Segunda-feira, 29 de Junho de 2015

PALMELA RUN

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Ainda não totalmente recuperados da Lisbon Eco Marathon de há uma semana, eis que os atletas das LEBRES E TARTARUGAS se abalançaram a novos desafios.

 

O Carlos Catela optou por um regresso a Peniche para desafiar uma vez mais os quinze quilómetros da Corrida das Fogueiras.

 

O Carlos Gonçalves, com a companhia do filho Gonçalo, abalançou-se a uma nova prova – PALMELA RUN – cuja primeira edição teve lugar ao cair da tarde nas imediações do Parque Natural da Serra da Arrábida.

 

O Frederico, que também estava inscrito nas “Fogueiras”, ficou em casa a negociar com as suas bolhas e calos quando se livrará destas maleitas e quando poderá voltar à “competição”.

 

A Corrida das Fogueiras era, ainda há bem poucos anos, o nosso encerramento oficial de época antes das Férias desportivas. Há dois anos quebrámos esta tradição por não termos reservado a tempo um lugar dado que as inscrições se esgotaram rapidamente. Em 2014 a Corrida das Fogueiras começou a sair do calendário, pelo menos de alguns dos nossos atletas.

 

Mas sobre esta prova haverá uma crónica própria da responsabilidade do Tartaruga Catela.

 

Debrucemo-nos então sobre a PALMELA RUN.

 

Por um acaso, quando se tinha deslocado em trabalho a Palmela, o Carlos Gonçalves deu de caras com vários cartazes espalhados por esta simpática e histórica vila da Península de Setúbal anunciando a realização de uma corrida que mais tarde veio a verificar tratar-se da primeira edição. Consultada a página da internet dedicada a este evento desportivo rapidamente ficou atraído por uma corrida que apresentava três ingredientes essenciais:

 

  • Ambiente mágico da Serra da Arrábida
  • Início ao final da tarde, quando o sol se começa a pôr
  • Percurso misto entre estrada e terra batida

 

Como os seus dois colegas já se encontravam comprometidos com a Corrida das Fogueiras o Carlos Gonçalves só conseguiu convencer o seu filho Gonçalo a acompanhá-lo nesta aventura que, por sinal, até tinha como grande aliciante o facto de se estrear numa prova de trilhos. Sem hesitar tratou logo das inscrições. Ainda desafiou o Georg mas este não pôde desta vez corresponder ao desafio de um Tartaruga.

 

Perto das dezanove horas o grupo Gonçalves, Atletas e Treinadora, chega a Palmela para tratar das formalidades inerentes à participação numa prova. O calor ainda apertava não dando sinais de tréguas fazendo questão de nos lembrar que estamos no começo do Verão. Que bom, pensava o Carlos Gonçalves. Devia ser sempre assim o ano inteiro. A romaria e o colorido invadem a Vila de Palmela. Anunciados previamente os constrangimentos do trânsito, e o encerramento de algumas ruas, a maioria opta por chegar cedo e tratar, sem sobressaltos, do estacionamento das suas viaturas.

 

Com os “kits” de atleta em seu poder os dois Tartarugas têm tempo para tudo, até para apreciarem a paisagem deslumbrante de Lisboa a partir de Palmela.

O pôr-do-sol coloca um pouco de magia no ambiente. Estavam reunidas as condições para uma prova em si mesmo MÁGICA.

 

Bem perto das oito da noite, ou melhor dizendo da tarde, escutamos o habitual “briefing” com a transmissão de informações importantes aos atletas e caminheiros. Um alerta especial para uma zona de escadas em madeira na qual é expressamente proibido correr.

WP_20150627_19_19_12_Pro.jpgCom uma distância de doze quilómetros, e a iniciar-se e a terminar num ponto alto, é certo e sabido que a parte final será certamente bastante penosa.

 

Os primeiros quilómetros, apesar de serem em ambiente urbano, não são nada fáceis. Piso em empedrado, subidas íngremes com algumas escadarias pelo meio, e descidas vertiginosas e escorregadias dificultando a tarefa e o equilíbrio dos atletas. É uma prova de “trail”, não se esqueçam. Uma breve passagem dentro das instalações de uma adega. Ali é que deveria estar o primeiro abastecimento, de líquidos mas não de água.

 

Finda esta parte inicial de aquecimento (quentes já estávamos nós todos com a temperatura ambiente) os atletas seguem para a Serra do Louro. Em pleno “Centro Moinhos Vivos” percorremos alguns dos trilhos bem conhecidos pelos praticantes de BTT que encontram nesta zona um dos locais de eleição para a prática da sua modalidade favorita.

 

Chegamos a um dos pontos mais altos do percurso. Enfim, temos algum tempo de descanso. Mas chegamos também à zona das escadas de madeira na qual é proibido correr. Pois. Alguns fazem ouvidos moucos às recomendações da organização, pondo um pouco em risco a sua integridade física e a dos outros.

 

Cumprido sensivelmente um terço da prova atingimos a cota mais baixa. Temos o primeiro abastecimento de água que nos ajuda a recuperar um pouco do esforço inicial. Pressentimos, aliás sabemos, que depois será sempre a subir, ou quase. O calor continuava a apertar de tal forma que rapidamente as nossas gargantas voltaram a ficar secas.

 

É aqui que começa verdadeiramente a beleza desta corrida. O Gonçalo ficou encantado e rendido a este tipo de provas. E sempre a olhar para trás em busca do seu companheiro, e Pai, não fosse ficar mais atrasado e a precisar do seu apoio. É isto que a vida tem de bom. Nunca imaginei, quando era mais novo, praticar qualquer desporto na companhia do meu Pai. Mas os tempos são outros e felizmente que são diametralmente diferentes. E também procuro aproveitar estas oportunidades.

 

Mas deixemo-nos de lamechices e continuemos com a Palmela Run.

 

Com o Castelo de Palmela bem lá no alto é a altura de começarmos realmente a trabalhar e encetarmos o ataque ao terço final da prova. Alguns troços são conhecidos das voltas de bicicleta por estas paragens. Mas a Serra da Arrábida, e suas imediações, são férteis em trilhos novos. É a magia que atrai tantos desportistas a esta zona. Há sempre uma novidade.

 

A grande subida para o Castelo é um troço digno de um verdadeiro “trail”. Íngreme e acidentado quanto baste. Uns tentam correr enquanto podem. Outros, seguindo a lógica das provas de “Trail”, andam em passada larga, constante e cansando-se bem menos e chegando mais folgados ao final.

 

Em cada encruzilhada lá encontramos voluntários, maioritariamente escuteiros, a indicar-nos o rumo certo e a incentivar cada atleta que passa. Um agradecimento e continuamos em frente.

 

Quando faltam dois quilómetros o Gonçalo avisa-me de que estamos quase. E como as minhas reservas já não são muitas abranda para, qual corrida de equipa, chegarmos a bom porto em condições e, se possível, os dois juntos.

 

Quando parece que já não temos mais subidas somos encaminhados para a Pousada de Palmela. Passamos à porta da Igreja onde decorre uma missa. Mesmo para os menos crentes isto serve de estímulo. Assim como a paisagem que podemos, momentaneamente, disfrutar do estuário do Rio Sado e de toda a cidade de Setúbal.

 

Atingimos o zénite da corrida.

 

Começamos a descer em direcção à meta. O Gonçalo continua a comandar as tropas. Um atleta bem atrás de nós tenta ultrapassar-nos. Fazemos um derradeiro esforço. “Vamos cruzar a linha de meta juntos”. É o incentivo que me faz falta.

 

Com as nossas lanternas acesas, não é que houvesse falta de luz mas sempre contribuía para a mística da corrida, galgamos as últimas centenas de metros.

 

À entrada da Praça São João Baptista avistamos a meta. Um último e derradeiro esforço para cruzarmos a linha de chegada “lado a lado”. E na última curva avistamos a nossa Treinadora, Mãe e Esposa a gritar por nós.

 

Prova Superada.

 

Após saciarmos a nossa sede com alguma água disponível dirigimo-nos à zona das bifanas e das imperiais. Como o Gonçalo estava mais virado para a água e para os doces dividimos a ementa final do seguinte modo: Uma bifana para cada um dos Pais e duas imperiais para o progenitor.

 

Embora a noite já tivesse caído ainda temos oportunidade de dar uma olhada para o “lusco fusco” de um final de tarde magnífico.

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Só não foi magnífico o facto do atleta mais velho ter entornado por completo a sua segunda imperial. Ainda olhámos para a fila mas eram mais de cem pessoas.

 

Regressados a casa o Gonçalo só tecia elogios à corrida. É mais um Tartaruga rendido aos “trails”. Sem qualquer influência do Pai afirmava que este tipo de provas é bem mais interessante do que as corridas de estrada.

 

Temos de o lançar em novos desafios.

 

Atletas que concluiram a prova: 281

Vencedor: NUNO TORRES (AMCF - Arrábida Trail Team) - 0:56:59,85

 

GONÇALO GONÇALVES (Dorsal Nº105)

Classificação Geral: 117º - Classificação no Escalão Sénior M: 49º

Tempo Oficial: 1:22:41/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:22:29

Tempo médio/Km: 6m:52s <=> Velocidade média: 8,73Km/h(*)

 

CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº104)

Classificação Geral: 116º - Classificação no Escalão M55: 12º

Tempo Oficial: 1:22:41/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:22:26

Tempo médio/Km: 6m:52s <=> Velocidade média: 8,73 Km/h(*)

 

Calendário do Mês de Junho

  • 6 - Run for Calcutá (Lisboa/Cruz Quebrada) - 10 Km
  • 7 - Corrida do Oriente (Lisboa) - 10 Km
  • 10 - Extreme Trail Cucos (Torres Vedras) - Trail Longo: 30 Km
  • 20 - Lisbon Eco Marathon (Lisboa/Monsanto) - 42,195 Km
  • 27 - Palmela Run - 12 Km
  • 27 - Corrida das Fogueiras (Peniche) - 15 Km
publicado por Carlos M Gonçalves às 00:14

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Sábado, 27 de Junho de 2015

LISBON ECO MARATHON

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Uma prova a não perder.

 

Não é normal que uma corrida com apenas três anos de vida assuma já um lugar de referência no muito preenchido calendário do chamado “atletismo popular” e numa altura do ano em que as provas se sobrepõem e dificultam a escolha dos atletas.

 

Em 2013 a Sportscience, entidade organizadora da Corrida do Fim da Europa, lançou um apelo à participação numa Maratona original e tendo como principal “leit motiv” uma acção humanitária de angariação de fundos para uma organização de apoio a jovens desfavorecidos. E, cumulativamente, esta prova sustentava-se num apelo à preservação do ambiente de um local assumido como o pulmão de cidade de Lisboa.

 

A Lisbon Eco Marathon é um “três em um”:

 

  • Uma Maratona completa com a distância exacta de 42 quilómetros e 195 metros
  • Uma prova de montanha, maioritariamente realizada nas profundezas da Serra de Monsanto, com desnível acumulado próprio de uma corrida de trail mas sem as dificuldades inerentes em termos de vencimento dos obstáculos típicos dos trilhos
  • Prova de auto-suficiência e de orientação nocturna para a qual cada atleta é responsável por si próprio

Além de todos estes ingredientes a Lisbon Eco Marathon dá ainda a oportunidade a todos de conhecer um pequeno paraíso às portas da cidade de Lisboa que anteriormente apenas estava ao alcance dos cavaleiros que percorriam os inúmeros caminhos que desventram a Serra do Monsanto. Mais tarde estes caminhos foram descobertos pelos praticantes de BTT. Agora chegou a vez dos atletas e dos caminheiros.

 

A equipa das LEBRES E TARTARUGAS continua a ser uma das totalistas da Lisbon Eco Marathon. E mais difícil ainda, tendo em consideração o historial do nosso grupo no passado mais recente, pela terceira vez os três amigos fundadores voltaram a participar conjuntamente nesta maratona tão singular e que se realiza às portas da grande capital do nosso querido Portugal.

 

Há dois anos a Lisbon Eco Marathon deu o tiro de partida num dos dias mais quentes do ano, senão mesmo o mais tórrido de 2013. Por isso a organização atrasou em mais de uma hora a prova para que a mesma começasse com uma temperatura um pouco mais decente. Estávamos em pleno mês de Julho pelo que não seria de estranhar a canícula que então se abateu sobre Lisboa. Em 2014, mesmo às portas do começo do Verão, a temperatura foi mais amena não tendo, por essa via, dado grandes preocupações aos atletas.

 

Prevendo que este ano voltássemos a ter uma temperatura elevada a organização considerou logo a hipótese de atraso da partida em pelo menos uma hora caso a temperatura, às 18 horas, ultrapassasse os 27 graus.

 

No entanto, mesmo com os termómetros a marcarem mais do que aquele valor, optou-se por manter a hora de início da competição.

 

Às cinco e meia da tarde era o “briefing”.

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A equipa das LEBRES E TARTARUGAS apresentou-se reforçada por dois elementos mais novos e, por sinal, ambos estreantes numa Maratona. O Bartolomeu e o Georg, o nosso “Flying German”, desafiavam uma distância nunca antes corrida, ainda por cima em montanha, e com um desnível bem mais acentuado do que o de uma Maratona de Estrada.

 

A habitual pose para a fotografia foi ainda enriquecida com o nosso mais novo membro (assim o esperamos), Afonso de seu nome.

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Assim às seis da tarde em ponto é dado o sinal de partida. Sabíamos por experiência dos anos anteriores que os primeiros dois quilómetros e meio seriam terríveis com uma subida bem íngreme até ao ponto mais alto da Serra e onde se encontra o Estabelecimento Prisional de Monsanto. Portanto, e como neste primeiro troço não havia praticamente sombras, tínhamos de nos pouparmos se quiséssemos ter energia para lá mais à frente.

 

Basicamente o percurso era o mesmo do das edições anteriores.

 

O facto de partirmos mais cedo do que em anos anteriores proporcionou-nos realizar uma parte considerável da corrida com luz do dia sem ser necessário recorrer tanto tempo à lanterna frontal obrigatória. Mas atenção que este é um dos aliciantes da prova.

 

Por se esperar uma temperatura alta ao longo de toda a prova a organização mimou-nos com vários abastecimentos de líquidos ao longo de toda a corrida. Água não faltou.

 

Num grupo de cinco atletas com idades e preparações diferentes é natural que cedo a nossa equipa se comece a desmembrar. Todos estávamos profundamente empenhados em levar a cabo esta aventura. Mas o Georg transbordava de alegria pelo ambiente em que estava imerso. Mesmo nas subidas mais exigentes ia sempre com um ar bem disposto.

 

Quem já tinha participado nas edições anteriores já conhecia o percurso podendo melhor dosear o esforço e preparar-se psicologicamente para as dificuldades que iria ter pela frente.

 

Depois de várias voltas dentro da Serra de Monsanto, e já ultrapassado o percurso de ida e volta nas traseiras do antigo Aquaparque, aguardam-nos cerca de onze quilómetros até à Meta instalada no alto do Parque Eduardo VII.

 

Alguns Tartarugas cruzam-se e trocam acenos e alertas para falhas de sinalização do percurso.

 

Numa derradeira sequência de “sobe e desce” aproximamo-nos do ponto em que deixamos definitivamente para trás a Serra de Monsanto. Em Pina Manique, e após passarmos a Embaixada do México, temos o último abastecimento de água. É tempo de enfrentar os seis últimos quilómetros ao longo da ciclovia que nos conduzirá até ao fim. Pode ser uma ideia errada mas há quem considere estes seis mil metros como a parte mais dura de toda a prova. O piso é bom, praticamente todo plano até à zona de Campolide. Mas é tão árido, com grandes rectas, e sem qualquer motivo de interesse, que quase leva ao desespero. Mas se já aguentámos tantas dificuldades não é aqui que vamos desistir. É a altura dos atletas revelarem a sua força interior. Sim porque no exterior pouca força já temos nas pernas.

 

Uns fizeram melhor do que no ano passado. Outros nem por isso. O Bartolomeu, mesmo já um pouco estoirado, completou a sua primeira Maratona. O Frederico esse não terminou porque não o deixaram por já ter ultrapassado o tempo limite da prova.

 

Agora o Georg foi um caso à parte. Concluiu a sua primeira Maratona, ainda por cima em montanha, e com um espectacular tempo de quatro horas e quarenta e nove minutos. Uma força da natureza. Mas é também uma força da boa disposição. Todo ele transbordava felicidade. Estava completamente encantado, mesmo até com a elevada temperatura que para ele, alemão que é, não causou grande mossa. E a corrida à noite foi divinal.

 

O Bartolomeu, esgotado que estava, “bazou” mal terminou a prova. Só queria apanhar um Táxi e ir rapidamente para casa.

 

Como o Frederico não chegava, e acabou por não chegar, os três Tartarugas resistentes registaram para a posteridade a sua presença em mais uma Lisbon Eco Marathon.

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A edição de 2015 fica marcada pela deficiente marcação do percurso. De dia tínhamos alguma dificuldade em encontrar o caminho correcto pois, ainda sem as luzes das nossas lanternas a iluminarem os autocolantes reflectores colocados estrategicamente ao longo do percurso, hesitámos em alguns pontos. Já com a noite a dominar o cenário envolvente, sempre que chegávamos a um cruzamento tínhamos de investigar, qual detective, quanto à opção de caminho correcta. Já perto do Heliporto, nas imediações do Hospital São Francisco Xavier, alguns atletas, entre os quais o Carlos Gonçalves, andaram um pouco “à nora” e perderam o rasto correcto arranjando um percurso alternativo.

 

Mais à frente, e sempre que chegávamos a um cruzamento, novas dúvidas tomavam de assalto o nosso espírito.

 

De uma maneira ou de outra lá conseguimos levar a bom porto a nossa tarefa.

 

Com o Georg e os dois Carlos aguardando pacientemente pela chegada do Frederico, o tempo passa sem notícias do nosso companheiro. O Carlos Gonçalves decide, com a nossa Treinadora Ana Luísa, partir à descoberta do Frederico fazendo um “rewind” aos últimos quilómetros. O Carlos Teixeira aguardava junto à meta qualquer sinal de vida do nosso companheiro.

 

Quando já tínhamos andado quase dois quilómetros eis que o Tartaruga Frederico liga para o Carlos Gonçalves dizendo que se encontrava junto ao Estádio do Casa Pia e que tinha terminado a prova.

 

O reencontro do núcleo duro das LEBRES E TARTARUGAS não vai ser possível.

 

O clã Gonçalves prepara-se para recolher o Frederico enquanto que os Teixeira regressam a casa ansiosos por terem notícias do atleta mais novo. Foi um fim épico digno de uma qualquer história que merece passar à história das LEBRES E TARTARUGAS.

 

O Federico, apesar de não ter podido concluir a sua prova não nos privou da sua versão dos acontecimentos.

 

Para nós, LEBRES E TARTARUGAS, uma corrida é mais do que isso. É um momento de convívio e de satisfação pessoal.

 

Aqui fica o registo do Frederico relativamente à sua odisseia na Lisbon Eco Marathon.

 

Atletas

 

Para os registos aqui fica um pouco o que me aconteceu. Maratona sem treino, com calor e ténis novos (só com uma corrida e um treino em cima).

 

Resultado:

 

Primeiros kms em dificuldade mas feitos à cautela. A começar a rolar a partir do 2º km. Por volta do km 4 (em descida) vejo uma raposa calmamente na berma da estrada. Ainda pensei em tirar um fotografia mas não deu tempo. Por volta dos 8 kms paro brevemente para tirar um pedra dos ténis mas não há qualquer pedra. Percebo (já por experiência) que é uma bolha em formação.

 

O calor aperta. Decido-me guardar para os kms seguintes mas a recuperação nunca mais veio.

 

A partir do km 10 já só práticamente caminho mas sempre com dores no pé. Sou apanhado pelos atletas vassoura. Digo-lhes logo que iremos travar uma longa amizade. De facto os vassouras acompanham-me até ao final da minha prova, os primeiros até ao Mc Donalds do Restelo sendo então substituídos por dois outros.

 

Cruzo-me com ambos os Carlos por essa altura sendo avisado da deficiente marcação do traçado. Prossigo com cuidado e conseguimos fazer o trajecto sem engano. Os pés apertam cada vez mais. A isto juntam-se dores nas articulações inferiores. Não penso no entanto desistir.

 

Prossigo de volta a Monsanto.

 

Por volta do km 32 encontramos o ultimo grupo de caminheiros (cerca de 10) que nos informam que irão desistir. Ainda tentamos convence-los a continuar connosco mas sem sucesso.

 

Prossigo com dificuldades já com noção que iria ultrapassar o tempo limite de 7 horas, mas pretendo ir até ao fim. Um ponto um pouco irritante foi ter um dos vassouras a perguntar repetidamente se sempre queria ir até ao fim. Seria bom que quem é angariado como vassoura seja informado que a sua função é acompanhar forçosamente quem é lento mas que deveriam apostar mais no apoio/motivação do que no desejo de ir rapidamente para casa.

 

Por volta  dos 36 kms, quando já deveríamos estar a chegar à Radial de Benfica, perdemo-nos e começamos a seguir marcações de uma outra prova. Depois de umas voltas a subir ligamos à organização para confirmar o tipo de marcações. Concluindo que estamos perdidos voltamos à estrada e seguimos até Pina Manique onde saberia retomar o caminho até à meta.

 

Ligam-nos então da organização a dizer que a prova tinha terminado mas que eu poderia seguir até à meta por minha conta e risco. Digo que o vou fazer e os vassouras deixam-me.

 

Telefono ao CG quando chego junto à Embaixada do México e depreendo que iria demorar cerca de uma hora até à meta.

 

Embora me sentisse com capacidade de o fazer decido no entanto parar e o CG oferece-se para me ir buscar. Fiz 37.820 m em 7:08:21 – uma marca para a história.

 

Enquanto aguardo sentado no chão passa a cerca de 2 metros de mim uma cobra com cerca do um metro de comprimento. Novamente penso em tirar uma fotografia mas não deu tempo.

 

Finalmente aparecem o Carlos e a Ana que me levam a casa.

 

Em casa quando tiro as meias vejo a dimensão do problema – várias bolhas uma das quais muito grande na base do pé, vermelha e cheia de pus.

 

No Domingo entretenho-me pois a rebentar bolhas dos pés e a tirar pus para me tentar recompor para o fim de semana seguinte – vamos ver se dá.

 

Com tudo isto os músculos até nem ficaram muito massacrados porque foi uma prova essencialmente a passo.

 

Posso concluir pois que:

 

  1. Não é boa ideia fazer uma maratona sem treino e com ténis novos;
  2. Bem podiam ter adiado a partida para mais tarde;
  3. Foi a prova mais Eco em que já participei – vi uma raposa e uma cobra;
  4. Não obstante todas as agruras não tenciono deixar de participar nas próximas edições

 

Suações desportivas

 

Atletas que concluiram a prova: 217

Vencedor: JOÃO HORA FAUSTINO (Individual) - 3:24:33

 

GEORG WALDSHÜTZ (Dorsal Nº296)

Classificação Geral: 73º - Classificação no Escalão Sénior M: 32º

Tempo Oficial: 4:49:31/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 4:49:02

Tempo médio/Km: 6m:52s <=> Velocidade média: 8,74Km/h(*)

 

BARTOLOMEU SANTOS (Nº151)

Classificação Geral: 201º - Classificação no Escalão Sénior M: 71º

Tempo Oficial: 6:03:15/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 6:02:51

Tempo médio/Km: 8m:36s <=> Velocidade média: 6,98 Km/h(*)

 

FREDERICO SOUSA (Nº 149)

Classificação Geral: NT - Classificação no Escalão Sénior M: NT

Tempo Oficial: NT/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): NT

Tempo médio/Km: -------- <=> Velocidade média: ------- Km/h(*)

 

CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº175)

Classificação Geral: 193º - Classificação no Escalão M55: 174º

Tempo Oficial: 5:53:56/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 5:53:28

Tempo médio/Km: 8m:23s <=> Velocidade média: 7,16 Km/h(*)

 

CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº150)

Classificação Geral: 199º - Classificação no Escalão M55: 179º

Tempo Oficial: 5:59:12/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 5:58:44

Tempo médio/Km: 8m:30s <=> Velocidade média: 7,06 Km/h(*)

 

Calendário do Mês de Junho

  • 6 - Run for Calcutá (Lisboa/Cruz Quebrada) - 10 Km
  • 7 - Corrida do Oriente (Lisboa) - 10 Km
  • 10 - Extreme Trail Cucos (Torres Vedras) - Trail Longo: 30 Km
  • 20 - Lisbon Eco Marathon (Lisboa/Monsanto) - 42,195 Km
  • 27 - Corrida das Fogueiras (Peniche) - 15 Km
  • 27 - Palmela Run - 12 Km
publicado por Carlos M Gonçalves às 09:29

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Terça-feira, 16 de Junho de 2015

EXTREME TRAIL CUCOS

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Há provas em que não vimos ao engano, e o Extreme Trail Cucos é, seguramente, uma delas.

 

Em 2014 o Frederico e o Carlos Gonçalves inscreveram-se na primeira edição deste trail vindo um pouco à descoberta de uma nova corrida e, sobretudo, de novas paragens. Participaram no Trail Curto de 12 quilómetros que, apesar da distância ser relativamente acessível, estava classificado como MD – Muito Difícil. Embora não parecendo assim tão dura os tempos registados não perdoaram e colocaram esta prova como uma das mais difíceis de todas as de “trilhos” que já temos disputado. Na altura o percurso até não nos pareceu assim tão difícil. Mas o cronómetro, e o ritmo por quilómetro, não nos deixaram qualquer dúvida. Foi simplesmente uma das nossas corridas de Trail mais lentas.

 

Para este ano a organização decidiu inovar aumentando as distâncias dos dois trails e mantendo, em simultâneo, a classificação de Muito Difícil. Numa época em que a oferta deste género de corridas é cada vez mais profícua é imperativo apresentar argumentos de peso que consigam captar os inúmeros atletas de uma modalidade em plena ascensão. Já não basta participar em “simples” corridas de montanha. O “trail” introduziu novos elementos distintivos aumentando significativamente a dureza e a dificuldade da própria prova. Os atletas andam à procura de novos limites para testarem as suas capacidades físicas e psicológicas. Quanto mais dura for a aventura maior a satisfação no final. Não interessa em que lugar se termina e em quanto tempo. As corridas de trilhos são uma das provas mais democráticas onde todos ganham. O sentimento e a satisfação de completar um “trail” é transversal a todos os atletas, seja ao primeiro ou ao último classificado. E o orgulho com que contamos aos nossos amigos as nossas aventuras é o impulso que precisamos para continuar nestas odisseias. Momentaneamente pertencemos ao Olimpo dos “mais dotados e admirados”, e, por que não dizer, dos mais invejados.

 

Às nossas caixas de correio chegou informação sobre a edição de 2015 do Extreme Trail Cucos e decidimos logo inscrevermo-nos. O Carlos Teixeira, menos cativado por provas de “trail”, e ainda a tentar debelar uma lesão que o apoquenta há largos meses, decidiu não acompanhar os restantes dois Tartarugas “veteranos”. Desta vez o Carlos Gonçalves optou por arriscar a “loucura” do Trail Longo ficando o Frederico pela versão mais curta. Já sabíamos de antemão que a prova deste ano iria ser certamente mais exigente do que a do ano passado. A classificação de Muito Difícil manteve-se aumentando as distâncias para quinze e trinta quilómetros. O Extreme Trail Cucos apresentava-se também como um óptimo treino para a sensacional Lisbon Eco Marathon que aí vem no último Sábado de Junho. Comparando com o Extreme Trail Cucos a Maratona de Monsanto é, como se costuma dizer, para “meninos”.

 

À última hora o Frederico não pôde deslocar-se a Torres Vedras pelo que o Carlos Gonçalves ficou entregue à sua sorte e com o peso todo da nossa equipa nos seus ombros. Mas ele não se importa muito com isso.

 

Eram oito horas da manhã, mais coisa menos coisa, e a delegação solitária das LEBRES E TARTARUGAS chegava às Termas dos Cucos. Em primeiro lugar é preciso confirmar a inscrição e o número de ordem dos atletas, neste caso do único atleta da nossa equipa. Depois entrar na fila certa e recolher o dorsal respectivo.

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Do lado de fora a animação começa. Uns chegam e procuram lugar para estacionar o carro. Outros, já munidos dos respectivos números de identificação, recolhem aos seus veículos e aprontam-se para a grande prova. Outros já começam com os aquecimentos musculares da ordem. Uns vão para um lado e outros caminham em sentidos diferentes...

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E tomando o pulso à animação que se formava o Tartaruga Solitário decidiu regressar ao carro e aproveitar para recuperar, se possível, algum do sono que tinha perdido por ter madrugado nesta manhã do feriado do 10 de Junho.

 

Passou um pouco pelas brasas, em sono pouco profundo, e quando faltavam quinze minutos para a hora da partida levantou-se e juntou-se aos restantes atletas para ouvir o “briefing” habitual. Muita gente já se aglomerava em frente à entrada principal das antigas Termas dos Cucos. São dadas indicações preciosas para que tudo viesse a correr como a organização pretendia, chamando a atenção para as fitas de sinalização que iríamos encontrar ao longo da prova: Cor de Laranja para os dois Trails e Brancas para a Caminhada. E atenção, muita atenção, para os locais onde estejam colocadas as tabuletas com o aviso de CUIDADO. Nessas zonas é preciso ter mesmo muito cuidado. São descidas de tal forma complicadas que foram poupadas aos participantes da Caminhada. Quem quiser ultrapassar outro atleta que o faça noutras zonas. Aqui NÃO.

 

O percurso inicial é comum para as duas distâncias dos Trails. Cumprida a primeira metade da corrida, e após um curto intervalo de abastecimento, os inscritos no Trail Longo terão de efectuar a segunda parte do “oito” que constitui o trajecto completo.

 

Antes da partida todos os atletas são convidados a fazerem um curto aquecimento orientado por uma equipa de um ginásio local.

 

Finalmente começa a prova. Logo a subir para nos lembrar ao que viemos. Os mais rápidos imediatamente desaparecem. O nosso atleta perde o contacto com os participantes no Trail Longo. Mas não fica sozinho. É rapidamente absorvido pelos atletas e, principalmente, pelas atletas do Trail Curto. É uma fase de bastante conversa e de contemplação da beleza dos locais por onde vamos passando. Com o avançar da prova formam-se vários grupos. O Carlos Gonçalves passa a integrar, praticamente até ao final do Trail Curto, um grupo de três atletas: duas Lebres e um Coelho. Mas quando é necessário deixa-se a corrida para trás e dá-se uma “mãozinha amiga” a uma ou outra caminheira que precisa de ajuda para uma descida mais ousada e na qual a corda presente não é, por si só, garante da manutenção da integridade física. Temos de ser uns para os outros.

 

Aos ziguezagues vamos caminhando Monte acima ou Monte abaixo. Vão-se poupando o músculos para o derradeiro esforço entre os quinze e os trinta quilómetros.

 

Os primeiros quinze estão cumpridos, durinhos e exigentes quanto baste. Aguarda-nos a segunda metade. As dificuldades aumentam logo ali bem por cima do edifício principal das Termas. A cada subida, vulgo escalada, segue-se uma descida não menos desafiante. Chego a interrogar-me sobre o que será melhor.

 

Depois de um início de manhã frio e com alguma humidade o Sol e o Calor também querem marcar presença. É o momento de satisfação do Tartaruga presente. Deu tempo para carregar baterias.

 

Por volta do quilómetro dezassete encontro um outro atleta sentado numa pedra à beira do caminho. Cãibras. Cãibras tão bem conhecidas e que nos atormentam quando o nosso objetivo é continuar. Não é a cabeça que falha. Não é a “caixa”. É esse maldito sinal de esgotamento físico que dá cabo da nossa paciência e do nosso esforço.

 

Sigo o meu caminho quando vejo que nada posso fazer.

 

A quilómetro vinte, e já depois de já ter vencido muitos obstáculos, surge, como que por encanto, o último abastecimento durante a prova. Estava no sítio certo e à hora certa. Pergunto, ingenuamente, se ainda falta alguma subida radical. Uma resposta seca e sintomática deixa-me de sobreaviso: “ainda há mais alguma coisa”…

 

Depois de recomposto preparo-me para seguir viagem sem deixar de dar os meus agradecimento aos elementos da organização pela beleza da prova.

 

O obstáculo que segue é uma daquelas descidas de cortar a respiração. Olho em redor e descubro um o pau que estava ali mesmo à minha espera. Com este bastão improvisado encaro com bastante confiança os próximos quilómetros. E que grande ajuda que ele me deu. Passou a ser o meu companheiro de viagem. Refilava com os acidentes do percurso e o meu querido bastão ouvia-me silenciosamente como que concordando comigo. Muitas vezes o silêncio fala mais alto do que um berreiro.

 

Subitamente dou por mim quase a estatelar-me: “Cara…(PIUUU)”. Um tronco ou uma raiz escondidos pareciam agarrar o eu pé direito e provocar-me uma enorme, e de consequências imprevisíveis, queda. Vá lá safei-me a tempo.

 

Um dos troços mais exigentes de todo o Trail não foi a subir nem a descer. Exactamente naquilo que parecia ter sido o leito de um curso de água, provavelmente decorrente de uma tempestade, encontro um “tapete” plano, mas muito acidentado, constituído por pedregulhos de diversos tamanhos e formas. Todo o cuidado era pouco para não deitar tudo a perder. Naquele local partir um pé era o mais fácil.

 

Ouço uma voz a chamar-me: “Companheiro”. Viro-me para trás e reconheço de imediato o atleta das cãibras. Tinha conseguido recuperar um pouco e viu no meu reencontro o estímulo final para levar de vencida o Extreme Trail Cucos.

 

Conversando e animando-nos um ao outro engolimos os últimos quilómetros que nos separavam do final. Mais cedo do que estávamos à espera avistamos de novo as Termas. Nos últimos metros temos direito a refrescar os martirizados pés. Na realidade até não podemos dizer que os pés tivessem sido muito massacrados. Despeço-me do meu fiel bastão e devolvo-o à natureza aonde pertence. OBRIGADO.

 

Terminamos a corrida lado a lado. A satisfação era imensa. Mais uma odisseia digna de figurar nas nossas memórias. Fomos os dois últimos classificados. Mas terminámos esta magnífica aventura.

 

Pela minha vontade volto em 2016 e ao Trail Longo. Foi uma prova difícil? Foi. Aliás já o esperava. Mas foi um conjunto de dificuldades muito equilibrada.

 

Foi um dos mais belos “trails” em que participei. Dei o máximo de mim, sempre com o fantasma das cãibras bem presente.

 

A organização está de Parabéns.

 

Atletas que concluiram a prova: 90

Vencedor: MARCOLINO VERÍSSIMO (SSCGD) - 3:02:39

 

CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº86)

WP_20150610_09_08_50_Pro.jpg

Classificação Geral: 89º - Classificação no Escalão M50: 12º

Tempo Oficial: 6:36:37/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): ND

Tempo médio/Km: 13m:13s <=> Velocidade média: 4,54 Km/h(*)

 

Calendário do Mês de Junho

  • 6 - Run for Calcutá (Lisboa/Cruz Quebrada) - 10 Km
  • 7 - Corrida do Oriente (Lisboa) - 10 Km
  • 10 - Extreme Trail Cucos (Torres Vedras) - Trail Longo: 30 Km
  • 20 - Lisbon Eco Marathon (Lisboa/Monsanto) - 42,195 Km
  • 27 - Corrida das Fogueiras (Peniche) - 15 Km
  • 27 - Palmela Run - 12 Km
publicado por Carlos M Gonçalves às 21:53

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Quinta-feira, 11 de Junho de 2015

CORRIDA DO ORIENTE

100 Corridas.png

Este primeiro fim-de-semana de Junho foi de dose dupla para os atletas das LEBRES E TARTARUGAS. Apesar de na véspera terem participado no “Run For Calcuta”, o Frederico, o Carlos Gonçalves e o Georg Waldshütz apresentaram-se nas melhores condições possíveis para disputarem mais uma edição da Corrida do Oriente. Para o nosso colega alemão foi mesmo uma estreia absoluta na corrida que habitualmente se disputa na nova zona oriental de Lisboa. Aliás para o Georg nesta fase tudo é estreia. E todas as provas servem de preparação para o grande desafio que se propôs abraçar ao abalançar-se, pela primeira vez, a uma Maratona. E ainda por cima não se trata de uma Maratona qualquer mas sim da Lisbon Eco Marathon.

 

A Corrida do Oriente é umas das poucas provas nas quais a nossa equipa tem estado ininterruptamente representada, seja por dois ou pelos três atletas fundadores das LEBRES E TARTARUGAS.

 

A edição deste ano, e no que se refere à nossa participação, também poderia ser apelidada de Corrida dos “Pais e Filhos”. O Frederico fez-se acompanhar pelo seu filho Gonçalo. O Carlos Teixeira repetiu a sua última participação na Corrida do Sporting, servindo de “lebre” e orientador à promessa André Catela. O Carlos Gonçalves, à semelhança do acontecido em 2014, marcou presença com o seu descendente mais novo Gonçalo. Será a passagem do testemunho? Assim o desejamos mas apenas e unicamente no que se refere ao rejuvenescimento da nossa equipa pois ainda nos sentimos em perfeitas condições para cá andarmos por muitos e bons anos.

IMG_2750.jpg

A Corrida do Oriente não tem apresentado novidades dignas de registo nestes sete anos em que temos participado. Aliás novidade mesmo só no que se refere aos locais de partida e de chegada.

 

Antes da partida constatamos que esta prova começa a perder o fulgor de outros tempos. De ano para ano, e à semelhança de muitas outras corridas, nota-se um decréscimo no número de participantes. Já foi uma Corrida da Moda. Agora começa a ficar “fora de moda”. Se não se inovar corre o risco de desaparecer ou, pelo menos, de passar para um plano secundário.

 

Após o sinal de partida o clã Catela lançou-se à conquista de uma boa prestação. Perfeitamente compreensível quando o André já tinha conseguido um bom desempenho na Corrida do Sporting em Outubro passado. E, com a orientação e os conselhos do progenitor, bem pode evoluir dado que neste momento já indicia uma margem de progressão assinalável. Não é fácil fazer uma corrida sempre a par um do outro. Cada um tem o seu ritmo próprio com oscilações diferentes em cada fase da prova. Foi uma verdadeira corrida de equipa.

 

No seu encalço seguia o nosso “alemão” Georg vendo na família Catela as “lebres” ideais para conseguir uma boa classificação.

 

Mais atrás aparecia o Carlos Gonçalves dando o máximo que podia mas sempre no limite do que era divertimento e não sofrimento. Mais não conseguiu, mesmo não se tendo ressentido do esforço adicional da corrida que realizou na véspera. E, na sua passada habitual, corria o Gonçalo Gonçalves, sempre a uma distância constante do Pai até que, a menos de trezentos metros da meta, logrou alcançá-lo. Parecia já não ter forças para mais pois desgastou-se bastante nesta fase da corrida. Mas, com o apoio do atleta mais velho, conseguiu dosear o esforço, ultrapassar alguns atletas mais atrasados, e cortarem a meta lado a lado Pai e Filho.

 

Por último surge o grupo Sousa. O Gonçalo conseguiu suplantar o Pai e, apesar do esforço e desgaste provocado pelo calor e pela elevada humidade, conseguiu cruzar a meta com a satisfação estampada no rosto. O Frederico terminou no seu registo habitual. Parece que vem a morrer mas aguenta-se sempre. E como se dá tão mal com o calor …

IMG_2765.jpg

Valeu a pena. Esperamos que os Pais e Filhos repitam estas aventuras.

 

Atletas que concluiram a prova: 1062

Vencedor: HERMANO FERREIRA(Sporting CP) - 0:31:06

 

GEORG WALDSHÜTZ (Dorsal Nº486)

Classificação Geral: 256º - Classificação no Escalão M0034: 53º

Tempo Oficial: 0:47:14/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:46:14

Tempo médio/Km: 4m:38s <=> Velocidade média: 12,97Km/h(*)

 

ANDRÉ CATELA (Dorsal Nº489)

Classificação Geral: 467º - Classificação no Escalão M0034: 98º

Tempo Oficial: 0:51:46/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:50:48

Tempo médio/Km: 5m:05s <=> Velocidade média: 11,81 Km/h(*)

 

CARLOS CATELA TEIXEIRA (Dorsal Nº490)

Classificação Geral: 410º - Classificação no Escalão M5559: 33º

Tempo Oficial: 0:50:36/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:49:38

Tempo médio/Km: 4m:58s <=> Velocidade média: 12,09 Km/h(*)

 

GONÇALO SOUSA (Dorsal Nº487)

Classificação Geral: 831º - Classificação no Escalão M0034: 144º

Tempo Oficial: 1:01:24/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:00:26

Tempo médio/Km: 6m:03s <=> Velocidade média: 9,93 Km/h(*)

 

FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº488)

Classificação Geral: 876º - Classificação no Escalão M5054: 85º

Tempo Oficial: 1:03:02/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:02:04

Tempo médio/Km: 6m:12s <=> Velocidade média: 9,67 Km/h(*)

 

GONÇALO GONÇALVES (Dorsal Nº491)

Classificação Geral: 510º - Classificação no Escalão M0034: 107º

Tempo Oficial: 0:52:46/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:51:48

Tempo médio/Km: 5m:11s <=> Velocidade média: 11,58 Km/h(*)

 

CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº492)

Classificação Geral: 511º - Classificação no Escalão M5559: 41º

Tempo Oficial: 0:52:46/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:51:48

Tempo médio/Km: 5m:11s <=> Velocidade média: 11,58 Km/h(*)

 

Calendário do Mês de Junho

  • 6 - Run for Calcutá (Lisboa/Cruz Quebrada) - 10 Km
  • 7 - Corrida do Oriente (Lisboa) - 10 Km
  • 10 - Extreme Trail Cucos (Torres Vedras) - Trail Longo: 30 Km
  • 10 - Extreme Trail Cucos (Torres Vedras) - Trail Curto: 15 Km
  • 20 - Lisbon Eco Marathon (Lisboa/Monsanto) - 42,195 Km
  • 27 - Corrida das Fogueiras (Peniche) - 15 Km
publicado por Carlos M Gonçalves às 23:57

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Segunda-feira, 8 de Junho de 2015

RUN FOR CALCUTA

100 Corridas.png

Esta corrida,organizada por um grupo de jovens missionários – Servus Mariae, tinha como objectivo principal angariar fundos para uma acção missionária a realizar em Agosto próximo em Calcutá. Se juntarmos a esta finalidade o apelo à prática desportiva tínhamos reunidas as condições para uma manhã de sábado bem passada no Parque Desportivo do Jamor, na Cruz Quebrada.

 

Atento a tudo o que é novidade o Frederico soube desta organização e endereçou o convite aos seus dois colegas fundadores das Lebres e Tartarugas bem como ao nosso mais recente membro Georg Waldshütz. Apesar de no dia seguinte se ir realizar a Corrida do Oriente as LEBRES E TARTARUGAS marcaram presença nesta acção de carácter humanitário encarando-a mais como um treino habitual de qualquer Sábado. Do programa de festas fazia parte uma "Caminhada Run" de cinco quilómetros, para os menos ousados, e uma "Mini-Maratona Run" na distância de dez mil metros.

 

Pouco passavam das nove e meia da manhã quando a equipa das LEBRES E TARTARUGAS, composta pela Catarina Santos, pelo Frederico, Carlos Gonçalves e Georg, chegava ao local das hostilidades. A animação no Parque Desportivo do Jamor era grande pois, em simultâneo, realizava-se um campeonato de futebol feminino com equipas provenientes de várias zonas de Portugal. Photo 06-06-15 09 51 45.jpgOs dorsais já tinham sido recolhidos de véspera pelo que apenas teríamos de encontrar o local onde estava instalada a organização e se iniciaria a prova. Esta corrida tinha como aliciante um confortável prémio para o primeiro classificado por sexo. Sobre os ombros da Catarina e do Georg repousava a responsabilidade e a esperança de termos um dos nossos atletas na Galeria dos Vencedores. Se este pormenor dava maior ânimo e motivação à nossa equipa por outro lado trouxe uma maior carga psicológica aos nossos dois atletas mais novos de tal modo que o nervosismo foi tomando contando deles. Uma coisa é correr por correr. Outra é correr para ganhar, ainda por cima quando o prémio destinado aos vencedores era já sabido à partida e com o agradável valor de 100 Euros.

 

A partida da Mini-Maratona Run estava programada para as dez horas. Mas, apesar de aparentemente estar tudo pronto, os minutos iam passando sem que algo fosse comunicado. Formavam-se grupos de conversa sem darem conta pelo tempo a passar. Nem parecia que nos aguardava uma caminhada ou uma corrida. O tempo estava bom, o ambiente era perfeito. Só mais perto das dez e vinte é que alguém da organização se dirige a todos os convivas dando as instruções sobre as duas actividades previstas. E antes do tiro de partida tivemos direito a uma sessão de aquecimento em grupo.WP_20150606_09_54_18_Pro.jpgCom quase meia hora de atraso é, finalmente, dada ordem para o começo da corrida. Em primeiro lugar são os atletas da prova de dez quilómetros que se lançam alegremente à procura da melhor prestação. Só depois partiriam os “Caminheiros”. Com um início de corrida logo a subir estabelecem-se as primeiras diferenças entre os corredores. Já perto da primeira passagem pela zona das Piscinas, e perante a ausência de qualquer sinalética ou de elementos da organização, alguns atletas perdem-se e tomam um caminho errado. Voltam para trás e retomam aquele que pensavam ser o percurso correcto. Depois de algumas voltas pela zona da canoagem, e com passagem pelo interior do Complexo de  Ténis do Estádio Nacional, partimos em direcção à antiga pista de Corrida de Cavalos. É nesta fase que o calor aperta e que os atletas mais se ressentem. Sem sombras um bafo de calor emanava do próprio terreno dificultando a acção dos atletas. Provavelmente apenas um, entre tantos, se deliciava com estas condições. Aceitam-se sugestões quanto ao nome do atleta que, contrariando o sentimento geral, estava como peixe dentro de água…

 

Regressando à “civilização”, voltamos a passar pela zona da meta e encetamos a segunda volta ao percurso. Uma vez mais verificam-se falhas na orientação do percurso com alguns atletas (não foi Frederico?) a fazerem, ainda que involuntariamente, um atalho.

 

Reunidos no final da corrida aguardamos ansiosamente pela entrega dos prémios. A Catarina tinha-se cotado como a melhor atleta feminina pelo que os companheiros da equipa das LEBRES E TARTARUGAS estavam todos inchados de orgulho.

WP_20150606_11_38_29_Pro.jpg

Classificações e tempos finais não foram divulgados. Falhas também houve principalmente na sinalização do percurso. No entanto é de enaltecer o trabalho e a entrega de todos os jovens que se empenharam para que este evento corresse bem. Estando perante uma equipa amadora só temos de agradecer terem-nos proporcionado uma manhã de Sábado bastante agradável e inolvidável. Pior é quando participamos em provas que, sendo organizadas por entidades ditas profissionais e experientes, apresentam falhas, essas sim imperdoáveis.

E nem tudo correu mal. Os abastecimentos de água, tão úteis numa manhã bastante quente, primaram pela quantidade e qualidade. Podemos queixarmo-nos do calor e da aridez do percurso. Mas água houve em abundância.

 

Depois da entrega dos prémios e da realização de alguns sorteios regressamos ao local da partida. O Frederico, o Carlos e o Georg tinham de recuperar as energias gastas já que menos de vinte e quatro depois iriam ter pela frente um novo compromisso bem mais exigente. Aguardava-nos a Corrida do Oriente.

Photo 06-06-15 11 47 14.jpg

Já em casa a Catarina recupera das emoções e celebra a sua vitória.

Photo 06-06-15 12 12 27.jpg

 Foi mais uma nova corrida num novo local.

 

Calendário do Mês de Junho

  • 6 - Run for Calcutá (Lisboa/Cruz Quebrada) - 10 Km
  • 7 - Corrida do Oriente (Lisboa) - 10 Km
  • 10 - Extreme Trail Cucos (Torres Vedras) - Trail Longo: 30 Km
  • 10 - Extreme Trail Cucos (Torres Vedras) - Trail Curto: 15 Km
  • 20 - Lisbon Eco Marathon (Lisboa/Monsanto) - 42,195 Km
  • 27 - Corrida das Fogueiras (Peniche) - 15 Km
publicado por Carlos M Gonçalves às 20:24

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