Terça-feira, 27 de Janeiro de 2015

GRANDE PRÉMIO DO FIM DA EUROPA

100 Corridas.png

Cumpriu-se neste fim-de-semana a vigésima quinta edição do Grande Prémio do Fim da Europa. Não se trata de uma corrida qualquer. Como foi apelidada, e amplamente divulgada, “dificilmente haverá prova mais bonita”, este é, sem qualquer dúvida, um marco nas corridas populares que se realizam algures pelo nosso País. Muitos são os atletas que aguardam impacientemente pela abertura das inscrições.

 

Quando em Janeiro de 2012 a organização anunciou que o Grande Prémio do Fim da Europa não se iria realizar, por falta de apoios oficiais, gerou-se de imediato um daqueles movimentos populares espontâneos de revolta contra um fim que se afigurava como próximo e inevitável. Nesse ano não se realizou o Grande Prémio do Fim da Europa mas, como registámos na altura, a adesão popular foi massiva ao denominado Treino do Fim da Europa. Na nossa crónica de então dissemos que foi uma "não organização bem organizada" ...

 

E desde então assumiu por inteiro o estatuto de prova a não perder. Mal abrem as inscrições dá-se um fenómeno de corrida às vagas disponíveis “como se não houvesse amanhã”. Ninguém quer ficar de fora. É assim que se criam os mitos e as lendas.

 

Cada vez mais cedo os atletas registados na Sport Science são previamente avisados dos períodos em que decorrem as inscrições, as quais chegam a esgotar-se com mais de dois meses de antecedência. E as LEBRES E TARTARUGAS mantêm-se vigilantes a este fenómeno. Mal algum de nós tem conhecimento da abertura do período de inscrições de imediato contacta os colegas e acompanhantes para garantir um lugar na Grelha de Partida.

 

Em 2015 a nossa participação foi mais alargada. Além do núcleo fundador ainda contámos com a companhia do Hugo (repetente) e do João Valério (estreante). Devido à ausência do Carlos Catela, a tentar debelar uma lesão que ainda não sabe bem qual é, o Hugo arranjou à última hora uma substituta à altura. A Teresa, também ela estreante no Grande Prémio do Fim da Europa, e que começa a dar os primeiros passos no “running” tão na moda na actualidade.

 

Às oito e meia dá-se o ponto de encontro da equipa perto da casa do Frederico. Tínhamos de ir deixar um carro perto da meta e depois partir para Sintra à procura de um local de estacionamento o mais perto possível da zona da partida. Mal chegámos à Azóia verificámos que a afluência de carros era maior do que em anos anteriores. Só arranjámos lugar muito perto da estrada principal. E na viagem para Sintra o percurso da corrida, que habitualmente fazemos em sentido contrário, já se encontrava cortado pela Polícia. Tínhamos assim de dar a volta à Serra, por Colares, arriscando-nos a já não encontrar lugar no local que habitualmente utilizamos. Mas o risco e a incerteza fazem parte do ambiente de competição. Arriscando a ficarmos “pendurados” sem local para estacionar o automóvel mesmo assim tentámos o mesmo parque dos anos anteriores. E como diz o ditado “a sorte protege os audazes”. Conseguimos ocupar o último lugar disponível.

 

A edição de 2015 teve nas condições meteorológicas um grande aliado. Bastante Sol e uma temperatura muito próxima do que a maioria dos atletas considerou ideal. Dizemos a maioria pois para o Frederico até estava um pouco quente. Provavelmente tivemos uma das edições que, neste aspecto, foi mais bafejada pela sorte. O ambiente da Serra de Sintra, mesmo no Verão, nunca nos disponibiliza temperaturas muito altas. E, se pensarmos que estávamos numa manhã de Janeiro, encontrar uma temperatura ambiente da ordem dos dez graus não foi nada mau.

 

Em 2014 tivémos um percalço com o Frederico a trocar a chave da viatura pelo comando do portão da garagem. Por isso este ano estava sempre a perguntar pela chave do seu monovolume. Não queria repetir a "gracinha" do ano passado.

 

Devido ao elevado número de atletas inscritos – talvez a organização se esteja a esticar um pouco ao permitir a inscrição de tantos corredores – foram definidos dois blocos de partida escalonados em função da ordem de inscrição. Assim o primeiro grupo partiria às dez em ponto e só cerca de quinze minutos mais tarde se iniciaria a corrida para os inscritos mais tarde. Por este motivo o Hugo ficou separado e partiu sozinho sem os seus colegas de equipa. Todavia a classificação final foi definida de acordo com os tempos dos chips eliminando assim o intervalo que mediou cada partida.

20150125_094639_014_resized.jpg

Os repetentes já sabiam a aventura que teriam pela frente pelo que souberam dosear o esforço nos primeiros quilómetros para conseguir enfrentar ainda com alguma energia a etapa final com a longa e louca descida ao longo de cerca de sete quilómetros até à meta. E sempre na mente com o troço porventura mais duro de toda a corrida. Após o último abastecimento, e à entrada do quilómetro dez, tínhamos aquela subida de cortar a respiração: curta mais muito dura.

 

Para o estreante João Valério o Grande Prémio do Fim da Europa até não foi tão duro como ele imaginara.

 

Esta prova, mesmo para os que pensam em tempos e recordes, serve sobretudo para convívio e conversas de ocasião. Ao atravessarmos a localidade de Azóia o Carlos Gonçalves ouviu os comentários de outro atleta para um amigo que serviram para deixar o Tartaruga bastante lisonjeado, bastante orgulhoso de si e com um sorriso nos lábios de "orelha a orelha": “Alarga a passada para andares mais rápido; faz como este homem que deve ter mais de vinte anos de idade do que tu”…

 

Já com o Cabo da Roca à vista avistamos uma manga insuflável que dava ares de meta da corrida. Só que constatámos que um último esforço era exigido aos atletas. Uma subida curtinha mas demolidora para quem já levava mais de dezasseis quilómetros nas pernas. E a correr para a meta deparámo-nos com uma descida que mais do que a inclinação se mostrava perigosa devido à irregularidade do piso. Felizmente que não vimos ou ouvimos falar de alguma queda neste troço final.

 

Assim que todos os Tartarugas terminaram a sua prova, descansaram e recuperaram, fizémo-nos de novo à estrada em direcção ao nosso carro de apoio.

20150125_122148_resized.jpgO nosso grupo de cinco dividiu-se em três: O Carlos Gonçalves decidiu fazer o trajecto de volta todo a correr. Era o seu descanso activo só interrompido para falar com a Cátia, uma atleta (quem diria) e antiga colega de Badminton. Mais atrás vinha o Hugo mais a Teresa certamente a falarem das suas peripécias da corrida. Por último vinham o Frederico e o João em amena cavaqueira. Deu para tudo.

 

O pano caía com o retorno dos atletas ao ponto de partida e desta vez revendo em sentido contrário, e de carro, o percurso da prova. Ainda não foi desta que os Tartarugas cumpriram a promessa de, à semelhança de muitos outros atletas, regressarem a Sintra a andar ou a correr. Talvez em 2016.

 

Atletas que concluiram a prova: 2236

Vencedor:BRUNO LOURENÇO - 1:00:04

 

HUGO  FERREIRA  (Dorsal Nº3361)

Classificação Geral: 663º - Classificação no Escalão M40: 140º

Tempo Oficial: 1:28:34/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:27:32

Tempo médio/Km: 5m:10s <=> Velocidade média: 11,61 Km/h(*)

 

JOÃO VALÉRIO  (Dorsal Nº1154)

Classificação Geral: 1537º - Classificação no Escalão M60: 31º

Tempo Oficial: 1:44:23/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:42:40

Tempo médio/Km: 6m:04s <=> Velocidade média: 9,90 Km/h(*)

 

TERESA  (Dorsal Nº308)

Classificação Geral: 1751º - Classificação no Escalão: ND

Tempo Oficial: 1:48:59/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:47:20

Tempo médio/Km: 6m:20s <=> Velocidade média: 9,47 Km/h(*)

 

FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº307)

Classificação Geral: 1964 º- Classificação no Escalão M50: 180º

Tempo Oficial: 1:56:38/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:54:57

Tempo médio/Km: 6m:47s <=> Velocidade média: 8,84 Km/h(*)

 

CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº309)

Classificação Geral: 740º - Classificação no Escalão M55: 26º

Tempo Oficial: 1:30:23/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:28:44

Tempo médio/Km: 5m:14s  <=> Velocidade média: 11,46Km/h (*)

 

Corridas do Mês de Janeiro

  • 11 - Grande Prova do Camarnal (Camarnal/Alenquer) - 10 Km
  • 25 - Grande Prémio do Fim da Europa (Sintra/Cabo da Roca) - 16,945 Km

 

Calendário para o Mês de Fevereiro

  • 1 - Rota da Fonte da Pipa (Torres Vedras) - 12,3 Km
  • 15 - 20 KMS de Cascais - 20 Km

 

publicado por Carlos M Gonçalves às 23:45

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Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015

GRANDE PROVA DO CAMARNAL

100 Corridas.png

 Após cinco anos de ausência as LEBRES E TARTARUGAS regressam ao Camarnal.

 

Em 2010, sabe-se lá como, o Frederico, o nosso especialista em desencantar novas e originais provas, descobriu que, às portas de Lisboa, mais propriamente nas imediações de Alenquer, se iria realizar a Grande Prova do Camarnal.

 

Sendo uma prova totalmente desconhecida para nós, e não admira pois ainda estávamos a dar timidamente os primeiros passos em participações regulares, rumámos a uma desconhecida mas simpática freguesia do concelho de Alenquer. Nessa época quase todas as corridas eram novidade para nós e, invariavelmente, os três atletas TARTARUGAS participavam sempre em conjunto.

 

Inscrevemo-nos, participámos, gostámos e prometemos voltar.

 

Só que nunca mais conseguimos reencontrar o rasto desta corrida, pelo menos por antecipação. Por vezes, e após a mesma se realizar, encontrávamos relatos da Grande Prova do Camarnal. No entanto foi uma corrida que se manteve sempre presente nas nossas cabeças. E todos os anos prometíamos voltar ao Camarnal.

 

Por um acaso, ou talvez não, no final da Corrida São Silvestre Lisboa de 2014 entregaram-nos um prospecto informativo da Grande Prova do Camarnal. Numa época em que tudo é cada vez mais profissional, ainda continua a haver espaço para organizações que continuam a encarnar o mais puro espírito de amadorismo. A começar pelo próprio prospecto que se tratava de uma simples folha em formato A4 com as principais indicações sobre a prova: data, local, preço e forma de inscrição dos atletas. Nada de modernos folhetos/”flyers” promocionais em papel de qualidade.

WP_20150112_19_20_17_Pro.jpg

 Neste ameno domingo de Janeiro as LEBRES E TARTARUGAS partiram à redescoberta de um “amor antigo”. O Carlos Teixeira teve de desistir à última hora em virtude de uma arreliadora lesão que o afecta e ainda sem contornos bem definidos. A sua vaga acabou por ser preenchida pelo Carlos Gonçalves que, por motivos de ordem particular, não se tinha inscrito. O Frederico marcou presença e alargou o convite a dois atletas que já se nos tinham acompanhado recentemente no Grande Prémio do Natal em Lisboa: João Valério e Pedro Júlio.

 

Pouco passava das nove e quinze quando o “autocarro” das LEBRES E TARTARUGAS se fez à estrada rumo à localidade do Camarnal. Tínhamos uma vaga lembrança daquele local. Mas, passados cinco anos, toda a memória se desvanece um pouco. Já depois de termos passado a tabuleta de Alenquer não reencontrávamos o caminho certo. Uma bomba de gasolina era o local perfeito para obter informações sobre o nosso destino. A primeira pessoa que avistámos foi uma agente da GNR, bem parecida por sinal, e que elegemos como a pessoa mais bem colocada para nos dar a informação sobre como chegar ao Camarnal. O atleta de serviço, aliás o que sempre toma a iniciativa quando se trata de falar com elementos do sexo feminino – o Carlos Gonçalves – lá interpelou a jovem agente da GNR. Mas sem grande sucesso … Ela mais parecida assustada com o nosso “ataque” dizendo desconhecer a zona. Pronto. Nada feito. Um pouco mais à frente encontrámos um grupo de ciclistas que certamente nos dariam melhor informação. E assim foi. Passada a primeira rotunda só teríamos de virar à direita e seguir a seta do Camarnal.

 

Finalmente, e tal como nos programas de GPS, “chegámos ao nosso destino”.

 

Estacionado o nosso veículo fomos à procura do local de levantamento dos dorsais. Sem o prevermos marcamos encontro com um “regresso ao passado”. Afinal ainda há provas em que o puro espírito amador continua a imperar. A começar pelo envelope que nos entregaram com os dorsais. Um simples, mas ecológico, saco de papel, normalmente utilizado para embrulhar pão, com a indicação manuscrita do nome da equipa.

WP_20150111_10_14_42_Pro.jpg

Lá dentro estava o “kit” de cada atleta: um dorsal e um cartão para pendurar ao pescoço e entregar no final da corrida. Quanto ao “chip” de controlo de tempos era simplesmente inexistente. Aliás se recuarmos cinco anos o cenário era o mesmo.

WP_20150111_10_14_07_Pro.jpg

 Às dez e meia em ponto é dado o sinal de partida. Olhando em redor apercebemo-nos que talvez não estejam mais de cem atletas. O Frederico alerta para o perigo de algum de nós poder ficar em último.

 

O percurso era composto por duas voltas a um circuito base de cinco quilómetros. Como dizia o Frederico, tirando a subida inicial, tudo o resto era plano. Como ele estava errado. Ou esquecido … O Carlos Teixeira, embora ausente, bem se lembrava das subidas da Bemposta. E passados cinco anos, e apesar de uma maior preparação dos nossos atletas, estas subidas ainda continuam a fazer estragos.

 

O tempo ajudou. Sol e pouco frio. Aliás para o Frederico até estava calor. O percurso era exactamente o mesmo de há cinco anos atrás.

 

A prova inicia-se logo com uma subida um pouco demolidora e para pôr os atletas em sentido. Cada um no seu ritmo faz a corrida em função das suas capacidades e dos seus objectivos.

 

Ultrapassada pela última vez a zona da Bemposta entramos no último e derradeiro quilómetro. Com a meta à vista cada um dá o que pode, e o que não pode, para terminar em beleza a GRANDE PROVA DO CAMARNAL.

 

Após o reencontro das LEBRES E TARTARUGAS a satisfação é total, não sem o Pedro Júlio e o João Valério fazerem questão de lembrar ao Frederico as suas “sábias” palavras quanto ao perfil do percurso.

 

Uma certeza ficou. Para o ano voltaremos.

 

Atletas que concluiram a prova: 205

Vencedor:GETINET GEDAMU (Etiópia) - 0:32:37

 

JOÃO VALÉRIO  (Dorsal Nº127)

Classificação Geral: 17º - Classificação no Escalão: ND

Tempo Oficial: 0:55:26/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:55:14

Tempo médio/Km: 5m:31s <=> Velocidade média: 10,86 Km/h(*)

 

PEDRO JÚLIO (Dorsal Nº128)

Classificação Geral: 198º - Classificação no Escalão: ND

Tempo Oficial: 1:05:06/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:04:00

Tempo médio/Km: 6m:24s <=> Velocidade média: 9,38 Km/h(*)

 

FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº125)

Classificação Geral: 193º - Classificação no Escalão: ND

Tempo Oficial: 1:00:33/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:00:25

Tempo médio/Km: 6m:02s <=> Velocidade média: 9,93 Km/h(*)

 MELHOR TEMPO INDIVIDUAL NA PROVA

CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº 126)

Classificação Geral: 147º - Classificação no Escalão: ND

Tempo Oficial: 0:50:57/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:50:54

Tempo médio/Km: 5m:05s  <=> Velocidade média: 11,79Km/h (*)

 MELHOR TEMPO INDIVIDUAL NA PROVA

 

Calendário para o Mês de Janeiro

  • 11 - Grande Prova do Camarnal (Camarnal/Alenquer) - 10 Km
  • 25 - Grande Prémio do Fim da Europa (Sintra/Cabo da Roca) - 16,945 Km
publicado por Carlos M Gonçalves às 22:51

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Sexta-feira, 2 de Janeiro de 2015

SÃO SILVESTRE DE LISBOA

100 Corridas.png

 Após três anos de interregno os três atletas fundadores das LEBRES E TARTARUGAS voltam a reencontrar-se na São Silvestre de Lisboa.

 

Depois de uma participação nas edições de 2009 e 2010 o Carlos Gonçalves “faltou” à última corrida do ano não acompanhando os seus companheiros nos três anos seguintes. Celebrando a presença em todas as edições do Carlos Teixeira e do Frederico a nossa equipa viu-se ainda reforçada em 2014 com o Pedro Antunes, um dos atletas mais novos da nossa equipa mas já com um historial de presenças sob a égide das LEBRES E TARTARUGAS e, acima de tudo, com vontade de nos acompanhar em muitas mais provas.

 

Plenamente concentrados na corrida os nossos atletas ainda se dispõem a posar para a fotografia na companhia de um “outsider” – Carlos Varela - amigo e colega do Carlos Catela.

DSC01039.JPG

A edição deste ano estabeleceu um recorde não só no número de inscrições (10000) mas também na quantidade de atletas que “marcaram o ponto” à partida e à chegada. Foram mais de oito mil e quinhentos entusiastas desportistas que, com algum esforço, mas sobretudo com muita alegria, cruzaram a meta à entrada da Praça dos Restauradores.

 

Reconheçamos que não é fácil organizar uma prova com um elevado número de participantes e que se desenvolve nas principais artérias da cidade de Lisboa. Mas, consciente da crescente popularidade e dimensão que a São Silvestre de Lisboa tem vindo a adquirir, a organização não poupou esforços e esteve à altura dos acontecimentos. Apesar de se cumprir “apenas” a sétima edição já é uma clássica e um ponto alto no calendário do atletismo popular, com o grande aliciante de atrair os maiores nomes nacionais da modalidade. A partir deste ponto a internacionalização, e consequente atracção de nomes sonantes de outras paragens, é o desafio que se coloca.

 

Em 2008 foram ”apenas” 1798 os finalistas. Com uma trajectória quase sempre ascendente, o ano de 2011 foi a excepção, chegou-se a 2013 com uma incrível marca de 6568 atletas à chegada. Um número que já parecia difícil de ultrapassar. Mas em 2014 foram 8517 os que terminaram a prova principal de dez quilómetros.

 

Consciente da dificuldade que é “arrancar” com perto de dez mil atletas no final da Avenida da Liberdade, a organização decidiu segmentar a partida em quatro blocos. Numa primeira instância tivémos a "largada" das atletas do sector feminino que iria animar a  já habitual “guerra homens contra mulheres”. Alguns minutos depois é dado o tiro de partida para o escalão Elite B, Sub40 e Sub50. Só passados mais de cinco minutos é que o maior grupo, o dos “sub 60”, tem direito à sua prova. Este é sem dúvida o grupo com maior dimensão. E finalmente partem os restantes atletas. Os mais lentos mas, certamente, os mais bem-dispostos. Separados por um cordão de seguranças, até parecia que estávamos numa qualquer manifestação de índole política, os atletas aguardam pacientemente, no seu compartimento, pelo tiro de partida. Entabulam-se as conversas de ocasião, entre conhecidos e desconhecidos. O espírito natalício e de tolerância impera. Nos grupos mais atrasados ninguém pensa em “tempos”. O seu objectivo é “mexer-se”, a correr ou a andar, com alegria e gozar ao máximo este fim de tarde de Sábado na grande Capital. Até se encontra um atleta que, à semelhança das edições anteriores, decide correr na companhia dos filhos confortavelmente instalados num carrinho de bébés para dois passageiros. Tão divertido estava o Pai como os filhos.

 

Atenção Pedro: no próximo ano também já podes arriscar a participar nesta variante…

 

Um evento que não se reinventa morre. E como aliciante adicional a prova maior teve uma outra “competição” dentro de si para ver quem cumpria o último quilómetro em menor tempo.

 

Depois de ordeiramente aguardarmos pela nossa vez, e após cada um escutar, e acompanhar na medida das suas possibilidades, o Hino Nacional cantado pela fadista Cuca Roseta, finalmente aproximamo-nos da linha de partida. Já há muito que os mais adiantados estavam em competição. Mesmo que houvesse alguma preocupação em termos de tempos de corrida as primeiras centenas de metros deitaram por terra todas as ambições nesse sentido. A São Silvestre de Lisboa é para disfrutar e confraternizar. A competição fica para outras provas. Nos primeiros quilómetros mal se conseguia andar, quanto mais correr. Pelo menos este foi o cenário com que se deparou quem não partiu no bloco das elites. À medida que a corrida ia avançando tentava-se recuperar do atraso inicial. Só após o ponto de retorno é que os atletas tiveram algum espaço para correr mais próximo das suas capacidades. Chegados à Praça do Comércio fazemos uma visita rápida a uma “aldeia de Natal” instalada em frente ao Rio Tejo e que partilhava o mesmo espaço com uma improvisada Pista de Gelo.

 

Aproximamo-nos a passos largos da etapa final. Com a meta bem do nosso lado esquerdo cumpre-se a parte mais difícil com a longa subida da Avenida da Liberdade até ao Marquês de Pombal. O esforço é enorme, principalmente para os menos habituados a estas aventuras. Mas os incitamentos do público ao longo dos passeios, e as palavras de ânimo daqueles que já estavam na fase descendente da corrida, amenizam as últimas centenas de metros sempre a subir. Também já se ouvem as palavras do “speaker” instalado na marca dos nove quilómetros. Um esforço mais e também entraremos na “competição do último quilómetro. Quem ainda tem pernas “dá a corda aos sapatos” e acelera até aos Restauradores. Quem já não pode limita-se a gozar ao máximo os últimos momentos da São Silvestre de Lisboa.

 

À chegada a preocupação era grande em não entupir a zona da meta. E porque o tempo estava bastante frio distribuem-se umas acolhedoras mantas de plástico que serve de agasalho aos mais friorentos. Aqui está uma ideia bem original e que deveria ser adoptada em outras provas.

 

Bem mais cansados e descompostos do que há cerca de uma hora atrás os quatro heróis Tartarugas + 1 voltam a posar para a fotografia, “para mais tarde recordar”.Não tão bonitos e compostos como  inicialmente mas,seguramente, bastante mais felizes.

DSC01043.JPG

E deste modo encerrámos, desportivamente falando, o nosso ano de 2014. E até já estamos inscritos para algumas provas de 2015.

 

Atletas que concluiram a prova: 8517

Vencedor: HERMANO FERREIRA (Sporting Clube de Portugal) - 0:29:52

 

PEDRO ANTUNES  (Dorsal Nº8018)

Classificação Geral: 6850º - Classificação no Escalão SEN M: 1358º - Classificação Chip: 6928º

Tempo Oficial: 1:06:21/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 1:05:16

Tempo médio/Km: 6m:32s <=> Velocidade média: 9,19 Km/h(*)

Classificação/Tempo no último quilómetro: 00:05:40/7009º

 

FREDERICO SOUSA (Dorsal Nº168)

Classificação Geral: 5530º - Classificação no Escalão V50: 392º - Classificação Chip:5731º

Tempo Oficial: 1:00:38/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:59:52

Tempo médio/Km: 5m:59s <=> Velocidade média: 10,02 Km/h(*)

Classificação/Tempo no último quilómetro: 00:05:21/6398º

 

CARLOS TEIXEIRA (Dorsal Nº 111)

Classificação Geral: 1850º - Classificação no Escalão V50: 131º - Classificação Chip:1811º

Tempo Oficial: 0:48:20/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:47:35

Tempo médio/Km: 4m:46s  <=> Velocidade média: 12,61Km/h (*)

Classificação/Tempo no último quilómetro: 00:04:07/2187º

 

CARLOS GONÇALVES (Dorsal Nº374)

Classificação Geral: 3047º - Classificação no Escalão V55: 126º - Classificação Chip: 2795º

Tempo Oficial: 0:52:27/Tempo Cronometrado (Tempo do Chip): 0:50:34

Tempo médio/Km: 5m:03s  <=> Velocidade média: 11,87Km/h (*)

Classificação/Tempo no último quilómetro: 00:04:04/1074º

 

Calendário para o Mês de Dezembro

  • 7 - Meia Maratona dos Descobrimentos (Lisboa) - 21,0975 Km
  • 14 - 57º Grande Prémio do Natal (Lisboa) - 10 Km
  • 27 - São Silvestre (Lisboa) - 10 Km
publicado por Carlos M Gonçalves às 23:07

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