEBRES E TARTARUGAS. O Frederico ia estrear-se numa Maratona. E ainda por cima com o grau de dificuldade de uma corrida de montanha bastante mais desgastante e exigente do que uma “simples” maratona de estrada … Em 2009 a Maratona era para nós os três apenas uma miragem. Em 2010 começa a tomar forma nas nossas cabeças e a ser uma hipótese séria colocada em “cima da mesa”. Em 2011 temos o primeiro estreante na Maratona do Porto, sendo no ano seguinte acompanhado pelo outro atleta mais corajoso. Para 2013 o Frederico tinha-se comprometido a também ultrapassar a barreira mítica dos 42,195 quilómetros. A ausência de um estruturado e continuado plano de treinos punha seriamente em risco o cumprimento daquela promessa. Mas, como em tudo na vida, um homem às vezes tem de se atirar de cabeça para um desafio sem pensar muito no assunto e nas consequências que daí advirão. E foi assim que o FREDERICO se abalançou, de uma forma mais ou menos inconsciente, e diremos mesmo com laivos de alguma irresponsabilidade, a este enorme desafio. Mas no fim ENORME foi ele que cumpriu a prova e dentro do tempo limite estipulado pela organização. E, muitp importante também, com mais alguns atletas a chegarem atrás dele.
PARABÉNS.
Sabíamos de antemão que o percurso inicial era tudo menos fácil. Os primeiros oito quilómetros constituíam a parte mais difícil da corrida e teríamos, logo após a partida, que vencer uma longa subida com cerca de dois mil metros que nos levaria até à zona do Estabelecimento Prisional de Monsanto. Depois desta fase começaríamos a andar um pouco às voltas nas entranhas da Serra de Monsanto e travando conhecimento com uma faceta bem menos conhecido do verdadeiro “pulmão” da cidade de Lisboa. O percurso estava bem sinalizado e, quando poderiam existir algumas dúvidas, lá estavam os “Voluntários” da organização a dar preciosas indicações aos atletas sobre qual o sentido a tomar. Com o cair da noite começa a fase mais atraente da corrida sendo os participantes obrigados a ligarem finalmente as suas lanternas pomposamente colocadas nas cabeças. Como é habitual em provas de montanha não se formam grandes grupos mas também ninguém está sozinho. À frente ou atrás vislumbramos sempre a luz dos humanos pirilampos que tomaram de assalto a montanha.
Cada um imprimia, ou devia imprimir, o ritmo mais apropriado a uma Maratona de Montanha. Entregues a si próprios os TARTARUGAS iam devorando os quilómetros que apareciam. Com maior ou menor dificuldade, com mais ou menos percalços, começava a contagem decrescente rumo ao Marquês de Pombal. No entanto um dos nossos atletas começava a verificar que lhe faltavam alguns quilómetros em face das indicações fornecidas pela organização. Subitamente, e sem que algo o justificasse, tinham-lhe desaparecido perto de seis quilómetros. Assim estava mais perto da meta do que supunha. Estranha situação que, em conversa com outro corredor, também já tinha sido comentada por outros atletas. Teria sido uma quebra do sinal do GPS? Não sabíamos. Deixando para trás o último abastecimento localizado à entrada do antigo Aquapark do Restelo, encetávamos o derradeiro trilho de montanha. Fácil mas mesmo assim cansativo para quem já não tinha as forças necessárias. Chegados a Pina Manique deixamos definitivamente a montanha e percorremos os últimos cinco quilómetros em ciclovia. À chegada ao Parque Eduardo VII encontramos uma retemperadora descida até à meta.
É então que temos algumas surpresas. Os nossos atletas chegam segundo uma ordem não coincidente com o que se passara ao longo da prova. Estranho. Estranho foi também o facto de um dos nossos atletas apenas ter registado cerca de 36 quilómetros enquanto os outros aproximaram-se da distância oficial. Teria feito, embora inconscientemente, algum atalho?
Reunidos após o final da corrida os três amigos interrogavam-se sobre os acontecimentos. Mas, acima de tudo, festejavam o feito do FREDERICO que completara a sua primeira maratona. Não interessa se foi sempre a correr ou por vezes a andar. Aliás todos nós fizemos o mesmo. Mas o regulamento das provas, sejam elas maratonas ou não, não obriga a que sejam cumpridas sempre em passo de corrida. Quanto muito há um tempo limite para cumprir a distância. E neste pormenor o nosso atleta FREDERICO cumpriu, e bem, dentro das sete horas limites.
As impressões eram diversas. O atleta Carlos Teixeira queixava-se das quedas e de se ter perdido algures no percurso. O Frederico só queria descansar e nem conseguia articular frases muito elaboradas. O Carlos Gonçalves estava satisfeito com a prova (pudera, tinha encurtado a corrida em meia dúzia de quilómetros) e estava determinado em repetir a corrida numa próxima edição.
De uma maneira ou de outra acabou por ser um fim de sábado, e início de domingo, bem passados. Para o Frederico foi a estreia em Maratonas. Para o Carlos Teixeira foi a estreia em corridas à noite. E para o Carlos Gonçalves foi a estreia numa situação nunca antes vivida em que as forças lhe faltaram antes do tempo programado.
Alguns dias mais tarde verifica-se que dos três TARTARUGAS um deles (Carlos Gonçalves) não aparecia na classificação geral. E o mesmo continuava a interrogar-se por que motivo tinha feito uma corrida com menos quilómetros. A resposta foi encontrada quando analisámos os percursos. E finalmente encontrámos a dupla justificação para a não classificação final e para uma distância significativamente mais curta. Ao chegar ao abastecimento no “Aquapark” no Restelo deveria ter continuado serra abaixo e efectuar o último controlo por volta dos trinta quilómetros. Induzido em erro pelos elementos da organização retornou de imediato à Avenida das Descobertas fazendo assim um atalho de perto de seis quilómetros.
Atletas que concluiram a prova: 151
Vencedor: JOÃO GINJA (Sportlife): 3:37:33
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº262)
Classificação Geral: 148º - Classificação no Escalão (M4549): 17º
Tempo Oficial: 6:52:16/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 6:52:04
Tempo médio/Km: 9m:49s <=> Velocidade média: 6,12Km/h (*)
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº 261)
Classificação Geral: 119º - Classificação no Escalão(M5054): 9º
Tempo Oficial: 5:53:27/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 5:53:16
Tempo médio/Km: 8m:25s <=> Velocidade média: 7,13Km/h (*)
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº260)
Atendendo a que não passou no último controlo não tem classificação nem tempo oficial
Classificação Geral: NC - Classificação no Escalão (M5559): NC
Tempo Oficial: NC/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 4:42:52
Tempo médio/Km: 7m:44s <=> Velocidade média: 7,76Km/h (*)
A distância percorrida foi de 36,58 Km; Fazendo a projecção para os 42 Km, e admitindo o mesmo ritmo por quilómetro, o tempo final oficioso seria: 5:24:56
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Corridas do Mês de Julho
Desde a Corrida dos 512 anos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, disputada no distante mês de Julho de 2010, que não apanhávamos um dia tão quente. Não sabemos se este domingo não terá sido mesmo o dia mais quente de todas as nossas corridas. É certo que há bem pouco andávamos a lastimarmo-nos que o Verão nunca mais aparecia. Agora que está a dar um ar da sua graça já estamos nós aqui a reclamar para o que é normalmente óbvio em qualquer dia de Julho.
Por outro lado a hora para que estava marcado o início da corrida também não ajudava muito. Às dez e meia da manhã já era de esperar uma temperatura um pouco mais elevada. Assim grande parte dos atletas trocavam de bom grado as corridinhas de aquecimento pelo resguardo nas muitas sombras existentes junto ao local da partida. A maioria expressava algum desagrado perante as adversas condições atmosféricas. As TARTARUGAS faziam parte do lote dos que viam com apreensão o modo como iria decorrer a prova debaixo de um Sol escaldante e abrasador. Bem, mas nem todos estavam assim tão preocupados com o calor. O nosso atleta mais velho, ou o menos novo se quisermos melhorar o adjectivo, o Árabe Carlos Gonçalves delirava com este cenário. Como ele desejava mesmo estar num distante emirado árabe qualquer. Era de todos nós o mais optimista.
Como bem sabemos Odivelas está localizada numa zona pouco ou nada plana. Assim esperávam-nos uns dez quilómetros sempre em sobe e desce. No final teríamos de contabilizar se as descidas serviam para recuperar das subidas. Não nos parece que assim tenha acontecido. E ainda por cima começávamos e terminávamos num ponto alto. Apesar de andarmos um pouco "às voltinhas" pelas ruas de Odivelas o que é certo é que mesmo assim a organização conseguiu montar um percurso bem interessante e sem aquele desgaste psicológico habitual quando passamos várias vezes pelos mesmos sítios. Os atletas tentavam poupar-se um pouco resguardando-se nas poucas sombras que encontravam ao logo do caminho. Mas nem todos agiam do mesmo modo. Um dos atletas, indiferente ao calor, procurava principalmente o melhor trajecto sem se preocupar com as sombras. Quem seria ele??? Aceitam-se apostas...
Decorridos cerca de sete mil metros fazemos a inversão final do percurso rumando para a meta. Mas só que após o oitavo quilómetro tínhamos que vencer a parte mais difícil da corrida.Uma subida de levar às "lágrimas". Muitos optaram por trocar o passo de corrida pela marcha. Outros só não fizeram o mesmo por vergonha. Aliás não é muito habitual numa corrida de dez quilómetros vermos tantos atletas a sucumbir nas subidas. A canícula que se fez sentir neste domingo é muito provavelmente a justificação para tudo isto.
Depois de tudo o que sofremos nesta Corrida as últimas centenas de metros a subir até à meta até nos pareceram quase planas.
Enfim lá superámos mais uma prova, um teste bem difícil à nossa capacidade de sofrimento. À sombra, e depois de saciada a sede, conseguimos recuperar um pouco tanto do ponto de vista físico como anímico.
Resta-nos referir que a Corrida D. Dinis não fazia parte do nosso calendário de provas para o mês de Junho. Se tudo tívesse corrido como programado tínhamos escapado a este "assador" pois na noite de Sábado deveríamos ter marcado presença na Corrida das Fogueiras. Como já não nos inscrevemos a tempo arranjámos esta alternativa. E até nem foi má de todo.
No próximo fim de semana vamos estar na nossa máxima força na Lisbon Eco Marathon. Vai ser a estreia do Frederico na distância mítica do 42,195 quilómetros. Pelo menos não nos deveremos preocupar muito com o calor já que a prova tem o início marcado para as dezanove horas, quando o Sol se prepara para nos abandonar.
Atletas que concluiram a prova: 370
Vencedor: JOSÉ C SOUSA (GD 3 Santos Populares): 0:32:51
FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº367)
Classificação Geral: 309º - Classificação no Escalão (M4549): 30º
Tempo Oficial: 1:05:33/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:05:26
Tempo médio/Km: 6m:33s <=> Velocidade média: 9,17Km/h (*)
CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº 366)
Classificação Geral: 105º - Classificação no Escalão(M5054): 11º
Tempo Oficial: 0:49:42/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:49:35
Tempo médio/Km: 4m:58s <=> Velocidade média: 12,10Km/h (*)
CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº368)
Classificação Geral: 82º - Classificação no Escalão (M5559): 3º
Tempo Oficial: 0:47:36/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:47:30
Tempo médio/Km: 4m:45s <=> Velocidade média: 12,63Km/h (*)
(*) - O Tempo médio/Km e a Velocidade média foram calculados em função dos tempos cronometrados (tempo do chip)
Corridas do Mês de Junho
Calendário para o Mês de Julho
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. GRANDE PRÉMIO DO ATLÂNTIC...
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