Como é bom SOFRER.
Quem se inscreve em Corridas de Montanha tem de estar essencialmente preparado e predisposto para passar por momentos menos bons, diremos mesmo desagradáveis. E é com o sofrimento que aprendemos a ultrapassar os dissabores e as agruras da nossa vida, seja ela analisada sob o prisma pessoal ou profissional.
Em desporto de competição os atletas treinam em condições extremamente exigentes e perante situações que porventura nem sempre encontrarão em prova. E quanto mais exigente for o treino melhor será a capacidade que o atleta adquire para enfrentar todo o tipo de adversidades.
Ora bem. É isto que as nossas ilustres TARTARUGAS procuraram ao iniciarem uma nova etapa com a inscrição em Corridas de Alta Montanha. À primeira correu bem. Foi a novidade. À segunda foi a confirmação de como é bom correr fora da Estrada. À terceira foi de vez. Nunca mais pararemos.
O nosso espírito é de praticar desporto competindo apenas connosco próprios.
É bom recordar o nosso lema: "Não ficar em primeiro nem em último lugar, para não dar nas vistas...". E uma vez mais foi cumprido. E acreditem que não é fácil, não foi fácil. Aqui encontramos atletas com um grau de preparação muito elevado.
É certo que momentaneamente passámos por momentos menos bons, ou até desagradáveis. Por vezes a vontade desistir pode ser enorme. Mas será que essa palavra tem lugar no nosso pensamento? Não. Sofrer sim, mas nunca desistir. E deste modo ficamos mais fortes.
O gráfico altimétrico deixava desde logo antever grandes dificuldades. Eram mais de quatro quilómetros sempre a subir. Aliás a partida começou com uma calçada bastante íngreme que nem deu para aquecer. Que aquecessem antes do sinal de partida.
E como suspeitámos logo na antevisão à corrida a segunda parte da prova - quatro quilómetros sempre a descer - não deveriam ser fáceis. Em provas de Montanha não há coisas fáceis. Não só o declive era elevado como entrámos naquilo que na gíria BTTista se denominam por "single treks". Troços sinuosos, estreitos e com terreno irregular. Muitos degraus naturais formados pelas raízes das árvores. Segundo a minha humilde opinião foi o mais belo troço da percurso. A adrenalina estava presente em todo o seu esplendor. O pensamento era "descer com cuidado, devagar ... mas o mais depressa possível". Acima de tudo evitar quedas e deixar passar os mais rápidos e mais afoitos. Ou talvez os mais malucos e inconscientes ...
"Não há mal que sempre dure nem bem que não acabe". Terminada a descida vertiginosa foi tempo de atacar o troço mais exigente de toda a corrida. E o pior nem foram aqueles 500 metros de elevada inclinação. Com a sinalização dos 9 quilómetros "sorri-nos" uma subida que mais parecia uma escalada. Correr era praticamente impossível. Não por que o declive fosse muito acentuado mas sim pela irregularidade do terreno. Um pé mal colocado e poderíamos ter um acidente de consequências bastante graves. Houve momentos em subimos com os pés e ... com as mãos no chão. O mais importante era não cair.
Pronto. Terminou este calvário de subida. Inicia-se a descida final para a meta. Para trás ficaram os sentimentos de cansaço. Haveria que aproveitar os quilómetros - cerca de três e meio - para correr até à meta. Foi tempo das últimas ultrapassagens e de consolidação de posições.
O cansaço, mas principalmente a felicidade, estava bem estampada nos rostos da maioria dos atletas. Apesar dos vários percalços julgo que todos deram como bem empregue o tempo que dedicaram nesta amena manhã de Outubro a uma prática desportiva mais original. As condições climatéricas foram praticamente as ideiais. Não choveu, não esteve nem calor nem frio, o vento nem se fez sentir. É certo que durante grande parte da corrida estivémos isolados do mundo no meio da mata e das árvores.
Por agora terminaram as provas "off the road". Em 2011 há mais. E lá estaremos concerteza.
E também estaremos agora mais disponíveis e confiantes para encarar uma prova que am 2009 não nos correu de feição: a mítica MEIA MARATONA DA NAZARÉ.
Entramos na recta final do ano de 2010.
Atletas que concluiram a prova: 129
Vencedor: Aires Sousa (F C Penafiel) - Tempo Oficial: 0:49:24
FREDERICO SOUSA
Classificação Geral: 116º- Classificação no Escalão M45: 21º
Tempo Oficial: 1:33:04/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:32:59
Tempo médio/Km: 8m:05s <=> Velocidade média: 7,42 Km/h (*)
CARLOS TEIXEIRA
Classificação Geral: 117º - Classificação no Escalão M50: 18º
Tempo Oficial: 1:33:20/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:33:15
Tempo médio/Km: 8m:07s <=> Velocidade média:7,40 Km/h (*)
CARLOS GONÇALVES
Classificação Geral: 96º - Classificação no Escalão M50: 13º
Tempo Oficial: 1:26:48/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:26:43
Tempo médio/Km: 7m:32s <=> Velocidade média: 7,96Km/h (*)
Corridas realizadas no mês de Outubro
Calendário previsto para o mês de Novembro
. TRIATLO DE S. MARTINHO DO...
. 8ºTRAIL DOS MOINHOS SALOI...
. GRANDE PRÉMIO DO ATLÂNTIC...
. CORRIDA SÃO SILVESTRE DE ...