A EDP Meia Maratona de Lisboa é considerada como a prova rainha de todas as corridas que se realizam em Portugal nesta distância.
A Meia Maratona é a antecâmara para a participação na mais mítica distância das corridas de fundo. Quem ousa participar e concluir uma Meia Maratona tem, inevitavelmente no seu imaginário, de candidatar-se a concluir uma Maratona.
No final de cada Meia Maratona a maioria dos atletas candidatos a Maratonistas faz, invariavelmente, o seguinte raciocínio: para realizar uma Maratona é “só” repetir o que acaba de fazer. "Mas será que conseguirei? Se me custou tanto a cumprir estes vinte e um quilómetros será que estarei em condições de realizar a façanha de terminar uma Maratona?" A experiência prova-nos que ,afinal, não é simplesmente assim. Com um plano de treino adequado tudo se torna mais fácil.
Mas regressemos à Meia Maratona de Lisboa. O facto de se atravessar a pé a bela Ponte 25 de Abril constitui um dos muitos atractivos para a maioria esmagadora dos atletas que, ano após ano, se deslocam a Lisboa para participarem nesta prova, sejam eles estrangeiros ou Portugueses. Esta tem sido a nossa prova rainha em cada ano e que só por qualquer imprevisto é que algum dos atletas das LEBRES E TARTARUGAS não marca presença.
Escusado será dizer que foi precisamente neste ambiente que foi dado o pontapé de saída para a formação da nossa equipa.
Este ano temos a assinalar a estreia do Gonçalo Gonçalves na Meia Maratona de Lisboa. A distância não era uma novidade para ele. Todavia o aliciante de atravessar a pé pela primeira vez a Ponte sobre Tejo foi motivo mais do que suficiente para se inscrever.
Gonçalo Gonçalves, Carlos Teixeira e Carlos Gonçalves encontraram-se no sítio habitual, na rotunda que antecede a descida para a Praça da Portagem. Antes ainda tiveram um controlo de atletas para verificar se possuíam dorsal válido e se não se faziam acompanhar por algum objecto que pudesse pôr em risco a integridade física dos restantes. Parecia o controlo de entrada para um estádio de futebol. Não sabemos se esta medida foi da iniciativa da Polícia ou da própria Organização da Corrida. Estranha-se quando é por demais sabido que os amantes do Atletismo são pessoas pacíficas e com um comportamento bastante civilizado.
Os nossos três atletas conversam animadamente sobre as experiências anteriores e sobre as suas expectativas para a prova. O Gonçalo, na sua qualidade de estreante, era o que estava mais ansioso pelo começo da aventura.
A quantidade de participantes foi bastante grande.
Após o tiro de partida, e já depois dos atletas de Elite terem iniciado a prova em Lisboa, os semi-maratonistas lançam-se com grande entusiasmo à travessia da Ponte 25 de Abril. Os candidatos à prova de 10 quilómetros partem mais tarde.
O Gonçalo estava perfeitamente entusiasmado com o ambiente que estava a viver pela primeira vez. Começou por correr em cima da zona da grade. Mas, ao olhar para baixo, ficou com algumas vertigens pelo que, logo que pôde, refugiou-se nas zonas em alcatrão.
Após a travessia do Rio Tejo, e quando os atletas se preparavam para encetarem a descida para Alcântara, temos a primeira novidade. Devido às obras em curso na zona de Santos o percurso foi esticado ao longo da Avenida da Ponte, quase até ao desvio para as Amoreiras.
Após termos cumprido quatro quilómetros e meio dá-se a inversão no sentido da corrida. Estamos na fase mais agreste da prova. A temperatura, aliada à ausência de qualquer brisa e à poluição que se fazia sentir de sobremaneira, são um sério revés para os atletas. E até à saída para Alcântara é sempre a subir.
Não esperávamos um início tão duro como este.
Ao invés das edições anteriores não chegamos até ao Cais do Sodré pelo que a longa recta até ao Dafundo desta vez acabou por ser um pouco menos longa. E foi nesta fase que o Sol despontou em todo o seu esplendor contribuindo para uma temperatura pouco recomendável para a maioria dos atletas.
Nos últimos quilómetros deparamo-nos com três atletas deitados no chão e a receberem assistência da equipa médica de apoio à prova. Infelizmente situações como esta repetem-se todos os anos. E não estamos a falar de atletas com uma idade mais avançada. São, sobretudo, “jovens” sem qualquer preparação para uma prova com a dureza de uma Meia Maratona.
Concluída a prova os atletas das LEBRES E TARTARUGAS reúnem-se junto à entrada para o Museu da Marinha, tal como tinham planeado previamente.
Cada um fez a sua corrida dentro das suas perspectivas. O Gonçalo era o mais encantado com a Meia Maratona de Lisboa. Nunca tinha participado numa corrida com tanta gente. Aliás a edição de 2023 foi, certamente, uma das mais concorridas de sempre. E já se sente preparado para novos desafios.
Ganhámos mais um atleta para acompanhar com maior regularidade os restantes membros da nossa equipa.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Não são dez, não são quinze e não são vinte. Desde 2013 que a Corrida das Lezírias passou a ter uma distância oficial com um número nada redondo de 15,5 Km.
Normalmente, e no que às provas de estrada diz respeito, é habitual que a distância oficial se enquadre numa das provas mais tradicionais. Só a Maratona, e por arrasto a Meia Maratona, tem uma distância oficial com uma precisão que vai até ao metro. Mas isto tem a ver com a origem histórica da Maratona.
Bem sabemos que, na esmagadora maioria das situações, os atletas correm sempre um pouco mais do que o anunciado. Talvez o facto de uma maioria assinalável dos atletas utilizarem actualmente relógios “inteligentes” que medem em tempo real as distâncias das corridas nos permita aferir a diferença entre a distância oficial e a real.
A Corrida das Lezírias tem tido a “assinatura presencial” de atletas das LEBRES E TARTARUGAS. Faça chuva ou faça Sol é habitual que os nossos atletas se desloquem num fim de semana de Março a Vila Franca de Xira para participar numa corrida que continua a ter a aceitação de um grande número de atletas.
A paisagem envolvente é simpática com a corrida a desenrolar-se aos longo das duas margens do Rio Tejo.
O piso é composto por uns três quilómetros iniciais e finais em alcatrão. Depois de atravessarmos a Ponte Marechal Carmona em direcção à margem esquerda do Tejo viramos à direita e entramos na lezíria Ribatejana. Um piso em terra batida, mas bem compacto, dá lugar a algumas zonas com pequenas poças de água, maiores ou menores consoante a quantidade de chuva que caiu nos últimos dias anteriores à prova. Mais à frente, e após o primeiro abastecimento de água por volta do quilómetro oito, entramos num segmento em que o piso é mais mole e, por vezes, bastante enlameado. É, na minha opinião, a melhor parte da corrida. Aqui os atletas já estão em velocidade cruzeiro e adquirem um ritmo mais vivo que lhes permite atacar com maior confiança e fulgor a parte final em alcatrão até ao pavilhão Gimnodesportivo no Parque Urbano do Cevadeiro.
Com a meta à vista alguns atletas fazem o “sprint” final seja para ganharem algumas posições seja para terminarem em beleza a Corrida das Lezírias.
Devido à circunstância de se realizar a uma distância de uma semana da Meia Maratona de Lisboa esta corrida pode também ser encarada como um bom treino para os 21,0975 quilómetros que aí vêm.
Assim se mantenha o percurso e certamente que continuará a ter uma larga adesão dos atletas populares de estrada.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
O início do ano de 2023 foi de grande actividade para os nossos corredores com a participação em três provas de dificuldade e distância acima da média.
Foram três domingos de seguida. Depois da Meia Maratona de Torres Vedras e da Corrida do Fim da Europa foi a vez de regressarmos a uma clássica das corridas de fundo em Portugal. A Meia Maratona de Cascais, outrora 20 quilómetros de Cascais, fechou este ciclo de maior intensidade em comparação com o nosso passado mais recente. Longe vão os tempos em que víamos os atletas das LEBRES E TARTARUGAS fins de semana consecutivos em tudo o que fosse prova de estrada.
Não direi que o nosso abrandamento se deva principalmente à nossa idade, mas sim à nossa preocupação em não ganhar lesões que, nesta fase, são de mais difícil recuperação. Mas também temos de evitar entrar em saturação. Devemos encontrar alternativas que nos permitam “limpar” a cabeça e assegurar que mantenhamos uma actividade física regular tão necessária como essencial.
A Meia Maratona de Cascais continua a atrair muitos atletas. Sem alterações de percurso comparativamente com as edições anteriores aplica-se o princípio de não mexer numa fórmula que se tem afirmado como vencedora.
A partida, em frente ao Hotel Baía, foi algo confusa em virtude de ser o palco do início das várias modalidades previstas: Corrida das Crianças, Corrida de 5 Km, Prova de 10 Km, para os menos afoitos e menos preparados para grandes distâncias e, finalmente, a Meia Maratona.
Como já é habitual os atletas dos 21 quilómetros foram divididos em diferentes blocos de partida consoante o tempo previsível para a conclusão da corrida.
A confusão parecia estar instalada tal era o aglomerado de atletas que não conseguiam entrar para o seu compartimento de partida. Mas, “despachadas” as provas mais curtas, a Organização conseguiu que tudo decorresse com a normalidade possível para o início da prova principal.
A diferença em tempo entre as partidas da corrida de dez quilómetros e da Meia Maratona evitou que se gerasse algum conflito entre os atletas das duas provas com andamentos bem diferentes. Quanto mais longa é a distância menor é o ritmo imposto pelos atletas. Os participantes da Meia Maratona apenas se juntaram aos da distância de cinco quilómetros mas durante pouco tempo.
Feita a separação entre os participantes nestas duas provas os semi-maratonistas atacam o troço mais longo que os leva até às imediações do Guincho. É, talvez, a parte do percurso mais agradável com a vista do Oceano Atlântico na sua imensidão e grandeza. Estamos na Costa Oeste da Europa. Mas é também uma zona onde a nossa força psicológica é mais colocada à prova dado que, por mais que fixemos o nosso olhar na estrada, nunca mais vemos o tão almejado ponto de viragem. Ultrapassada a antigamente muito temida subida entre os quilómetros dezassete e dezanove, passamos pela zona do hipódromo. Sabemos que o fim está próximo e que, mais à frente, temos as últimas centenas de metros que antecedem a meta. É sempre a descer em que a maioria faz a “sprintar” dentro das suas capacidades físicas.
A grande surpresa foram as condições meteorológicas. Depois de semanas em que o frio se fez sentir de sobremaneira a Meia Maratona de Cascais presenteou-nos com um tempo mais primaveril. E, por mais estranho que pareça, a temperatura mais alta fez-se sentir no segmento da estrada do Guincho. Com a inversão do sentido da corrida apareceram algumas rajadas de vento mais frio tornando a temperatura mais apetecível e estabelecendo condições mais agradáveis para uma corrida com a distância de uma Meia Maratona.
Mais uma participação a juntar-se ao nosso bastante extenso currículo.
Há situações que um atleta nunca deseja encontrar numa no decorrer de uma qualquer prova. A principal é não aparecer uma lesão, antiga ou recente, que pode mesmo levar à desistência. A outra são as famigeradas cãibras que surgem quando menos se espera e que são resultado de um esforço mais intenso e para o qual não estávamos preparados. Por último, e com a qual nunca contamos, é, de repente, surgir um dor de barriga que tem tudo de inesperada como de resolução difícil. Foi o que sucedeu a um dos nossos atletas. Aliás já à partida tinha alguns sintomas mas que esperava que passariam à medida que a corrida fosse avançando. Mas o contínuo movimento só faz aumentar aquele suplício. Foi mais um obstáculo que tinha de ultrapassar.
Apesar de ter estabelecido como objectivo concluir esta Meia Maratona com um tempo inferior ao que tem conseguido nas últimas corridas nesta distância a sua preocupação passou a estar focada em controlar aquela situação inesperada e terminar os cerca de vinte e um quilómetros nas melhores condições possíveis. Depois de cortada a meta logo se veria.
Foi, sem dúvida, um grande teste à capacidade de superação do atleta.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Há tradições que se vão mantendo. E a participação na Corrida do Fim da Europa é uma delas. Esta prova, a par da Corrida do 1º de Maio, é uma das que pertence ao nosso grupo de favoritas nas quais as LEBRES E TARTARUGAS fazem sempre questão de marcar presença.
Apenas por motivo de lesão é que algum dos nossos atletas do grupo Fundador não compareceu à chamada. E que o diga o Frederico que, não estando em condições de desafiar o frio da Serra de Sintra em pleno mês de Janeiro, fez questão de comparecer e de contribuir para engrossar o lote de corredores presentes à partida. Aliás o Frederico é o nosso único totalista em participações nesta Corrida.
A manhã apresentava-se bastante fria de tal modo que até o Frederico considerou que a temperatura era mesmo baixa. Felizmente que o Sol apresentava-se em grande força e sem a presença de vento. É preferível o frio à chuva, pelo menos na hora da Partida.
A Corrida do Fim da Europa começou mais cedo com a deslocação de véspera a Sintra para deixarmos um carro na Azóia que se destinava a transportar os nossos atletas no regresso no dia seguinte após terminarem a corrida.
Ano após ano há duas certezas. Uma é a de que o percurso não muda nem um milímetro. A outra é a forte adesão popular àquela que tem sido apelidada como a Corrida Mais Bonita do Mundo. De assinalar que dos 2458 atletas inscritos terminaram 2029. Nada mau.
A Corrida do Fim da Europa tem mantido uma vitalidade ao longo dos anos tendo sobrevivido a tudo, mormente à pandemia de má memória. Contrariamente ao que tem acontecido nas anteriores edições este ano não vimos caras conhecidas. Este facto significa que a Corrida está a atrair novos atletas substituindo os que vão desistindo. A manter-se esta tendência podemos ficar descansados que a Corrida do Fim da Europa tem a sua sobrevivência garantida.
Tudo o que há dizer sobre a Corrida do Fim da Europa já foi praticamente dito. O ambiente mágico da Serra de Sintra contagia-nos de tal modo que quase não damos conta das dificuldades. O início, com perto de três quilómetros sempre a subir, e com uma forte pendente negativa, faz com que os atletas rapidamente aqueçam. E nem mesmo a terrível “parede” entre os quilómetros 9,5 e 10,5 consegue abalar os atletas. Uma inclinação de 15% é bastante exigente mesmo para os mais experimentados e mais bem preparados. Mas a tudo resistimos. Só queremos chegar ao Cabo da Roca e juntar mais uma corrida ao nosso já extenso currículo.
E para o ano voltaremos.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Sempre à descoberta de novas emoções a equipa das LEBRES E TARTARUGAS adere a tudo o que é novidade.
Foi assim que em 2022 inscrevemos dois atletas na primeira edição da Meia Maratona de Torres Vedras ficando a representação da nossa equipa a cargo do Carlos Teixeira e do Carlos Gonçalves. Este último atleta desistiu à última hora em virtude de um imprevisto que o impediu de fazer companhia ao outro elemento das LEBRES E TARTARUGAS.
Em 2023 a nossa equipa decidiu inscrever-se novamente nesta prova que encarna os ingredientes típicos de uma Meia Maratona com um percurso maioritariamente plano, mas com a diferença de se desenrolar em terra batida. E, além dos dois Carlos, contámos ainda com um atleta de peso na nossa equipa. O Gonçalo Gonçalves encarna o verdadeiro espírito da nossa equipa não dizendo não a um novo desafio. Foi a sua segunda Meia Maratona e já se perfila para a Meia Maratona de Lisboa com a travessia da Ponte 25 de Abril em Lisboa.
Esta prova tem o formato de corrida em linha com partida e chegada em locais distintos. Assim a organização colocou à disposição dos atletas vários autocarros transportando-os desde Torres Vedras até à Praia de Santa Cruz de modo a minimizar ao máximo os constrangimentos dos participantes sem terem de mobilizar duas viaturas, uma junto da Partida e outra próxima da chegada, e com a obrigatoriedade de se deslocarem novamente até Santa Cruz para recolher o outro carro.
Entrámos num dos autocarros estacionados junto ao Pavilhão da Expo Torres que nos levaria até ao local da partida. Como sempre acontece nestas situações os diferentes atletas aproveitam para colocar a conversa em dia salientando as suas proezas, nomeadamente relatando a participação recente em diferentes Maratonas e Meia Maratonas em vários Países, da Europa e não só.
E para fazer bom ambiente o motorista do nosso autocarro encarregou-se de colocar na instalação sonora umas músicas de duvidoso gosto que tinha numa “playlist” no seu telemóvel.
A longa espera pela partida, aliada à deficiente qualidade dos assentos do autocarro, contribuiu para alguma impaciência dos atletas e para chegarem ao local da Partida um pouco “moídos”.
A manhã apresentava-se fria, bastante fria até. Mas, ao contrário do ano passado, desta vez a chuva não marcou presença. Apenas um vento um pouco agreste não fosse o facto de estarmos junto à Praia de Santa Cruz em plena costa atlântica. E o Sol fez questão de marcar presença ao longo de toda a prova amenizando um pouco a baixa temperatura que se fazia sentir, acompanhado, de vez em quando, por umas lufadas de ar mais frio.
Antes da hora da partida os nossos atletas refugiam-se no bastante simpático e acolhedor Café “O Veleiro” onde pudémos satisfazer as nossas necessidades fisiológicas e aquecer com um esplêndido café matinal.
A hora do começo da prova aproxima-se. Não são muitos os atletas à partida. Talvez umas três centenas, adiantamos. E verificamos também que a média de idades é, aparentemente, baixa. o que pode ser uma preocupação para quem não deseja terminar a Meia Maratona nos últimos lugares.
E aproveitamos para nossa habitual foto da equipa.
Às dez e meia é dado o “tiro” de partida.
E, para aquecer, começamos logo com uma subida de respeito. Uma autêntica parede que contribui para o desmembrar do pelotão. Os mais rápidos e mais bem preparados desparecem num ápice. São cerca de quatrocentos metros demolidores. Provavelmente o maior obstáculo de toda a prova.
O percurso é o mesmo de 2022. Sendo maioritariamente plano obriga os atletas a “puxarem” constantemente do princípio ao fim. E, na realidade, e analisando o registo nos nossos relógios “inteligentes”, constatamos que, tirando a “parede” inicial, e um “muro” por volta dos quinze quilómetros e meio, o percurso foi pouco acidentado mas com uma pendente positiva.
O ambiente em redor era tipicamente de uma lezíria Ribatejana com muitas zonas alagadas a acompanharem o nosso percurso. A inexistência de grandes acidentes permite-nos ver mais longe outros atletas mais adiantados. Este pormenor até pode ser considerado como um incentivo a mantermos um bom ritmo e, quiçá, tentarmos diminuir a distância aos corredores mais adiantados.
A Meia Maratona de Torres tinha a presença dos chamados “Pacers” que marcam diferentes ritmos de corrida e que ajudam os atletas a manterem um andamento constante acompanhando estas “lebres”. A presença dos “pacers” normalmente contribui para um desempenho superior ao que conseguiriam em condições normais. Por isso são sempre bem-vindos.
Os nossos três atletas posicionaram-se ao longo de toda a prova tendo como referência a atleta dos 6 minutos por quilómetro, um à frente e os outros dois atrás. E conseguiram realizar a corrida num ritmo de Meia Maratona, mas em alcatrão. O Carlos Teixeira conseguiu terminar a prova abaixo da barreira das duas horas enquanto os restantes elementos das LEBRES E TARTARUGAS ficaram um pouco mais atrás, na casa das duas horas e sete e duas horas e nove minutos.
Terminada a corrida os nossos atletas conseguem, apesar do cansaço, apresentar sinais de felicidade e de sentimento de dever cumprido.
E para terminar em beleza o nosso atleta mais velho obteve um meritório terceiro lugar no escalão de mais de sessenta e cinco anos. Quando se preparava para ir tomar banho ouviu na instalação sonora que iriam distribuir os prémios para o último escalão de Veteranos e disse para o filho: “espera que vão entregar os útimos troféus e talvez possa ser comtemplado com lugar de destaque e com direito a prémio”. E assim foi tendo de subir ao pódio para receber o prémio em causa.
Para aqui que ninguém nos ouve só terminaram três atletas deste escalão. Mas o que fica para a posteridade foi a subida ao pódio.
De realçar que numa prova em que terminaram trezentos atletas os nossos corredores ficaram com mais quarenta atrás deles. Foi um feito digno de registo tendo em consideração o reduzido número de atletas e que a esmagadora maioria era bastante mais nova e que aparentava uma boa preparação.
Para terminarmos em beleza esta nossa participação na Meia Maratona de Torres Vedras fomos recuperar energias num óptimo Restaurante que tinham aconselhado ao Gonçalo. Dificilmente nos esqueceremos do Páteo do Faustino onde celebrámos a nossa corrida na companhia das nossas “Personnal Trainers”. O Carlos Teixeira não nos pôde fazer companhia devido a compromisso familiar que o obrigava a regressar mais cedo a casa. Fica para a próxima.
Segue-se a Corrida do Fim da Europa já com a companhia do Frederico e do João Valério.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
O ano civil encerra, desportivamente falando, com a participação numa qualquer Corrida São Silvestre existente por este País fora.
A nossa equipa tem marcado presença na Corrida São Silvestre de Lisboa habitualmente apoiada pelo El Corte Inglés, prova esta que não se realizou durante a pandemia do Covid 19.
Em 2021 a prova de Lisboa passou a contar com um novo patrocinador mantendo-se o traçado habitual bem como a realização no último Sábado antes do NATAL.
Com o regresso praticamente à normalidade na realização de provas desportivas, o ano de 2022 assistiu ao nascimento de uma nova São Silvestre em Lisboa e com o El Corte Inglés de novo a dar-lhe o nome e a realizar-se no último dia do ano num horário mais cedo.
De novo as LEBRES E TARTARUGAS marcaram presença na São Silvestre de Lisboa agora com um novo patrocinador – LIDL - contando com quatro elementos já habituais nesta prova.
O Carlos Teixeira não pôde estar presente em virtude de ter um compromisso inadiável marcado para este Sábado dia 17 de Dezembro. Assim vai carregar com a responsabilidade de representar a nossa equipa na São Silvestre El Corte Inglés,
As Corridas São Silvestre de Lisboa mais do que uma prova competitiva são, principalmente, um convívio de milhares de pessoas que decidem percorrer, em corrida ou a andar, algumas artérias do centro da cidade e num percurso que não tem registado significativas alterações nos últimos anos. Na realidade este ano houve uma pequena mudança no trajecto em virtude da abertura de uma cratera na Rua da Prata na sequência do mau tempo que se tem sentido um pouco porto todo o País e ao qual a Capital Lisboa também não escapou.
Manteve-se, contudo, a tradicional subida da Avenida da Liberdade rumo ao Marquês de Pombal e com a competição do último quilómetro. Com mais de sete quilómetros nas pernas custa um pouco esta parte final. No entanto, sabendo que os últimos mil metros são feitos num ritmo desenfreado contra o tempo, até parece que não custam muito a passar. Este ano na fase de subida ao Marquês os atletas mostravam um semblante mais animado do que é habitual. Sabiam bem o que os esperava do outro lado da Avenida da Liberdade.
E assim decorreu mais uma São Silvestre de Lisboa realizada pelas LEBRES E TARTARUGAS.
É tempo de descanso e de cometer as habituais loucuras gastronómicas na época natalícia com os excessos tanto na comida como na bebida.
E o ano de 2023 já nos espera para colocarmos a nossa saúde física e mental em ordem.
Resta-nos desejar uma boa São Silvestre de Lisboa El Corte Inglés para o nosso atleta Carlos Teixeira.
Feliz Natal e um excelente ano de 2023 para todos os nossos atletas e para a comunidade desportiva em geral.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Há quanto tempo que não víamos os quatros "Veteranos" da equipa das LEBRES E TARTARUGAS juntos e em acção. Foi em Janeiro deste ano que estes quatro atletas se juntaram pela última vez em Sintra para a Corrida do Fim da Europa. Daí para cá cada um tem seguido o seu caminho participando em provas isoladamente ou com um ou dois dos restantes membros da nossa equipa.
Os tempos são outros. Antigamente quando um de nós optava por se inscrever numa qualquer corrida os outros íam logo atrás. Agora somos um pouco mais criteriosos na escolha das provas nas quais vamos participar. Talvez sejam os reflexos da pandemia a pesar nas nossas escolhas.
A edição deste ano da Meia Maratona dos Descobrimentos trouxe algumas novidades.
Em primeiro lugar os atletas foram colocados em diferentes blocos de partida de acordo com o tempo expectável para a Meia Maratona.
Habitualmente qualquer Meia Maratona que se realize em Lisboa tem como pontos comuns os locais de partida e de chegada nas imediações do Centro Cultural de Belém. E invariavelmente o traçado desenrola-se maioritariamente ao longo do eixo Avenida 24 de Julho/Avenida da Índia com retorno nas imediações da Estação de Santa Apolónia, e sem esquecer a zona de empedrado entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço. É uma zona que provoca um desgaste adicional onde todo o cuidado é pouco para evitar qualquer entorce e queda acidental que pode deixar marcas na integridade física dos Corredores.
Os primeiros dois quilómetros são uma espécie da aquecimento com uma ida até Algés onde se dá a primeira inversão de marcha.
Pelo meio ficaram algumas pequenas alterações de percurso motivadas pelas obras em curso na região de Santos.
E o regresso inclui também uma ligeira subida pela Rua da Prata em direcção ao Rossio.
Já na Avenida 24 de Julho temos uma longa recta até à Meta. Só que este ano já não tivémos de ir até ao Dafundo e viramos logo à direita em direcção ao Museu da Marinha.
Foi uma prova toda ela muito plana e que contou com a presença de muitos atletas, alguns deles estrangeiros que aproveitam a realização da Meia Maratatona dos Descobrimentos para fazerem uma visita a Lisboa. Juntam o útil ao agradável.
A edição da Meia Maratona dos Descobrimentos de 2022 parecia, á partida, não ter o mesmo impacto das anteriores edições. O levantamento dos dorsais era normalmente feito no exterior das instalações do Centro Cultural de Belém onde também se realizava uma Feira do Desporto com "stands" de venda de material desportivo e de divulgação de outras provas em Portugal ou no estrangeiro. Este ano a entrega dos "kits" de atletas foi feita de forma um pouco envergonhada numa pequena sala junto ao Pequeno Auditório do CCB. E mais estranho ainda foi o facto de serem aceites inscrições no próprio dia da proa.
Estranho tudo isto. Mas ao longo da prova verificámos que a adesão de atletas foi grande na linha do que aconteceu nas anteriores edições.
Foi uma prova simpática e que, para além da competição, pode ser encarada como um treino dominical com um pouco mais de intensidade.
Agora os nossos quatro atletas só se voltarão a encontrar na próxima Corrida do Fim da Europa em 29 de Janeiro de 2023. Pelo meio ainda teremos participações nas corridas São Silvestre de Lisboa que em 2022 conta com duas provas distintas mas que em nenhuma delas participaremos os quatro em simultâneo.
E o fim do ano aproxima-se com os nossos atletas já a fazerem planos para o ano que aí vem.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Foram 20 Km de Sol, muita Lama e muitas subidas e descidas.
As previsões meteorológicas apontavam para um domingo com chuva elemento natural em corridas de trail e tão da preferência do nosso atleta Frederico. Aliás penso que foi com algum desalento que os nossos dois atletas partiram para esta prova. O Sol é bom, principalmente para quem se dá bem com o calor. Mas nesta altura do ano esperávamos outro tipo de condições. Mas não foi a ausência de chuva que afectou o Oeiras Trail. Até porque choveu bastante nos últimos dias contribuindo para um piso bastante lamaçento e do qual os Trailistas tanto apreciam.
Costuma-se dizer que em equipa que ganha não se mexe. O mesmo se aplica às organizações de eventos desportivos. Quando a fórmula resulta em sucesso não se deve mexer muito nas edições seguintes. Mas não é o que tem acontecido no Oeiras Trail.
Em três edições do Oeiras Trail a organização tem alterado todos os anos o percurso e a tecnicidade da corrida. Não se acomodaram arriscando à procura de um modelo que vá ao encontro do interesse dos participantes nas diferentes modalidades.
No que à opção do Trail 20 K+ diz respeito, que foi aquela em que se inscreveram os dois atletas da equipa das LEBRES E TARTARUGAS, a edição deste ano foi talvez a mais equilibrada.
Ao longo de toda a prova fomos verificando que o trajecto era substancialmente diferente do do ano passado. Apenas encontrámos alguns troços conhecidos mas que foram feitos em sentido contrário.
A corrida começou à hora marcada e sem as antigamente obrigatórias máscaras durante as fases mais críticas do Covid19.
Aos poucos a vida vai reentrando na normalidade.
Em andamento bastante vivo os atletas começam a atacar os 20 Km do Oeiras Trail. A partida é separada para cada distância.
Decorridos cerca de dois quilómetros temos um primeiro engarrafamento com o atravessamento de uma pequena ribeira imediatamente complementada com uma subida bastante exigente tendo em conta a lama existente que tornava o piso bastante escorregadio e com a necessidade de ser atacada em modo de tracção total.
A partir deste ponto entramos num carrocel de subidas e descidas, umas mais exigentes e outras nem tanto.
Por volta do quarto quilómetro temos novo congestionamento com a entrada num túnel bastante baixo. Em alguns locais quase que temos de andar de gatas para não batermos com a cabeça no tecto. Ao nosso lado direito corre um pequeno curso de água. Ainda pensámos se seria esgoto mas a ausência de qualquer cheiro levou-nos a concluir que se tratava apenas de uma linha de águas pluviais. No final desta travessia encontramos o porquê para as constantes paragens dentro do túnel. Aguardáva-nos uma pequena mas difícil escalada só possível com a ajuda de uma corda com nós estrategicamente colocada pelos Bombeiros que davam uma ajuda a quem mais dela necessitava.
Voltamos à superfície para, cerca de um quilómetro depois, termos o primeiro ponto de abastecimento.
Uma característica da prova deste ano foi o equilíbrio entre a condição física e o andamento dos atletas, sem contar com os que lutavam pelos melhores lugares da classificação. Ao longo de todo o percurso andamos praticamente sempre acompanhados o que motiva um andamento mais vivo com constantes ultrapassagens entre atletas. Um dos problemas de andar em grupo é fixarmo-nos apenas no atleta que vai mais à nossa frente descurando a observação das fitas sinalilzadoras do percurso. É um primeiro passo para nos enganarmos no caminho a seguir. Se o que vai mais à frente se engana aí vão todos os "cordeirinhos" atrás dele. E foi o que aconteceu por duas ou três vezes. Faz parte das provas de Trail.
Com o aproximar do fim os atletas começam a fazer a contagem decrescente dos quilómetros que ainda falta percorrer. Parece que cada quilómetro é mais comprido no final. E começa também a sensação de andarmos às voltas e aos ziguezagues até à meta.
E só mais uma subida, logo seguida por uma descida até nova escalada antes de reentrarmos nas instalações dos Nirvana Studios.
Das três edições já realizadas esta foi, sem dúvida, a mais equilibrada.
Terminámos, uns em melhor estado, outros nem tanto.
Um curiosidade final.
O número do meu dorsal coincidia com a minha idade: 66.
Os astros estavam alinhados. Daí a prova ter-me corrido tão bem.
Se houver uma quarta edição cá estaremos de novo.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
SINTRA TRAIL MONTE DA LUA
“Foi bem melhor do que estava à espera”.
Esta frase foi proferida pelo Frederico e pelo Carlos Gonçalves no final do Trail Sintra Monte da Lua disputado à noite numa das melhores envolvências do nosso País.
Por mais de uma vez que os atletas das LEBRES E TARTARUGAS de deslocam a Sintra para participar numa qualquer prova, donde se destaca a Corrida do Fim da Europa que habitualmente se realiza no último fim de semana de Janeiro.
Esta prova era um “Três em Um”.
Passo a explicar.
Reunia três dos ingredientes mais apetecidos para os nossos dois atletas. Era uma corrida disputada na Serra de Sintra, na sempre desejada modalidade de “Trail” e à Noite. Estavam assim reunidas as condições para um desafio imemorável. A forte chuva que se previa não era um pretexto minimamente válido para não comparecermos em Sintra para um Trail que se antevia apetitoso.
A descrição do percurso na página oficial da prova dava a ideia que iríamos correr maioritariamente pelas ruas de Sintra. O gráfico da altimetria podia causar alguma apreensão com vários picos para vencer. Mas tudo dependia da escala utilizada.
Nada de medos.
Com a partida prevista para as oito da noite cedo começaram a chegar a Sintra as várias centenas de atletas inscritos, fosso nas modalidades de corrida – 5 e 10 quilómetros – fosse na Caminhada com o mesmo percurso e distância do “Trail Curto”.
A habitual dificuldade em encontrar um lugar para estacionar o carro levam a que os atletas chegam mais cedo para ficarem o mais próximo possível da zona da Partida e da Chegada junto ao Palácio de Sintra. E, se possível, fugir aos parqueamentos pagos e encontrar um lugar “à borla”, mas legal.
Com uma margem de tempo aceitável os nossos dois atletas encontram-se junto à Linha de Partida para as habituais fotografias de grupo destinadas, a melhor delas, a ser incluída na crónica da corrida presente no nosso Blogue.
Estas crónicas, mas do que uma descrição da corrida, são a nossa memória futura para o nosso álbum de recordações.
A chuva decidiu dar uma ar da sua graça perto da hora da partida. Tudo bem. E como a temperatura ambiente estava um pouco mais alta do que seria de esperar podíamos ter ali um refrescante para quando, nas primeiras subidas, começássemos a suar um pouco. Parecia que estava tudo previsto.
As luzes dos frontais dão uma envolvência fora do comum. A escuridão da noite desaparece principalmente nas zonas onde há uma maior aglomeração de atletas.
Depois de uma primeira volta pelas ruas de Sintra entramos finalmente em ambiente de Trail. Vamos ter de tudo a que temos direito num Trail. Subidas mais ou menos acentuadas, degraus bastante escorregadios a apelar à atenção dos atletas e até uma subida/escalada com recurso a uma corda e a ajuda, quando necessária dos elementos da organização presentes nestes pontos mais difíceis.
Aliás a organização da prova esteve em grande plano. O percurso estava bastante bem sinalizado e nos pontos de bifurcação, ou de algum troço a exigir mais atenção, lá estava alguém a zelar por que não nos enganássemos no percurso e que tudo corresse bem.
Melhor é difícil.
Os quilómetros passaram-se sem que nos apercebêssemos.
Estava previsto um único abastecimento por volta do quilómetro 7,5. Foram colocadas bananas à disposição dos atletas. Só que estavam um pouco verdes. Abastecimento de água não foi necessário dado que o desgaste tinha sido razoável.
Reentramos na Vila de Sintra para acelerar até à Meta.
Só temos boas recordações deste Sintra Trail Monte da Lua, “by night".
Prova a repetir em próximas edições.
E agora ficamos a aguardar pela abertura das inscrições para a Corrida do Fim da Europa.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Férias são para descansar, para recuperar as energias necessárias para o regresso à nossa actividade diária que se vai estender nos próximos onze longos meses.
As Férias são a oportunidade ideal para recuperar dos dias mal dormidos, apesar dos especialistas afirmarem que nunca recuperamos o sono perdido. Mas se assim não o é em termos fisiológicos pelo menos recuperamos em termos psicológicos. Não há nada como uma noite bem dormida para se começar um novo dia cheios de energia para podermos fazer tudo o que nos apetece.
É em Férias que pomos algumas leituras em dia. É também em Férias que avançamos um pouco mais naquele livro que estamos a tentar escrever, mas que não lhe conseguimos dedicar o tempo suficiente no final de cada dia da nossa rotina diária de trabalho.
E as Férias são a boa oportunidade para visitar aqueles locais que temos vindo a adiar.
É também em Férias que recuperamos algumas amizades que fomos esquecendo ao longo do ano. E é também nesta altura que visitamos aqueles familiares mais afastados e com os quais habitualmente apenas contactamos por telefone.
Mas as Férias também podem ser uma óptima oportunidade para recuperar a forma física e eliminar aqueles indesejáveis “quilitos” extra que vamos ganhando ao longo do ano.
E podia ficar aqui a desfiar um rol de coisas às quais nos dedicamos durante Férias.
Estando a gozar uma semana de descanso na maravilhosa “Paisagem Protegida da Serra do Açôr”, aproveitei para participar na nona edição do Benfeita Trail, prova da qual guardo boas recordações da minha participação em 2015.
Quando verifiquei que já tinha terminado o prazo das inscrições enviei por volta da meia-noite de domingo uma mensagem para a organização da prova a solicitar que aceitassem a minha inscrição. Como não obtive resposta na segunda-feira de manhã liguei para o telemóvel de um elemento da organização. A resposta foi positiva. Enviei de imediato um SMS com todos os elementos necessários.
O Benfeita Trail tinha três Modalidades:
Como é meu hábito, e com alguma inconsciência pelo meio, atirei-me sem qualquer pejo para o Trail 22 K. Em 2015 fiz a prova de 28 quilómetros sem problemas de maior pelo que considerei que uma distância inferior estaria perfeitamente ao meu alcance.
No Sábado, véspera da prova, desloquei-me à Benfeita para levantar o meu dorsal. Foi então que comecei a ficar um pouco apreensivo quando me avisaram que ao longo do Trail 22K nos estavam reservados alguns “mimos” havendo mesmo uma “hora de corte” a partir da qual não seria permitido aos atletas seguirem até ao final da prova atacando o último grande desafio.
Fiquei toda a noite a pensar nisto. Quando acordei a minha disposição para a prova não era muito grande tendo mesmo pensado em não comparecer à partida.
A Ana, minha mulher, sugeriu-me mudar para o Trail 12K, que certamente estaria à minha altura. E assim fiz.
Quando chegámos à Benfeita a animação já era grande, aliás demasiado grande para esta pacata freguesia do concelho de Arganil e uma das “Aldeias de Xisto”.
A cada minuto que passava considerava como acertada a minha decisão. Aliás houve mais atletas que trocaram o Trail mais longo pelo mais curto. Olhando em redor verificava que a esmagadora maioria dos atletas apresentava um perfil de alta competição. Se me incluísse naquela prova com grande certeza que seria relegado para o fim fazendo praticamente toda a corrida sozinho. E este é precisamente o ambiente oposto ao que se encontra habitualmente em corridas de Trail.
Antes da partida tem lugar o habitual “briefing” sendo dado destaque à tal barreira horária por volta do quilómetro dezoito.
O perfil altimétrico era um pouco assustador.
Finalmente começam as hostilidades. O primeiro terço da prova, se assim lhe podemos chamar, são coincidentes para os dois Trails. Os primeiros três quilómetros começam logo a exigir o máximo dos atletas. Desde subidas quase a rastejar, até descidas muito técnicas, mostravam que estávamos a participar numa corrida de trilhos a sério. As paisagens são deslumbrantes e percorremos trilhos que habitualmente não estão acessíveis a quem passa por esta zona. Em determinada altura entramos para zonas mais interiores. Subitamente passamos por um pequeno passadiço. À esquerda deparo-me com uma meio escondida cascata, uma espécie de miniatura da ultraconhecida “Fraga da Pena”. Ainda pensei tirar uma foto com o meu telemóvel, mas, com o receio de perder o contacto com alguns atletas com os quais seguia, optei por avançar por uma pequena ribeira por onde escoava a água daquela cascata. Mais tarde tentarei voltar a este local.
De regresso à Benfeita chegamos ao primeiro abastecimento que é, simultaneamente, o ponto de separação dos dois Trail.
Um pouco mais à frente chega-se à tal “barreira horária” do Trail Longo. Daí para a frente temos o último desafio que virá também a ser percorrido pelos atletas do Trail 22K. Fiquei satisfeito pois normalmente é hábito reservarem-nos para o final grandes surpresas. E eu gostava de as conhecer.
Quando cheguei a Pais das Donas concluo que, afinal, este último segmento até era perfeitamente fazível sem problemas de maior.
No último abastecimento sou ultrapassado pelo primeiro atleta dos 22 quilómetros. Boa. Deste modo posso aferir qual o andamento destes “profissionais” coisa que sempre desejei, mas que nunca tive tal oportunidade. Realmente têm uma diferença de ritmo assinalável, mesmo depois de dezasseis quilómetros nas pernas.
A última parte, antes da descida final, é feita em estradões de montanha sem grande dificuldade ou inclinação. A paisagem é magnífica. Parece que estou no topo do Mundo. Tudo está abaixo de mim. Em Luadas está uma placa bastante animadora indicando que devemos virar à direita e que a Meta está a 1 Km. E é nesta parte final, um pouco mais à frente, que alguns atletas se enganam no percurso fruto da deficiente marcação meio escondida no chão.
A derradeira descida é um pouco de cortar a respiração. É nela que sou ultrapassado por vários atletas da competição maior. Enquanto tento equilibrar-me, e evitar quedas desagradáveis, os “prós” até parece que voam.
Retorno à Benfeita e ao ponto de partida. Corto a meta com uma sensação de dever cumprido. Mas também acho que tinha reservas para muito mais. Talvez até conseguisse fazer o Trail Longo e sem ser barrado. Uma certeza tenho. Provavelmente faria toda a prova sozinho.
Talvez para o ano, mais bem preparado, ganhe coragem para me inscrever no Trail mais longo.
Percorre-me um sentimento de alguma culpa. Mais uma vez contrariei os conselhos da minha médica que me operou ao menisco. Continuo a dedicar-me mais às Corridas de Trilhos, embora com maiores precauções.
Não vejo a Ana. Ainda estava na Portela da Cerdeira. Pouco tempo depois reencontramo-nos e assistimos à chegada de muitos atletas de ambos os Trail.
Ao longe vemos os atletas a iniciarem a última descida.
Reparamos, particularmente, num atleta que desce muito lentamente dentro da segurança possível. Era o atleta responsável por fechar o pelotão de todas as provas. Terminou em boas condições, sempre com a ajuda do seu bastão.
Regresso a casa para recuperar.
Foi um final de férias em beleza.
[Cr+onica de Carlos Gonçalves]
O Trail dos Moinhos Saloios foi a minha última prova de trilhos antes da operação ao menisco e da pandemia, no longinquo ano de 2019. Por estes motivos era grande a minha expectativa ao voltar pela terceira vez a uma prova que me deixou boas recordações mas também pela sua exigência em termos físicos para aferir a minha condição actual.
O gráfico da altimetria era um pouco assustador.
É verdade que os desníveis não são vencidos em linha recta pelo que, na realidade, a situação não é assim tão dramática. No entanto é sempre com respeito, e alguma crença em como tudo vai correr bem, que abordamos estas situações.
À chegada à Venda do PInheiro, e após o levantamento do meu dorsal, olhei em redor à procura de caras conhecidas. Encontrei alguns/algumas atletas habitualmente presentes em provas de trilhos e que, para satisfação minha, marcaram o ponto mostrando que continuam aí para as curvas, no que às provas de trilhos diz respeito. Mas, ao mesmo tempo, constacto que não são muitos os atletas presentes. Uma centena, ou talvez duas, mas a dividir pelo "Trail Longo e pelo "Trail Curto", e com o aspecto de atletas bem preparados. Assim corria sérios riscos de vir a ser ultrapassado por todos. É verdade que não é a classificação que me move para a participação em corridas, principalmente na modalidade de trilhos. Mas que não é muito agradável ficar em último é uma certeza. Ainda por cima vejo o atleta "Vassoura" que, curiosamente, também se chamava Carlos Gonçalves. Olá, será que vão terminar a prova dois atletas em conjunto com o mesmo nome? Verifiquei, pela cor azul do Dorsal, que, afinal, era o "Vassoura" mas do Trilho Curto. Fiquei um pouco mais descansado.
Parti para a minha prova com o mesmo espírito de sempre. Divertir-me, disfrutar ao máximo de toda a envolvência, e terminar a prova com um mínimo de dignidade e de alguma frescura física, se é que se pode falar em frescura física após vinte e cinco quilómetros de luta em ambiente de "Trail".
O gráfico da altimetria não mentia. Iríamos ter pela frente uma corrida em contínuo "sobe e desce". Com um percurso bastante renovado, pelo menos em comparação com a edição de 2019, nem por isso deixou de se mostrar à altura. Esta realidade tem sido uma constante no Trilho dos Moinhos Saloios. Nas três vezes em que participei nesta corrida o percurso nunca foi o mesmo. Este ano só mesmo o início e o fim foram os mesmos de há três anos, assim como a terrível subia ao Poste de Alta Tensão.
Poucos troços planos e, curiosamente, até fiquei com a sensação de que eram mais longas as descidas do que as subidas. Até pode ser sido verdade em termos de distância. Talvez as subidas tenham sido curtas e duras mas, no final, tendo regressado exactamente ao ponto de partida, significa que os desníveis acumulados positivo e negativo compensaram-se.
Quando chegamos a um ponto alto vemos paisagens de grande beleza. É nestes momentos que no sentimos pequeninos no meio daquela vastidão de montes e vales. Mas não podemos concentrar muito a nossa atenção na paisagem pois o piso não é regular e facilmente podemos tropeçar nalguma pedra e darmos um valente trambolhão.
Ao longo da corrida vão-se definindo posições entre os atletas de diferentes andamentos. E vão-se também começando pequenas competições entre atletas que têm um andamento idêntico ao nosso.
Tendo já sido ultrapassado pelos mais rápidos começo a ter a presença constante na minha retaguarda de uma atleta munida de bastões e que ora se aproximava de mim, nas subidas, ora se afastava nos troços planos ou a descer dado que nessa altura retomo o meu passo de corrida. Vou aguardar pelo fim para ver quem irá vencer esta pequena competição.
Em determinada altura, e após ter entrado numa estrada alcatroada, começo uma subida bastante íngreme que me leva até ao Alto do Urzeira. Após ter percorrido cerca de cento e cinquenta metros reparo que não há qualquer fita sinalizadora indicando o caminho a seguir. Ter-me-ei enganado ao entrar no alcatrão? Inverto o andamento e verifico que devia ter virado à esquerda ao invés de seguir pela estrada alcatroada.
Com este engano perdi o contacto com a minha "parceira" de corrida. Mas como me estava a sentir bem encarei com espírito positivo os quilómetros finais e as últimas e terríveis escaladas. Reparei, através do gráfico de desníveis do meu relógio de corrida SUUNTO, que num pequeno troço, subida ultrapassei mais de cem metros de desnível em pouco tempo. Já sabia que as subidas eram duras.
Continuei o meu "passeio" sozinho. Estava a sentir-me bem e, contrariamente ao que muitas vezes acontece, nunca falei mal da corrida e nunca me apeteceu desistir apesar de estar em completo isolamento. De outros atletas nem vivalma. Apenas me cruzava com alguém nos últimos abastecimentos ou nos Postos de Controlo.
Tinha gravado na minha cabeça o mapa da altimetria. Tinha consciência de que, por volta do quilómetro vinte e dois, mais coisa menos coisa, tinha de atacar a última "parede". A partir desse ponto era sempre a descer até à meta. Psicologicamente estava bem preparado para este último desafio.
"Só mais uma pequens subidinha e depois é sempre a descer até ao Parque Desportivo da Venda do Pinheiro", avisou-me um membro da organização que, como muitos outros, estava colocado num ponto estratégico para impedir que seguisse por caminhos errados.
Terminei bem. Maior foi a minha satisfação quando soube que ainda havia alguns atletas mais atrasados.
Em jeito de conclusão considero que este Trilho dos Moinhos Saloios foi uma prova com a distância e a dureza correctas para o meu actual estado de condição física. Mesmo o meu joelho esquerdo não refilou muito comigo após algumas descidas que fiz de forma mais violenta e mais arriscada do que devia. Se a minha médica que me operou ao mesnisco ali estivesse certamente que me teria dado bem na cabeça. Mas prometo que não vou exagerar tanto como antigamente.
Para a organização atribuo uma classificação de "Cinco Estrelas". O único reparo e sugestão que fiz foi de na próxima edição partirem em primeiro lugar os atletas do Trilho Curto e só depois os da prova mais longa.
Antes de me dirigir ao meu carro dediquei algum tempo a exercícios de alongamentos tão necessários e aconselháveis em face do esforço dispendido. Retirei mesmo algumas pedras de gelo, que estavam num alguidar a arrefecer garrafas de Coca-Cola, para massajar convenientemente os músculos das pernas.
Mesmo assim não me livrei de, alguns quilómetros mais à frente, me ver obrigado a parar a minha viatura devido a um ataque de cãibras que me impediam de conduzir em segurança até casa. São os ossos do ofício.
E para o próximo ano, se houver esta prova, cá estarei de novo. E terei companhia de alguns dos meus colegas?
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Mais uma “clássica” a regressar após dois anos de anos de ausência devido à pandemia do Covid19.
Habitualmente agendada para o final de Março, a edição de 2022 foi deslocada para o mês de Maio com o objectivo de minimizar os riscos existentes em termos de pandemia e diminuir os constrangimentos relacionados com grandes ajuntamentos de pessoas.
Com este adiamento corria-se sérios riscos de a prova vir a realizar-se com uma temperatura um pouco mais amena do que a habitual, contribuindo para aumentar a dificuldade dos atletas em cumprirem os 21,0975 quilómetros em condições próximas das ideais.
E confirmaram-se as piores expectativas. Para azar da maioria dos participantes a Meia Maratona Lisboa 2022 realizou-se debaixo de um calor pouco propício para uma corrida com uma distância assinalável.
A organização poderia ter minimizado um pouco a situação se tivesse marcado a hora da partida para uma hora mais cedo. Mas todos sabemos como a logística desta prova é complicada. Para permitir a sempre apreciada travessia da Ponte 25 de Abril a pé, a maioria dos atletas, oriundos de Lisboa, é obrigada a apanhar bem cedo o comboio da FERTAGUS rumo à Estação do Pragal o que não se afigura nada fácil. E para aqueles que optam por deixar de manhã o carro nas imediações de uma estação do comboio têm um problema acrescido no final da Meia Maratona dado que a mais próxima é bastante longe da meta. Mas esta é uma realidade já bem conhecida de todos e não é por este motivo que a Meia Maratona de Lisboa deixa de ter largos milhares de atletas.
Não há entrega de dorsais no próprio dia da corrida pelo que os atletas têm de se deslocar de véspera à Feira do Desporto situada numa tenda nas imediações do Centro Cultural de Belém.
Em primeiro lugar temos de levantar o dorsal mediante a apresentação do comprovativo da inscrição de cada atleta. Cumprida esta primeira formalidade temos de nos dirigir até à zona de entrega da camisola oficial da prova que este ano tem um "design" diferente do habitual, estando em grande destaque a imagem da Ponte sobre o Tejo, verdadeiro “ex-libris” da Meia-Maratona de Lisboa.
Como é habitual a animação é bastante grande e estabelece-se um primeiro contacto com os atletas das duas provas competitivas. Facilmente se percebe que muitos são os atletas de outros Países que, uma vez mais, visitam a nossa Capital. Conseguem assim juntar a visita a uma das cidades mais bonitas da Europa com a participação na Meia Maratona mais rápida do Mundo. Esta adesão dos estrangeiros é assinalada por uma colaboradora da Xistarca que estava a dar apoio à entrega do “kit” de participante.
“Finalmente tenho portugueses à minha frente. Durante toda a manhã só me têm aparecido estrangeiros”.
Vários são os “stands” de venda de material desportivo ou até de promoção de entidades que apoiam a prova. Aproveito para comprar umas meias para estrear no dia seguinte na corrida. Aprovadas, tendo corrido o risco de fazer uma prova desta envergadura com material novo ainda não testado.
Com o Frederico ainda a recuperar da pneumonia que o atirou para o estaleiro, responderam à chamada o João Valério, o Carlos Teixeira e o Carlos Gonçalves. O ponto de encontro dos dois Carlos foi a rotunda na zona do Pragal e imediatamente antes da descida para a Praça da Portagem. Ambos os atletas deslocaram-se utilizando o comboio da Fertagus.
Bem cedo se nota uma grande animação. Àquela hora da manhã as carruagens são esmagadoramente ocupadas por atletas com o dorsal ao peito. Logo à saída da Estação de Comboios do Pragal encontramos uma primeira banda contribuindo para a criação de um ambiente de Festa.
Calmamente as pessoas deslocam-se até ao local da respectiva partida. Crianças e Adultos dão um colorido especial.
O primeiro encontro entre atletas das LEBRES E TARTARUGAS dá-se quando o João Valério aparece na companhia de dois amigos e com os quais vai correr a prova da Meia-Maratona. Cerca de quinze minutos mais tarde surge o Carlos Teixeira com um ar um pouco apreensivo em face da expectativa de vir a ter uma corrida debaixo de um Sol abrasador e com uma temperatura demasiado alta para as suas aspirações. Escusado será dizer que o Carlos Gonçalves era, muito provavelmente, dos poucos que via com bons olhos o cenário de calor que a todos aguardava.
Às dez e vinte começa a prova da Meia Maratona. Trinta e cinco minutos mais tarde dar-se-ia o tiro de partida para a corrida de dez quilómetros.
Apesar da separação das duas provas a travessia da Ponte 25 de Abril é feita um pouco aos soluços com muitos “empatas” a dificultarem a vida a quem almejava obter uma boa marca. Já não bastava o calor que se fazia sentir quanto mais muitos atletas que, em virtude de um ritmo mais lento, dificultavam a fluidez da travessia.
Deixamos para trás a Ponte sobre o Tejo e rumamos ao Cais do Sodré. O traçado é o mesmo desde há muitos anos pelo que não há grandes surpresas. Do outro lado da Avenida 24 de Julho vemos os principais candidatos à vitória na prova já a correrem em sentido contrário. Como o andamento é bem diferente do da maioria dos restantes participantes.
Nesta fase ainda sentimos, por vezes, uma agradável brisa fresca.
Depois da primeira inversão de sentido preparamo-nos para atacar a longa recta até ao Dafundo onde, ao quilómetro dezassete, fazemos a viragem para o troço final só parando na Meta junto ao Centro Cultural de Belém. Até Algés ainda temos algumas sombras retemperadoras aproveitadas pela maioria dos atletas. Da Estação de Comboios para a frente entramos na parte mais difícil por ser de uma aridez pouco desejada pela maioria.
Mas também presenciamos, aqui ou ali, alguns atletas caídos no alcatrão e com equipas médicas a tentarem a sua recuperação. É certo que estava muito calor, mas chegamos à conclusão de que há muitos atletas partem sem preparação minimamente adequada para uma corrida com este grau de dificuldade. Uma regra de ouro em provas de longa distância é adoptarmos um ritmo constante, talvez até mais lento daquilo que conseguimos em circunstâncias normais, mas que nos permita cumprir os cerca de vinte e um quilómetros sem grandes sobressaltos. E, para surpresa de todos, os atletas que vimos com assistência médica eram todos de uma faixa etária na casa dos trinta e poucos anos. Dá que pensar. Soube-se mais tarde que um atleta dos Países Baixos veio a falecer após ter cumprido a Meia-Maratona de Lisboa.
Em face da dureza da prova, tendo em consideração a distância e a alta temperatura, deve-se salientar a existência de bastantes abastecimentos com água, bebidas isotónicas e até suplementos alimentares. Uma vez mais a organização esteve à altura dos seus pergaminhos.
Valeu a pena. Foi mais uma corrida que fica nas nossas memórias.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Em tempo de tentativas de regresso à normalidade já faltava a Corrida do 1º de Maio.
Se bem que longe do fulgor dos tempos de pré-pandemia, a Corrida do 1º de Maio voltou a trazer o colorido, a diversidade de atletas e a animação às ruas de Lisboa. Menos atletas e, sobretudo, menos, muito menos, estrangeiros que têm dado o toque de internacionalização a esta Corrida que a CGTP põe de pé há 39 anos, não beliscam em nada o passado desta prova. Não precisamos de recuar muito no tempo para que encontremos mais atletas do que os que marcaram presença este ano no Estádio 1º de Maio para comemorar, à sua maneira, o Dia do Trabalhador.
Em jeito de balanço basta-nos visitar as estatísticas dos últimos dez para verificarmos que, com a presença de 678 atletas que cruzaram a Meta, a edição de 2022 significou um “desconto” da ordem dos quarenta por cento em face dos mais de 1000 atletas que marcaram presença nas últimas dez edições.
Sem dois dos seus mais activos atletas em terras lusas, a equipa das LEBRES E TARTARUGAS esteve representada pelo “grupo” dos Carlos – Teixeira e Gonçalves – marcando, uma vez mais, presença numa das mais populares corridas de estrada e, ainda por cima, com uma distância pouco habitual. Ou há as corridas de dez quilómetros ou há as mais extendidas Meias-Maratonas e Maratonas. Quinze quilómetros é que não é uma distância muito usual no que a prova de estrada diga respeito.
O Frederico ainda esteve representado, e muito bem, embora de forma indirecta, com o seu dorsal entregue à Mónica Miguéis, uma colega de trabalho do Carlos Teixeira. Assinale-se que esta atleta é uma “habituée” das provas de Fundo normalmente em representação da equipa “Run 4 Fun”.
Diversas vezes temos referido que a Corrida do 1º de Maio mantém um êxito digno de registo se tivermos em linha de conta que, pelo menos no passado mais recente, não tem havido alterações dignas de “monta”. Começando e terminando na Pista de Atletismo do Estado 1º de Maio, o traçado desenvolve-se ao longo de dois dos principais eixos viários que cruzam a cidade de Lisboa. Por não haverem surpresas talvez este seja o motivo pelo qual os atletas se entregam de corpo e alma a esta corrida. Não têm de se preocupar com as eventuais dificuldades do percurso guardando o seu pensamento para total fruição deste encontro entre “pares” de um mesmo “hobby”.
Algumas caras conhecidas que teimam em abandonar o seu desporto de eleição. A vida continua e muito em breve, também neste capítulo, poderemos afirmar com mais convicção que regressámos à normalidade. Alguém ainda se lembra das restrições do Covid 19 que nos obrigavam a comparecer à partida escondidos atrás de uma qualquer máscara protectora? Já faz parte do passado.
E já no próximo fim de semana as LEBRES E TARTARUGAS voltam à estrada e ao local onde tudo começou. Falamos precisamente da Meia Maratona EDP de Lisboa com partida na Praça da Portagem e com a travessia da Ponte 25 de Abril. Um pouco mais tarde do que é habitual, talvez para aguardar por fase de maior abrandamento da pandemia que nos assolou, os atletas vão voltar a encontrar a animação que normalmente envolve esta Meia Maratona.
E espera-se bom tempo com o Sol bem lá ano alto estando afastado todo e qualquer cenário de chuva e com a temperatura do ar a aproximar-se de valores mais próximos do Verão.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Este foi um fim de semana em cheio com a participação da equipa das LEBRES E TARTARUGAS em duas frentes.
Em Lisboa, o nosso atleta Carlos Teixeira fez as honras da casa numa Corrida da Árvore renovada e com um percurso predominantemente em terra batida e tendo como palco a Serra de Monsanto.
O Frederico e o Carlos Gonçalves optaram por um Trail na Serra de Sintra.
Foi a segunda vez que o Frederico participou no Peninha Sky Race do qual guardou óptimas recordações. Desta vez contou com a companhia do seu colega “Trailista” Carlos Gonçalves.
A organização montou duas provas com distâncias e altimetrias diferentes e exigentes o quanto baste. Num percurso circular, com partida e chegada à Malveira da Serra, os Trails 26 K e 16 K coincidiam no início e no fim, mas com partidas separadas em cerca de meia hora.
Podemos dizer que a prova teve três partes distintas. A primeira consistia numa subida bastante exigente até às imediações do Santuário da Peninha. Após a separação dos atletas das duas provas o Peninha Sky Race inicia-se uma fase muito diversificada desenvolvendo-se pelos inúmeros caminhos existentes na Serra de Sintra e repetindo troços já bem conhecidos quer pelos nossos atletas, quer pelos amantes de Caminhadas quer também, e muito particularmente, pelos amantes do BTT.
Num “carrossel” constante de sobe e desce, passando por “single treks tão ao gosto dos BTTistas, é, muito provavelmente, a melhor parte de todo o percurso. Algumas subidas exigentes o quanto bastem contrastam com descidas técnicas onde toda a atenção é necessária para não tropeçarmos em alguma raíz mais escondida e propícia a uma queda mais desamparada.
Ao longo de toda a prova verificamos que não estamos sozinhos. Cruzamo-nos constantemente com muitos dos amantes da natureza que vêm ao fim de semana à Serra de Sintra para recarregar baterias depois de uma semana mais ou menos desgastante.
Durante muitos anos a Serra de Sintra foi o Santuário das Bicicletas de Todo-o-Terreno, fosse na modalidade de “Cross Country” fosse no muito perigoso e radical “downhill”. Nos últimos anos “democratizou-se”. Deixou de ser um espaço de elite para as bicicletas passando a ser um palco de multiactividades.
Deixando o coração da Serra de Sintra encetamos o regresso à Malveira da Serra cumprindo, em sentido contrário, o percurso inicial só que, desta vez, a descer. E não se considere esta última parte como fácil. A inclinação é de tal ordem que nos obriga a cuidados redobrados para evitarmos contratempos. E um indicador revelador da dureza deste final é o desgaste muscular que se sente com, por momentos, as cãibras a quererem marcar presença.
Se o circuito já foi de si muito agradável, mas também bastante desafiante, o que dizer do tempo. É incrível como em pleno mês de Fevereiro fomos presenteados com uma temperatura e um Sol dignos de um dia de Primavera. E já estamos a pagar por isso.
E também não podemos deixar de realçar, uma vez mais, o encanto da Serra de Sintra. Seja na sua beleza interior, com uma vegetação que permanece muito densa e que tem resistido a "crimes" ambientalistas, seja nas paisagens que nos deixam quase sem fôlego tal a sua grandiosidade. Quase que nos apetece interromper por alguns momentos a nossa corrida e focarmo-nos a tirar fotografias aos vários cenários que presenciamos numa amplitude de 360 graus. Mas não foi para turismo que viemos aqui. Quiçá talvez dediquemos um fim de semana a visitar este paraíso, não numa vertente desportiva e competitiva, mas mais numa descoberta dos inúmeros recantos deste pequeno paraíso.
Em termos de balanço final pode-se considerar que, tendo em consideração a nossa actual, e normal, condição física e menor destreza de movimentos, estivemos na presença de uma Corrida de Trail muito próxima da perfeição para os nossos dois atletas.
Exigente quanto baste e com uma extensão que nos propicia um gozo constante.
Que permaneça assim o Peninha Sky Race e continuará, de certo, a contar com uma grande adesão.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
A Magia voltou:
Sintra é Mágica.
“Coimbra tem mais encanto na hora da despedida”, Mas Sintra é um encanto sempre.
À partida a Corrida do Fim da Europa tem vários motivos que, em circunstâncias normais, desincentivariam a adesão de muitos atletas. A começar pelo local do levantamento dos dorsais distante do local da partida - nos primeiros anos das nossas participações podíamos recolher o nosso “kit” de atleta junto à partida e no próprio dia da corrida – passando pela dificuldade em encontrar um local para estacionar as viaturas, e terminando com o facto de ser uma corrida em “linha” em que os locais da partida e da chegada distarem cerca de dezassete quilómetros, dificilmente encontraríamos justificação para o nível de adesão que tem sido crescente. “Dificilmente haverá prova mais bonita” é uma frase que tem acompanhado ao logo dos anos a Corrida do Fim da Europa. E talvez por isso atraia tantos atletas.
Há um ano muitos de nós provavelmente que não acreditariam que a Corrida do Fim da Europa regressaria em força em 2022. E com que força.
Uma vez mais os atletas são divididos por duas vagas de partida. Já assim era antes da pandemia que tomou conta das nossas vidas nestes dois últimos anos. A animação continuou em alta. Parece que ninguém quer deixar de acrescentar ao seu currículo de corridas a participação numa prova cada vez mais mítica.
O traçado mantém-se inalterável ao longo dos anos o que permite a muitos já não encontrarem grandes surpresas. Mesmo a terrível subida aos dez quilómetros, antecipando a loucura da descida até à Meta, continua a meter respeito, mas pouco mais do que isso.
Os atletas das LEBRES E TARTARUGAS voltaram a encontrarem-se junto à manga da partida. Faz-se um pequeno balanço desde a última vez que estivemos juntos e fazem-se também alguns planos tímidos para o futuro. E, como manda a tradição, tirámos a nosso fotografia de grupo que irá marcar presença na habitual crónica no nosso blogue bem como no grupo de “Watts App” das LEBRES E TARTARUGAS.
Às dez em ponto, e após um período de aquecimento – para quem quis – orientado por uma equipa de especialistas, é dada a ordem de partida. Sem grande ritmo, atendendo ao forte aglomerado de atletas, a Serra de Sintra é tomada de assalto. A maioria de nós sabe perfeitamente o que nos espera. Só não esperávamos as condições meteorológicas pouco habituais para a Serra de Sintra nesta altura do ano. O nevoeiro matinal tão habitual desta vez não marcou presença. Ficámos, assim, sem um dos cenário míticos desta corrida. E fomos também brindados com uma temperatura bem perto do ideal. Nem frio nem calor. Perfeito. Talvez alguém se possa queixar de algum calor…
A chegada ao Cabo da Roca costuma ser acompanhada por vento forte e frio. Não nos podemos esquecer que a Meta está situada num local bem desabrigado. Mas também nos estava reservada mais uma surpresa com a “calmaria” do tempo que se fez sentir e nada vulgar nesta altura do ano.
Os Deuses estiveram connosco. Pergunta para “queijinho”: Há algum Deus protector dos Corredores? Que responda quem saiba.
A nossa viatura de apoio estava, como habitualmente, estacionada desde a véspera na localidade de Azóia.
Encetamos a nossa viagem de regresso que deveria ser feita em sentido inverso ao da Corrida. À medida que avançávamos na nossa viagem de regresso íamos analisando os troços que mais nos custaram a vencer. Chegamos a uma bifurcação tendo o Frederico optado por virar à direita. Bem depressa concluímos estar na direcção errada. Era a estrada a zona da Malveira da Serra. Feita a inversão de marcha verificamos que não nos era permitido seguir até Sintra pela mesma estrada que tínhamos anteriormente percorrido. Somos obrigados a regressar a Sintra pela zona de Colares, o que nos atrasou consideravelmente.
Chegados finalmente a Sintra saem os atletas que tinham deixado os carros nas imediações da estação terminal de comboios.
Cada um regressa a casa provavelmente bastante satisfeitos com o dever cumprido.
Até 2023, se não houver mais algum percalço que impeça o nosso regresso à normalidade.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
“The Turtles Strike again”
“As Tartarugas voltam ao ataque”
Aos poucos o calendário de provas de atletismo tenta regressar à normalidade, normalidade do pré-Covid, entenda-se.
O Grande Prémio de Natal é uma das provas de estrada mais antiga. Várias foram as edições que contaram com a participação das LEBRES E TARTARUGAS. Mas ainda perdura na nossa memória uma edição com um final dramático no qual os atletas se aglomeraram na Praça dos Restauradores com a meta à vista e tiveram de aguardar alguns minutos até poderem dar como concluída a sua prova. Estávamos também numa época em que dávamos grande importância aos tempos realizados em cada prova tendo sempre na nossa mente a queda de recordes pessoais. “O Sonho comanda a vida” e o nosso sonho era, basicamente, melhorar as nossas prestações em cada corrida.
Entretanto foram ultrapassados os constrangimentos e o Grande Prémio de Natal voltou a captar o interesse dos inúmeros atletas populares. Melhor do que ficar em casa ainda há quem prefira levantar-se um pouco mais cedo e partir à descoberta da cidade de Lisboa numa manhã fria de Dezembro tendo o Natal como “pano de fundo”.
Nos últimos anos o traçado da prova tem-se mantido inalterado. Partida junto ao Hospital da Luz mesmo em frente a um Residência “Sénior” reservada aos mais afortunados e na qual se encontravam à varanda alguns residentes a admirarem aquele cenário. Provavelmente alguns deles também já tinham estado há alguns anos na nossa privilegiada condição de atletas. “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as vontades”. Mudam-se as nossas capacidades mas não se muda o nosso espírito jovem.
A tradição ainda é o que era. A equipa das LEBRES E TARTARUGAS volta a marcar presença no Grande Prémio de Natal.
Uma corrida em que os locais de partida e de chegada são diferentes e distantes obriga a uma logística especial. Deixar o carro perto da zona da meta ou, antes, ir directamente para o local da partida e, no final, optar por regressar via transportes públicos. São normalmente estas as opções. Havia ainda uma terceira via na qual deixaríamos um carro perto do final da prova e ir noutro até à partida.
Perto das nove e meia da manhã os Carlos encontraram-se no Príncipe Real mesmo à porta do Pavilhão Chinês. Aí ficaram a aguardar pelo Frederico e pela Paula. E foi então que decidiram ir para a zona do Colombo utilizando a linha azul do Metropolitano de Lisboa, já que as viagens eram à borla para quem ostentasse o dorsal da Corrida. Foi rápido, simples e eficaz. Uma boa opção, sem dúvida. Como chegámos em cima da hora da partida não houve oportunidade para a nossa habitual foto de grupo. Também faltava o nosso atleta João Valério que também se tinha inscrito no Grande Prémio de Natal mas que “correu” fora do convívio dos restantes Tartarugas.
Os atletas teriam de partir num bloco respeitante ao seu escalão de tempo. Todos estávamos escalados para o compartimento Sub60. No entanto como a Paula também iria participar na corrida o Frederico optou por partir no final do pelotão e, assim, acompanhar a sua “mais que tudo” ao longo dos dez quilómetros do percurso.
A manhã apresentava-se bastante ensolarada e com algum frio, mas propícia à realização de uma boa prestação.
A confusão do costume durante os primeiros quilómetros. O percurso começava uma vez mais nas imediações de Carnide com uma terrível subida até chegarmos ao Colégio Militar. Começam as primeiras fracturas no denso pelotão. Passando pelo complexo desportivo do Sporting Clube de Portugal vamos encontrar o eixo Campo Grande/Saldanha/Marquês de Pombal/Restauradores já bem nosso conhecido.
O “sobe e desce” ao longo dos túneis da Avenida da República é ultrapassado com o “Rebuçado” dos dois últimos quilómetros vertiginosos e sempre a descer até à meta.
Ao longo da corrida temos o habitual incentivo do público premiando com palmas e gritos de apoio o esforço dos atletas.
A Meta vislumbra-se desde a passagem pela Praça do Marquês de Pombal.
Um último esforço permite a ultrapassagem de alguns atletas que seguiam “teimosamente” à nossa frente.
Terminada a Corrida reencontraram-se o Carlos Teixeira e o Carlos Gonçalves. A prova tinha decorrido dentro das suas expectativas, sem o fulgor de outros tempos é certo, mas, mesmo assim, com um desempenho digno de registo. Foram dez quilómetros feitos abaixo da hora. Nada mau.
Como o Frederico e a Paula esperavam fazer a prova a um ritmo substancialmente inferior, combinámos logo de início não esperar pelo “Casalinho”. Do João Valério nem vislumbre.
Depois de concluído o Grande Prémio do Natal tínhamos ainda pela frente a dura subida do Elevador da Glória desde os Restauradores até São Pedro de Alcântara. Mesmo a passo foi difícil.
Chegados ao ponto de encontro do início da manhã os dois atletas regressam a casa para aproveitar o que ainda faltava do Fim de Semana. Provavelmente para fazerem mais algumas compras de Natal.
Segue-se a São Silvestre de Lisboa para o Frederico e para o Gonçalo.
A menos que ainda nos venhamos a inscrever em alguma prova no mês de Janeiro, talvez a Grande Prova do Camarnal com sugerimos caso esta se venha a realizar, espera-nos a mítica Corrida do Fim da Europa que foi deslocada para o início de Fevereiro.
A equipa das LEBRES E TARTARUGAS continua bem viva e para as curvas.
Aguardemos pelos próximos eventos.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Aos poucos começamos a voltar à normalidade. Depois do Grande Prémio do Atlântico, uma semana antes, retomamos a nossa actividade com a participação em provas de Trail.
A 2ª edição do Oeiras Trail estava marcada para Julho de 2020, mas a pandemia anulou todas as provas agendadas para esse ano. A organização manteve válidas as inscrições feitas então ficando-se a aguardar por uma data que permitisse cumprir todas as regras da Direcção Geral de Saúde.
Com a alteração de data alteraram-se também as condições climatéricas em que deveria decorrer o Oeiras Trail. Para satisfação do Frederico passámos de uma situação em que as altas temperaturas certamente marcariam presença para um cenário bem mais do seu agrado. E foi o que se verificou.
Eram cerca das oito horas da manhã, e com uma hora a mais de sono devido à mudança da hora, quando o Carlos Gonçalves chegou aos Nirvana Studios para o levantamento dos dorsais dos atletas das LEBRES E TARTARUGAS. Elementos da organização indicaram o local destinado ao parqueamento das viaturas alertando para termos cuidado com a lama que se tinha formado devido à chuva da noite anterior. Se estas eram as condições no Parque o que seria ao longo da corrida, pensou o Carlos Gonçalves. Certamente que iríamos ter pela frente um percurso bem exigente, mas tão ao gosto dos Trailistas. Mal chegou o Federico este foi o tema imediato de conversa.
Até à hora da partida do Trail K20+ os dois Tartarugas dedicaram algum tempo ao costumado aquecimento, que foi NENHUM. Teríamos muito tempo para aquecer durante a corrida.
Já estávamos na “Grelha de Partida” quando tivemos de dar uma corridinha até aos nossos carros para irmos buscar a máscara exigida pela organização. Na nossa opinião foi um excesso de zelo pois levantámos os dorsais e circulámos pelas instalações, ao ar livre, sem alguém nos chamar a atenção para esta peça de “equipamento”.
Às nove em ponto os atletas dão início à sua prova. Foi uma espécie de “Partida Lançada” percorrendo-se cerca de um quilómetro e com nova passagem pelo parque dos Nirvana Studios. Então sim começava verdadeiramente a corrida do Trail Longo.
A edição de 2021 contou com um percurso substancialmente diferente do da primeira edição em 2019. O traçado passou a ser mais exigente com a presença de muita lama. Os locais de partida e de chegada também foram alterados deixando de ser nas instalações da antiga Fábrica da Pólvora passando para os Nirvana Studios, Centro Cultural alternativo localizado na Estrada Militar de Valejas.
Os Nirvana Studios são um Centro Cultural alternativo, fundado em 2003. Têm origem na Customs Circus, uma Companhia de Teatro Transdisciplinar e de Artes Visuais, e que adquiriu um antigo paiol do exército Português no tempo do Estado Novo e para onde eram transportados camiões com carregamentos de Bombas, Munições e Armamento.
Neste local fomos encontrar relíquias de viaturas automóveis célebres e admiradas nos meados no século XXV. Por momentos recuámos no tempo.
Um pouco de cultura não fica mal.
Estamos numa corrida de Trail onde se espera tudo menos dificuldades e piso fácil. A moleza do piso e a falta de aderência convidava, em algumas subidas mais “trabalhosas”, a recorrer-se à tracção total – pés e mãos - para se vencer uma ou outro obstáculo mais exigente. Por vezes ainda aparecia uma mão amiga para dar uma ajuda.
Um dos aspectos menos positivo foi o da marcação do percurso. Houve zonas em que as fitas estavam em locais pouco visíveis dando origem a que os atletas menos atentos se perdessem, percorrendo quase dois quilómetros adicionais. E, regra desaconselhável em provas de Trail, seguir “cegamente” quem vai à frente num qualquer grupo, invariavelmente conduz a que os atletas deixem de se guiar pelas fitas sinalizadoras. E foi exactamente o que aconteceu com um grupo de atletas que, a certa altura e na ausência de fitas sinalizadoras, teve de dar meia-volta até encontrarem o caminho certo. Foram quase dois quilómetros em vão.
Sem grandes surpresas os atletas iam cumprindo o seu percurso disfrutando ao máximo o verdadeiro ambiente de Trail.
Foi uma prova exigente. Talvez nem todos estivessem preparados para a dureza devido à lama que imperava ao longo de praticamente todo o percurso. Mas, mesmo assim, desistir é sentimento que não cabe na mentalidade dos Trailistas. O que interessa sobretudo é chegar ao fim e nas melhores condições possíveis.
Os dois atletas das LEBRES E TARTARUGAS portaram-se à altura e dentro das suas actuais capacidades.
Foi um bom regresso aos Trails. No próximo ano, caso se mantenha a data tradicional, esta prova realizar-se-á em condições bastante diferentes. A ver vamos.
Nesta fase a oferta de corridas começa a ser muito intensa. Parece que as organizações querem recuperar no último trimestre de 2021 o que não foi feito em 2020. Temos de ser criteriosos. É quase decidir prova a prova. A expectativas são bem mais animadoras do que há um ano atrás. Certo é que já estamos inscritos para a edição da Corrida do Fim da Europa a realizar-se no início de 2021. Pelo meio fica a aventura do nosso atleta Carlos Teixeira na Maratona do Porto.
Por último registe-se que, por um qualquer erro da organização, o Frederico não constou do Trail 20k+. Já apresentámos a devida reclamação.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Quinhentos e noventa e cinco dias depois da última prova a equipa das LEBRES E TARTARUGAS regressa à competição.
Foi no longínquo dia 8 de Março de 2020 que se realizou a Corrida dos Salesianos prova na qual participaram, pela última vez e sem o imaginarem, o Carlos Teixeira e o Frederico. E se quisermos reencontrar o trio fundador das LEBRES E TARTARUGAS conjuntamente em acçãoteremos de recuar até ao dia 27 de Outubro de 2019, data em que se realizou a Corrida do Montepio e última prova na qual participou o nosso atleta mais Veterano Carlos Gonçalves antes de ir “à faca” numa operação ao Menisco do joelho esquerdo. Foram 728 dias sem qualquer competição.
A ausência de competição não significa uma paragem total da actividade dos atletas pois eles tinham a consciência de que, mais dia ou menos dia, as provas oficiais iriam regressar. Mas treinar sem qualquer objectivo imediato é duro. É como trabalhar para aquecer…
Finalmente regressámos à competição e todos desejamos que seja para ficar. O ano de 2020 vai ficar, decerto, nas nossas memórias onde fomos obrigados a um profundo isolamento a que, felizmente, não estávamos habituados. Nunca tínhamos passado por idêntica situação. E não desejamos voltar a passar.
E neste reencontro das LEBRES E TARTARUGAS retomámos os velhos hábitos. Com quase uma hora de antecedência os nossos atletas encontraram-se junto ao Restaurante do Barbas onde, como manda a tradição, tratámos de tirar a nossa fotografia oficial com os atletas perfilados e em grande pose.
Às dez horas é dado o tiro de partida. Os atletas tratam de escolher o sector no qual desejavam partir. Partimos no bloco dos Sub 60 embora não soubéssemos se era o mais adequado ao nosso momento de forma. E, na realidade, foi uma escolha acertada já que os três Tartarugas concluíram a prova antes da hora. Nada mau.
O Grande Prémio do Atlântico é uma das clássicas da distância de dez quilómetros, prova organizada pelo Núcleo Sportinguista da Costa da Caparica. Tem a vantagem de ser praticamente plana sem exigir muito dos atletas e propícia à obtenção de ritmos mais elevados. Por este motivo foi mesmo a prova ideal para o regresso à competição para quem esteve parado meses intermináveis.
Partindo junto à Praia da Costa da Caparica deambulamos pelas várias artérias desta localidade. De vez em quando vão sendo introduzidas algumas alterações de modo a manter atractividade da prova. Um dos grandes méritos do actual traçado é nunca termos experienciado aquela desagradável sensação de andarmos aos “ziguezagues” para preencher Quilómetros.
Na segunda metade da prova, logo após o único abastecimento de água, entramos nos segmentos mais agradáveis deixando o alcatrão para trás e rumando ao paredão junto às praias. É certo que na parte final temos de vencer a dificuldade de correr em areia.
Deixamos o Paredão e regressamos ao alcatrão. Temos pela frente o último quilómetro. Alguns atletas dão o derradeiro “sprint” na tentativa de obterem uma posição na tabela classificativa mais de acordo com as suas expectativas.
A equipa das LEBRES E TARTARUGAS reagrupa-se para uma foto final.
Fazem-se já alguns planos para as próximas participações. Mas temos de ir com calma. O tempo de paragem competitiva foi demasiado longo. Não podemos, ou devemos, querer fazer no curto prazo aquilo que não foi feito num ano e meio.
Prá frente LEBRES E TARTARUGAS.
Crónica de Carlos Gonçalves]
Vencedor: GONÇALO CLÁUDIO (UA Povoense): 0:33.13
Atletas que concluiram a Prova: 777
Atletas | Dorsal | Escalão | Classificação Geral | Classificação Escalão | Tempo Oficial | Tempo Líquido | Ritmo min/Km | Velocidade Km/h |
Carlos Gonçalves | 586 | M6099 | 588º | 45º | 0:58:31 | 0:57:56 | 5:48 | 10,36 |
Carlos Teixeira | 587 | M6099 | 428º | 21º | 0:53:54 | 0:53:20 | 5:20 | 11,25 |
Frederico Sousa | 588 | M5559 | 513º | 52º | 0:57:32 | 0:56:56 | 5:42 | 10,54 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função do tempo líquido da prova.
Corridas do Mês de Outubro
Com o aparecimento do terrível Covid19 desapareceram as provas de atletismo a que invariavelmente o nome da nossa equipa e seus representantes se associavam.
Para não perderem completamente a forma e os hábitos de uma salutar prática desportiva os nossos atletas mantiveram os seus treinos semanais embora sem a regularidade e a exigência a que habitualmente estavam habituados quando o calendário desportivo estava na sua plenitude e cheio de corridas nas várias vertentes e distâncias.
Agora que já vemos uma luz ao fundo do túnel, embora ainda muito ténue, renasce a esperança de que voltaremos à normalidade desportiva com o regresso das provas de cariz popular as quais, além da vertente competitiva, propiciam o convívio com os nossos “companheiros de luta”.
Os Atletas das LEBRES E TARTARUGAS estão sempre disponíveis para abraçar novos desafios e novas experiências desportivas. Foi assim que, na mesma semana, o Pedro e Carlos Gonçalves se viram envolvidos em duas experiências que fogem à rotina das Corridas.
Na mesma semana fizeram uma dose dupla em ciclismo de estrada. Na segunda-feira dia 9 de Agosto participaram na “Etapa da Volta” na Guarda e, passados quatro dias, percorreram a Eco Pista do Dão no sentido Viseu Santa Comba Dão. Foram duas experiências a merecerem as respectivas crónicas num espaço habitualmente dedicado ao atletismo.
1. A ETAPA DA VOLTA - 9 de Agosto
A “Etapa da Volta a Portugal em Bicicleta” vai na décima quarta edição e ocorre invariavelmente no dia de descanso da competição profissional. O objectivo é proporcionar aos amantes do ciclismo de estrada a experiência e as sensações vividas pelos atletas de competição da principal prova de estrada que se realiza anualmente em Portugal. Com uma extensão aproximada de 73 quilómetros, a parte final do percurso é semelhante à da prova oficial estando a meta localizada exactamente no mesmo local onde terminou a etapa do dia anterior.
Sendo essencialmente um evento de diversão, os últimos dezasseis quilómetros são disputados em regime de “roda livre” sendo atribuída uma classificação em função dos tempos gastos neste sector final.
Ainda não eram 9 horas e já os nossos dois atletas se encontravam na cidade da Guarda para o cumprimento das habituais formalidades e novas exigências de ordem sanitária:
O Pedro já tinha procedido a estes trâmites de véspera já que, natural da Guarda, cumpria alguns dias de férias em casa dos Pais.
Com cerca de oitocentos atletas inscritos a organização estabeleceu duas vagas de partida sendo a primeira às dez horas e a segunda trinta minutos mais tarde. Em cada vaga os atletas foram ainda colocados em sectores diferentes por forma a evitar grande aglomeração de pessoas e também para dar cumprimento às regras da Direcção Geral de Saúde. Apesar de pertencerem à primeira vaga, e sem saberem porquê, o Pedro e o Carlos partiram em “compartimentos” diferentes.
A participação estava aberta a todo o tipo de bicicletas, estrada ou BTT, incluindo as eléctricas. No entanto estas últimas estavam fora da classificação prevista no sector “Roda Livre”.
O percurso não era fácil com uma fase inicial a descer ou em plano, bom para os atletas aquecerem e se adaptarem às exigências deste tipo de prova, mas logo seguida de sucessivas subidas dignas de um prémio da Montanha.
Mal foi dada a partida os ciclistas lançam-se num ritmo bastante rápido só abrandando já fora da cidade da Guarda. Afastamo-nos da cidade mais alta de Portugal e rumamos a Vila Fanca das Naves. Mudamos de rumo em direcção ao Porto da Carne altura em que somos ultrapassados pelos ciclistas que partiram na segunda vaga. Ao quilómetro 45 terminam as facilidades começando as primeiras subidas dignas desse nome. É o local onde está localizado o único Reabastecimento Líquido de toda a prova. Mas é ao quilómetro 57 que as coisas começam a “doer” com o início do sector de Roda Livre. Faltam 15 quilómetros para a tão desejada meta.
A distância percorrida começa a pesar nas pernas dos atletas, principalmente para aqueles que não estão habituados a estas “andanças”. E, fazendo jus ao facto de estarmos em pleno mês de Agosto e numa zona habitualmente quente, o sol abrasador exigiu um esforço adicional aos ciclistas. Ah. Não podemos deixar passar em claro que um dos nossos atletas rejubilou com o calor que se fez sentir… Quem seria ?
Sempre que passávamos por alguma fonte alguns atletas paravam para se reabastecerem. E começamos também a ver algumas paragens momentâneas para a ingestão de algum suplemento sólido ou para recuperação de algum fôlego. Alguns ciclistas chegam mesmo a desmontar e a levar as suas “biclas” à mão.
À medida que vamos avançando começamos a ver a sinalética com a indicação do que temos ainda de percorrer. É simultaneamente bom e mau. Para uns já só faltam cada vez menos qulómetros. Os mais pessimistas lêem aquele marco com o pensamente de que ainda falta muito e logo quando as forças e as reservas energéticas já se encontram muito em baixo.
Entretanto alguns ciclistas vão desistindo e regressando à cidade da Guarda numa viatura da Organização.
5 Km. É a indicação de que nos aproximamos derradeiramente da meta. Vamos buscar forças, principalmente anímicas, que pensávamos que já não existiam.
Entramos na Cidade da Guarda. Após a passagem pela Estação de Camionagem atacamos a última e derradeira subida. Provamos do mesmo que os ciclistas da etapa da véspera. O declive aumenta e muito, aliado a um piso em empedrado que incrementa a dificuldade deste final de prova. Os últimos quinhentos metros são diabólicos. Com a Meta à vista aumenta drasticamente a pendente da subida. Alguns desmontam e levam a sua companheira à mão.
Terminada a prova os elementos da nossa equipa reencontram-se.
É tempo do merecido descanso. Espera-nos um retemeperador almoço em casa dos Pais do Pedro. Optamos por irmos montados nas nossas companheiras. O percurso é sempre a descer. E as últimas centenas de metros são feitos na companhia do nosso elemento mais novo. O Afonso fez questão de acompanhar o Pai e o Avô neste final de aventura. Já se estava a preparar para um novo desafio que iria ocorrer alguns dias mais tarde.
Há que salientar que no percurso cronometrado os nossos atletas fizeram boa figura com o Pedro a classificar-se em 589º com um tempo de 1:46:25 enquanto que o Carlos Gonçalves teminou 603º e com a marca de 2:00:27.
Registe-se que o vencedor desta competição fez o tempo de 0:33:57 e que terminaram 611 atletas.
É, sem dúvida, uma experiência a repetir.
2. ECOPISTA DO DÃO – 13 de Agosto
A Ecopista do Dão é uma via ciclável exactamente no mesmo traçado onde anteriormente ciculavam os Combóios da extinta Linha do Dão. Os pontos extremos são a Estação de Caminho de Ferro de Santa Comba Dão e a Cidade de Viseu.
Com uma distância de aproximadamente quarenta e nove quilómetros a Eco Pista do Dão pode ser feita nos dois sentidos. Apesar do traçado ser praticamente plano, se partirmos de Viseu vamos encontrar uma pendente ligeiramente negativa pelo que, muitas vezes, principalmente no início, não precisamos de pedalar. Bastava não travar.
A Eco Pista do Dão faz-nos regressar a um tempo onde o Comboio era um dos principais meios de transporte utilizado pelas pessoas para se deslocarem dentro do nosso País, e numa altura em que o automóvel só estava acessível aos mais privilegiados. A ditadura das Autoestradas só viria a surgir algumas, muitas, décadas mais tarde. Entrar nesta aventura é como que regressar a um tempo não muito longínquo e do qual permanecem boas memórias.
Atravessamos três Concelhos correspondendo a cada um deles uma côr diferente no piso: Vermelho para Viseu, Verde para Tondela e Azul para Santa Comba Dão.
Apesar de muito divulgada, quem se atreve a percorrer a Ecopista do Dão tem alguma dificuldade em encontrar o Ponto de Partida. De Viseu apenas resta um antigo depósito de água onde se abasteciam as antigas locomotivas a Carvão e perto da localização da antiga Estação da cidade e da qual já não há qualquer vestígio. Mas até encontrarmos o início do trajecto temos de andar às voltas dentro de uma urbanização e sem qualquer sinal de aviso. Só a presença de uma Ciclovia, e após perguntarmos a alguns transeuntes, conseguimos, finalmente, encontrar o início da Ecopista do Dão. Valeu também a memória do nosso atleta Carlos Gonçalves, e restante comitiva de apoio constituída pela Ana e Catarina, que em 2017 já tinham percorrido este percurso exactamente em sentido inverso, para reencontrarmos o caminho certo a seguir.
O dia apresentava-se agradável. Aos atletas que tinham disputado a Etapa da Volta juntou-se o nosso atleta mais novo Afonso Antunes. Em 2017 já tinha acompanhado o Avô Carlos em curtos segmentos da Ecopista do Dão. Mas este ano o desafio era bem maior. Numa fase em que já domina a sua bicicleta o Afonso abalançou-se a fazer um pouco mais de dez quilómetros do percurso desde Viseu até Santa Comba Dão. E como ele pedalou. Só interrompeu a sua actividade quando nos vimos forçados a abandonar o traçado original devido a obras de manutenção na Ecopista e tivemos de seguir por uma estrada nacional. Aí o Pai Pedro não se sentiu seguro e optou por meter o Afonso dentro do carro até que pudéssemos retomar o percurso do nosso passeio.
E como o Afonso estava divertido, e também o Pai e o Avô. Ora pedalava no meio da comitiva ora tomava a dianteira do “pelotão”.
Em Torredeita estava prevista a primeira paragem. Nesta Estação, actualmente em fase de recuperação, encontramos uma antiga composição com a Locomotiva a carvão logo à cabeça. Pena é que as carruagens estivessem todas “grafitadas”. O respeito pela história é nulo.
Um pouco mais à frente, na Estação de Farinhão, fazemos a nossa pausa para almoço. E relembrámos a paragem de 2017 com uma fotografia do Afonso junto a um comboio em Madeira. Nova foto no mesmo local, mas com quatro anos de distância.
O Afonso nem queria acreditar. Com o cansaço a pesar nas pernas, e o calor a apertar, o nosso atleta mais novo adoptou um novo meio de transporte. Recorrendo a um atrelado de bicicleta podia continuar a acompanhar Pai e Avô e a disfrutar as belas paisagens e envolvente.
A nossa equipa não era constituída só pelos ciclistas. A Mãe Catarina e a Avó Ana eram a nossa equipa de apoio fazendo o percurso pela estrada até se reencontrarem com os ciclistas nas estações desactivadas e previamente combinadas.
E as pausas de repouso para os atletas eram também destinadas a “reforço” alimentar do elemento mais novo da Família. Ainda alheio a tudo o que o rodeava o Filho/Neto António procurava interagir com os restantes membros da nossa comitiva.
Com as energias a começarem a faltar a nossa equipa aproxima-se do fim do passeio. Contrariamente ao início da Ecopista do Dão os últimos quilómetros são sempre a subir.
Já na Estação de Santa Comba Dão a equipa das LEBRES E TARTARUGAS dá por concluída esta aventura.
Fim da Linha. Prova superada.
Agora havia que descansar um pouco e retemperar as nossas energias. Uma pacata esplanada no centro de Santa Comba Dão foi o local eleito. Faz-se um balanço da aventura igualmente divertida tanto para os ciclistas como para a equipa dos nossos carros de apoio. Tudo muito profissional. Fica também a promessa para, de aqui a alguns anos, voltarmos a repetir a Ecopista do Dão mas com o Afonso fazer muitos mais quilómetros a pedalar, quiçá com o atrelado já com o mano António lá dentro.
A tradição ainda é o que era. E a Corrida do 1º de Maio é uma tradição no calendário de provas da equipa das LEBRES E TARTARUGAS, porventura uma das provas maiores, senão a maior mesmo.
Devido à Pandemia que se abateu de uma forma generalizada não só em Portugal como no mundo inteiro, todos as manifestações desportivas foram canceladas não se sabendo mesmo quando serão retomadas.
Mas nem sempre nos conformamos com os acontecimentos. Assim se a verdadeira Corrida do 1º de Maio foi anulada lançámos mãos à obra e tratámos de encontrar uma alternativa para, à nossa maneira, celebrar o dia internacional dos trabalhadores. Assim decidimos organizar nós próprios uma Corrida do 1º de Maio. Mas, derivado do actual Estado de Emergência, as pessoas não se poderiam deslocar durante este fim de semana prolongado para outros concelhos fora do da sua zona de residência sem uma justificação aceite pelas autoridades o que constituía um sério revés à reunião dos atletas das LEBRES E TARTARUGAS. Foi então que nasceu a ideia de organizar uma corrida na qual cada um dos atletas teria de cumprir a mesma distância mas em locais diferentes pertencentes ao seu Concelho de residência.
Amadurecida a ideia, na segunda-feira tratei de convocar todos os membros das LEBRES E TARTARUGAS para a nossa Corrida do 1º de Maio. O WhatsApp foi a ferramenta escolhida, numa fase em que todos comunicam à distância através de uma qualquer plataforma.
Parar é morrer. Por isso temos de manter alguma actividade. A Corrida do 1º de Maio é um dos pontos altos, senão o mais alto, de cada época desportiva das LEBRES E TARTARUGAS. Assim proponho a todos participar na Corrida do 1º de Maio de 2020. Só que com algumas alterações. A organização é nossa e a distância passa dos habituais 15 Km para 10Km. Proponho então que, embora fisicamente separados, corramos juntos na próxima sexta-feira a nossa Corrida do 1ºMaio. A hora de partida é às dez da manhã, cada um no seu concelho de residência. A chamada far-se-á por WhatsApp cinco minutos antes. À dez horas certas cada um parte para o seu percurso e, no final, coloca no WhatsApp o tempo realizado. A classificação oficial será a do desempenho de cada um. Prémios não haverá. Mas teremos direito a crónica no nosso blogue. Devemos tirar uma "selfie" devidamente equipados para construir a fotografia de grupo. Todos podem participar mesmo quem está mais distante, como em terras de Sua Majestade. Alinham?
O desafio estava lançado. Só restava aguardar pela adesão dos nossos atletas. E a maioria respondeu afirmativamente. Mesmo o Gonçalo Sousa, o tal residente no Reino Unido, decidiu alinhar no nossa iniciativa. Mas como trabalha no dia 1 de Maio comprometeu-se a realizar a sua prova só no final da tarde. À última hora ainda tivémos mais duas adesões surpresa:
Para aumentar a originalidade desta nossa Corrida do 1º de Maio de 2020 cada um dos atletas iria realizar a sua prova em concelhos diferentes:
Apesar de ser uma prova alternativa foram criados dorsais para cada um dos atletas. Mas, como alguns não tinham possibilidade de imprimir o respectivo dorsal, foi deliberado que não era obrigatório correr com o identificativo da prova. Aliás os dorsais seriam montados posteriormente nas fotografias que cada um tinha de colocar no grupo de WhatsApp das LEBRES E TARTARUGAS.
Substituindo o habitual "briefing" foi enviado de véspera aos atletas participantes um conjunto de informações bastante úteis e que, de alguma forma, cumprisse o espírito das corridas.
Uma vez mais recorremos ao popular WhatsApp.
Atletas. Segue um conjunto de informações para a nossa Corrida do 1º de Maio 2020. Amanhã, às 9H45, cada um deve assinalar por WhatsApp a sua presença e apresentar a sua "selfie", ou foto tirada por alguém. Conforme informação anterior a distância oficial é de 10 Km. No final cada um regista o seu tempo e publica-o nosso grupo de WhatsApp. Mesmo que façam mais do que a distância definida basta indicarem o tempo à passagem dos dez quilómetros.
No dia da prova, cerca de quinze minutos antes da hora de partida, foi feita uma chamada colectiva envolvendo os quatro atletas residentes na zona da Grande Lisboa. Pouco antes já o Gonçalo Gonçalves marcava presença.
Às dez horas em ponto cada atleta iniciou o seu "contra-relógio" individual. Todas as provas tiveram perfis diferentes. Umas mais planas do que outras e até houve quem tivesse optado por uma Corrida de dez quilómetros em ambiente de Trail. Que inveja Frederico...
À medida que cada um terminava a sua prova colocava de imediato no WhatsApp o tempo realizado. O tempo era o menos importante. Uns atingiram, outros ultrapassaram mesmo, a suas expectativas. Outros talvez nem tanto. Uma coisa é certa. Correr sózinho é normalmente um obstáculo a conseguirem-se bons ritmos. Falta-nos a proximidade com outros atletas.
Ao final da tarde é a vez do Gonçalo Sousa cumprir a sua participação na Corrida do 1º de Maio de 2020. Algumas horas mais tarde o Georg dá por concluída sua prestação.
Foi um êxito. A originalidade da nossa corrida foi premiada. O nosso principal objectivo foi plenamente conseguido. Uma experiência a repetir.
Estes são os nossos heróis que acederam a fazer história na História das LEBRES E TARTARUGAS.
Obrigado a todos
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Vencedores:
E todos tiveram direito às suas Medalhas "Virtuais"
Atletas que concluiram a Prova: 8
Atletas | Dorsal | Tempo Líquido | Ritmo (min/Km) |
Carlos Gonçalves | 001 | 1:04:26 | 6:26 |
Carlos Teixeira | 002 | 0:57:38 | 5:46 |
FredericoSousa | 003 | 1:17:29 | 7:45 |
João Valério | 004 | 0:56:16 | 5:37 |
Gonçalo Sousa | 005 | 0:56:00 | 5:36 |
Gonçalo Gonçalves | 006 | 0:54:59 | 5:30 |
Paula Santos | 007 | 1:17:29 | 7:45 |
Georg Waldschütz | 008 | 0:55:31 | 5:31 |
Translation to English
Tradition is still what it was. And the May 1st Race is a tradition in the race calendar of the LEBRES E TARTARUGAS team, perhaps one of the biggest, if not the biggest, races.
Due to the pandemic that has befallen in a generalized way not only in Portugal but worldwide, all sporting events have been cancelled not knowing even when they will resume.
But we don't always settle for events. So if the real May 1st Race was cancelled, we'd get to work and find an alternative to celebrate international workers' day in our own way. So we decided to organize a May 1st Race ourselves. But, derived from the current State of Emergency, people could not move during this long weekend to other municipalities outside of their area of residence without a justification accepted by the authorities which constituted a serious setback to the meeting of the athletes of LEBRES E TARTARUGAS. It was then that the idea of organizing a race was born in which each of the athletes would have to meet the same distance but in different places belonging to their municipality of residence.
Matured the idea, on Monday I tried to summon all the members of the LEBRES E TARTARUGAS for our Race of the 1st of May. WhatsApp was the tool of choice, at a stage when everyone communicates remotely through any platform.
To stop is to die. So we have to keep up some activity. The May 1st Race is one of the highlights, if not the highest, of each sporting season of LEBRES E TARTARUGAS. So I propose you all participate in the May 1, 2020 Race. Only with a few changes. The organization is ours and the distance goes from the usual 15 km to 10Km. I propose then that, although physically separated, we run together next Friday our Race of the 1st May. The departure time is at ten in the morning, each in your county of residence. The call will be made by WhatsApp five minutes before. At the right ten hours each one leaves for its route and, in the end, puts in WhatsApp the time made. The official ranking will be that of each one's performance. Prizes won't be. But we will be entitled to chronicle on our blog. We should take a selfie properly equipped to build group photography. Everyone can participate even those who are farther away, as in His Majesty's lands. Line?
The challenge was launched. All that remained was to wait for our athletes to come. And most answered affirmatively. Even Gonçalo Sousa, the one resident in the United Kingdom, decided to align in our initiative. But as he works on 1 May he undertook to hold his test only in the late afternoon. At the last minute we still had two more surprise memberships:
To increase the originality of our Race of May 1, 2020 each of the athletes would hold their race in different municipalities:
Despite being an alternative test, backs were created for each of the athletes. But, as some were not able to print the respective dorsal, it was decided that it was not mandatory to run with the identification of the test. In fact, the backs would be mounted later on the photographs that each had to put in the WhatsApp group of LEBRES E TARTARUGAS.
Replacing the usual "briefing" was sent the day before to the participating athletes a set of very useful information that somehow fulfilled the spirit of the races.
Once again we resort to the popular WhatsApp.
Athletes. Here's a set of information for our May 1st 2020 Race. Tomorrow at 9:45 am, each one must signal by WhatsApp his presence and present his "selfie", or photo taken by someone. According to previous information the official distance is 10 Km. In the end each one records his time and publishes it our WhatsApp group. Even if they do more than the defined distance, just indicate the time to the passage of the ten kilometres.
On the day of the race, about fifteen minutes before the time of departure, a collective call was made involving the four athletes residing in the Greater Lisbon area. Shortly before, Gonçalo Gonçalves was present.
At ten o'clock sharp each athlete started his individual "time trial". All the evidence had different profiles. Some flatter than others and even some had opted for a Ten-kilometre Race in a Trail environment. What envy Frederico...
As each one finished his test he immediately put the time taken on WhatsApp. Time was the least important. Some have reached, others have even exceeded their expectations. Others maybe not so much. One thing's for sure. Running alone is usually an obstacle to getting good rhythms. We lack proximity to other athletes.
At the end of the afternoon it is the turn of Gonçalo Sousa to fulfill his participation in the Race of the 1st of May 2020. A few hours later Georg completes his performance.
It was a success. The originality of our race has been awarded. Our main objective has been fully achieved. An experiment to repeat.
These are our heroes who have come to make history in the history of LEBRES E TARTARUGAS.
Thank you all
[Carlos Gonçalves Chronicle]
Winners:
Athletes who completed the race: 8
Atletas | Dorsal | Net Time | Pace (min/Km) |
Carlos Gonçalves | 001 | 1:04:26 | 6:26 |
Carlos Teixeira | 002 | 0:57:38 | 5:46 |
FredericoSousa | 003 | 1:17:29 | 7:45 |
João Valério | 004 | 0:56:16 | 5:37 |
Gonçalo Sousa | 005 | 0:56:00 | 5:36 |
Gonçalo Gonçalves | 006 | 0:54:59 | 5:30 |
Paula Santos | 007 | 1:17:29 | 7:45 |
Georg Waldschütz | 008 | 0:55:31 | 5:31 |
A declaração do Estado de Emergência veio condicionar fortemente a nossa mobilidade só nos sendo permitido sair de nossa casa para assegurar um conjunto de tarefas bem definidas: ir comprar comida ou medicamentos, tratar de alguém ou ir para o nosso local de trabalho quando o mesmo não possa passar a ser feito a partir de casa.
E nós desportistas, mesmo que amadores, como vamos fazer para tentar manter alguma forma física e assegurar bons níveis da nossa sanidade mental?
No meio do cenário actualmente tão restritivo, eis que se nos abre uma Porta, ou uma Janela de Oportunidade termo tão na moda. Além de poder sair de casa para passear o cãozinho também é possível às pessoas virem até à rua, sem se afastarem, muito para correr ou fazer uma caminhada desde que o façamos em isolamento e guardando as “distâncias de segurança”. Podemo-nos dar por felizes com esta abertura nas regras do confinamento numa altura em que todas as provas desportivas têm vindo a ser canceladas pelo que a nossa margem de manobra diminuiu substancialmente.
Correr só por correr não chega. Numa primeira fase talvez. Mas, se quisermos que a prática desportiva seja duradoura, temos de juntar alguns objectivos. Daí a nossa regular participação em corridas competitivas das muitas que têm proliferado nos últimos anos.
Qualquer atleta quando participa numa corrida de cariz competitivo, seja amador ou profissional, estabelece sempre alguns objectivos que pode controlar facilmente ao longo da prova.
Se quer terminar com uma boa classificação dentro das suas reais capacidades só tem de se preocupar com os seus adversários directos e não os perder de vista.
Se tem como objectivo uma determinada marca de tempo só tem de controlar o relógio que tem no seu pulso.
Se a sua principal preocupação é terminar a corrida, cumprindo a totalidade da distância, só tem de olhar para Meta que está lá bem longe mas que se torna cada vez mais visível à medida que vamos avançando nos quilómetros.
Simples, muito simples.
Só que neste momento temos um adversário a vencer e com uns nomes profundamente estranhos: Corona Vírus, SARS-COV-2, ou Covid 19. Sabemos quem ele é, que existe e quais as suas forças. Só não ainda descobrimos quais são as suas fraquezas. E também não sabemos onde ele está em cada fase desta nossa competição. É um adversário invisível. É um adversário escondido. É um adversário que muda de "fato" constantemente tornando ainda mais complicado detectá-lo e munirmo-nos das armas mais eficazes. Não queremos que esta competição seja uma luta desigual. Mas temos de "ver" o rosto do nosso adversário e poder adoptar a táctica mais adequada. Cada um com as suas armas. E nós, desportistas, temos uma grande arma que se pode revelar decisiva na luta que agora travamos: persistência, resistência e crença de que a vitória está ao nosso alcance. Nunca desistir é o nosso lema.
Também não me atrevo a subscrever as palavras do Presidente da Repúlbica do Brasil segundo o qual o nosso passado de desportista nos torna imunes a este vírus. Não estamos. Apenas estamos mais bem preparados e dispostos para a luta. Mas podemos, ao virar de uma esquina, também ser contagiados.
Vamos vencer mais esta corrida e, no fim, celebrá-la-emos com maior satisfação. Com a satisfação inerente à vitória mas também com a satisfação de que voltaremos à normalidade.
E, um dia destes, vamos reencontrar caras conhecidas numa qualquer corrida em que participemos.
Força a todos. Já passámos por várias adversidades que foram apenas isso. Nunca desistimos e não é agora que desistiremos.
Ânimo!
Algumas horas após um belo jantar de confraternização dos Lebres e Tartarugas organizado pelo tartaruga Frederico de Sousa, realizou-se a 5ª edição da corrida dos salesianos, com a participação de Carlos Teixeira e Frederico Sousa.
Os atletas apresentavam-se bem dispostos mas ainda um pouco pesados com a comida e bebida da véspera.
O tempo estava muito bom uma manhã a anunciar a Primavera, para o Frederico já muito calor.
Os atletas fizeram um curto aquecimento excecionalmente por iniciativa do Frederico.
A corrida iniciou-se dois minutos após as 10h com um pelotão de mais de 1.000 participantes.
O percurso desta prova já foi percorrido por muitas e muitas vezes pelos elementos dos Lebres e Tartarugas com início e chegada na Praça do Império em Belém, os primeiros 2 kms passaram-se entre Belém e Algés, de seguida 5km entre Algés e Alcântara e por fim o retorno de Alcântara até à meta.
Trata-se de uma prova totalmente plana, boa para quem pretende bater records na distância de 10kms.
De salientar o elevado e despropositado preço das inscrições, os atletas que só à última hora resolveram participar tiveram que pagar 18€.
[Crónica de Carlos Teixeira]
Vencedor: CARLOS CARDOSO (GFD Running): 0:32:15
Atletas que concluiram a Prova: 1161
Atletas | Dorsal | Escalão |
Classificação Geral |
Classificação Escalão |
Tempo Oficial | Tempo Líquido |
Ritmo min/Km |
Velocidade Km/h |
Frederico Sousa | 1299 | M5559 | 733º | 61º | 0:57:45 | 0:56:58 | 5:42 | 10,53 |
Carlos Teixeira | 1303 | M5559 | 477º | 35º | 0:52:02 | 0:51:16 | 5:08 | 11,7 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função do tempo líquido da prova.
A manhã acordou cinzenta e a prometer chuva pelo que à saída de casa estava um pouco preocupado com o estado do piso nas Lezírias.
Ao longo do caminho foram caindo algumas pingas tímidas apesar de as nuvens prometerem muita chuva.
Cheguei a Vila Franca de Xira cinco minutos antes das nove o que me permitiu atravessar a Vila com tranquilidade e estacionar no parque de estacionamento habitual junto à bomba de gasolina da Galp.
Depois de 30 minutos na preguiça dentro do carro dirigi-me para o local da corrida fazendo um aquecimento em corrida de um km debaixo de uma chuvinha miudinha.
Passados alguns minutos de ter chegado ao local da corrida participei no animado aquecimento proporcionado pela organização.
Às 10h e com a presença de apenas um Lebre e Tartaruga (Carlos Teixeira) iniciou-se a 25ª edição da corrida das Lezírias.
Após os primeiros 1,5 kms começou-se a subir até meio do tabuleiro da ponte de Vila Franca, sendo que atingimos as Lezírias ao Km 3,2.
Nas lezírias entre o Km 3,2 e Km 7,8 correu-se muito bem sem qualquer problema provocado pela chuva da véspera e da manhã.
Durante a corrida a chuva apenas apareceu no Km 4 e com pouca intensidade.
Do km 7,8 até ao Km 11,4 foi para mim a parte mais difícil da corrida ainda dentro das lezírias o piso estava pesado, tinha muita pedra e ervas altas.
A última dificuldade ocorreu entre o Km 12 e o Km 12,8 em nova passagem pela ponte no regresso ao centro de Vila Franca.
Alguns metros depois de cortar a meta e ainda a regularizar a respiração apareceu-me um microfone à frente da organização onde fiz alguns comentários sobre a corrida.
Até 2021!
[Crónica de Carlos Teixeira]
Vencedor: EMILIANO VIEIRA (Run Tejo - CM Socks): 0:52:03
Atletas que concluiram a Prova: 1398
Atletas | Dorsal | Escalão |
Classificação Geral |
Classificação Escalão |
Tempo Oficial | Tempo Líquido |
Ritmo min/Km |
Velocidade Km/h |
Carlos Teixeira | 1329 | M5559 | 627º | 47º | 1:19:50. | 1:19:14 | 5:07 | 11,74 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função do tempo líquido da prova.
Esta é uma prova em que os Lebres e Tartarugas estão sempre representados, nesta edição devido a lesões e férias carnavalescas apenas participou o Carlos Teixeira
Cerca das 8.30 o atleta saiu de casa em direção à Costa da Caparica, sendo que às 8.55 já estava a estacionar junto à pastelaria Copacabana em pleno centro da vila.
Junto à praia seguiu-se um curto período de "Warm-Up" debaixo de uma temperatura primaveril mas com alguma brisa.
O percurso igual ao das duas edições anteriores corre-se em grande parte aproximadamente 4,5 Km na avenida principal da vila e mais ou menos 3 km junto à praia, parte mais bonita e agradável da prova.
[Crónica de Carlos Teixeira]
Vencedor: LUÍS MARGARIDO (Vitória Futebol Clube): 0:32:20
Atletas que concluiram a Prova: 1213
Atletas | Dorsal | Escalão |
Classificação Geral |
Classificação Escalão |
Tempo Oficial | Tempo Líquido |
Ritmo min/Km |
Velocidade Km/h |
Carlos Teixeira | 1053 | M5564 | 448º | 44º | 0:50:59 | 0:50:23 | 5:02 | 11,91 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função do tempo líquido da prova.
Durante uma série de anos esta prova denominou-se os "20 KM de Cascais" e disputava-se sempre no Domingo de Carnaval, incluindo um concurso de máscaras para os atletas que corriam mascarados.
Nos últimos 3 anos foi promovida a meia-maratona e já não coincide com o Domingo de carnaval, no entanto alguns concorrentes ainda se mascaram e mais uma vez lá estava o atleta vestido de vaca.
Como é hábito os atletas dos Lebres e Tartarugas encontraram-se na famosa estátua do rei D.Pedro I em frente à Câmara de Cascais.
Ao contrário dos atletas Carlos Teixeira e João Valério que fizeram alguns passos de corrida e alongamentos antes da corrida, o Frederico de Sousa permaneceu sentado num banco a refletir sobre a corrida.
A prova disputou-se debaixo de uma temperatura espetacular e no Guincho excecionalmente não houve vento.
O percurso foi igual ao do ano anterior com partida e chegada em frente ao Hotel Baía.
[Crónica de Carlos Teixeira]
Vencedor: HERMANO FERREIRA (Individual): 1:06:09
Atletas que concluiram a Prova: 2502
Atletas | Dorsal | Escalão |
Classificação Geral |
Classificação Escalão |
Tempo Oficial | Tempo Líquido |
Ritmo min/Km |
Velocidade Km/h |
Carlos Teixeira | 2057 | V55 | 1221º | 73º | 1:52:09 | 1:51:52 | 5:18 | 11,32 |
Frederico Sousa | 2198 | V55 | 2214º | 152º | 2:17:36 | 2:15:16 | 6:25 | 9,36 |
João Valério | 2453 | V65 | 1728º | 25º | 2:01:55 | 1:59:15 | 5:39 | 10,62 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função do tempo líquido da prova.
A corrida do Fim da Europa é uma das corridas que os Tartarugas querem sempre participar por ser uma das mais bonitas que se disputa em Portugal. Infelizmente um dos maiores admiradores da prova o nosso tartaruga Carlos Gonçalves ainda a recuperar da sua lesão no joelho não pode participar, nesta que foi a edição número 30. Não temos dúvidas que com a força de vontade do Carlos ele estará presente na edição 31. Apesar de gostarmos muito da prova, há 3 aspetos importantes a considerar sempre que participamos nela e que são: as condições atmosféricas, a logística e a predisposição mental para enfrentar as subidas que o percurso apresenta. Todos os fatores acabaram por correr bem, a temperatura apesar de fresca estava muito agradável e o vento fez gazeta felizmente, graças à Tartaruga Frederico Sousa que levantou os dorsais e na véspera da prova colocou uma viatura perto da meta também as dificuldades logísticas foram ultrapassadas, por fim os representantes nesta prova dos Lebres e Tartarugas, Frederico Sousa, Carlos Teixeira e João Valerio estavam com muito boa disposição sem particular preocupação com as subidas. De salientar a tartaruga João Valerio que apesar de participar em poucas provas faz sempre resultados muito positivos como foi mais uma vez o caso nesta prova. O percurso foi mais uma vez o mesmo mas neste caso não importa muito aos concorrentes, por ser muito bonito e desafiante. Em 2021 esperamos todos os Tartarugas estar novamente presentes.
[Crónica de Carlos Teixeira]
Vencedor:LEONARDO COELHO (Clube de Atletismo de Sintra): 0:58:15,877
Atletas que concluiram a Prova: 2228
Atletas | Dorsal | Escalão |
Classificação Geral |
Classificação Escalão |
Tempo Oficial | Tempo Líquido |
Ritmo min/Km |
Velocidade Km/h |
Frederico Sousa | 139 | M55 | 1740º | 87º | 1:50:48,233 | 1:49:50,086 | 6:29 | 9,26 |
Carlos Teixeira | 140 | M55 | 938º | 42º | 1:33:33,233 | 1:32:35,756 | 5:28 | 10,98 |
João Valério | 200 | M65 | 1234º | 208º | 1:39:02,710 | 1:38:04,317 | 5:47 | 10,37 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função do tempo líquido da prova.
Com a participação na 12ª edição da São Silvestre de Lisboa os Lebres e Tartarugas fecharam mais um ano de corridas.
A representação teve a cargo de Gonçalo Sousa, Frederico Sousa, Paula (uma estreia) e Carlos Teixeira.
No meu caso tratou-se da 12ª participação consecutiva.
Verificou-se uma participação massiva de atletas que encheu a Avenida da Liberdade, tendo completado a prova mais de 10.000 atletas.
Antes da prova foi cantado a exemplo do ano anterior o hino de Portugal.
Por diversas razões esta prova é já uma das mais importantes que se disputa na capital e arredores, provavelmente já só é batida pela corrida do Tejo.
O ambiente antes da prova era excelente ajudado pelas boas condições climatéricas.
O percurso manteve-se igual ao das últimas edições.
Os primeiros kms foram muito difíceis de percorrer devido ao aglomerado de atletas mais o elevado número de pessoas que transitava nas ruas onde decorreu a prova principalmente entre a Avenida da Liberdade e o Terreiro do Paço.
Como sempre os pontos antagónicos da corrida situaram-se na dificuldade de subir a Avenida (penúltimo Km) e no prazer de a descer (no último km) para quem ainda tinha forças.
O ano de 2019 marcou a participação pela primeira vez dos Lebres e Tartarugas numa Maratona fora de Portugal (Sevilha), infelizmente também ficou marcado pela lesão do nosso grande atleta e principal redator deste blog Carlos Gonçalves.
Para todos um bom ano de 2020 e que o nosso Carlos Gonçalves volte em grande!!!!
[Crónica de Carlos Teixeira]
Vencedor:ADEL MACHAAL (New Balance): 0:29:08
Atletas que concluiram a Prova: 10110
Atletas | Dorsal | Escalão |
Classificação Geral |
Classificação Escalão |
Tempo Oficial | Tempo Líquido |
Ritmo min/Km |
Velocidade Km/h |
Carlos Teixeira | 4013 | V55 | 2490º | 145º | 0:51:05 | 0:50:32 | 5:03 | 11,87 |
Paula | 4014 | ---- | 9081º | ---- | 1:20:57 | 1:14:05 | 7:25 | 8,10 |
Frederico Sousa | 4255 | V55 | 9082º | 435º | 1:20:57 | 1:14:06 | 7:25 | 8,10 |
Gonçalo Sousa | 5779 | SEN | 5139º | 4558º | 0:56:27 | 0:55:40 | 5:34 | 10,78 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função do tempo líquido da prova.
Calendário do Mês de Dezembro
Nesta fase final do ano proliferam, um pouco por toda a parte, as Corridas São Silvestre que assinalam o encerramento do ano civil desportivo. É a oportunidade para fazer alguma dieta seja para precaver os desvarios alimentares que aí vêm, quando as corridas se realizam antes do Natal, ou para queimar as calorias extra adquiridas na Consoada ou no Jantar do dia 25 de Dezembro.
Quase todos os anos surgem novas Corridas São Silvestre. EM 2018 realizou-se a primeira edição da São Silvestre Baía do Seixal a qual passou um pouco despercebida aos atletas das LEBRES E TARTARUGAS que, habitualmente, “fecham” o ano na homónima prova de Lisboa.
Neste ano de 2019 o nosso atleta Pedro Antunes, por não poder estar presente na corrida de Lisboa, arranjou uma alternativa inscrevendo-se na São Silvestre Baía do Seixal. E não participou sozinho. Inscreveu também o seu filho Afonso, o nosso atleta mais novo, numa das provas destinada às crianças.
Pai e Filho carregaram sobre os seus ombros a glória de representarem a equipa das LEBRES E TARTARUGAS.
Ao final da tarde, por sinal bastante fria mas ausente de chuva, juntaram-se inúmeros atletas mesmo em frente à Baía do Seixal para participarem e conviverem na prova que escolheram.
Pelas cinco da tarde dá-se início às diferentes corridas para os mais pequenitos.
O nosso Afonso iria participar na corrida de cem metros destinada aos atletas entre os quatro e os seis anos. Sem quaisquer preconceitos ou vergonha, alinhou à partida para a sua corrida. Mal soou o tiro de partida entrou “com tudo”. Era o mais novo de todos os atletas participantes pelo que a sua tarefa era muito difícil. Mas deu o máximo de si pelo que orgulhosamente recebeu e ostentou no final a medalha que lhe era devida. Temos Atleta para o futuro.
Meia hora mais tarde foi a vez do Pedro entrar em actividade na prova de carácter competitivo na distância de dez quilómetros. Os vários atletas foram agrupados segundo os tempos previsíveis.
O Padrinho da Corrida era o consagrado Paulo Guerra que fez questão de não só dar a partida mas também de proferir algumas palavras de ânimo e de incentivo para todos os presentes.
Uma corrida de dez quilómetros é, normalmente, bastante rápida pelo que os atletas têm de dar o máximo do princípio até ao fim. Depois de ouvido o tiro de partida todos se lançaram rumo ao topo da Baía do Seixal. Em determinado momento fazem uma inversão do percurso para se dirigirem ao Seixal passando pela “Aldeia de Natal” instalada dentro da zona histórica desta simpática Vila e Sede de Concelho.
Sensivelmente a meio da corrida voltam a passar pelas imediações da zona da partida em direcção à Cidade da Amora. Nova inversão de percurso tendo como objectivo “galgar” os últimos quilómetros até atingirem a tão desejada meta.
O Afonso aguardava ansiosamente pela chegada do Pai. Mal o viu foi logo ao seu encontro após ter cortado a meta.
Foi mais uma participação de atletas das LEBRES E TARTARUGAS que levaram bem alto o nome da nossa equipa.
[Crónica de Carlos Gonçalves]
Vencedor: PLÁCIDO JESUS (Run Tejo - CM Socks: 0:31:55
Atletas que concluiram a Prova: 810
Atletas | Dorsal | Escalão | Classificação Geral | Classificação Escalão | Tempo Oficial | Tempo Líquido | Ritmo min/Km | Velocidade Km/h |
Pedro Antunes | 1541 | M0034 | 7624º | 94º | 1:08:07 | 1:07:22 | 6:44 | 8,91 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função do tempo líquido da prova.
Calendário do Mês de Dezembro
Pela sexagésima segunda vez disputou-se o Grande Prémio de Natal uma das provas mais antigas que se disputa em Portugal.
A logística da prova não é muito fácil dado que a partida é no Hospital da Luz e a chegada nos Restauradores.
Os tartarugas estiveram representados apenas pelo Carlos Teixeira e o Frederico Sousa ao contrário de alguns anos atrás em que participaram diversos tartarugas.
Os dois tartarugas encontraram-se na estação do Rossio e de seguida apanharam o metro na estação dos Restauradores com destino à do Colégio Militar.
Entre o Colégio Militar e a partida foi tempo de colocar a conversa em dia já não se fala muito da corrida, isso era noutros tempos e tão pouco houve a fotografia da praxe.
O percurso não sofreu alterações em relação aos últimos 3 anos, mas é mais difícil do que no passado nomeadamente os primeiros dois Kms.
A corrida é sempre percorrida com a ansiedade de chegar ao Saldanha, porque a partir daí é sempre a descer até à meta.
Os dois tartarugas completaram a prova de acordo com as suas atuais possibilidades e agora falta a S. Silvestre para acabar mais uma ano de corridas.
Feliz Natal para todos os Lebres e Tartarugas
[Crónica de Carlos Teixeira]
Vencedor: SAMUEL BARATA : 0:29:37
Atletas que concluiram a Prova: 4268
Atletas | Dorsal | Escalão |
Classificação Geral |
Classificação Escalão |
Tempo Oficial | Tempo Líquido |
Ritmo min/Km |
Velocidade Km/h |
Frederico Sousa | 2598 |
Vet 55 Masc |
2696º |
2249º |
0:58:38 |
0:56:55 |
5:41 |
10,54 |
Carlos Teixeira |
2599 | Vet 55 Masc | 1434º | 1310º | 0:49:50 | 0:49:00 | 4:54 | 12,24 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função do tempo líquido da prova.
Calendário do Mês de Dezembro
Realizou-se mais uma edição da Meia Maratona dos Descobrimentos a sétima.
Trata-se de mais uma prova onde os Tartarugas estiveram representados em todas as edições.
Dadas as caraterísticas do percurso (100 % plano) e a altura do ano em que ocorre é uma meia maratona do agrado da maioria dos atletas.
De facto esta prova estando em boa forma pode servir para quebrar records da distância para os mais ambiciosos ou para percorrer a distância pela primeira vez para quem se inicia na meia maratona.
Os Lebres e Tartarugas estiveram representados pelos seguintes atletas: Carlos Teixeira, Frederico Sousa e João Valério.
Antes do início da prova cada um fez a sua previsão relativamente ao tempo que iríamos fazer no final e todos fizemos mais 1 a 2 minutos que o previsto.
As condições climáticas foram muito boas a ameaçar chuva e a temperatura ideal 14 graus.
O percurso foi idêntico ao de 2018.
Desagradável as passagens pela Ribeira das Naus e Rossio devido ao piso empedrado com desníveis e buracos.
De salientar o regresso do João Valério após um longo interregno desde a sua participação na maratona de Sevilha.
O Frederico como sempre teve que dar nas vistas e chegou a frente de um pelotão de aproximadamente 25/30 militares.
O Carlos Teixeira está a precisar de dar descanso às suas pernas dado estar a ressentir-se da participação quase seguida em duas maratonas.
Seguem-se agora duas provas para relaxar e celebrar o Natal e a mudança de ano .
[Crónica de Carlos Teixeira]
Vencedor: JOÃO FERNANDES (GFD Running): 1:09:25
Atletas que concluiram a Prova: 2528
Atletas | Dorsal | Escalão |
Classificação Geral |
Classificação Escalão |
Tempo Oficial | Tempo Líquido |
Ritmo min/Km |
Velocidade Km/h |
Frederico Sousa | 1246 |
M5559 |
2215º |
119º |
2:14:37 |
2:13:09 |
6:19 |
9,51 |
João Valério |
1581 |
M6599 |
1948º |
30º |
2:05:15 |
2:03:46 |
5:52 |
10,23 |
Carlos Teixeira |
2372 | M5559 | 1298º | 62º | 1:52:50 | 1:51:23 | 5:17 | 11,36 |
NOTA: O Ritmo e a Velocidade média foram calculados em função do tempo líquido da prova.
Calendário do Mês de Dezembro
. MEIA MARATONA DE TORRES V...
. CORRIDA SÃO SILVESTRE DE ...
. MEIA MARATONA DOS DESCOBR...
. BENFEITA TRAIL - Edição d...